pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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domingo, 23 de março de 2014

A ópera, a guerra e a ressurreição da Rússia


Vinte anos após derrota e colapso da União Soviética, país retomou comando de sua economia e enorme influência internacional. Como isso foi possível?
por José Luis Fiori — publicado 21/03/2014 17:38
[Este é o blog do site Outras Palavras em CartaCapital. Aquivocê vê o site completo]
[Publicado originalmente em 30/5/2008, no Caderno Brasildo Le Monde Diplomatique]
Relembro, porque me causou uma profunda impressão. Uma montagem russa da óperaGuerra e Paz, de Serguei Prokofiev, na Bastilha. Era 1998, a União Soviética havia desaparecido, e a Rússia estava humilhada e destruída. A ópera Guerra e Pazestreou no Teatro Maly, em Leningrado, no dia 12 de junho de 1946, pouco depois da invasão e expulsão das tropas alemãs, e da vitória russa, na Segunda Guerra Mundial; e conta a história da invasão e expulsão das tropas francesas e da vitória russa, na guerra com Napoleão Bonaparte, em 1812. Na última cena, o povo e os soldados russos cantam juntos uma peroração apoteótica, proclamando a eternidade do “espírito russo”. Com força, emoção, convencimento, inesquecível.
E, de fato, depois da destruição de 1812, a Rússia se reconstruiu e se transformou numa das principais potências europeias do século XIX; e depois de 1945, a União Soviética voltou a levantar e se transformou na segunda potência militar e econômica do mundo, na segunda metade do século XX. Como já havia acontecido antes, em 1709, depois da invasão e da expulsão das tropas suecas de Carlos XII, por Pedro o Grande, quando a Rússia começa sua fantástica modernização do século XVIII. Mas em 1998, parecia impossível que isto pudesse acontecer de novo, depois da derrota soviética e da destruição liberal da economia russa. Dez anos depois, entretanto, no momento da posse do seu terceiro presidente republicano, Dmitri Medvedev, a Rússia está de novo de pé, e o “espírito russo” volta a assustar os europeus, e preocupar o mundo. O jornalFinancial Times publicou recentemente um caderno especial sobre a Rússia, onde afirma que “nem Bruxelas nem Washington estão sabendo como tratar com a Rússia, depois de Vladimir Putin, porque a Rússia está cada vez mais disposta a retomar sua posição no mundo, em particular nos países da antiga União Soviética”. (1)
Em 1991, imediatamente depois da dissolução da União Soviética, os Estados Unidos e a União Européia, se colocaram o problema, e se atribuíram a tarefa de “administrar” a desmontagem do “império russo”. Por causa de suas conseqüências econômicas, e por causa do problema geopolítico da Europa Central. Para os Estados Unidos, o objetivo fundamental era impedir o surgimento de uma “terra de ninguém” no leste europeu. Por isto lideraram a expansão imediata das fronteiras da OTAN, e a ocupação das posições militares que haviam sido abandonadas pelos soviéticos, na Europa Central. Esta ofensiva estratégica da OTAN e da União Europeia, e sua posterior intervenção militar nos Bálcãs, foi uma humilhação para os russos e provocou uma reação imediata e defensiva que começou, exatamente, pela vitória eleitoral de Vladimir Putin, em 2000, e a retomada, pelo seu governo, de uma estratégia militar agressiva, depois de 2001.
