pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sábado, 12 de agosto de 2023

Editorial : As maçãs podres empurradas pelo Centrão ao Governo Lula.



Nos escaninhos da política paulista, há rumores de que pessoas próximas já teriam aconselhado ao prefeito Ricardo Nunes manter uma distância regulamentar de um ex-presidente, que pode vir a ser preso no curso das últimas investigações da Polícia Federal. Ricardo Nunes(MDB-SP) parece enebriado pelo poder, colocando como uma ideia fixa a sua permanência como prefeito da capital, o que, em si, já se constitui num problema, pois ele está disposto a mover moinhos nessa empreitada. O concurso do governador Tarcísio de Freitas ao seu projeto de reeleição integra uma dessas estratégias. 

Assessorado por ninguém menos do que o bruxo Gilberto Kassab(PSD-SP), Tarcísio não bate o martelo sem algumas garantias, que estão muito além das possibiludades do atual gestor, que seria assegurar a adesão do seu MDB a um projeto presidencial do governador. Como se sabe, nacionalmente, inclusive, parte do MDB está na base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E, por falar em más companhias, salvo pouquíssimas exceções, o Centrão está empurrando figuras bichadas para o exercício de cargos públicos. 

Sinceramente? Não sei como essas figuras passam na clivagem da ABIN. Salvo mehor juízo, a partir do DAS 3, todos os indicados são submetidos a um pente fino antes de ter suas portarias homologadas. Lula já foi posto na situação onde algumas cabeças deveriam ser cortadas, mas teve que recuar diante da articulação política desses atores, o que lhes garantiu uma sobrevida, tudo em nome de uma tal governabilidade. Pelo andar da carruagem política, tal possibilidade tende a se tornar rotineira no governo. 

Editorial: As "nuvens" carregadas de um tal ajudante de ordens.



É curioso como o tal ajudante de ordens costumava preservar alguns documentos ou informações comprometedoras. A coisa é tão evidente que pode-se sugerir, até mesmo, algum propósito deliberado neste sentido. A cada investigação da polícia surge algum sujeito encrencado, pego nessas conversas ou nos arquivos mantidos pelo ex-assessor da Presidência da República. Até um morto-vivo já deu as claras neste plano, encaracolado numa aposentadoria criminosa recebida pela viúva, paga com o dinheiro de nossos impostos. O indivíduo foi dado como morto para engordar a pensão da viúva. Pior é quando se descobre que o tal artifício é mais comum do que se imaginava. Não se trata de um engano ou equívoco, mas de uma prática rotineira. 

Ontem veio à superfície um documento assinado por um ex-presidente, possivelmente atestando o recebimento de recursos irregulares. Agora, aventa-se a possibilidade de as nuvens trazerem informações novas, inclusive sobre a última campanha eleitoral o que, objetivamente, como se trata de nuvens tóxicas, tal fato poderia significar o comprometimento de mais alguns atores, possivelmente apanhados em ilícitos, como já se tornou um fato corriqueiro. A rigor, ainda não temos a dimensão exata da encrenca em que o país se meteu, mas o moído é grande. 

Hoje, o PSB realizou um encontro bastante concorrido na aprazível estância de inverno de Gravatá, localizada na região do Agreste do estado de Pernambuco. Até o vice-presidente, Geraldo Alckmin, abriu um espaço em sua agenda para se fazer presente na reunião partidária. Uma ausência bastante notada foi a do Ministro da Justiça, Flávio Dino, que teria chegado a confirmar presença. Diante dos últimos acontecimentos, entende-se seus compromissos na capital federal.  

Editorial: CPMI dos Atos Antidemocráticos quebra sigilos de Torres, Mauro Cid e Militares do GSI


Já temos por aqui uma lista de nomes que deveriam, necessariamente, serem convocados para as audiências da CPMI dos Atos Antidemocráticos. Infelizmente, ficamos apenas na torcida, pois tais convocações dependem dos arranjos políticos entre Governo e Oposição no contexto dos trabalhos daquela comissão. No dia de ontem foi divulgado que a Polícia Federal, diante de tantas evidências, sugere a necessidade de ouvir o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua esposa, Michelle Bolsonaro. Como as investigações realizadas pela Polícia Federal contribui para o andamento dos trabalhos da CPMI, hoje temos a informação de que tal comissao pretende quebrar os sigilos de Anderson Torres, Mauro Cid e militares que travalhavam no GSI. 

