Mesmo com todas as evidências vindo a público, os bolsonaristas continuam com a sua narrativa negacionista em relação ao golpe de Estado urdido recentemente no país. No dia de 16 de março, estão previstas mobilizações populares em todo o país, pautadas pelo pedido de anistia aos envolvidos naqueles episódios. No início da semana foram divulgados diálogos cabulosos entre os golpistas, dando a dimensão da encrenca institucional a que o país estava sendo submetido. Ontem foi divulgada uma lista extensa com os nomes das empresas que estiveram envolvidos no financiamento daquelas tessituras, engendradas com propósito de pedir uma intervenção militar. Vídeos divulgados à época na frente dos quartéis mostravam que não faltaram os fardos de carnes e mantimentos para as refeições dos manifestantes. Será que tinha a famigerada picanha, que voltou a ser prometida pelo presidente Lula?
O ambiente se tornou tão "festivo" que passou a atrair vendedores, pedintes, que acabaram arrolados como participantes, fatos que só agora estão sendo devidamente esclarecidos, com suas penas extintas, depois de condenados. Toda essa agonia em torno do assunto é que a hora do ajuste de consta das instituições democráticas com seus conspiradores está chegando. Desde 2013 que país deixou de viver sob um clima de normalidade institucional. Isso permanece até hoje e deverá permanecer pelos próximos anos, caso medidas duras contra os conspiradores não sejam adotadas. Não dá para lidar com golpistas com tapinhas nas costas.
Os áudios evidenciam o apoio dos militares favoráveis ao golpe às mobilizações organizadas em frente aos quartéis. Os fatos são graves e na mesma proporção devem ser tratados. Os órgãos de segurança e inteligência do Estado se transformaram em instâncias de arapongagem com o propósito de plantarem fake news contra desafetos e adversários da intentona golpista, conforme admitiu recentemente uma grande autoridade da República. Preocupa o fato de o processo de assepsia implementado nessas agências terem sido tão pontuais, bem aquém do que seria necessário.