Não costumo fazer julgamentos precipitados. Quem já foi vítima de infâmia, calúnia, difamação sabe o que isso significa. De repente, todo mundo aponta que o indivíduo tem, se nos permitem os leitores, "duas bilolas" e não aparece um cristão de bom-senso para fazer as perguntas certas: você já dormiu com o cara, para fazer tal afirmação? Já tomou banho de chafariz, para fazer as checagens necessárias? Uma legião de pessoas saem distribuindo invencionices, tornando-se quase impossível desfazer o mal entendido, sobretudo quando o indivíduo não possui redes de proteção ou escudos sociais suficientes. Nesta condição, resta apenas esperar - e sofrer bastante - até que o mal seja desfeito. São danos irreparáveis. No Estado há máquinas de moer reputações até mais eficientes do que aquela conhecida revista de circulação nacional ou a emissora do plim plim, que já colocaram em desgraça pessoas sérias. Lembrando as observações da professora Liana Cirne, vivi-se nas terras do Leão do Norte uma espécie de Estado de Exceção Episódico. O aparato do Estado está sendo utilizado para perseguir adversários, pessoas que reivindicam seus direitos ou se colocam contra a gestão dos governantes de turno. A cada dia ou a cada nova explicação, no entanto, o candidato Aécio Neves se complica ao tentar justificar os investimentos públicos no aeroporto construído em terras de um parente seu. A denúncia surgiu num momento crucial das pesquisas, de certa forma, até alentadoras para as condições de disputa do tucano, ao indicar a possibilidade de um eventual segundo turno. Há, aqui, entenda-se, uma forçaçãozinha de barra de um certo instituto ligado a um grande jornal paulista. Curiosamente, foi exatamente esse jornal quem fez as denúncias de possíveis irregularidades na transação. O jornal sempre esteve ligado aos setores reacionários e conservadores da sociedade brasileira, emprestando, inclusive, apoio midiático e logístico ao Golpe Civil-Militar de 1964. Não mudaria repentinamente sua agenda política. Também seria pouco provável suas apostas numa subida do "Galeguinho". Esse já foi abandonado pelo establishment. Aécio teria sido vítima de um "fogo amigo"? a denúncia teria partido de gente do próprio PSDB? A essa altura do campeonato? com os atores já definidos nas hostes tucanas? Outra possibilidade que toma corpo é o plano de voo passar pela província. Aqui em Pernambuco, numa eleição em que o "Galeguinho" disputou as eleições para o Governo do Estado, surgiu uma denúncia gravíssima contra o então candidato do PT, Humberto Costa. A denúncia envolvia o nome do candidato em suposto envolvimento em fraudes com licitações do banco de sangue, quando ele ocupava a pasta da Saúde. A porrada foi dura e o petista acusou o golpe. Quando a poeira baixou, Humberto Costa foi inocentado de todas as acusações, mas o estrago eleitoral não havia como ser reparado. Há quem jure, com a mão na Bíblia, que o candidato Aécio Neves foi mais uma vítima do "vampiro" tupiniquim, que se esconde nas matas de florestas tropicais do bairro de Dois Irmãos.
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