Durante suas duas administrações, o presidente Putin, manteve a opção pela economia de mercado, mas recentralizou o poder, e reconstruiu o estado e a economia russa, refazendo seu complexo militar-industrial, e nacionalizando seus recursos energéticos. A Rússia ainda detém o segundo maior arsenal atômico do mundo, e o governo Putin aprovou uma nova doutrina militar que autoriza o uso de armamento nuclear, mesmo em caso de um ataque convencional à Rússia, na hipótese de fracassarem outros meios para repelir o agressor. Além disto, o novo governo russo alertou os Estados Unidos – ainda no ano 2000 — para a possibilidade de uma corrida nuclear, caso insistissem no seu projeto de criação de um “escudo anti-balístico” na Europa Central.
O interessante, do ponto de vista da história russa, é que agora de novo, como no passado, depois de 2001, também a economia russa se recuperou e voltou a crescer a uma taxa média anual de 7%, puxada pelos preços do petróleo e das commodities, e sustentada por um boom de consumo e de investimento interno. Este crescimento – liderado pelas grandes empresas estatais do setor de energia e armamentos — multiplicou seis vezes o produto interno da Rússia, que já superou o PIB da Itália, e deve superar o PIB da França, nos próximos dois anos. Dez anos depois da sua moratória, a Rússia detém a terceira maior reserva em moeda estrangeira do mundo, depois da China e do Japão, e seus salários subiram de uma média de U$ 80 dólares por mês, no ano de 2000, para U$ 640, no ano de 2007, quando a economia russa alcançou seu nível de atividade anterior à grande crise. E neste clima de boom econômico, o novo presidente Dmitri Medvedev convocou, recentemente, os empresários russos a copiar o modelo chinês e aderir à onda global de aquisição de empresas estrangeiras, para acelerar ainda mais economia russa, e reduzir a sua dependência tecnológica.
Ou seja, quinze anos depois da derrota e do colapso da União Soviética, o estado russo retomou o comando de sua economia e de sua inserção internacional. E tudo indica, neste início do século XXI, que está recuperando sua importância estratégica, como maior estado territorial do mundo, o único com capacidade de intervenção por terra, através de suas próprias fronteiras, em todo o continente eurasiano. Por isto, é uma rematada bobagem falar da Rússia como uma potência ou uma economia emergente, quando na verdade se trata de uma velha e grande potência que está reocupando sua posição tradicional na Europa, na Ásia Central e no Oriente Médio.
Mas nenhum analista internacional consegue prever os caminhos futuros desta nova ressurreição do “espírito russo”, até porque a Rússia sempre foi mais misteriosa e imprevisível do que a União Soviética. Faz algumas semanas, Andre Klimov, líder liberal da Duma, afirmou que “seria um erro grave, neste momento, alguém pensar que possa fazer com a Rússia o que bem entenda” (2). Palavras que soam como uma advertência suave, como quem quisesse relembrar às demais potências, a mensagem final de Serguei Prokofiev, na sua grandiosa ópera Guerra e Paz : o “espírito russo é eterno”, e ressurgirá sempre de novo, e com mais força, toda vez que o seu sagrado território for invadido, ou que o povo russo for humilhado, como aconteceu várias vezes, na história, e voltou a acontecer, no final do século XX.
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1. Financial Times, Rússia, Special Report, 18 de abril de 2008, p:3
2. Idem
José Luís Fiori é professor titular de Economia Política Internacional da UFRJ, é Coordenador do Grupo de Pesquisa do CNPQ/UFRJ, “O poder Global e a Geopolítica do Capitalismo”,www.poderglobal.net. O último livro publicado pelo autor, O Poder Global, editora Boitempo, pode ser encontrado em nossa loja virtual. O acervo de seus textos publicados no Outras Palavras, podem ser lidos aqui.

