Política é a arte do possível, como ensina as velhas
raposas. Um dos animais políticos mais inteligentes é o ex-presidente da
República, Luiz Inácio Lula da Silva. Já citamos aqui uma entrevista do
ex-presidente, ainda na condição de apenas um membro do PT, advertindo aos companheiros
sobre a fragilidade ideológica e partidária do voto no Brasil, informando, para surpresos petistas, que “Não
importa a cor do voto, desde que ele caia na urna”. Hoje, através de um vídeo
postado nas redes sociais, fazendo
uma analogia sobre as políticas públicas de segurança social, Lula lembra até mesmo
do périodo colonial, quando os portugueses conseguiam a adesão dos índios
através da ofertas de bijuterias. Não sabemos de que baú saiu esse
vídeo, mas, pelos menos aparentemente, Lula foi muito infeliz em seu
pronunciamento. Lembro desse episódio para remontar a uma nota do senador
Humberto Costa, publicada aqui no blog, com reportagem do Diário de Pernambuco, exigindo uma postura de independência do PT local em relação à gestão de Geraldo Júlio, sob pena de, em aderindo, submeter-se à capitulação política. Do ponto de
vista ideológico, essa nota de Humberto é até coerente, faz algum sentido. Do
ponto de vista prático, no entanto, ela não traduz a realidade vivida pelo PT no Estado, um partido cindido e sem diretriz. Essa atitude apenas representa um isoloamento ainda maior
da agremiação, algo que, possivelmente, não beneficiaria a legenda. O PT anda tão desencontrado aqui no Estado que perdeu eleitores até mesmo entre as suas torcidas mais organizadas. Insiste em velhos axiomas,
não se renova e o pulso da máquina hoje é mais evidente entre aqueles setores
que a velha burocracia tentou alijar. São esses setores que, paradoxalmente, ainda
mantém o PT organicamente vivo nas movimentos sociais. Três argumentos nos levam
a concluir que o senador Humberto Costa, a exemplo de João Batista, deverá pregar no deserto:a) Em Pernambuco, em razão de uma série de "cochilos" o PT tornou-se eduardodependente.Se o alinhamento com Eduardo tem sido complicado, pior sem ele; b) Partidos lutam pelo poder. Embora Oscar Barreto negue, está em curso, tanto no Legislativo quanto no Executivo, a oportunidade de o partido manter e até mesmo ampliar a ocupação desses espaços. Há rumores de que alguns nomes ligados ao prefeito João da Costa, que, dizem, votou em Geraldo Júlio, sejam mantidos na gestão; c) A maioria dos vereadores eleitos pelo partido estão sob a influência de João da Costa. É portanto pouco provável que o partido siga a orientação do senador Humberto Costa.
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