pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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domingo, 20 de abril de 2014

Os grandes, e pouco divulgados, avanços do Governo Haddad

Em primeiro lugar, cabe destacar o destravamento do processo de participação popular, embotada pelos obscurantistas governos de Serra e Kassab.



Francisco Fonseca (*)
Arquivo

 O Governo do prefeito Fernando Haddad vem promovendo algumas importantíssimas reformas e transformações que não aparecem na grande mídia, mas têm sido captadas pelo cidadão comum que vive e transita na cidade de São Paulo. Torna-se fundamental compreender quais e como esses avanços instituem políticas públicas transformadoras e incipientes novas relações democráticas.

Embora se trate de um governo com diversas ordens de problemas, tanto internos como derivados da draga do sistema político brasileiro, pois marcado pela coalizão e de financiamento privado, algumas grandes iniciativas merecem destaque, nesse cerca de um ano e meio de governo.

Em primeiro lugar, o destravamento da participação popular, embotada pelos obscurantistas Governos Serra/Kassab. Várias iniciativas merecem destaque: a criação do Conselho da Cidade, com mais de uma centena de membros, à luz do que ocorre no Governo Federal, é claramente a sinalização de um governo que quer ouvir a sociedade politicamente organizada. Mas destaque especial deve ser dado à criação do Conselho de Representantes em cada subprefeitura, pois se trata da mais significativa demonstração de apoio à democracia representativa de base, em que o cidadão comum pode se eleger e consequentemente participar, propor, vetar e fiscalizar ações das subprefeituras.
 
Várias subprefeituras já começaram a mobilizar seus representantes, assim como a ouvir suas demandas e as dos cidadãos em diversas regiões – por metodologias diversas –, o que é algo inteiramente inédito, em contraste ao obscurantismo simbolizado pela indicação de coronéis nas gestões Serra/Kassab para comandar as subprefeituras. Aliás, é fundamental lembrar que o então prefeito José Serra entrou com liminar no STF, ainda hoje não apreciada, vetando o Conselho de Representantes então aprovado pelo Plano Diretor da época.
 
Deve-se notar, nesse contexto, o profundo esvaziamento das subprefeituras em termos orçamentários, políticos, programáticos e de elaboração/implementação de políticas públicas efetivado nesses tempos sombrios do serrismo, o que torna essa iniciativa do Governo Haddad fundamental tanto à participação popular como à sinalização de que a descentralização – embora haja muito a avançar no próprio atual governo – é a alternativa ao enfrentamento dos grandes desafios de uma cidade como São Paulo.

Como aludido, algumas subprefeituras já têm realizado interessantes e inovadores processos de reflexão sobre o bairro – afinal, os conselheiros das subprefeituras atuam nos bairros – e a cidade e sobre o próprio papel dos conselheiros. Esse momento político democrático tem aberto espaço para a criação de métodos de audição das demandas, interesses e desejos dos cidadãos, na perspectiva “de baixo para cima”, isto é, sem pautas pré-definidas, o que implica a priorização potencial, por subprefeitura, de temas prioritários de debates e representação a partir dos próprios cidadãos, sendo, em determinados casos, os conselheiros porta-vozes dessas demandas surgidas na base da representação.

Por si só isso representa um rico processo de construção daquilo que Archon Fung chamou de “minipúblicos”, isto é, espaços de representação e deliberação relativamente autônomos surgidos da base da sociedade. Embora, no caso dos conselhos das subprefeituras, seja iniciativa do Poder Executivo municipal, há grande espaço para autonomia, invenção e participação autônoma, cabendo, dessa forma, o conceito de minipúblico em cada subprefeitura, uma vez que decididamente descentralizado.

Mesmo que, reitere-se, a agenda descentralizante – motivação para a criação das subprefeituras, em substituição às então Regionais – tenha muito a avançar quanto à autonomia orçamentária e administrativa e quanto à capacitação e empoderamento voltados à formulação, implementação e monitoramento de políticas públicas, entre outros aspectos, é alvissareira a retomada da agenda participatória e descentralizante em São Paulo. Retomada em razão de os únicos avanços nessa direção terem vindos das ex-prefeitas Luíza Erundina e Marta Suplicy, e seguidamente embotados pelos antipopulares Governos Maluf/Pitta e Serra/Kassab.

Ainda nessa linha, o Conselho do Transporte (público) também foi criado e representa resposta do poder público municipal às manifestações de junho/2013, abrindo pela primeira vez a “caixa preta” das planilhas de custos do sistema de transporte. Diversos outros conselhos têm sido criados nessa perspectiva de incluir o cidadão comum, seja diretamente seja por meio de representantes, na vida da cidade. Tem-se observado, nesse sentido, não apenas vontade de participar, como o demonstram os números dos eleitos e suas votações, dados num contexto de baixa divulgação e de quase desprezo da grande mídia, como a preocupação do cidadão comum com um dos aspectos mais drásticos das grandes cidades: a especulação imobiliária. Mesmo sabendo-se não ser da competência legal dos representantes das subprefeituras atuar num tema exclusivo de legislação parlamentar, inúmeros conselheiros e, mais ainda, parcelas expressivas de cidadãos comuns têm demonstrado preocupação com a tomada do Estado pelos interesses do capital imobiliário: daí o tema da especulação imobiliária ser uma espécie de símbolo da redemocratização atual da cidade e da apropriação de seus espaços, pois vigorosamente esvaziados e travados pelos Governos Serra/Kassab.

Do ponto de vista das políticas públicas, a democratização do transporte é marcante, isto é, a priorização do transporte público sobre o particular tem sido outro aspecto fundamental de retomada, pelo Governo Haddad, de iniciativas instauradas pelos Governos Erundina e Marta, agora com novas modalidades que ampliam a utilização do bilhete único, mas sobretudo com a implantação das faixas exclusivas para ônibus em toda a cidade. Trata-se de medida com custos baixos, de efeito imediato e que aponta para a criação de uma nova cidade, em que o espaço das vias públicas progressivamente está sendo direcionado à esmagadora maioria dos habitantes e transeuntes de São Paulo: os que se utilizam do transporte público, notadamente do ônibus, que em São Paulo transporta cerca de seis milhões de passageiros ao dia. Mais ainda, os indicadores demonstram que a velocidade média dos ônibus tem aumentando constantemente, e que em determinadas faixas chega a até 80% a mais.
 
Não é por acaso que os 12% dos habitantes que se utilizam exclusivamente de automóveis e que são – desproporcionalmente – representados pela grande imprensa (jornais, revistas, rádios e televisões) têm no Governo Haddad seu inimigo declarado. Igual destaque deve ser dado à criação dos corredores de ônibus em locais estratégicos. Não é por acaso também que a foi a Fiesp a instituição que conseguiu barrar, no Poder Judiciário, outra iniciativa democratizando do Governo Haddad referente ao aumento do IPTU progressivo, uma vez que democratizador de um dos principais impostos municipais. Grande mídia, Fiesp e Poder Judiciário – sempre com exceções honrosas – formam uma tríade elitista sempre disposta a barrar políticas públicas e programas que revertam as históricas prioridades governamentais em prol dos pobres na principal cidade do país.