A Casa da Morte de Olinda era mesmo no antigo Quartel do Exército.

No contexto de uma série de reportagens sobre os 50 anos do Golpe Militar de 64, o Diário de Pernambuco traz uma longa matéria sobre a versão olindense da famosa "Casa da Morte", que funcionava em Petrópolis. Há controvérsias onde teria funcionado uma tal "Colônia de Férias" da Marim dos Caetés, local utilizado pelos militares para a realização de interrogatórios e torturas. Há quem afirme que a nossa versão da Casa da Morte funcionava no antigo Quartel do Exército, localizado hoje onde funciona o Bompreço e está em construção um shopping center. Há outras versões sobre a localização. De fato, funcionava no antigo Quartel do Exército. Tenho relatos confirmados por dois cientistas políticos. Um deles, bastante conhecido dos pernambucanos, teria sido sequestrado no Recife, conduzido para aquele ambiente, onde teria sido torturado. O outro, já falecido, nos relatou o episódio. No bairro de Rio Doce, num apartamento, de acordo com o Cabo Anselmo, também funcionava um "aparelho" da esquerda armada, dizimado quando houve o "Massacre da Granja São Bento", hoje um pacto sítio na Zona Rural da cidade de Abreu e Lima.

Marcha pela Família: Não se deve brincar com as vinhas da ira.


A Marcha pela Família, que pedia a volta dos militares ao poder, reuniu apenas alguns gatos pingados pelo Brasil afora. Um fracasso absoluto, difícil dizer onde ele foi maior. Aqui no Recife, apenas duas dezenas de pessoas, no máximo, se concentraram na Praça do Derby para a tal Marcha. O fracasso da Marcha não nos impede de observamos alguns esboços preocupantes no cenário político brasileiro, principalmente no tocante à saúde de nossas instituições democráticas. Há outros indícios que sugerem uma movimentação orquestrada de forças conservadoras e de ultra-direita no sentido de atentar contra a normalidade democrática. Essa tendência ao endurecimento do poder político, aliás, já teria sido observada pelo filósofo Zizek numa de suas análises de conjuntura. Alguém falou aqui pelo Facebook que nós não deveríamos nos preocupar com essas manifestações, mas penso o contrário. Somados a outros aspectos, elas podem nos remeter a uma situação de vulnerabilidade institucional. Quanto ao ridículo de uma Marcha que se concentrou numa parada de ônibus, no Brasil, já ocorreram situações congêneres. Na década de 40, o chefe do Partido Comunista decretou a revolução às vésperas de um feriado e foi para casa cuidar de uma disenteria. Em 1964, o general Mourão saiu com sua tropa precipitadamente para as ruas. O golpe estava previsto para ocorrer no dia 31 e ele saiu no dia 30, abortando o processo. Nem por isso os militares deixaram de se reorganizar e interromper, por um longo período, a normalidade do funcionamento das instituições democráticas no país.

Marcha pela Família fracassa em Brasília e outras cidades.


Na capital federal, meia-hora após o horário marcado, 12 manifestantes disputavam abrigo da chuva no ponto de ônibus em frente ao local da concentração.



Najla Passos

Najla Passos

Brasília - A forte chuva que caiu sobre a capital federal no início da tarde deste sábado (22) foi suficiente para por fim à tentativa de reedição local da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, marcada para ter início às 15 horas, em frente ao 32º Grupo de Artilharia de Campanha, no Setor Militar Urbano de Brasília.

Meia hora após o horário marcado, doze pessoas disputavam abrigo contra a chuva no ponto de ônibus em frente ao local da concentração, enquanto algumas outras aguardavam em seis carros estacionados na área. Eram jovens, brancos e usavam roupas com motivos militares ou portavam bandeiras do Brasil. O carro de som ficou estacionado do outro lado da pista, inutilizado. Nenhum dos participantes chegou exibir faixas ou cartazes.

A baixa adesão se repetiu na maioria das 200 cidades do país que também tentaram reeditar a marcha que ajudou os militares a tomarem o poder em 1964, dando início a mais longa ditadura da história recente do país. Em Belo Horizonte, cerca de 50 pessoas participaram do ato que pede a volta da ditadura militar. No Recife, uma média de 30. Em Natal, foram nove os manifestantes.

No Rio de Janeiro, a Polícia estimou em 150 os presentes: entre eles, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que irá discursar a favor da ditadura na sessão solene que será realizada pela Câmara dos Deputados para marcar os 50 anos do golpe.

Em São Paulo, o maior ato do país agregou aproximadamente mil pessoas no que Roberto Brilhante classificou, na Carta Maior, como um carnaval fora de época. Mas um outro protesto, batizado de Marcha Antifascista, reuniu número equivalente de participantes que se contrapunham à primeira. 

Nas redes sociais, o fracasso da reedição da Marcha pela Família virou motivo de chacota. Foram inúmeros os memes criados pelos internautas para criticar o ato.“Marcha com Deus e o Diabo na Terra do Sol”, satirizava um. “Marcha pela Família Adams”,“Marcha pela Família Flintstones, pela volta à Idade da Pedra”“Marcha pela Família Caymmi, rumo à Maracangalha”, ironizavam outros.