Preservadas as questões legais, seria muito importante, igualmente - aliás, como já se vem procedeno - o compartilhamento de inquéritos entre a PF e a CPMI, já que alguns ilustres envolvidos até a medula em atos desabonadores se recusam a falar quando convocados pela CPMI. O grau de comprometimento das instituições públicas brasileiras pelas práticas mais nefastas do bolsonarismo é algo assustador. Uma engenharia política de desmonte democrático e republicano, entremeado por práticas fascista e corrupção institucionalizada. Até as corporações militares foram moídas por tal engrenagem, como os fatos estão a demonstrar. A desgraça maior é que praticamente 50% da população brasileira apóia essa aberração política.

Se antes se falava numa espécie de nódoa de corrupção atribuída ao PT, agora é o bolsonarismo que assume tal protagonismo. Será difícil para esse grupo cobrar lisura na condução dos negócios públicos no país durante os embates eleitorais. Pelo andar da carruagem política, talvez fosse mesmo o momento de criarmos uma alternativa pela terceira via.   

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Editorial: Operação Lucas 12:2



O pessoal da Polícia Federal tem sido bastante criativo na denominação das operações que estão sendo executadas. Esta última, envolvendo pessoas próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro foi denominada de Lucas 12:2, uma alusão a um versículo que consta do livro do apóstolo de Cristo, onde enfatiza-se que não há nada escondido que não seja revelado em algum momento. As provas e evidências de ilícitos arrolados nessa operação são de uma robustês impressionante. Até objetos já irregularmente vendidos teriam sido recomprados, com o propósito de livrar a barra de alguns atores, no momento da exigência de prestação de contas dos órgãos de fiscalização e controle. 

A trama é escabrosa e deve trazer novos desdobramentos nos próximos dias. O cerco está se fechando contra os estertores do bolsonarismo, que transformou a gestão pública numa farra de irregularidades, envolvendo, inclusive, setores militares. As ações realizadas pela PF, além dos aspectos positivos em si, também estão contribuindo para os trabalhos da CPMI dos Atos Antidemocráticos do dia 08 de janeiro. Depois das revelações de hoje, antigos e novos atores deverão frequentar as suas próximas sessões em razão dos trabalhos da PF. Como há membros das Forças Armadas envolvidos, a questão que se coloca é se eles irão as audiências com as suas fardas.

A desenvoltura de alguns atores nesses episódios evidenciam que eles tinham absoluta confiança na impunidade,o que reforça a tese de que projeto autoritário era algo explícito, sem possibilidade de dar errado, o que permitiriam as irregularidades pelos próximos anos, sem punião ou responsabilização. Tudo muito bem urdido.  

  

Editorial: Tarcísio de Freitas pode ingressar no Partido Liberal.



O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos -SP), tem o privilégio de ter em seu governo um bruxo orientando os seus passos políticos. Construir uma narrativa antipetista parece ser, em princípio, uma das prioridades para alavancar os projetos políticos do atual governador. Mesmo procurando manter relações republicanas com o Governo Lula, aqui e alhures, ele faz questão deixar claro essa "marca". Suas relações com o ex-presidente Jair Bolsonaro foram reestabelecidas e hoje já se especula sobre a possibilidade de o governador integrar os quadros do PL, sob a promessa de vir a ser o candidato da legenda para as eleições presidencias de 2026. 

Pessoalmente, ele nega tal projeto, mas a sua candidatura seria algo até "natural". Sugere-se que ele desejaria continuar como inquilino do Palácio dos Bandeirantes, o que também não seria de todo improvável. Afinal, todos almejam um mandato de 08 anos. Na realidade está ocorrendo um impasse entre os Republicanos no que concerne à adesão ao Governo Lula. O partido já está com um pé no governo, mas as decisões tomadas pela cúpula da legenda não são do agrado de alguns dos seus filiados, a exemplo do governador paulista e do senador Hamilton Mourão, apenas para ficarmos em dois exemplos emblemáticos. 

Em 2026 ou em 2030, o fato é que a narrativa precisa ser firmada junto ao eleitorado. Tarcísio de Freitas sairia como um fiel escudeiro do bolsonarismo. Não é o único que pretende herdar esse espólio, mas sua convivência e identificação com o bolsonarismo é maior do que, por exemplo, a do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que, não raro, costuma chutar algumas bolas fora, como esta última proposta infeliz de formação de uma federação Sul\Sudeste.    

Editorial: Sextamos com operações nevrálgicas da Polícia Federal.