Voltando às inovações quanto ao transporte, o Projeto “CET no Seu Bairro” tem feito também inédita reversão de prioridades, isto é, voltado suas ações à mobilidade, além de atuar para além do centro expandido, isto é, em direção às grandes periferias historicamente esquecidas. Trata-se de um conjunto de intervenções, que vão desde a instalação das referidas faixas exclusivas de ônibus que cortam a cidade até intervenções urbanísticas na área de transporte, trânsito, acessibilidade, sinalização e mobilidade, entre outras, que significam a presença do Estado (municipal) nas áreas periféricas. Guardadas as devidas proporções, simbolicamente há certa semelhança com a ocupação das favelas do Rio de Janeiro pelos aparatos públicos, não apenas policiais, uma vez que, reitere-se, o poder público no que tange ao transporte/trânsito/mobilidade historicamente relegou a periferia a, de fato, um lugar periférico também na agenda governamental.
 
Nunca é demais assinalar o descaso com que os Governos Serra/Kassab e, antes, Maluf/Pitta, trataram o amplo e majoritário universo periférico de São Paulo: as poucas iniciativas inclusivas tiveram o tom ou de populismo casuístico ou de mera vitrine eleitoral de programas ínfimos. Avanços na área de participação e transporte colocam o Governo Haddad na linhagem dos Governos Erundina e Marta, o que pode ser exemplificado pelas aludidas revisões de prioridades, o que não é pouco para uma cidade complexa e elitista como São Paulo.

Por fim, e também em contraste com os governos conservadores da linhagem Maluf, Pitta, Serra e Kassab, ressalte-se os vigorosos progressos na área de transparência e combate à corrupção com a criação da Controladoria Geral do Município (CGM). A partir da experiência de sua congênere federal, da qual o controlador geral e outros membros provieram, a CGM tem desbarato máfias poderosíssimas e com potencial lesivo bilionário: as máfias de licenciamento de imóveis e do IPTU, sem contar a criação de mecanismos de gestão capazes de cruzar dados de servidores públicos envolvidos com fiscalização.
 
Nesse sentido, a suposta e autointitulada marca do PSDB de “partido da gestão competente” se desfaz inteiramente, tendo em vista o completo sucateamento dos mecanismos fiscalizatórios, dos recursos humanos públicos – que na gestão Serra/Kassab tiveram aumentos vexaminosos de 0,01% ao ano durante os dois mandatos – e da gestão pública, uma vez que fortemente privatizada, terceirizada e contratualizada e sem diretrizes e fiscalização programática e financeira.

Não bastasse isso, o processo de transparência, por meio seja da ampliação da participação popular, seja da criação da CGM e de mecanismos de gestão fiscalizatórios afins, seja ainda da reversão de prioridades com a participação das comunidades locais torna-se claramente mais eficaz e eficiente, diferentemente do que prega a cartilha neoliberal. Afinal, numa sociedade democrática os fins (políticas públicas transformadoras) e os meios (formas pelas quais se pretende atingir tais fins, notadamente pela gestão e pelo controle social) devem ser consoantes.

Por todo esse contexto, do qual o legado Serra/kassabisa é trágico – fins e meios –, a Gestão Haddad, apesar de inúmeras fragilidades e problemas, é, sem qualquer dúvida, infinitamente melhor aos pobres do que as de seus dois últimos predecessores. Certamente seu até aqui um ano e meio é muito superior aos oito anos de flagrante atraso dos Governos Serra/kassab.

A expectativa dos setores populares e progressistas é que as medidas aqui analisadas possam ser aprofundadas, e outras tantas criadas, tornando-se a gestão na cidade de São Paulo um possível paradigma para outras gestões progressistas nas macrometrópoles.

Falta, contudo, ao Governo Haddad, melhorar significativamente sua comunicação com a população – por meios diversos, sobretudo os populares –, saindo do cerco elitista dos privilegiados que querem a priorização do automóvel individual, o baixo valor de seus IPTUs nos bairros de classe média alta e a cidade voltada aos negócios, ao capital e ao consumo. A batalha da comunicação é uma batalha política, tal como as analisadas aqui.

Além disso, a descentralização, por meio das subprefeituras, como dissemos tem amplo potencial ainda pouco utilizado: caberia de fato ter um projeto político de descentralização a ser implantado em curto prazo e, para tanto, a experiência dos Conselhos de Representantes, paralelamente aos movimentos sociais, é fundamental na construção desse histórico projeto.

Por fim, a revisão do Plano Diretor é igualmente alvissareira, embora – como não poderia deixar de ser – se dê em meio a pressões assimétricas de todo tipo, a começar pelo impetuoso capital especulativo. A relatoria do vereador Nabil Bonduki tem sido garantia de um processo aberto e orgânico e sua própria visão de urbanista contempla vastos interesses populares. A questão, como sempre, é a capacidade da maioria dos cidadãos, constituída por pessoas pobres e sem acesso à cidade – que cada vez é mais sitiada –, de pressionar o poder público num sistema político pulverizado e de certa forma privatizado pelo sistema eleitoral e pelo financiamento privado das campanhas.

Apesar de todas as assimetrias, aliás históricas, os diversos avanços – estrategicamente pouco divulgados pela mídia – do Governo Fernando Haddad necessitam de divulgação e de ampliação com vistas a interceder na correlação de forças sociais no município de São Paulo.

O que tem sido feito nesse um ano e meio é um sinal de que o que se considera “possível” é sempre relativo e depende de vontade política, de projeto de governo, de apoios e de visão tática e estratégica do que está em jogo a partir do município de São Paulo. 
 
(*) Francisco Fonseca, cientista político e historiador, é professor de ciência política no curso de Administração Pública e Governo na FGV/SP.

(Publicado originalmente no Portal Carta Maior)

A encruzilhada da oposição a Dilma Rousseff

As pesquisas apontam que as regiões Sul e Sudeste são regiões onde o eleitorado é mais susceptível à ideia de mudanças. São exatamente nessas regiões onde a presidente Dilma Rousseff apresenta algumas dificuldades localizadas, amplamente superadas por sua hegemonia em regiões como o Nordeste. O curioso é a encruzilhada em que a oposição se meteu. Aécio Neves, que tem os seus "Judas" nessas regiões, é um ilustre desconhecido na região Nordeste. Chegou a iniciar um cursinho intensivo de Nordeste, mas parece ter desistido. Eduardo Campos, apesar de nordestino da gema - daqueles que adoram cuscuz ensopado com leite de coco - perdeu totalmente sua credibilidade numa região onde o imaginário social não costuma perdoar "traidores". Corre um sério risco de sofrer uma refrega até no seu Estado, Pernambuco. No Sul e Sudeste, onde o seu discurso poderia ter alguma ressonância em determinados estratos eleitorais, ele é um ilustre desconhecido, tratado como forasteiro até mesmo por jornais ligados ao PIG. Rapaz, que encruzilhada essa oposição está metida.