Na página oficial do evento no Facebook, os organizadores ainda não fizeram um balanço da reedição nacional. As últimas postagens ainda se referem aos detalhes do protesto que, segundo os organizadores, era uma homenagem ao grande evento de 1964 e uma forma da sociedade pedir “intervenção militar constitucional” no país, seja lá o que for que isso signifique.

Em vídeo postado no último dia 20 para rebater as críticas ao evento, os organizadores Celso Brasil e Cristina Peviani convidavam os manifestantes contrários a aparecerem com um jargão muito comum entre policiais militares, em especial os das chamadas tropas de elite. “Sejam bem-vindos os mascaradinhos que quiserem bagunçar: é ‘faca na caveira’ pra vocês”. 

(Portal Carta Maior)
Créditos da foto: Najla Passos



sábado, 22 de março de 2014

Na Marcha anti-golpista, pedido por frente única de esquerda com movimentos populares

publicado em 22 de março de 2014 às 19:08


Da redação
No olhômetro diríamos que havia entre 500 e mil pessoas.
As palavras de ordem mais frequentes foram anti-golpe e pela desmilitarização da Polícia Militar. Falou-se muito nos golpes da Ucrânia, Paraguai, Egito e nas tentativas de derrubar Nicolas Maduro na Venezuela para argumentar que a direita está se articulando para retirar direitos sociais e implantar o ultraneoliberalismo: na ausência de votos, pode tentar isso por outras vias.
Houve mais de um pedido por uma frente de esquerda com os movimentos sociais e para que anarquistas e comunistas deixem de brigar entre si.
A passeata foi da praça da Sé até o prédio tombado do DOPS, onde houve um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da ditadura.
O único incidente foi ainda na praça, quando uma senhora retirou da bolsa um cartaz e uma bandeira do Brasil e começou a sugerir, gritando, que os presentes se mudassem para Cuba.
Ela foi retirada da concentração e saiu numa viatura da Polícia Militar.
Que as imagens falem (infelizmente, houve um problema com nossa câmera, mas contaremos em breve com o apoio de amigos do Facebook para as fotos):
  • (Publicado originalmente no Viomundo)

Meia dúzia de inconsequentes na marcha pela família

Sempre trato muito bem as pessoas aqui pelas redes sociais. Isso nos impede de fazermos comentários mais ácidos sobre alguns grupos e associações de pessoas, até mesmo por respeito à diversidade. Preservar a liberdade, como diria Rosa Luxemburgo é, antes de tudo, respeitar as opiniões diferentes da nossa. Liberdade é a liberdade dos que pensam diferentemente. Se não não seria liberdade. Mas, em relação à essas pessoas que, na iminência dos 50 anos de uma Ditadura Militar que cometeu atrocidades contra os direitos civis, constitucionais, sequestrou, torturou, violentou, molestou os corpos e desapareceu com eles, dá mesmo vontade de dirigir um monte de impropérios. Ainda bem que essa tal marcha retrógrada reuniu apenas meia dúzia de gatos pingados. Ainda bem.

Lóssio confirma apoio a Armando Monteiro. O páreo não será fácil par ao cobrador de impostos.


Não preciso repetir aqui o que setores do PMDB representam na coalizão governista. O ex-governador Ciro Gomes já resumiu isso muito bem ao afirmar que Dilma governa sentada na putaria. Uma "putaria" contingenciada por um presidencialismo de coalizão que não deixa outra margem de manobra para os governantes. Algo que poderia ser minimizado através de uma reforma política, mas, também essa se torna inviável pro que iria contrariar os interesses desses mesmos atores. Na realidade, um grande dilema. Nas negociações do partido com Dilma, por exemplo, eles prometeram que apoiariam o nome do senador Armando Monteiro(PTB) como candidato ao Governo de Pernambuco, esquecendo de reafirmar a "cisão" do partido no Estado, entre o PMDB do "C" - liderado por Jarbas Vasconcelos e compondo a chapa de Paulo Câmara, candidato do Campo das Princesas - e o PMDB do "B", liderado pelo grupo do prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio, que acaba de definir o apoio ao nome de Armando Monteiro. Não sei se superdimensionado pela esposa do prefeito, mas há uma série de cidades do Sertão que deverão seguir o caminho de Petrolina, emprestando o apoio do partido ao nome do senador Armando Monteiro. Não seria surpresa porque, a exemplo de cidades como Caruaru, cujos rumos políticos influenciam em todo o Agreste, Petrolina irradia sua influência para o Sertão do São Francisco e adjacências. Volto a repetir, o páreo não será fácil para o cobrador de impostos do governador Eduardo Campos.
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sexta-feira, 21 de março de 2014

