pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: O papel do chuchu na paella lulista
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sábado, 14 de maio de 2022

Editorial: O papel do chuchu na paella lulista



Bem-humorado, por ocasião do lançamento da chapa com sua pré-candidatura à Presidência da República, o ex-governador Geraldo Alckmin(PSB-SP) fez brincadeira com o seu apelido - picolé de chuchu - e o nome de Lula, só que, neste caso, numa referência ao molusco. Ele afirmou que chcuchu com lula vai muito bem. Há algumas dúvidas sobre o assunto, principalmente entre os setores mais radicais da agremiação petista, que ainda não digeriram muito bem este cardápio. Há, aqui, uma resistência localizada, que será difícil de contornar. Trata-se da turma da tradicional mortadela com pão, que não suporta o chuchu. 

Não se sabe de onde Geraldo Alckmin tirou essa conclusão de que precisa ser melhor aceito por esses setores, quando o próprio Lula já foi bastante enfático ao tratar deste assunto, ameaçando abandonar, inclusive, a candidatura caso esses problemas não fossem contornados. Os petistas históricos, mesmo a contragosto, teriam que comer a paella lulista com chuchu e pronto. Afastando-se um pouco dessas discussões internas do PT, a grande questão que se coloca diz respeito ao real papel de Geraldo Alckimn nesta composição, depois de emprestar a credencinal da Faria Lima ao petista. 

Lula precisa ampliar sensivelmente seu diáolgo com setores mais ao centro do expectro político e, a rigor, Alckmin poderia cumprir bem esse papel. Assim que estiver reestabelecido da Covid-19, naturalmente. Em princípio, Alckmin não vem se movimentando neste sentido. Tanto isso é verdade que outros atores políticos da confiança de Lula já foram escalados para cumprir tal missão, como é o caso do senador Renan Calheiro(MDB-AL), que recebeu carta branca para essas negociações.

O momento político está bastante tensionado e a palavra "negociação", fundamental no mundo da política, assume um papel crucial neste contexto, hegemonizado por forças conservadoras no Legislativo, que dará o "balizamento" de qualquer governo, mesmo numa eventual vitória do petista. O Centrão governa o país e continuará governando mesmo com Lula na Presidência da República, que terá uma margem de manobra bastante reduzida. É complicada essa engenharia institucional, mas é a que se apresenta.    

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