A Polícia Federal, neste momento, faz operação de buscas e apreensões na residência do pai do ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid. É prudente aguardar o rumo das investigações para emitir algum juízo de valor sobre o caso, mas fica nítido um padrão de relação de caráter pouco republicano entre o ex-presidente e seus principais auxiliares. Mauro Cid, quando de sua audiência na CPMI dos Atos Antidemocráticos, manteve-se em silêncio o tempo todo, sob o pretexto de não produzir provas contra ele. Nos escaninhos da política sabe-se que seu pai andava bastante insatisfeito com a situação do filho. 

Agora é que a porca torce o rabo - como se diz aqui no Nordeste - uma vez que ele também se tornou alvo das investigações de eventuais irregularidades. Sugere-se que a Polícia Federal teria provas robustas sobre o caso. Analisando a situação de uma maneira mais ampla - para não se perder nas minúcias - a conclusão é que o Governo Bolsonaro promoveu uma irremediável contaminação das forças policiais e militares do Estado. No caso das forças militares, parece-nos ter atingido seus altos escalões. 

Não por acaso, colocamos aqui o termo irremediável. O aparato de segurança e inteligência do Estado é um bom exemplo do que afirmamos. Há rumores de que mesmo sob a gestão de Lula, um desses órgãos poderiam ter repassado para integrantes do governo anterior informações de segurança sigilosas, como detalhes das viagens do presidente Lula. Mesmo com esses atores nos Estados Unidos, ocorreram várias tentativas de acessos aos e-mails do atual ocupante do Palácio do Planalto. Conforme afirmamos no dia de ontem, todo o cuidado ainda é insuficiente. Talvez fosse prudente considerar a sugestão de Janja em nomear um civil para o GSI. De preferência que não seja indicado pelo Centrão.    

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Editorial: O impasse político entre o governador Tarcísio de Freitas e a direção nacional dos Republicanos.

 


A política produz alguns lances curiosos. A princípio, as negociações entre os Republicanos e o Governo Lula poderia, em última análise, favorecer o governador Tarcísio de Freitas na quadra paulista. Afinal, ele deseja um sinal verde para bater o martelo da privatização do Porto de Santos, algo que não se consegue destravar em Brasília, pois o Ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, é contra. Nessas negociações políticas entre os Republicanos e o Governo, inclusive, até a cabeça do ministro teria sido posta a prêmio. 

Publicamente, no entanto, a despeito dessas questões provincianas, o governador Tarcísio de Freitas sempre se colocou contra a ideia de o Partido aliar-se ao Governo do PT. Instado a comentar sobre seus planos para 2026, o governador sempre sai pela tangente, reafirmando seu compromisso em continuar no Governo de São Paulo, onde não se descarta uma reeleição. Há membros do seu partido, como o deputado federal pernambucano, Sílvio Costa Filho, já com um pé dentro do Governo Lula. Sílvio já vem sendo tratado como novo campanheiro. Há controvérsias sobre o sinal verde do partido com relação a tais negociações, mas, em todo caso, o deputado é filiado à legenda.

As negociações entre a legenda e o Governo Lula estão num estágio tão elevado que se torna difícil um retrocesso neste momento. O governo contou com o concurso do partido para a esvaziar a CPI do MST, impedindo que o Ministro da Casa Civil, Rui Costa, fosse convocado àquela comissão. Difícil dizer o que o Planalto disponibilizou para a legenda, mas o butim parece ser irrecusável. 

   

Editorial: Quem era Fernando Villacicencio, candidato assassinado no Equador?



Independemente de ideologias, é profundamente lamentável a morte do candidato Fernando Villacicencio, ocorrida no dia de ontem, no Equador. A vida aqui é o mais importante, mas percebemos nas entrelinhas das postagem sobre o assunto uma preocupação sobre o esquadrinhamento ideológico do candidato, ou seja, se ele seria de direita, de esquerda ou de centro. Na realidade, Fernando Villacicencio era um candidato de centro-esquerda. Sua morte favorace as forças de centro-direita que disputam as eleições naquele país. Se quisermos aqui uma divagão, a esquerda é mais suscetível a tais atentados.  

Villacicencio militava em duas áreas nevrálgicas, o sindicalismo e o jornalismo investigativo. Antes de morrer, ele havia acusado as ameaças dos cartéis. Sua morte faz recordar a morte do candidato Luiz Carlos Galán, na Colômbia, atribuída ao cartel de drogas comandado por Pablo Escobar. A morte de Galán desencadeou uma caçada ao traficante, que acabou morto depois de um confronto com a polícia daquele país. A morte de Galán comoveu a Colômbia, levando o Governo a adotar todas as medidas para punir os responsáveis pelo crime. A expectativa é a de que tais medidas sejam adotadas pelo atual governo daquele país. 