Em qualquer cenário, Dilma seria reeleita em 2014



Primeiro, vamos aos números: Dilma 43%; Aécio Neves 15% e Eduardo Campos 7%. Esses dados são da última pesquisa IBOPE, divulgad no dia de ontem. Em qualquer cenário a presidente Dilma Rousseff seria reeleita, mesmo na eventualidade de um segundo turno. Já comentamos isso aqui, mas não custa repetir, há muito tempo um conhecido analista nacional, o Marcos Coimbra, Já havia antecipada que esta seria a eleição mais bem definida dos últimos anos. Apenas um tsunami, segundo o próprio Coimbra, poderia mudar esse cenário. Pelo andar da carruagem política e pelos frios índices apresentados pelos Institutos, suas previsões estão se confirmando. Creio que, a despeito de algumas dificuldades, os eleitores já perceberam que os dois outros candidatos que se apresentam para o teste das urnas nas eleições de 2014, não conseguem construir um projeto contra-hegemônico ao tocado pela coalizão petista. O PSDB porque a população não gostou do que viu nas duas gestões tucanas. O PSB-Rede sobretudo em razão das contradições internas e de um discurso ambíguo, esquizofrênico e em certa medida messiânico. De salvadores da pátria nós já estamos cheios. Não há muito coisda a dizer sobre o resultado dessa pesquisa, que acompanha uma tendência desde de novembro de 2013. Um fato que nos tem chamado atenção é o discurso do candidato Eduardo Campos. Apesar de uma equipe muito bem montada, paga a preço de ouro, eles ainda não foram capazes de contruir um link entre o candidato e os eleitores.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Dilma leva no 1º turno. Só um golpe impede

DILMA LEVA NO 1º TURNO.
SÓ UM GOLPE IMPEDE

Ibope mostra que pouca coisa mudou desde a última pesquisa



Conversa Afiada reproduz do Estadão:

IBOPE MOSTRA ESTABILIDADE E DILMA MANTÉM EXPECTATIVA DE VITÓRIA NO 1º TURNO



Na primeira pesquisa feita pelo instituto em 2014, presidente obtém até 43% das intenções de voto; Aécio e Campos registram 15% e 7%


Daniel Bramatti e José Roberto de Toledo


A primeira pesquisa Ibope deste ano revela um quadro de estabilidade: Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, tem 43% das intenções de voto, o mesmo índice que foi registrado em novembro de 2013, data do levantamento anterior. O tucano Aécio Neves oscilou um ponto porcentual para cima, de 14% para 15%, e Eduardo Campos (PSB) se manteve com 7%.

Em outro cenário analisado pelo Ibope, em que os nomes de cinco “nanicos” são incluídos na lista apresentada aos entrevistados, Dilma, Aécio e Campos aparecem, respectivamente, com 40%, 13% e 6%. Somados, os demais candidatos ficam com 4%. Ou seja, mesmo assim, a representante do PT tem mais eleitores que a soma dos adversários (40% a 23%) – condição necessária para vencer no primeiro turno.

Em um eventual segundo turno, Dilma também seria vitoriosa. Contra Aécio, sua vantagem seria de 27 pontos porcentuais (47% a 20%). Em uma disputa direta com Campos, a distância chegaria a 31 pontos (47% a 16%).

(Publicado no site Conversa Afiada)

Oposicionismo de ocasião é sinal da decadência do PMDB



Um risco meteórico ameaça o velho Tiranossauro Rex da política brasileira: ele precisará enfrentar agora uma nova geração de eleitores.




 
Depois de 30 anos, de volta ao oposicionismo
 
O PMDB encontra-se em rebelião. Desgarrou-se do governo como quem põe o bode na sala e diz: "ruim comigo, pior sem mim".

