pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Penha
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sábado, 1 de novembro de 2025

Editorial: A bukelização do Brasil?


Hoje, dia primeiro, saiu o resultado de uma pesquisa realizado pelo Datafolha, publicada no jornal do grupo, a Folha de São Paulo, que aponta que 57% da população carioca apoiou a megaoperação realizada pelas forças de segurança do Estado no complexo de favelas do Alemão e da Penha. Apenas 39% da população criticou a operação. Haveria uma outra pesquisa - esta sem informações mais precisas - indicando que 88% da população residente nessas favelas aprovaram as medidas tomadas pelo Governo do Estado. Nem precisava que tais pesquisas fossem divulgadas para entendermos este fenômeno, materializado pela recuperação repentina de popularidade do governador Cláudio Castro, que ganhou meio milhão de seguidores em suas redes sociais após a operação. 

Ontem, dia 31, a Polícia Militar do Ceará, em confronto com possíveis traficantes, acabou matando sete deles. A COP30 será realizada no Pará num momento muito delicado, quando explodem as índices de violência naquele estado da Federação. Nove governadores de oposição emprestaram solidariedade às ações do Governo do Rio de Janeiro e estão propondo um pacto para ações conjuntos de enfrentamento ao crime organizado, o que seria denominado de "Consórcio da Paz". Desde algum tempo que eles resolveram estabelecer diretrizes de segurança pública em conjunto, dissociadas das políticas de segurança pública emanadas da União. Aliás, o SUS da Segurança praticamente morreu na origem, ao propor a centralização dessas políticas pela União. 

Com o verdadeiro colapso de segurança observado em relação a alguns entes federados, o Brasil pode caminhar para um processo de bukelização, numa alusão ao presidente de El Salvador, Nayib Bukele, que resolveu a questão da segurança pública naquele país decretando estado de exceção, violando direitos humanos básicos e encarcerando os integrantes das gangues do país numa mega prisão, o CECOT, Centro de Confinamento do Terrorismo. Bukeke, inclusive, tem se pronunciado bastante sobre a situação no Brasil, argumentando que o país não combate o crime organizado porque o crime organizado está no aparelho de Estado. 

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Editorial: O Rio conta os seus mortos.



Autoridades do Governo Federal estarão se reunindo com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, para tratarem da maior e mais letal operação realizada pelos forças policiais em favelas controladas pelo Comando Vermelho. Até o momento, foram registradas 64 mortes, entre as quais 06 integrantes das polícias civil e militar. Hoje, dia 29, o dia seguinte, moradores da Penha expuseram os corpos encontrados na favela, numa cena impactante, como os leitores podem observar na foto acima. Segundo os moradores, trata-se de corpos encontrados nas matas locais, onde se deu o maior confronto entre forças policiais e traficantes. Em entrevista recente, o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, pautou as ações do Governo Federal no que concerne à ajuda ao Governo do Rio de Janeiro, como a atuação da forças policiais federais naquele ente federado, reuniões de trabalho, assim como argumentou que os blindados haviam sido solicitados num outro momento, portanto foram negados na ocasião. 

Vamos ser sinceros e não alimentar grandes expectativas, uma vez que, antecipadamente, já sabemos que eles não irão se entender por aqui. Existe um hiato preocupante entre a União e os entes federados em relação a este assunto. Os entes federados estão colapsando diante do avanço do crime organizado. No Ceará e na Bahia existem áreas onde facções determinaram a saída dos moradores do local. No Ceará, até recentemente, acompanhamos uma cena inusitada, onde a Polícia Militar estava dando suporte aos moradores para deixarem suas casas, quando o correto seria assegurar que eles permanecem em seus imóveis. O mais espantoso é que este conjunto residencial já não seria o único local onde ações do crime organizado determinaram a saída dos moradores. É recorrente, inclusive, o pagamento de taxas por parte dos moradores. Situações assim já foram verificadas em estados como a Paraíba, em bairros periféricos de João Pessoa. 

O mais grave é a dificuldade de construção de consensos sobre Segurança Pública entre a União e os entes federados. Se não houver uma estratégia de ações articuladas dificilmente o problema será equacionado. Na narrativa da oposição e de alguns governadores estaduais o Governo Federal é tratado até mesmo como leniente em relação a este assunto. Existe uma PEC da Segurança que se arrasta no Poder Legislativo sem que Governo e Oposição cheguem a um denominador comum sobre o assunto. Assim não se avança, enquanto o crime organizado se aprimora, amplia seus tentáculos sobre o Estado e a sociedade civil.