sábado, 19 de abril de 2014

Palácio já acusa as dificuldades da candidatura de Paulo Câmara

As circunstâncias, não raro, por vezes são determinantes na política. Outro dia estávamos lamentando aqui pelo face o fato de nunca ter dado um voto ao ex-governador Leonel Brizola. É que Lula também estava na cédula eleitoral. Certamente Paulo Câmara não seria o nome da preferência do governador Eduardo Campos para concorrer à sua sucessão no Palácio do Campo das Princesas. Aqui em Pernambuco, um famoso sociólogo apoiou a Ditadura Militar de 1964, segundo dizem, com o objetivo de ser nomeado governador do Estado. Os militares até mantinham uma boa relação com o dito cujo, mas optaram por não nomeá-lo governador. Era muito vaidoso. Uma vaidade que incomodava até mesmo os militares. No caso de Paulo Câmara talvez fosse melhor mantê-lo onde ele estava, em seu gabinete, cuidando de melhorar as finanças do Estado. Ele não é do meio nem nos parece muito predisposto a mudar sua personalidade a essa altura do campeonato. O Palácio terá muita dificuldade em reverter essa situação. O convite a Raul Henry e FBC para compor a chapa talvez não seja suficiente para imprimir ao candidato o timming que uma candidatura majoritária requer. Contingenciado pela circunstância de uma campanha cerrada movida pela mídia contra a "sucessão familiar" em Pernambuco, Eduardo limitou seu leque de opções. Também estava em jogo sua postulação presidencial. Um blog chapa-branca local insinua que os assessores já estariam preocupados com o andar da carruagem política. Para completar o enredo, em razão da disputa presidencial, Eduardo mudou-se de mala e cuia para São Paulo. Nas eleições passadas, na Paraíba, o governador Ricardo Coutinho(PSB), por capricho, tirou do colete o nome de uma candidata que também não apresentava o perfil ideal, abandonando Luciano Agra, um dos melhores prefeitos de capitais. Confiou demais no seu taco. Volto a repetir. Eleição não é concurso de bumbum. Quando o caboclo gosta do material, dá logo nota 10 a todas as candidatas. O resultado é que Agra aliou-se a Cartaxo(PT) e ambos derrotaram a "arrogância e a prepotência".

O melhor teste para se descobrir se uma sociedade é justa.

O melhor teste para descobrir se uma sociedade é justa

Por Redaçãoabril 19, 2014 12:07
O melhor teste para descobrir se uma sociedade é justa

O filósofo americano John Rawls investigou a justiça social. E criou uma teoria simplesmente brilhante
Por Paulo Nogueira, no DCM
O filósofo americano John Rawls (1921-2002) se debruçou sobre esta pergunta. Em 1971, Rawls publicou um livro aclamado: “A Teoria da Justiça”.
A idéia central de Rawls era a seguinte: uma sociedade justa é aquela na qual, por conhecê-la e confiar nela, você aceitaria ser colocado de maneira randômica, aleatória. Você estaria coberto pelo que Rawls chamou de “véu de ignorância” em relação à posição que lhe dariam, mas isso não seria um problema, uma vez que a sociedade é justa.
Mais de quarenta anos depois do lançamento da obra-prima de Rawls, dois acadêmicos americanos usaram sua fórmula para fazer um estudo. Um deles é Dan Ariely, da Universidade Duke, especializado em comportamento econômico. O outro é Mike Norton, professor da Harvard Business School.
Eles ouviram pessoas de diferentes classes sociais. Pediram a elas que imaginassem uma sociedade dividida em cinco fatias de 20%. E perguntaram qual a fatia de riqueza que elas supunham que estava concentrada em cada pedaço.
“As pessoas erraram completamente”, escreveu num artigo Ariely. “A realidade é que os 40% de baixo têm 0,3% da riqueza. Quase nada. Os 20% de cima têm 84%.”
Em seguida, eles aplicaram o “véu de ignorância de Rawls”. Como deveria ser a divisão da riqueza para que eles se sentissem seguros caso fossem colocados ao acaso na sociedade?
Veio então a maior surpresa dos dois acadêmicos: 94% dos entrevistados descreveram uma divisão que corresponde à escandinava, tão criticada pelos conservadores dos Estados Unidos por seu elevado nível de bem-estar social, e não à americana. Na Escandinávia, os 20% de cima têm 32% da riqueza. (Disse algumas vezes já e vou repetir: o modelo escandinavo é o mais interessante que existe no mundo, um tipo de capitalismo extremamente avançado do ponto de vista social.)
“Isso me levou a pensar”, escreveu Ariely. “O que fazer quando num estudo você descobre que as pessoas querem um determinado tipo de sociedade, mas ao olhar para a classe política parece que ninguém quer isso?”
Bem, uma das respostas à questão está na eclosão de protestos nos Estados Unidos. Os “99%” do movimento Ocupe Wall Street estão esperneando por uma sociedade mais justa, que se encaixe na tese do “véu de ignorância” de Rawls.
Os 99% não são representados nem pelos democratas e nem, muito menos, pelos republicanos. Barack Obama e Mitt Romney jamais aceitariam ser colocados aleatoriamente na sociedade americana tal como é. As chances de que eles terminassem num lugar bem diferente daquele que ocupam seriam enormes. Talvez eles tivessem que dormir em carros ou em barracas, depois de perder a casa na crise econômica, como acontece hoje com milhões de americanos.
Para usar o método de Rawls, eis aí a demonstração do que é uma sociedade injusta.
Foto de capa: Copenhague: a sociedade escandinava é mais igualitária e mais feliz que a americana / DCM
(Publicado originalmente na Revista Fórum)

Greve na Bahia: A violência migrou para a Região Nordeste?

Recentemente li um artigo polêmico sobre o Pacto pela Vida, a festejada política de segurança pública do Governo de Pernambuco, que se tornou um produto de exportação para alguns Estados da região Nordeste, inclusive para a Bahia. Sobretudo à época em Eduardo Campos esteve mais ligado ao Planalto, alguns governadores petistas - inclusive Jaques Wagner - participaram de suas famosas reuniões de monitoramento do Pacto pela Vida. José Luiz Ratton, um dos idealizadores do programa, assessorou diretamente as concepções de políticas públicas - até onde eu sei - no Governo socialista da paraíba. Antes mesmo de assumir o Governo - em suas famosas caravanas - o hoje governador Ricardo Coutinho(PSB) contava com a participação de Ratton. O quadro na Bahia é caótico. Em apenas 02 dias de greve, estima-se que tenha ocorrido 55 homicídios, além de saques e prisão domiciliar dos turistas que se dirigiram àquele Estado durante o feriado. Em nenhuma hipótese poderia tratar desse assunto movido por injunções ideológicas. Segurança Pública é coisa série e assim merece ser tratada. Sinto que as análises dos problemas enfrentados pelo Estado da Bahia estão bastante enviesadas. Estados como Rio de Janeiro e São Paulo onde as políticas de segurança pública tornaram-se políticas de Estado, os problemas no setor estão sendo enfrentados. Aqui na região, durante décadas, as coisas ocorreram a toque de caixa, sem um planejamento sistemático. O resultado é que, enquanto Estados como Rio e São Paulo conseguiram reduzir os seus índices históricos, a violência parece ter migrado para a Região Nordeste.

