Em nossa infância, fizemos tudo que uma criança nascida em vila operária reúne condições de fazer.Não conheço uma única brincadeira
prazerosa que não tenhamos tido a oportunidade de praticá-la bastante. O "batismo" nos banhos de
açude, as pescarias, as peladas nos campos de várzeas, o banho de
bica nas dias intensos de chuvas durante o inverno, a subida no pau de sebo, os campeonatos de bola de gude e peão, as torradas de castanhas de caju no tacho, as disputas de pipas, além
de algumas outras estripulias inconfessáveis, como a vigilância cerrada - sem piscar, para não perder o lance - aos buracos das
fechaduras, para ver mulher nua. O espaço seria pequeno para a gente divagar
sobre todas essas brincadeiras de infância. O repertório é imenso. Lembro de
uma delas, nesse momento, em razão da disputa que vem se travando em torno de
uma possível candidatura presidencial do governador de Pernambuco, Eduardo
Campos, já para o ano de 2014. O chamado cabo de guerra, onde os garotos e
garotas se dividem, cada grupo numa das pontas de uma corda, e ambos empreendem
esforços para puxá-la até um limite previamente estipulado. Quem atingir antes
tal limite, é o grupo vencedor. Quem
abrir os jornais de hoje irá se deparar com uma série de declarações de atores
políticos e até mesmo do mundo empresarial – caso de Jorge Gerdau – sobre o
assunto. Confesso que não levei muito a sério as declarações provinientes do campo político,
uma vez que estão se tornando tautológicas, como as reiteradas declarações de
Ciro Gomes afirmando que o PSB não deve apresentar candidatura em 2014. O ideal
teria sido nas eleições anteriores – onde ele pleiteou a candidatura pelo
partido – quando, segundo sua avaliação, Dilma era apenas uma aposta. Aposta
que, aliás, vem dando muito certo, portanto o partido deve encampar seu projeto
de reeleição, sentencia o oráculo cearense. Ele vai bater nessa tecla até o último instante, dizem,
estimulado pelo Planalto. Eduardo Campos continuará fazendo ouvido de mercador.
Como diria o matuto, Eduardo não dá muita “ligância” para essas posições de
Ciro. Sabidamente, elas não seriam fundamentais para a sua tomada de decisão
sobre o assunto. O pós-comunista Roberto Freire é outro que nos últimos dias
vem se posicionando sobre o assunto, uma vez que enxergou no pernambucano uma
oportunidade real de poder. Roberto Freire perdeu muita credibilidade. Na
década de 80, quando o PT estava se estruturando no Brasil e no Estado, uma das
maiores barreiras para aglutinar nomes em torno do projeto de fundar o partido
em Pernambuco era o argumento de que a esquerda estava muito bem representada
no Estado. Um dos nomes mais citados, à época, era o do comunista Roberto
Freire. Era a coerência em pessoa. Confesso ter votado nele algumas vezes. Logo
em seguida, como já afirmamos num artigo, o pós-comunista assumiu determinadas posturas e
celebrou algumas alianças que contribuíram bastante para prejudicar seu capital
político. Tenho algumas dúvidas sobre se o Campo das Princesas estaria levando
muito a sério esse “flerte”, embora as articulações que estariam ocorrendo em
Brasília – envolvendo lideranças e composições Câmara dos Deputados – segundo dizem,
trata-se de uma mexida no tabuleiro visando, sobretudo um trabalho de prospecção diplomática em torno do
projeto presidencial de Eduardo Campos.
As declarações de Gerdau, no entanto, essas sim, devem ser colocada no
quadro de avisos do Palácio do Campo das Princesas. Em declarações recentes – ele que é um
dos grandes admiradores do estilo do governador pernambucano – afirmou que Eduardo deve
se preparar para o embate apenas em 2018. Eduardo está sendo "amaciado" e, como tal, já tem seus representantes em setores estratégicos. Gerdau é seu homem no mundo corporayivo.
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