No dia de ontem vazou a informação dando conta de que dados sigilosos sobre as viagens do presidente Lula haviam sidos passados a integrantes do ancien régime, o que se constitui num fato merecedor de todas as nossas atenções. Hoje já surgiu o comentário de que o Governo Lula poderia entregar a direção do GSI a uma civil. Esperamos que não seja alguém indicado pelo Centrão. 

Editorial: Governo manobra na CPI do MST para não permitir audiência de ministro.


O Ministro de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, está sendo ouvido, neste momento, na Comissão Parlamentar de Inquérito do MST. De forma cortez e republicana, o ministro disserta sobre os projetos do Governo Lula para o setor, contribuindo enormemente para esclerecer alguns fatos, corrigir equívocos, debater os indicadores e, principalmente, antecipar os princípios que nortearão as políticas públicas para a reforma agrária no país, pensada no sentido de atender às demandas de indígenas, quilombolas, extrativistas, obedecendo os pressupostos de preservar o meio-ambiente, consoantes acordos internacionais avalizados pelo governo.  

Nada nos assegura que sua diplomacia irá desmontar a indisposição de alguns parlamentares com o Governo, que deveráo se portar de forma mais contudente, quando tiverem as suas falas liberadas. Por outro lado, o que se comenta nos escaninhos da política é que o Governo Lula moveu moinhos políticos no sentido de não permitir que o Ministro Rui Costa, da Casa Civil, tivesse sua convocação aprovada para ser ouvido por aquela comissão. 

A manobra teria envolvido uma articulação com partidos de oposição como o Progressistas, Republicanos e o União Brasil. Esses partidos estão em processo de negociações com o Governo para ocuparem espaços na máquina. Um dos mais revoltados é o Coronel Meira, parlamentar do Partido Liberal pernambucano, apeado dos trabalhos daquela comissão. Como se observa, nem mesmo o PL escapou da degola das manobras.    

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Editorial: Ainda as eternas preocupações de Lula com os serviços de segurança e inteligência.


Esta informação ainda não atingiu a repercussão compatível com a gravidade a ela associada. Todo cuidado é insuficiente com esses serviços de segurança e informação. Aliado às forças militares - que, por sinal, também possuem as suas comunidades de informação - este é um dos pontos mais nevrálgicos do Governo Lula, que herdou uma herança de instabilidade nesses órgãos, profundamente contaminados pela permeabilidade proporcionada pelo bolsonarismo. O governo anterior escolheu a dedo os nomes indicados para os cargos estratégicos, onde o índice de compromisso republicano chegava a quase zero. O compromisso não era com o Estado, mas com o governante de turno. Foram nomes escolhidos com o propósito de implementar um projeto  autoritário. 

Isto ocorreu com com os serviços de inteligência, com as corporações policiais federais, assim como em relação aos seus auxiliares militares. As medidas estão sendo adotadas, mas acreditamos que ainda sejam insuficientes para a promoção de uma assepcia republicana absolutamente necessária nesses órgãos e nas forças militares. Curioso é que à medida em que essa desbolsonarização se impõe, Lula negocia nacos de poder com o Centrão, cujos partidos que compõem o grupo estiveram relacionados à base de apoio do ancien régime.

A informação sobre a qual nos referimos diz respeito a um eventual vazamento de informação de um órgão de segurança, já sob os auspícios do Governo Lula, municiando  um ex-ajudante de ordens com detalhes sobre a agenda de viagem do presidente. Isso é muito grave. Pelo andar da carruagem dos trabalhos da CPMI dos Atos Antidemocráticos no dia de ontem, o ex-ajudante de ordens será reconvocado em razão de uma outra motivação. Agora mais essa!   

Editorial: Silvinei Vasques é preso pela PF no curso da operação "Pneu Careca"



Na realidade, o senhor Silvinei Vasques, ex-Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal, está sendo preso por suposta interferência no curso normal das eleiçoes presidenciais passadas, onde ocorreram pontos de bloqueios suspeitos em redutos tradicionalmente identificados com o petismo, como é o caso da região Nordeste. A expressão "Pneu Careca" não denomina nenhuma operação especifica, mas, salvo melhor juízo, em seus argumentos quando inquirido sobre o assunto, o ex-diretor chegou a afirmar que o objetivo da operação seria o de verificar eventuais irregularidades no transporte de eleitores, como, por exemplo, coletivos com pneu careca. Na realidade, quem quase ficou careca foi o atual presidente, Luiz Inácio Laula da Silva, que venceu aquelas eleições por uma margem pequena de votos. 