Dilma não é mulher de fugir aos debates, Eduardo Campos.

O ex-governador Eduardo Campos concedeu uma longa entrevista ao Jornalista Josias de Souza, que possui um blog no Portal UOL. Pensei em reproduzir a entrevista no nosso blog, mas desistimos da ideia. Reproduz alguns clichês bastante conhecidos. Há, no entanto, uma questão que nos chamou a atenção. Eduardo afirma que, de acordo com informes dos seus assessores, Dilma estaria se esquivando em participar dos debates que estão previstos pelas redes de televisão. Uma velha raposa da política pernambucana certa vez comentou que foi fazer uma visita ao hoje candidato Eduardo Campos. À época, ainda havia dúvidas sobre se ele seria ou não candidato. Depois dessa visita, essa velha raposa, em declarações a um dos jornais locais, afirmou que não restava mais qualquer dúvida sobre sua determinação de ser candidato. Ainda na gestão do Executivo Estadual, ele era mais candidato presidencial do que governador. Segundo suas declarações, o ex-governador estava ladeado de nutricionista, personal trainer e coisas do gênero. Compor uma boa equipe de assessores parece ser uma ideia fixa do candidato. Ainda ontem comentamos que sua equipe de marketing e comunicação é de primeira linha. São profissionais experientes e muito bem pagos. Começo a desconfiar, no entanto, da coordenação dos trabalhos desse time. Dilma nunca foi de fugir aos debates. É uma mulher de luta. Como diria o matuto, de sangue no olho. Uma mulher que pegou em armas contra uma ditadura militar não teria porque recusar-se a participar de um convescote com dois jovens ex-governadores sem um projeto alternativo para o país. Ela tem o que mostrar para a população.

Ainda a polêmica em torno da Fábrica Tacaruna.




Não é fácil encontrar uma solução para essas massas falidas do período do apogeu do setor têxtil. Uma série de referências históricas desse período já se encontram irremediavelmente perdidas. Isso ocorre em todo o Brasil e Pernambuco não seria uma exceção. Aqui no Estado os exemplos saltam aos olhos. Fábrica de Camaragibe - onde possivelmente foi construída a primeira vila operária da América Latina - A Fábrica da Macaxeira, A Fábrica da Torre, A Fábrica de Tecidos de Goiana - cujo acervo é mantido há muito custo pelos familiares - as companhias da família Lundgren, em Paulista (PE) e Rio Tinto (PB). Em Paulista há um grupo imobiliário com projeto aprovado para a construção de um shopping center no terreno da antiga Companhia de Tecidos Paulista. O curioso é que a cidade ressente-se da quase absoluta ausência de equipamentos de lazer para a população. A pracinha central fica praticamente espremida entre edificações. As chaminés da antiga fábrica, em razão do tombamento, serão mantidas. Terão que conviver – assim como ocorre com os edifícios modernos do Recife – com casarões preservados, quase sempre transformados em salão de festas. Uma solução estética horrível. Quando questionamos sobre o Plano Diretor do Município, fomos informados que uma das gestões do município o havia modificado consoante os interesses do grupo investidor. Assim como ocorre com o Recife – como diria aquele grafiteiro do Hospital da Tamarineira – o urbanista é o capital.
                                               De fato, sabemos que a questão não é tão simples. Envolve espólios familiares em litígio, além de inúmeros embaraços jurídicos. A isso, se somam os altos custos de recuperação e manutenção desses colossos. Certamente, o Estado teria instrumentos para intervir no sentido de dar a esses espólios uma destinação mais adequada. Em Pilar, na Paraíba, o antigo Engenho Corredor - onde o escritor José Lins do Rego passou sua infância e escreveu os famosos romances do ciclo da cana-de-açúcar - quase vinha abaixo, em razão de uma pendenga familiar. As ações do poder público contribuíram para a sua preservação. O engenho Corredor está sendo totalmente recuperado. Na última vez que passamos por lá, sentimos a falta de água que provocava as enchentes do Rio Paraíba, mas estavam lá as cajaranas em flor, exalando aquele cheiro característico, tão bem descritos pelo escritor.
                                               Em relação à Fábrica Tacaruna, resultado de uma polêmica recente, o que nos parece ter indignado a população é o enredo nebuloso de uma negociação profundamente lesiva os interesses do Estado. Se não, vejamos: a) O Estado de Pernambuco pagou, em 2006, a quantia de 14 milhões pelo espólio. Como é que agora faz uma doação sem ônus a uma multinacional? b) Há um projeto concebido de destinação àquele logradouro. Embora nunca materializado, não significa dizer que não seria de melhor proveito para a população; c) Conforme já comentamos, também existem estudos no sentido de integrar todos aqueles equipamentos do entorno - Espaço Ciência, Centro de Convenções, Shopping Tacaruna - com a requalificação da Praia Del Chifre.

                                               Em última análise, diferentemente dos elogios da imprensa tupiniquim à medida, havia outras possibilidades em curso e a medida fere frontalmente os interesses públicos. Alguém estava questionando aqui pelas redes, ainda hoje, a omissão dos órgãos de fiscalização das ações do poder público. Cadê o TCE, TCU - já que, segundo consta, o Estado também teria recebido recursos federais para investir no prédio - o Ministério Público, o IPHAN? Acreditamos que a mobilização da sociedade civil provocará um pronunciamento desses órgãos. Não é possível esse silêncio sepulcral. 

Charge!Raposa em pele de cordeiro

Charge!Aroeira via Aroeira: Santa Ceia no Planalto

Ucrânia: Fracasso geopolítico de proporções históricas

16.04.2014

 
Ucrânia: Fracasso geopolítico de proporções históricas. 20165.jpeg
A situação na Ucrânia continua a desdobrar-se por vias obviamente jamais planejadas pelos arquitetos do golpe (CIA, neoconservadores à moda Victoria Nuland, Geoffrey Pyatt, Michael McFaul, Barack Obama, George Soros e os acólitos de Zbignew Brezhinsky) que comandam o establishment da política externa dos EUA. 

Mais uma vez, o governo dos EUA, servindo-se da agência USAID [United States Agency for International Development / Agência dos EUA para Desenvolvimento Internacional], da CIA e do Departamento de Estado, consumiu bilhões do dinheiro dos contribuintes norte-americanos para derrubar ilegalmente mais um governo, na mais recente tentativa de gerar mais alguns bilhões de dólares para os empresários patrões e expandir a dominação norte-americana. E, mais uma vez, os EUA estão na rota do fracasso.