Esse oposicionismo de ocasião pode até ser resolvido em algumas semanas. Provavelmente será. 

Mas o breve período em que o partido se comportou como líder de uma frente de oposições é algo quase inédito e merece o registro. Isso não acontecia desde o fim da ditadura – portanto, há 30 anos.

Com quase meio século, contado desde o ancestral Movimento Democrático Brasileiro (o MDB, criado em 1966), o PMDB é o partido mais antigo e o mais tradicional de todos.

É um partido gigante: o maior do Senado, o segundo maior da Câmara, o que tem mais prefeitos, vereadores e deputados estaduais.

Mas é um partido em decadência. Tem menos governantes, parlamentares e votos que no passado. E diminui um pouco de tamanho a cada eleição que passa e a cada vez que um novo partido lhe rouba correligionários.

É um partido ossificado. Seus expoentes, hoje, são os mesmos que há 10, 20, alguns há quase 30 anos - como o ex-presidente da República, José Sarney. São expoentes são vitalícios - só se renovam quando morrem.

Seu presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, é deputado há mais de 40 anos. Seu pai, Aluísio Alves, também foi uma das principais figuras do PMDB nos governos Sarney e Itamar Franco. Até seus rebeldes ainda são os mesmos, como o senador Pedro Simon.

 
O presidencialismo peemedebista

Durante a Constituinte (1987-1988), no auge de sua influência sobre a política brasileira, quando tinha a presidência e era amplamente majoritário no Congresso, o PMDB inoculou em nossa constituição uma carga razoável de peemedebismo.

O PMDB era o governo. De todo modo, havia algo fora do lugar. O partido considerava seu presidente empossado um peemedebista bastardo. 

José Sarney, vice de Tancredo Neves, representava a aliança com o setor dissidente da Arena (o partido da ditadura) que formou o Partido da Frente Liberal (PFL).

Sarney só não era PFL porque não podia. A regra para a eleição do presidente e vice era que ambos deveriam ser obrigatoriamente do mesmo partido. Por isso, Sarney teve que se filiar ao partido de Tancredo, o PMDB.

O presidencialismo que surgiu em 1988 foi um acordo diante de um impasse. Seus mecanismos institucionais definiram um "modus operandi" entre o Executivo e o Legislativo que firmava também um acordo de paz entre a Presidência da República e o PMDB.

Era ainda, no fundo, um acordo entre Sarney, que tornou-se presidente por acidente, e Ulysses Guimarães, presidente do PMDB, da Câmara e da Constituinte, que só não foi empossado presidente da República porque os militares não deixaram. 

O troco viria em uma constituição que reservaria poderes razoáveis para o Congresso provocar, se quisesse, surpresas desagradáveis ao presidente que não contasse com maioria. 

A Constituição teve, como ponto final de sua apresentação, o emblemático desabafo de Ulysses de "ódio e nojo à ditadura". 

Era a Constituição que tornaria o país "ingovernável", diria Sarney. De fato, ingovernável caso o PMDB não estivesse satisfeito com seu quinhão.

Desde então, um presidente nunca sabe de fato o que é ter problemas até brigar com o PMDB.

Pelo seu tamanho no Congresso, o PMDB tem o poder, com uma ajuda da oposição, de colocar as barbas do presidencialismo brasileiro de molho.

A rigor, um governo não aprova nada de seu interesse sem o apoio do PMDB. Qualquer presidente sabe que, nas atuais condições, sem o PMDB, irá amargar derrotas, verá sua agenda atropelada por outras pautas e entregará o Congresso à oposição.

O estômago do Tiranossauro

O oposicionismo peemedebista é sinal de que sua decadência tem gerado uma insatisfação crescente com os resultados que consegue no presidencialismo brasileiro.

Os fenômenos mórbidos mais evidentes dessa decadência são a presidência de Henrique Eduardo Alves, na Câmara, e a liderança de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sobre o PMDB daquela Casa.

É verdade que tais ruídos foram ampliados por dificuldades de coordenação política e por desavenças na negociação da reforma ministerial.

