pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Por que o próximo presidente do PT precisa ser um nordestino?
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sábado, 19 de outubro de 2024

Editorial: Por que o próximo presidente do PT precisa ser um nordestino?




Acompanho, sem entender muito bem, a polêmica sobre a sucessão no Partido dos Trabalhadores, mais precisamente no que concerne à tese, defendida por um dos grupos, de que o novo presidente da legenda deve ser um nordestino. Seria algum simbolismo, por entender que o Nordeste continua, apesar das últimas refregas, o reduto eleitoral principal do partido? Este simbolismo ajudaria no processo de soerguer a legenda, combalida estruturalmente e organicamente nos últimos anos, perdendo capilaridade, inclusive, junto aos pobres da periferia por todo o país e não apenas na região? O que, afinal, existiria de alguma dificuldade da legenda que um presidente da região pudesse contornar? Impedir a erosão de sua base de sustentação política mais sólida? 

O partido, na realidade, independentemente da geografia do postulante, precisa fazer uma autocrítica urgente e encontrar um timoneiro que devolva à legenda o protagonismo de tempos atrás, num contexto completamente diverso, o que envolve o crescimento expressivo dos grupos de extrema direita, alicerçados por expedientes onde o partido ainda patina, como as redes sociais. Divorciados da legenda, os grupos evangélicos realizam. com brilhantismo, o ofício de consolidar uma narrativa convergente com esses grupos e interesses da ultradireita. Eles jogaram a isca do "debate" sobre identitarismo e o PT mordeu-a. 

Com que argumentos, por exemplo, o Ministro da Educação, Camilo Santana, vai explicar o que ocorreu recentemente na Universidade Federal do Maranhão, onde uma cantora travesti mostrou as carnes durante um debate público. Tente convencer um evangélico raiz que se tratou de respeito à liberdade de expressão e que a dita cujo não será condenado às labaredas do inferno. Assim como quem defende tal atitude. A oposição bolsonarista está deitando e rolando sobre este assunto. Já existe uma moção de repúdio e a convocação do ministro está confirmada pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, presidida pelo deputado federal Nikolas Ferreira. 

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