A mais recente aventura geopolítica dos EUA, na Ucrânia, está fracassando pela mesma razão pela qual suas outras aventuras fracassaram em Cuba, Venezuela, Vietnã, Iraque, Afeganistão, Líbia, Síria, Rússia, Irã e por todos os cantos: porque as elites em Washington, isoladas no seu mundo da fantasia, ignoram absolutamente tudo sobre os países que deliram que conseguirão dominar.


Como o ícone neoconservador Paul Wolfowitz disse ao general Wesley Clark, dos EUA, pouco depois do 11/9, o Pentágono e a OTAN estão no business de destruir países, o que provaram ser capazes de fazer muito bem desde a Iugoslávia, há 15 anos. Sim, os EUA provaram que podem desestabilizar países, invadir, ocupar e bombardear até fazer sumir da face da terra, e, isso, sob os mais absolutamente falsos pretextos, e fazer 'mudança de regime' quase a seu bel prazer. O que os idiotas em Washington não sabem fazer é mudanças que perdurem; que convençam os 'mudados' de que foram 'mudados' para melhor; conquistar o coração das pessoas; estabelecer hegemonia real duradoura; nem obter da intervenção, para os próprios mudadores, vantagens significativas. Já nem se fala aqui de ter ou de preservar posição moral, nem de os EUA serem capazes de fazer 'mudança de regime' que promova sociedade pacífica, produtiva, próspera e saudável. 

Por mais que suas 'mudanças de regime' forçadas pelo lado de fora sejam ilegais nos termos da lei internacional, nada disso jamais impediu a ação dos "excepcionais" EUA.
 

Sim, vocês leram bem: realmente escrevi que os EUA estão fracassando na Ucrânia. 

O golpe não 'pega'; e os eventos em breve tomarão tal rumo que acabará por convencer os cidadãos norte-americanos, de vez, que devem meter no hospício, em celas de paredes acolchoadas, os seus tais 'jogadores de xadrez' geopolítico. Isso, antes de que matem mais gente em todo o mundo e afundem ainda mais fundo outras gerações de norte-americanos contribuintes, arrastados para a miséria. 

Digo o que digo, não porque queira ajudar os criminosos em Washington, alertá-los para que fujam a tempo ou dar-lhes ideias. Sei que os arrogantes arquitetos globalistas e geopolíticos norte-americanos só ouvem e leem eles mesmos, nas suas câmaras de eco privadas. Detesto sinceramente ter de dizer, mas, sim: eu bem que avisei! Sim, sim, queridos leitores: eu os avisei de que assim seria.

Desestabilização, disseminação da violência, fim do Estado de Direito, guerra civil e anarquia 
A continuada intromissão pela CIA e seus agentes e co-conspiradores na Ucrânia só levará a mais danos e mais sofrimentos, para o povo da Ucrânia. Se está sendo feito para essa finalidade, então os EUA estão sendo temporariamente bem-sucedidos. Se aos EUA o que realmente interessa é guerra generalizada na Ucrânia, e se continuarem a impor aos ucranianos a agenda dos EUA, é bem possível que consigam, o que injetará bilhões de dólares no complexo industrial militar e arrancará sangue e lágrimas dos contribuintes norte-americanos e dos cidadãos da Ucrânia, mas não se pode ter tudo ao mesmo tempo e é preciso começar pela desestabilização.

A desestabilização, levada a efeito com táticas já ultrapassadas de revolução colorida desenhadas nos anos 1990s, foi, em boa parte, bem-sucedida. Resultou, sim, em mudança de regime. 

Mas foi, provavelmente, a mais amadorística e mal conduzida de todas as ações ilegais da CIA, do estado e de seus agentezinhos sicofantas. Claro que custou bilhões e todas as melhores cabeças da 'mudança de regime' dos EUA estavam a bordo, mas isso não altera o fato de que aquela pseudo elitezinha ambiciosa odiadora de russos, pressupostos grandes "másters" de xadrez geopolítico, feitas as contas, nada sabem, absolutamente, sobre o povo com os quais estão lidando.

O primeiro fracasso dos EUA na Ucrânia foi terem escolhido neonazistas para dar o golpe e pôr no poder seus próprios fantoches. Que idiota, na CIA ou na Casa Branca, teve tal ideia? 

Lá estavam, num país devastado pela 2ª Guerra Mundial, os nazistas originais e, ainda piores, colaboradores de nazistas liderados por Stepan Bandera, que os nazistas originais da SS consideravam brutal demais. E alguém no universo alternativo de George Soros realmente achou que esses animais poderiam liderar um levante popular na Ucrânia?! Inacreditável falta de visão. 

Claro que como os fanáticos psicopatas bebedores de sangue que se ocultam por trás da religião do Islã que os EUA usam por todo o Oriente Médio, os fanáticos descerebrados do Setor Direita foram a única 5ª Coluna que os EUA encontraram para fazer o serviço (mais) sujo na Ucrânia. Como a Frente Al-Nusra e o chamado 'exército sírio livre', o Setor Direita e Dmitro Yarosh são só os açougueiros alugados para o 'serviço' mais sujo, de usar facão de esquartejamento, onde se requereria bisturi, razão pela qual foram contratados, com dinheiro dos contribuintes norte-americanos, para nada fazer, além de arrancar sangue inocente. O pessoal de gente como John McCain, que selecionou esses lunáticos sanguinários, obviamente têm uma queda pelo mais violento dos violentos e não estão preocupados com as mãos e bolsos na direção dos quais corre o dinheiro dos contribuintes norte-americanos. Serve qualquer coisa - nazistas, Al-Qaeda e paramilitares fanáticos de qualquer tipo, não importa, desde que o serviço seja feito.

Como já disse, não estou querendo ajudar os EUA. Mas ter escolhido como agente seu um terrorista e assassino procurado, como Dmitro Yarosh, e seus nazistas bandeiristas, foi erro. Vejamos por quê.

Agora, fantoches dos EUA liquidarão o Setor Direita 
Oleksandr Turchynov, o presidente-fantoche ilegítimo que os EUA puseram na presidência da Ucrânia, traidor da Ucrânia e do povo ucraniano, que foi comprado e pago por Washington, e viabilizado pelas forças do Setor Direita e seu golpe,  anunciou hoje que atacará e derrubará todos os neonazistas que o puseram no poder. Só para lembrar, a Ucrânia não tem lei alguma, em Constituição alguma, que dê base legal ao tal 'presidente' Turchynov. A Ucrânia tem presidente eleito e chama-se Yanukovich, mas essa é outra história.

Todos sabemos que o Setor Direita construiu o golpe. Todos sabemos que todo o Parlamento e o novo 'governo' da Ucrânia foram 'eleitos' só pelos EUA e pelo Setor Direita e seus associados e nenhum desses pode, de modo algum, ser considerado legítimo (incluídos os EUA), para decidir que manda na Ucrânia.

Esse fato acompanha a mais recente 'declaração' de Turchynov, mais uma piada ridícula da farsa que foi a tomada de poder por EUA-OTAN-União Europeia na Ucrânia: "Alguns cidadãos tentaram encenar uma provocação próxima ao Parlamento, sabendo ou não o que faziam, e agradeço aos deputados presentes no Parlamento, que conseguiram fazer abortar a provocação."