O partido queria mais ministérios do que já tem, e ministérios mais importantes. No entanto, mais que ministérios, o apetite maior é sobre estatais.

A grande mágoa de Eduardo Cunha com o governo foi ter perdido espaço em Furnas, megaestatal do setor elétrico.

Não por outra razão, o puxão de orelha dado na presidenta veio na forma de uma comissão externa de parlamentares para “investigar” denúncias contra a Petrobras. Um republicanismo de ocasião que mal disfarça o que o PMDB quer ao apoiar um requerimento feito pelos tucanos.

Os peemedebistas reclamam não só da quantidade de cargos, mas do estilo mais centralizador da presidenta Dilma. Ter ministérios passou a ser apenas a ponta do iceberg. 

Ao centralizar, Dilma diminuiu a importância relativa dos ministérios na arquitetura do presidencialismo de coalizão.

Os peemedebistas querem gerir, com autonomia, grandes somas de recursos, administrar grandes contratos com empresas privadas, comandar e inaugurar grandes obras, que empregam milhares de trabalhadores. Justiça seja feita, não só o PMDB quer isso.

Nas atuais regras do sistema eleitoral brasileiro, esses requisitos são um prato cheio para qualquer partido que queira ter ou manter seu peso na política brasileira. Essa é a principal desgraça de nosso presidencialismo.

Quanto maior a máquina eleitoral, e a do PMDB é a de um Tiranossauro Rex, maior o ronco do estômago em busca de alimento. Daí o barulho que fazem Alves e Cunha.

Para o PMDB, trata-se de uma questão de vida ou morte. É preciso alimentar sua máquina, ou ela não terá “argumentos” para manter sua coesão.


A maior diferença do PMDB é seu tamanho

A rigor, por suas características de partido de centro, espalhado por todo o país e muito diferente, de estado para estado, o PMDB não tem nada de especial que justifique que ele seja maior que o PP, o PSD ou o PTB.

O problema é que, no dia em que o PMDB ficar do tamanho desses demais partidos, ele deixará de ser o que é. Seu gigantismo é que o torna especial.

Por isso, só há uma maneira de o PMDB deixar de ter a importância que tem: é sua decadência tornar-se definitiva e avassaladora nas próximas eleições.

As rivalidades e disputas com o PT são apenas um aspecto do inferno astral do velho partido. Uma legião de agremiações, novas e antigas, disputa o mesmo espaço em sua política tradicional.

Mas existe algo bem mais importante, um risco meteórico ao velho tiranossauro. Ele precisará enfrentar agora uma nova geração de eleitores.

Eleitores que, nesses últimos 12 anos, se tornaram mais escolarizados, têm renda mais alta, são mais informados, mais exigentes e irritados com a forma tradicional de se fazer política – seja lá de que partido for.

Essa nova geração pode provocar um processo de renovação do Congresso que deve afetar a todos os partidos, mas, proporcionalmente, pode fazer do PMDB sua principal vítima.

O partido terá dificuldades redobradas para eleger governadores e para manter o atual número elevado de parlamentares.

Se isso vier a acontecer, o PMDB deixará de ser o PMDB, pela primeira vez e, quem sabe, de forma irreversível.

 
(*) Antonio Lassance é cientista político. Artigo publicado no Portal Carta Maior

Retorno da União Soviética já é uma realidade política, diz presidente da Romênia


Na Crimeia, tropas da Rússia tomam a base naval ucraniana em Sebastapol e hasteiam bandeira russa


De acordo com o presidente da Romênia, Traian Basescu, a invasão da Rússia à Geórgia em 2008 e a incorporação da península ucraniana da Crimeia ao território russo são exemplos de que a possibilidade de reconstituição da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) já é uma "realidade política", declarou nesta quarta-feira (19/03).

"A ideia de restaurar a URSS é uma realidade política. E não digo para ofender a Rússia", disse Basescu com cautela, já que seu país tem na Rússia como segundo maior parceiro econômico depois da UE (União Europeia). Para o presidente romeno, a guerra da Geórgia de 2008 e o resultado do referendo da península realizado no último domingo (16/03) "surpreenderam a UE".

