pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Esse jogo não pode ser um a um. Se o meu time perder tem zum-zum-zum.
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sábado, 7 de maio de 2022

Editorial: Esse jogo não pode ser um a um. Se o meu time perder tem zum-zum-zum.

 

Não é nada bom para a saúde de uma democracia a disseminação de informações falsas, pondo em dúvidas a lisura dos resultados de uma eleição. Pior do que isso é quando os eleitores passam a acreditar nessa onda sistemática de descrença sobre o processo eleitoral. Nesses tempos bicudos de pós-verdade, mentiras podem-se tornar verdades absolutas, mediante aqueles expedientes hoje tão bem-conhecidos e profissionalmente tão bem-utilizados. 

Certa vez este editor estava em sala-de-aula quando diversos alunos passaram a receber, simultaneamente, disparos de Zap dando conta de que um tal padre de uma cidade pernambucana era pedófilo. Não entro no mérito da questão - até porque algumas alunas,  dessas que não acreditavam em pernas cabeludas, foram logo deixando sob suspeita tais afirmações - mas o fato dimensiona a encrenca em que estamos metidos, depois que tais expedientes passaram a ser usados como arma política para destruir a reputação dos adversários.

Uma pesquisa divulgada recentemente aponta que um em cada três eleitores passaram a manifestar suspeição sobre a lisura dos resultados eleitorais. Um dado preocupante para a saúde de nossa democracia representativa, como afirmamos no início. O questionamento sobre a Justiça Eleitoral é um indicador do péssimo momento vivido por nossas instituições democráticas. Eleições livres, regulares e soberanas, com resultados acatados pelos competidores é um dos indicadores de que a saúde de uma democracia vai bem. Quando isso não ocorre, algo está errado. 

O melhor exemplo foi o que ocorreu com a eleição da presidente Dilma Rousseff(PT-MG), quando o oponente não aceitou os resultados soberanos das urnas e começou um desgastante processo de articulação política com o propósito de inviabilizar o seu governo, culminando com o golpe institucional de 2016. Fez escola e de lá cá não tivemos mais sossego, como que repetindo o refrão do cancioneiro popular: "Se o meu time perder tem zum-zum-zum". 

Isso nos faz lembrar das peladas dos campos de várzea de antigamente, quando o adversário não aceitava o placar do jogo e começava aquelas ilações quanto ao seu resultado, alegando que o juiz havia deixado de marcar um pênalti para o seu time ou expulsado um jogador do time adversário por uma eventual falta cometida durante a partida. Resultado de tudo isso? Apenas uma tremenda confusão instaurada, sem que nada de positivo seja produzido. O nosso grande problema, no entanto, é que há atores políticos dando demonstrações claras de que apostam nesse caos. 

Na foto acima, o elegante Edgar Ferreira da Silva, compositor da música cujo refrão é citado no editorial.   

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