Gosto muito do texto solto do jornalista Tião Viana, que escreve para o site Políticapb. Mesmo tratando assuntos da maior seriedade, ele sempre encontra uma maneira de dosar o texto, por vezes árido, com uma tirada daquelas de morrer de rir. O site tem excelentes jornalistas, mas nenhum deles com a verve bem-humorada de Tião Viana. Num belo texto, publicado em nosso blog, Tião abordava a questão da cultura bajulatória dos brasileiros, forjada num país de caracterísitcas perniciosamente singulares como o nosso. Não perdeu a deixa e lembrou de um amigo que tratava essa gente como "homens rapariga", desses que agem estritamente orientados pelas conveniências de ocasição, dispostos a trocarem de senhor como quem troca de cueca, sem nenhum remorço, arrependimento ou mesmo gratidão. Agora, por ocasião do escândalo envolvendo o projeto Sampa Digital, em João Pessoa, o jornalista Tião Viana volta à carga para criticar o tratamento diferenciado que a Polícia Federal vem dando às empresas de comunicação do Estado, segundo ele, privilegiando a TV Cabo Branco, de proprietários que fazem oposição ao governador Ricardo Coutinho. Depois do escândalo da São Braz, que teve suas dívidas generosamente perdoadas pela Viúva, tornou-se indigesto falar em comidas de milho naquele Estado. Até o governador, que, segundo dizem, era um apreciador daqueles pratos de cuscuz com carne de bode - de preferência os preparados e servidos na beira da estrada, ainda quente,logo cedinho - mudou o cardápio. Salvo algum engano, os proprietários da TV Cabo Branco teriam ligações com os donos do Grupo São Braz. Daí vem uma outra expressão impagável do jornalista Tião Viana: TV do canjiquinha.
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