Logo após as eleições, ocorreram vários pontos de bloqueios nas estradas, ação orquestrada por bolsonaristas insandencidos - insatisfeitos com o resultado das urnas - onde a PRF também foi acusada de leniência. A encrenca é grande e se a PF teve autorização para efetuar a prisão é porque existem fatos que amparam legalmente a medida. Durante o seu depoimenbto na CPMI dos Atos Antidemocráticos, o ex-diretor trouxe alguns dados sobre as operações realizadas pela PRF, sugerindo, inclusive, que tais operações teriam sido mais efetivas em outras regiões do país, dados que não teriam se sustentados posteriormente, quando confrontados com outras estatísticas. 

O que ocorreu com o Governo Bolsonaro foi uma espécie de promiscuidade institucional. As fronteiras entre o público e o privado no país nunca estiveram tão escancaradas. Quando se analisam as instituições "permeáveis' ao bolsonarismo, então, o quadro é ainda mais nefasto. Se, como afirmava o historiador Sérgio Buarque de Hollanda, essas fronteiras sempre foram tênues no Brasil, no Governo Bolsonaro elas simplesmente deixaram de existir. Um bom exemplo disso é o uso abusivo e irregular dos cartões corporativos, assim como o aparelhamento da máquina por fiéis escudeiros do projeto bolsonarista. Circula a informação, por exemplo, que agentes do aparato de inteligência "plantados" pelo bolsonarismo e que ainda permaneceram nesses órgãos depois que Lula assumiu, teriam passado dados sigilosos sobre a agenda de viagem do presidente Lula ao ex-ajudante de ordens do ancien régime.   

Charge! Triscila Oliveira e Leandro Assis via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 8 de agosto de 2023

Editorial: Ex-vereador Chico Bacana e irmão são mortos em atentado.



O ex-vereador Jair Barbosa Tavares, mais conhecido como Chico Bacana, e o seu irmão foram mortos em atentado ocorrido na noite de ontem, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Num passado recente, o ex-vereador, exercendo mandato, teria sido testemunha no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco, de onde se conclui a associação entre o atentado de hoje e as possíveis ilações do caso como uma eventual queima de arquivo. É prematuro fazer tirar tais conclusões, mas, por outro lado, não há como convencer as hordas petistas do contrário. 

Coincidentemente, o atentado ocorre pouco tempo depois dos avanços das investigações  da Polícia Federal sobre o caso. Ouvido à época do assassinato da vereadora, Jair Barbosa Tavares afastou qualquer hipótese no sentido de ter alguma informação que pudesse auxiliar nas investigações da polícia. Alguém com o perfil de Chico Bacana remete a várias linhas de investigações. Segundo consta, existe a possibilidade de seu envolvimento com as milícias que atuam na zona norte do Rio de Janeiro, ampliando-se senvivelmente as possibilidades de motivações. 

Como se sabe, o jogo é pesado e envolve muito dinheiro. Quando o ex-miliciano conhecido como Batoré foi morto em confronto com a policia, se descobriu que seu grupo arrecadava algo em torno de cinco milhões por mês apenas com a extorsão de motoristas de Vans que operavam em áreas sob o controle do seu grupo miliciano. No estado do Rio de Janeiro, inclusive, há um alto índice de contaminação do aparelho de Estado por esses grupos milicianos, envolvendo ex-agentes e até policiais da ativa. Adriano da Nóbrega, Ronnie Lessa e Batoré eram ex-policiais militares.     

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Editorial: Os reflexos da minirreforma ministerial nas quadras políticas estaduais.



O presidente Lula já antecipou que precisará entregar alguma cabeças do PT para satisfazer o apetite político do Centrão. Logo, logo a guilhotina política será liberada, cortando alguns cabeças do seu núcleo duro, assim como dos fiéis companheiros de longas datas, que integram partidos como o PSB. Chamamos a atenção por aqui sobre os reflexos políticos dessa minirreforma nas quadras estaduais, onde clima já está bastante pesado, conforme matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo, no dia de ontem. 

Na província pernambucana, por exemplo, criar uma aresta com o PSB, neste momente, não seria de bom alvitre, uma vez que as relações entre o prefeito João Campos(PSB-PE) com o Planalto estão bastante azeitadas. O PT, por outro lado, participa do Governo Municipal, ocupando duas secetarias. Estamos acompanhadno com uma lupa política ampliada as movimentações de próceres petistas aqui no Estado. Ora eles sinalizam sobre a eventualidade de uma candidatura própria; ora sinalizam para acordos com o prefeito João Campos, em torno das próximas eleições; ora abrem uma canal de diálogo com a governadora tucana, Raquel Lyra, que vem sendo mimada pelo Planalto. 