Aí, Turchynov falava da tentativa, pelos nazistas do Setor Direita, semana passada, de invadir o prédio do Parlamento, em protesto contra a morte de um de seus co-conspiradores. Os deputados aos quais o 'presidente' tanto agradeceu, como todos lembramos, tiveram de escapar por uma saída de emergência para salvar a vida.

Turchynov deve ter contratado, para escrever seus discursos sem sentido, a mesma empresa de "Relações Públicas & Marketing Político" que escreve os discursos de Barack ("Venderemos gás [que os EUA  não têm] à Europa") Obama, porque o modo como a verdade é espancada e distorcida nos dois discursos é tão completa e patente, que se custa a acreditar, até, que os dois, mesmo que não as tenham escrito, tenham tido coragem de pronunciado tais palavras.

Segundo matérias de televisão, Turchynov declarou que agora atacará violentamente o Setor Direita, mostrando o que venho dizendo desde o início: que o Setor Direita não passou de ferramenta, que agora está sendo descartada.

O Setor Direita procura novos recrutas 
Segundo vídeos reproduzidos pela televisão, do líder neonazista Yarosh, o grupo nazista está em busca de novos recrutas. Em sua fala, Yarosh disse que o Setor Direita está 'pegando' qualquer um. Claro que 'qualquer um' que não seja russo, nem judeu, nem negro.

Yarosh, fascista radical, é candidato à presidência 
Apesar do muito que repete que está desempregado e sem renda a declarar e que, portanto, não pagou impostos (dinheiro da CIA, claro, ninguém declara ao fisco) Yarosh, o terrorista nazista arranjou lá os $225 mil dólares necessários para registrar-se candidato à presidência. Pagou, pode concorrer.
É o primeiro psicopata neonazista radical procurado por várias polícias em todo mundo, a concorrer a eleições presidenciais. 

Serviço secreto russo (FSB) captura terroristas do Setor Direita na Rússia
O Serviço Russo Federal de Segurança informa que capturou 4 grupos de terroristas neonazistas do Setor Direito que operavam na Rússia. 25 cidadãos ucranianos foram presos e logo expostos pela TV. Confessaram que planejavam ataques terroristas e ataques de provocação por toda a Rússia.

Setor Direita indignado por não obter ajuda financeira dos russos 
A farsa em que os nazistas do Setor Direita apoiados pelos EUA e os criminosos de Kiev estão convertendo a Ucrânia subiu para outro nível, quando o ministro (ilegítimo) de Energia da Ucrânia, Yury Prodan, indicado pela junta da praça Maidan 'declarou' que a Rússia teria de pagar ao governo ilegítimo da junta... os 15 bilhões de dólares prometidos ao presidente Yanukovich[1] (o mesmo que teve de buscar refúgio na Rússia, depois que o Setor Direita de Prodan ameaçou matá-lo).

Setor Direita vende serviços 
Segundo um site ucraniano, o Setor Direita está vendendo serviços.[2] Quem estiver precisando de gangue de bandidos de alugue,  não importa para que serviços, já sabe onde encontra-los. Os serviços podem ser pagos em dinheiro (preços módicos) ou em armas.

Nazistas de Greystone (Blackwater/XE) e do Setor Direita: ativados 
Kiev enviou mercenários norte-americanos e bandidos armados do Setor Direita[3] para o leste da Ucrânia, para enfrentar os crescentes protestos da população civil contra a junta em Kiev. O Ministério de Relações Exteriores da Rússia comentou a questão.[4] Aparentemente, o Setor Direita não estava conseguindo número suficiente de forças, e a CIA foi obrigada a mandar para lá seu próprio pessoal. Esses quadros de 'combatentes pró terrorismo' têm a missão de continuar a guerra clandestina de provocação e de intimidação contra a população civil pró-Rússia.

Só o fato de haver 300 mercenários dos EUA/CIA armados e ativos em território ucraniano já é, só ele, ato de guerra. Se se puserem a atacar civis russos, cometerão crime de guerra, ao qual a Rússia será forçada a responder. A Rússia, é claro, não deixará que seus cidadãos sejam assassinados por mercenários norte-americanos e nazistas. Não cabe nem dúvida de que já há operações em andamento na Rússia para liquidar essa ameaça.

Os EUA não pode introduzir forças militares na Ucrânia; então, fez como conseguiu. Está pagando mercenários e contratando elementos limítrofes e radicais absolutamente doidos. A Rússia, até aqui, tem se mostrado extremamente contida nos protestos, mas, claro, sabe que já foi alvo de ato de guerra e de um ataque que visa a manipular a vontade política da população civil, pelo medo e pelo terror. É exemplo perfeito do que é o terrorismo e de em que se converteram os EUA: já passaram da fase de apoiar terroristas, para a fase de patrocinar terroristas.

EUA surpreendidos pelos eventos no leste da Ucrânia
Para os hipócritas em Washington, os neonazistas assassinarem 85 policiais em Kiev foi coisa normal: não provocou uma linha de 'indignação'. Para os planejadores do golpe nazista em Kiev, problema, mesmo, são os comícios pró-Rússia nas cidades do leste da Ucrânia.[5]  

República Popular Independente de Donetsk
Donetsk declarou-se independente da Ucrânia - criou a República Popular de Donetsk - e convocou um referendo para oficializar sua integração à Federação Russa. Donetsk também solicitou a ajuda de soldados russos com atribuições para fazer a paz na cidade.

República Popular da Carcóvia 
Ativistas em Carcóvia proclamaram a República Popular da Carcóvia, e também se organizam para um referendo que oficialize a incorporação da nova República à Federação Russa. Bandidos armados do Setor Direita foram caçados e expulsos de Carcóvia. 

Lugansk quer ser República Federada
Lugansk está organizando seu plebiscito para devolver ao idioma russo o status de língua oficial e voltar a ser independente da Ucrânia; os cidadãos pedem a expulsão da junta e dos fascistas, de Kiev, e prisão para os Banderistas.

Odessa exige o fim da junta de Kiev e o fim da repressão contra a população
Odessa também se levantou contra os fantoches dos EUA, que governam Kiev.

Conclusão
Os planejadores norte-americanos, em sua campanha irracional contra a Rússia estão começando a irromper por linhas muito perigosas. Continuam a meter-se numa área do mundo na qual não são nem desejados nem bem-vindos. Continuam a ameaçar a segurança russa e a ameaçar a vida e o bem-estar de cidadãos russos e ucranianos. Os continuado apoio que os EUA dão à junta e aos grupos de fascistas armados na Ucrânia é ameaça direta aos russo, aos ucranianos e a todos os povos eslavos.