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Efe

Tropas russas hasteiam bandeira da Rússia no porto de Sebastopol depois que militares da Marinha ucraniana deixaram seu quartel


Ao lado do presidente da Moldávia, Nicolae Timofti, Basescu também alertou que há outro "sinal de alerta em relação à segurança na zona". Segundo o chefe de Estado romeno, o parlamento russo vai debater amanhã o pedido de anexação da Transnístria - região moldávia pró-Moscou – ao território russo. "Não esperamos uma decisão positiva à Moldávia, mas espero que não seja pior do que aconteceu na Crimeia", disse Timofti.

Na Crimeia, tropas russas ocuparam nesta quarta a sede naval ucraniana de Sebastopol, onde hastearam a bandeira russa. Mais cedo, os militares da Marinha de Kiev já haviam começado a deixar seu quartel-general na cidade litorânea. Ontem, um soldado ucraniano foi morto em um ataque contra uma base da Ucrânia na Crimeia. Em resposta, Kiev havia liberado o uso de armas militares contra forças  russas. O franco-atirador supostamente responsável pelo disparo já foi identificado.

(*) Opera Mundi Com informações da Agência Efe

Nos tempos da Ditadura!

Voltamos, subversivos!

quarta-feira, 19 de março de 2014

Paulista continua atolada em problemas.




Por vezes ficamos bastante preocupado com o discurso de competência gerencial que o governador de Pernambuco tenta passar para a sociedade. Na realidade, uma alavanca de seu projeto presidencial. Não resiste a uma mínima observação, muito menos a uma análise mais consistente, como vem sendo feita por professores do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, departamento onde o hoje governador estudou. Outro dia criticou a distribuição de cargos no Governo Federal, afirmando que Dilma distribui cargos como quem distribui bananas. Amiga aqui do Face publicou, no dia de ontem, um bom artigo sobre as contradições do discurso do candidato. Paga marqueteiros e estrategistas a preço de ouro, mas eles não conseguem afinar o discurso de Eduardo Campos. Um discurso ambíguo, contraditório, esquizofrênico. Nesse diapasão o fracasso será vergonhoso. Reportagem de um jornal local destrinchou o número de ex-prefeitos e parlamentares que foram contratados como assessores especiais do Palácio do Campo das Princesas. Alguns deles encaracolados. Um verdadeiro malogro em suas gestões. Um compadrio de arrumadinho político, com interesses meramente eleitoreiros. Em Paulista emprestou seu nome para eleger o atual prefeito do município. Salvo algumas serestas, cafés da manhã com professores e encontros festivos por ocasião da visita da agenda 40, de concreto, não há muito o que comemorar sobre a atual gestão. O município, depois de quase 10 anos de gestão socialista, está atolado em problemas. A tão decantada competência gerencial socialista ainda não mostrou sua cara.

Ciro assume coordenação de campanha de Dilma. Prepare o lombo, "Galeguinho".


Não seria exagero, apenas quanto à verve ácida, comparar o poeta Gregório de Matos e o político Ciro Gomes. Gregório pode ser considerado o maior poeta satírico brasileiro, apelidado de Boca do Inferno. Gregório era, em última análise, um grande poeta e um crítico ácido de costumes. Todo mundo sabe o que isso significa e o preço que se paga por isso. Apenas a reprodução de um artigo comentando - e criticando - uma parcela da classe média tradicional é suficiente para nosso perfil perder alguns "amigos" nas redes sociais. Agora vem a informação de que o cearense deverá participar da coordenação do comitê de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Convite feito, convite aceito. Vai bater duro no pernambucano, como aliás, já vinha fazendo mesmo antes do circo pegar fogo. Ciro é um cara inteligentíssimo e destemperado. Destempero que, certamente, não ajuda muito em sua carreira política. Por vezes, parte para a agressividade física, como ocorreu até recentemente quando tomou e rasgou cartazes de professores em protestos no Estado do Ceará. Ciro não tem papas na língua. Em relação ao PMDB já afirmou que Dilma governa sentada numa putaria. Dilma tem um estilo bastante comedido com os adversários. Se Ciro falar por ela, o "Galeguinho" que prepare o lombo.