pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Lula com chuchu vai bem?
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sábado, 7 de maio de 2022

Editorial: Lula com chuchu vai bem?



O novo staff de campanha de Lula preparou um discurso sob medida não apenas para a ocasião de lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República, ocorrida no dia de hoje, mas para o momento político delicado que o país atravessa, num embate nada saudável entre os três poderes. Diríamos que a estratégia de campanha, hoje, seria tornar o Lula mais comedido em suas falas, assim como ampliar o arco de alianças ao centro do espectro político. Neste sentido, traçar uma Lula com chuchu seria apenas um aperitivo, um prato de entrada, mesmo que indigesto para alguns setores mais conservadores da agremiação petista. O próprio Geraldo Alckmin vem sendo cobrado neste sentido, ou seja, se faz necessário ampliar esse diálogo com o centro, ao invés de tentar agradar o cercadinho lulista, que não o digere. Vão sempre preferir o sanduba de martadela com pão.   

Para esses setores, Lula sem chuchu seria bem mais gostoso, mas o que fazer diante do contexto político que se apresenta, onde idealizações e chapas puro-sangue pela esquerda são inviabilizadas numa competição eleitoral com características bastante particulares, onde tudo parece ser um favor ou uma concessão dessas elites? A experiência nos mostra que muitas reformas deixarem ser feitas durante os Governos da Coalizão Petista exatamente em função dessa conformação de forças. Nem mesmo em relação à reforma agrária tivemos avanços significativos. 

Agora, não será diferente, a despeito dos alertas da ex-presidente Dilma Rousseff(PT-MG), que afirmou que Lula já leva a tiracolo o seu Michel Temer. Não é improvável, sobretudo num contexto onde os resultados do pleito estarão sempre sob suspeita, em razão dos ataques sistemáticos ao processo de apuração. Como afirmamos por aqui, um em cada três eleitores já acreditam na possibilidade de fraudes eleitorais. Nossa democracia representativa já sofreu um dano irreparável diante dessas pregações levianas. 

Há de se considerar o fato, inclusive, de que a base de sustentação política do Governo Bolsonaro estar bastante azeitada com a migração de parlamentares durante a vigência da janela partidária. Aqui se perdeu o primeiro round. Mesmo eleito, Lula teria grandes dificuldades de tocar o seu governo. Como bem observou o ministro do STF, Edson Fachin, hoje na presidência do STE, nossa democracia encontra-se bastante chamuscada, diante dessas refregas de corte autoritário.  

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