O povo da Ucrânia (não os fantoches norte-americanos e os neonazistas) não querem por lá nem a União Europeia nem os EUA. A maioria vê os russos como irmãos e não há meio de EUA-OTAN-UE serem bem-sucedidos no esforço para dividir o mundo eslavo e ocupar a Ucrânia, berço da grande Rus. A Rússia e a Ucrânia derrotaram os nazistas uma vez e não há meio pelo qual, em 2014, os EUA aliados a nazistas consigam impor-se na Ucrânia. Até agora, a Rússia tem deixado acontecer, paciente e tolerantemente, já vários ataques contra sua soberania, perpetrados por Washington. Não é sinal de fraqueza. E, quando a paciência acabar, depois dessa infindável sucessão de agressões e violência provocada por EUA-OTAN-UE, a reação dos russos será impossível de conter.

Por isso, precisamente, a melhor providência hoje é meter em camisas de força e encerrá-los em celas estofadas, para que não detonem também a própria cabeça, todos os jogadores norte-americanos desse 'xadrez geopolítico'.

Cada passo de cada um deles na Ucrânia é conhecido, documentado, conhecido. A tal operação 'secreta', pela CIA, de invasão da Ucrânia, já nada tem de secreta. Todo mundo sabe, todo mundo viu. Pois nem por isso a CIA parou. Continua, irracionalmente, sinal claro de que, em Washington, as luzes do alpendre acendem à noite e apagam pela manhã, mas, de fato, a casa está deserta.

UMA LISTA, para os que apreciam listas
Esses são os países (há também cidades, como Detroit, por exemplo, também destruída pelo mesmo grupo; e um estado dos EUA, de onde foram expulsos e onde foram assassinados povos originários do território norte-americano) nos quais os EUA organizaram golpes de estado, apoiaram campanhas contra governos eleitos, derrubaram governos, invadiram, anexaram, apoiaram oposição terrorista ou executaram líderes e governantes democráticos. A ordem é alfabética.

Afeganistão Albânia Alemanha Angola Arábia Saudita Argentina Bolívia Bósnia Brasil Cambodia Chile China Colômbia Colorado Congo Cuba Detroit República Dominicana, Egito El Salvador Filipinas Grécia Grenada Guam Guatemala Haiti Hawaii Honduras Iêmen Indonésia Irã Iraque Iugoslávia Korea Kuwait Laos Líbano Libéria Líbia Macedônia México Nicarágua Omã Paquistão Panamá Porto Rico Rússia Samoa Síria Somália South Dakota Sudão Turquia Uruguai URSS Venezuela Vietnã Virgin Islands e Zaire (Congo).

O que fizeram e continuam a fazer contra os norte-americanos nativos também poderia se somar a essa lista, com genocídio dos povos autóctones. Além da fundação de um racismo 'norte-americano' e do 'excepcionalismo' endêmico que acompanham exatamente as pegadas do genocídio dos povos nativos.
É mais que hora de o mundo acordar e começar a sancionar, isso sim, os verdadeiros criminosos.
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________________________________________[1] http://www.iarex.ru/interviews/46743.html [2] http://fakty.ictv.ua/ru/index/read-news/id/1510823 [3] http://top.rbc.ru/politics/08/04/2014/916301.shtml [4] http://top.rbc.ru/politics/08/04/2014/916301.shtml [5] http://www.vz.ru/news/2014/4/8/680929.html
8/4/2014, John Robles, Voice of Russiahttp://voiceofrussia.com/2014_04_08/Ucrânia-A-US-geopolitical-failure-of-historic-proportions-9431/
(Publicado originalmente no Pravda)

sexta-feira, 18 de abril de 2014

O Ibope, o fogo brando e o medo de ser feliz


17 de abril de 2014 | 21:21 Autor: Fernando Brito
pesquisas
Tanto cuidado quanto se deve ter com estas pesquisas ibopeanas – que vão, dentro das margens de erro, criando um clima de dissolução contínua do prestígio do Governo, o que as pesquisas eleitorais não confirmam inquestionavelmente – deve ter com os que consideram tranquila a posição da presidenta Dilma na campanha pela reeleição e contam em “chegar lá” apenas sem fazer marola.
Este raciocínio preguiçoso – e nada raro para quem se acostuma a viver nas franjas do poder, com seus confortos – esbarra num grave problema de avaliação eleitoral.
O da satisfação com a percepção que a presidenta tem por parte dos seus  eleitores de 2010, cuja tendência a repetir o voto deve ser o centro de toda a contabilidade eleitoral.
E os eleitores de Dilma a sufragaram por dois motivos essenciais.
O primeiro, o depoimento de Lula de que ela iria dar continuidade aos seus programas sociais e desenvolvimentistas, e não há dúvidas de que as diferenças essenciais que se sentem na economia vêm mais de fatores externos  - um mundo econômico de incertezas, onde nem se está num aprofundamento explícito da crise nem se está numa recuperação – e das dificuldades diante da tarefa nada fácil – às vezes quase impossível – de fazer o empresariado nacional – ou estrangeiro com produção local – acreditar e apostar em uma visão estratégica de Brasil.
O outro, o perfil pessoal de Dilma. Sim, a “gerentona”, dura, eficaz, capaz de tocar a administração com energia, austeridade, coerência com princípios e, sobretudo, entregar resultados. Mas também a da ex-guerrilheira, da mulher independente, dona de seu nariz, capaz de enfrentar e vencer qualquer cara feia.
Se é, como qualquer raciocínio eleitoral elementar indicaria, importante, antes de tudo, “tocar reunir” às suas próprias forças é, evidentemente, necessário que o que está disperso possa orientar seu caminho a essa reunião por uma referência indispensável, que é ver e ouvir aquela que, junto com Lula, estará à testa da batalha.
E Dilma, que ameaçou ter uma maior visibilidade após os protestos do ano passado, voltou a desaparecer.
Tem, até, uma agenda muito intensa de eventos – inaugurações e entrega de obras – e atividades administrativas.
Mas, afora os grupos muito restritos que estão nestes lugares, certamente o país não a vê ou a ouve.
Dela, só tem notícias onde sua administração está um caos e a economia do país, um desastre.
E, como não está – nem poderia, debaixo do temporal de pessimismo-  estar ótima vai se solidificando em setores cada vez maiores a ideia de que está mesmo.
Se isso não atinge a intenção de voto – Dilma, com os 37% do Ibope, tem os mesmos 60,6% dos votos válidos registrados na pesquisa de ontem do Vox Populi – atinge o ânimo de seus eleitores mais aguerridos e fiéis e a mantém distante da paixão popular que, ninguém duvide, será decisiva na reta final da campanha.
O que é mais necessário para Dilma, tão necessário como Lula?
É simples: é Dilma.
É dela, de Dilma, da Dilma que o eleitor identificou como a sucessora de Lula, que sua campanha está sentindo falta.
(Publicado originalmente no site Tijolaço)