Por enquanto, Lula ainda tem algumas cartas na manga e o que entregar. O problema maior será quando esses recursos acabarem. E observem os leitores que ainda estamos no início do governo. Pelo visto, vamos continuar convivendo com arranjos esdrúxulos, como um ministério comandado por um político do União Brasil e a EMBRATUR nas mãos de um psolista.   

Editorial: Eduardo Leite "queima" a largada.



O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, acaba de "queimar" a largada como provável candidato à Presidência da República nas eleições de 2026. Fez duas falas, ambas infelizes sobre a proposta de uma frente Sul\Sudeste aventada pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema(Avante-MG). Eduardo Leite não esconde de ninguém os seus projetos presidenciais. Fez várias tentativas de viabilizar o seu nome no último pleito. O governador integra uma ala de renovação no ninho tucano, ao lado de outras jovens lideranças em ascendência, como é o caso, por exemplo, da governadora de Pernambucno, Raquel Lyra. Ao assumir a presidência da legenda tucana, Eduardo Leite falou de respeito e de moderação. Nos escaninhos, sabe-se que ele deseja distância do bolsonarismo.   

O governador do Rio Grande do Sul nunca esteve associado à direita à direita bolsonarista como está sendo neste momento, depois de manifestar apoio ao colega mineiro. Foi infeliz, para dizermos o mínimo. Ainda falta muito tempo para o governador "reposicionar-se", mas, em todo caso, ele passa a amargar o ônus de uma declaração infeliz antes mesmo da largada. Nossa tese é que a perspectiva do desmonte democrático e institucional associado ao bolsonarismo ainda permitirá uma sobrevida ao petismo.

O clima de polarização do ambiente político brasileiro, por outro lado, constitui-se numa outra dor de cabeça para nomes "alternativos" como o do governador Eduardo Leite. Essa "polarização", por inúmeras razões, vem sendo sistematicamente alimentada. Se ele for jogado na fogueira de um nome associado ao bolsonarismo, sairá tostado das urnas.    

Nota do Consórcio Nordeste:

 


Editorial: Anderson Torres no CPI dos Atos Antidemocráticos.

 


A polêmica em torno dessa frente Sul\Sudeste proposta pelo governador do estado de Minas Gerais, Romeu Zema, ainda deve render grandes discussões pela imprensa e pelas redes sociais durante esta semana. Está ofuscando, inclusive, a importância de uma audiência agendada pela CPI dos Atos Antidemocráticos para esta terca-feira, ou seja, a presença do ex-Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, o senhor Anderson Torres. Seria muito importante que ele falasse sobre o que ocorreu naquele 08 de janeiro, de triste memória para as instituições democráticas do país. 

É realmente uma pena que os atores que poderiam contribuir para o andamento dos trabalhos da CPI resolvam permanecer em silêncio duranete essas audiências. O último deles nem a idade que quis revelar para um dos parlamentares da CPI. Assim, o pessoal precisa fazer uma ginástica danada para obter as informações que precisam, quebrando sigilos disso e daquilo, solicitando dados aos órgãos policiais, requisitando inquéritos aos ministérios, como este último pedido da CPI, que colocou em rota de colisão seu presidente e o Ministro da Justiça, o senhor Flávio Dino.

Nossas expectativas sobre o depoimento do senhor Anderson Torres se esvai no momento em que consideramos a possibilidade concreta de ele se manter em silêncio durante a audiência, o que não seria improvável. Ex-Minsitro da Justiça do Governo Bolsonaro, Anderson Torres pode ser identificado como do núcleo duro do bolsonarismo. Nesta condição, teria muito a contribuir com os trabalhos daquela comissão.  

Charge! Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 6 de agosto de 2023

Editorial: A indecente proposta separatista do governador Romeu Zema



Os leitores não têm levado muito a sério as nossas postagens tratando do governador de Minas Gerais, Romeu Zema(Avante-MG). Numa avaliação preliminar, essas postagens são as menos lidas, sem que possamos identificar as reais razões. O governador mineiro tem assumido o protagonismo de alguns fatos inusitados, talvez com o objetivo de se manter diante dos holofotes, já de olho em assumir algumas credenciais visando as eleições presidenciais de 2026, onde desponta em todas as bolsas de apostas como um possível candidato. 