Encontro de Economia Criativa

O Bolsa Família de Eduardo Campos 2

Por Maurício Rands
Caro Nassif,
Como integrante da equipe de coordenação do programa de governo das pré-candidaturas de Eduardo Campos e Marina Silva, congratulo-me com sua iniciativa de discutir o bolsa-família com a precisão dos números, evitando o viés emocional e desinformado que às vezes inspira algumas intervenções no debate. Partilho das suas preocupações com a sustentabilidade fiscal  e a oportunidade de aperfeiçoamento do BF.
Encaminho-lhe abaixo alguns dados, todos eles extraídos de fontes oficiais, para que o seu leitor fique ainda mais informado sobre o que o candidato Eduardo Campos tem discutido com sua equipe e com o país a respeito.  Acreditamos que o Brasil pode melhorar a eficiência na gestão do BF e colocar-se como meta a universalização do atendimento a todas as famílias hoje cadastradas no cadastro único com renda per capita de até ½ salário mínimo.  O custo para atingimento desta meta é da ordem de R$ 18, 6 bilhões e pode ser conseguido com uma melhor gestão fiscal, inclusive com a mudança e alongamento do perfil da dívida pública, o que vai decorrer do salto de qualidade na gestão econômico-financeira que pretendemos oferecer ao país em caso de eleição da chapa Eduardo-Marina.
Tamanho do bolsa família e do cadastro Único
  • Famílias beneficiadas em Março de 2014
    • 14.053.368 (dados do MDS disponíveis no site).
  • Famílias cadastradas no Cadastro Único em Janeiro de 2014:
    • 27.294.078 (dados do MDS disponíveis no site).
  • Famílias cadastradas com renda per capita mensal de até 1/2 salário mínimo:
    • 24.340.226
  • Objetivo: Beneficiar 100% das famílias incluídas no Cadastro Único com renda per capita de até ½ salário mínimo.
    • Consequência do cumprimento do objetivo: Inclusão de 10.286.858 famílias a mais no Bolsa Família.
Onde estão essas pessoas a serem incluídas.
  • Um grupo está no segmento inferior do espectro de renda que não é beneficiada hoje por causa da ineficácia das políticas ativas de inclusão do presente Governo.
  • Outro grupo está dentro do espectro de renda coberto atualmente, mais encontra-se excluído pela ineficácia do programa na mobilização das pessoas.
  • Um grupo está no segmento superior de renda já incluído mas que ainda tem baixa densidade de cobertura.
    • O aumento do valor pago ou elevação da renda familiar que desqualifica para a inclusão no programa facilitará a inclusão desse grupo, mesmo que com faixas de rendimento menor do que a média atual de benefício.
    •  
Origem dos recursos
  • Custo anual adicional do programa para incluir mais 10,29 milhões de famílias:
    • R$ 18,6 bilhões.
    • Isso representa apenas 1,44% das receitas totais do Tesouro Nacional (calculado sobre dados de receitas apresentados pelo BACEN).
    •  
  • Origem dos recursos:
    • Virão principalmente da melhoria de gestão em algumas áreas:
      • Custeio da máquina.
      • Participação de recursos do Governo Federal na necessidade de investimento público.
      • Dívida pública, que pode ser estendida com redução do desembolso anual nos próximos anos.
      • Redução dos incentivos fiscais para setores específicos, como o IPI para certos segmentos industriais.
    • Se o consumo do Governo em 2013 tivesse crescido apenas 2,28%, como o PIB o fez, esses gastos teriam sido R$ 29,215 Bilhões menores.
      • Isso significa que se todo o resto dos gastos do Governo crescessem igual ao PIB em 2013, o mesmo resultado teria sido obtido com o pagamento dos gastos adicionais necessários com o Bolsa Família ampliado.
      • Entretanto, dava para ter sido ainda melhor: Maior superávit primário e mais gastos num Bolsa família mais justo.
Renovando os sentimentos de admiração pelo seu trabalho e postura responsável no jornalismo que pratica, despeço-me cordialmente.

O Bolsa Família de Eduardo Campos

Não se sabe o que o candidato à presidência Eduardo Campos pretende, ao prometer aumentar em 10 milhões de famílias o atendimento do Bolsa Família. Atualmente, são atendidas 14,1 milhões de famílias, ou cerca de 51 milhões de pessoas.
A promessa, e as maneiras de viabilizar o projeto, são inconsistentes.
A primeira inconsistência é a respeito desses 10 milhões de famílias, ou 36 milhões de pessoas. Pelas estatísticas sociais, não existem 36 milhões adicionais, nem ao menos 10 milhões de pessoas na linha de miséria. Se existissem seria um caso inédito de 86 milhões de brasileiros pobres, ou 43% da população.
***
Depois do Bolsa Família, criou-se o Brasil Sem Miséria com a chamada busca ativa de miseráveis. Conseguiu-se identificar apenas 1 milhão de brasileiros, que foram incorporados ao Bolsa Família.
Acontece que existe um movimento de saída do BF, de famílias que conseguiram ultrapassar a linha de pobreza que, na prática, se equivale aos novos entrantes. Então há uma estabilização dos beneficiários em torno dos 14,1 milhões de famílias atuais. O que torna vazia a meta de 10 milhões de famílias a mais.
***
A segunda inconsistência é a respeito do financiamento dos benefícios.
No ano passado, o Bolsa Família custou R$ 24 bilhões; este ano, deverá chegar aos R$ 25 bilhões. Supondo que existissem mais 10 milhões de famílias a serem incorporadas, o custo adicional seria de R$ 20 bilhões anuais.
De onde Campos pretenderia tirar esses recursos? A ideia de que bastaria acabar com Ministérios nanicos para economizar o suficiente não bate com os fatos. No máximo significaria uma economia de R$ 1 bilhão. De onde sairiam os R$ 19 bilhões remanescentes? Como ficaria a questão fiscal? A sociedade brasileira estaria disposta a bancar mais esse valor?
***
A terceira inconsistência é a respeito da nova etapa do Bolsa Família.
A fase da inclusão já terminou. Agora, é mais uma questão de manutenção. O grande desafio é de gestão, de como institucionalizar uma política de Estado que permita a União, estados e municípios trabalharem de forma conjunta, integrada, na complementação e capacitação dos beneficiários.
Um dos pontos centrais dessa colaboração é o uso do cadastro único. Nele, existem 22 milhões de famílias cadastradas, mas apenas uma parte referente ao BF. O cadastro serve para o Luz Para Todos, Minha Casa Minha Vida, tarifa social de energia e outros programas sociais.
Muitos governos do nordeste e outras partes do país lançaram programas em parceria com o BF e o Brasil Sem Miséria. O Ceará fixou meta de universalizar a água; a Bahia deu foco na inclusão produtiva urbana; o Rio de Janeiro trabalhou na transferência de renda; Rio Grande do Sul e Santa Catarina montaram programas de complementação; Espírito Santo, do PSB, lançou programa parceiro com complementação de renda, como política profissional de estado.
Independentemente de partido político, governos de vários estados montaram seus projetos de parceria.
Pernambuco ficou de fora. Não aderiu ao cadastro único. Manteve como único politica de transferência de renda um programa  antigo, o Chapéu de Palha, que atende especificamente a cortadores de cana no período da entressafra.