O último desses fatos diz respeito a uma proposta separatista, onde haveria um pacto federativo entre o SuL\Sudeste, deixando o reduto petista, o Nordeste, de fora. A rigor, não é o primeiro momento em que o governador externa sua insatisfação com relação à região Nordeste. Numa outra oportunidade, ele trouxe as estatísticas sobre os nordestinos que dependem exclusivamente dos auxílios do governo, sem produzirem nada, posto que desempregados. Trata-se, naturalmente, de uma proposta indecente, mas, diante do clima de indisposições políticas que o país atravessa, nada mais nos surpreende. 

Os governadores da região Nordeste estiveram recentemente reunidos em João Pessoa, com o objetivo de tratarem questões relativas ao Consórcio Nordeste. Diante da repercussão da proposta do governador mineiro, houve praticamente uma inversão na ordem do dia das discussões e o tema separatismo tornou-se a tônica das falas dos governadores nordestinos.     

Editorial: O lado de Lula é o lado dos direitos humanos.



Fomentar binômios não é um procedimento muito correto, além de prerigoso, como sugere o sociólogo britânico-jamaicano Stuart Hall. Talvez jamaicano-britânico fosse o mais apropriado. Porém, ainda faltando mais de três anos para as eleições presidenciais de 2026, alguns órgãos de imprensa já fermentam uma narrativa concentrada na perspectiva de esgarçar essa polarização entre o lulismo e o bolsonarismo. No tocante, por exemplo, a esta última chacina policial ocorrida no Guarujá, litoral paulista, as narrativas que estão sendo construída por alguns desses órgãos de imprensa é a de colocar o governador Tarcísio de Freitas como o mocinho e Lula como aquele que apóia bandidos. As queixas do Governo Lula, neste caso, são, na realidade, em relação às eventuais violações de direitos.  

Os relatos sobre a ação da polícia indicam a ocorrência de excessos, conforme testemunhos, o que a corregedoria da polícia está tentando apurar. Afirmamos "tentando", uma vez que existe a informação de que o pessoal está tendo dificuldade em obter as informações do próprio órgão. Faz algum tempo que o jornal o Estado de São Paulo mantém uma linha editorial claramente em contraposição ao Governo Lula. O editorial de hoje é escrito pelo jornalista José Roberto Guzzo, que integra o corpo editorial da Revista Oeste, que adota uma linha editorial de um teor acentuadamente crítico ao Governo. Não se pode criticá-lo por falta de coerência. Ele assume abertamente um perfil conservador. 

Numa declaração recente, o governador Tarcísio de Freitas(Progressistas-SP) fez questão de enfatizar que sua prioridade única é governar o estado de Sâo Paulo. Quando questionado pelos jornalistas a respeito do assunto, ele sempre repete este mantra. Um mantra que pode confirmar exatamente o contrário, ou seja, que ele é candidatíssimo à Presidência da República nas eleições de 2026. Para isso, ele ja conta em sua assessoria direta com o empenho e as articulações do bruxo Gilberto Kassab, um exímio articulador político. 

Charge! Jaan Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 5 de agosto de 2023

Editorial: Em encontro neste sábado, Lula formaliza apoio a Boulos.



Em encontro da legenda petista neste sábado, o PT deve formalizar apoio ao nome do Deputado Federal Guilherme Boulos(PSOL-SP) à Prefeitura de São Paulo, nas eleições municipais de 2024. Não se esperava outra coisa senão este apoio formal do partido à candidatura de Guilherme Boulos, que sempre pautou sua trajetória com muita coerência, orientado por princípios republicanos e os mais nobres interesses públicos. Um raro político de princípios. Nas eleiçõies passadas, Boulos renunciou à sua candidatura ao Governo do Estado de São Paulo para apoiar o nome do hoje ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Acreditava-se até mesmo que ele viesse a ocupar algum ministério, mas seus planos eram outros. 

O PSOL, como base aliada, enquanto partido, por vezes, deixa o PT na mão, mas Guilherme Boulos não poderia ser responsabilizado por isso. Compra brigas feias em defesa do Governo Lula no parlamento. Como afirmamos em outra postagem, a eleição em São Paulo está super embolada. A minirreforma ministerial, pode acender ainda mais as indisposições já existentes com a Deputada Federal Tabata Amaral(PSB-SP), que pode consolidar o seu projeto de candidatura com o apoio da legenda, caso o partido venha a perder o Ministério de Portos e Aeroportos.

A engenharia política, como os leitores podem concluir, é complexa. Ricardo Nunes tenta a todo custo atrair o grupo de Tarcísio de Freitas para o seu projeto de reeleição. Segundo os escaninhos revelam, as cartas já foram postas: O apoio poderia ser outorgado se - e somente se, como aquelas expressões dos livros didáticos de matemática - Nunes garantisse o apoio da legenda a um nome do grupo de Tarcísio às eleições presidenciais de 2026. Será que o Nunes teria capital político para tanto?  

Editorial: Sílvio Costa e André Fufuca já estão sendo tratados como novos companheiros.



O martelo sobre a minirreforma ministerial ainda não foi batido, mas o presidente Lula já teria confidenciado aos companheiros mais próximos que será inevitável cortar na pele, ou seja, poderão rolar algumas cabeças do seu núcleo duro ou de sua base aliada mais orgânica, como seria o caso do PSB. Há algum tempo os socialistas estão protestando em relação a essas manobras palacianas, queixando dos olhos grandes do Centrão em relação aos ministérios ocupados pelo partido na Esplanada dos Ministérios. Carlos Santana, presidente nacional da legenda, já se manifestou e, segundo comentários das coxias, o vice- presidente, Geraldo Alckmin(PSB-SP) também se colocou contra tais investidas. Tudo em vão. A cabeça socialista que poderá rolar agrada, inclusive, um dos caciques da legenda Progressistas, o governador de São Paulo, tarcísio de Freitas, em relação a um perrengue relacionado à privatização do Porto de Santos.  

O fato é que o presidente Lula não tem muitas alternativas. Alexandre Padilha, seu principal articulador, abriu as porteiras ao declarar que apenas a cabeça de Nísia Trindade seria poupada. Progressistas e Republicanos, embora sob protestos dos dirigentes da legenda e sem o sinal verde de Arthur Lira, já estão com um pé no Governo Lula. Os Deputados Federais Sílvio Costa Filho e André Fufuca já estão sendo tratados como novos companheiros entre os petistas.  Os leitores que nos acompanham aqui pelo blog já sabem perfeitamente o que pensamos sobre o assunto. 

Patrobras, Correios, Caixa Econômica Federal, Portos e Aeroportos, Esportes, Desenvolvimebto Social estão entre os órgãos e ministérios que poderão ser atingidos com essa minirreforma ministerial, algo que se aproxima perigosamente daquele núcleo duro que, em tese, o Governo Lula tenta preservar, como base de sua gestão. 

Editorial: Uma CPI da CPI.



Raposa política cevada nos estertores da política - sem sujar as mãos, que fique claro - o velho Ulisses Guimarães, ao falecer, deixou algumas pérolas sobre o submundo das coxias do poder. Uma dessas máximas dizia respeito às CPI's, onde o político afirmava que sabemos como elas começam, mas nunca como terminam. Pela hegemonia da oposição sobre a CPI do Movimento Sem Terra, é possível que possamos nos antecipar às suas conclusões no que concerne ao relatório que será produzido sobre as ações desse movimento. A questão, no momento, diz respeito a como essa comissão está sendo conduzida, parecendo mais como uma praça de guerra entre Governo e Oposição. 

Os embates tem sido duro e talvez esteja prejudicando o ambiente de trabalho, assim como distorcendo os objetivos preliminarmente estabelecidos pela CPI, uma vez que estão saindo de um amibente civilizado - o que seria o desejável - para um clima de intensa animosidade, com agressões e ofensas pessoais. Sensato, um dos parlamentares sugeriu que talvez fosse o caso de os deputados estarem discutindo, na realidade, um projeto de reforma agrária para o país, que se arrasta desde 1500. O dinheiro público seria melhor empregado. As animosidades entre os dois polos estão chegando a um nível tão elevado que já há parlametar processando o próprio presidente dos trabalhos, o Deputado Federal coronel Zucco, por gordofobia, em razão dele ter perguntado a uma deputada se ela não queria um hambúrguer.  

O relator, por sua vez, não consegue esconder sua tendenciosidade na condução dos trabalhos. Da última vez, chegou a constranger o general Gonçalves Dias acerca de seu posicionamento em relação ao Golpe Civil-Militar de 1964, inclusive enaltecendo a ruptura com a democracia naquela período de obscurantismo e trevas que o país enfrentou.  O propósito foi o de constranger o general, atirando-o contra os seus pares. Até melancia foi degustada durante a sessão, numa alusão clara, contingenciado o advogado do paciente a pedir providências ao condutor dos trabalhos. Que coisa pavorosa! Talvez fosse o caso que criarmos uma CPI da CPI.   

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo