pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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segunda-feira, 5 de maio de 2014

Padre João denuncia o exército de fakes de Aécio na rede

publicado em 4 de abril de 2014 às 10:42

José Anibal, Carlos Sampaio, Aécio Neves e Aloysio Nunes. Foto: George Gianni/site do PSDB


(Publicado originalmente no Viomundo)

Nota do editor: as ações agressivas de alguns candidatos pela internet estão se tornando insuportáveis, e, a rigor, oficialmente, ainda não estamos em campanha. Outro dia foi denunciado um exército de fakes para curtir e compartilhar as postagens de um determinado candidato. 

domingo, 4 de maio de 2014

A Honra do Imperador: Reflexões críticas sobre a era eduardiana em Pernambuco




O material cobre vários anos da gestão de Eduardo Campos, discutindo os vários aspectos: meio-ambiente, saúde, educação, política industrial, de segurança, política de desenvolvimento regional, as alianças, a campanha, as eleições de outubro etc.  Um abraço, Zaidan
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   
                                               Índice
                Apresentação...................................................................4
                Eduardo Campos na UFPE....................................................5
                A fala do trono..................................................................6
                0 que há de novo em Pernambuco.........................................7
                A reprodução da oligaquia politica de Pernambuco....................8
                Quando a saúde se transforma num grande negócio..................9
                Educação (sindical) após Aushwitz.......................................10
                Natureza e entropia...........................................................11
                Caminhos que levam aos mesmos lugares...............................12
                Pela memória e pela justiça, sempre!.....................................13
                Tollat qui non noverit.........................................................14
                0 grande eleitor.................................................................15
                Um olhar sobre as eleições municipais de 2012.........................16
                Antecipação de debate eleitoral..........................................17
                Liberdade de imprensa e Democracia......................................18
                A política do amigo e do inimigo.............................................19
                Eduardo Campos e o momento federativo................................20
                0 fim da agonia..................................................................21
                Especulações pós-eleitorais..................................................22
                0 psb e as eleições deste ano...............................................23
                A honra do Imperador..........................................................24
                Reforma administrativa ou reforma eleitoral?.............................25
                0 pragmatismo da irmã e o sofisma do sinhorzinho.....................26
                De raposas, ambientalistas e caroneiros..................................27
                Desencontro programático....................................................28
                A nova política...................................................................29
                Por que escrever sobre Eduardo Campos?................................30
                A chapa verde-encarnada.....................................................31
                A cultura política do bombril..................................................32
                O intimismo à sombra do poder...............................................33
                Problemas inculturais do estado de PE.....................................34
                Estado de exceção episódico.................................................35
                Sem ressentimentos.............................................................36
                Que rei sou eu?...................................................................37
                Bom carnaval, excelente gestão?............................................38
                O uso político da memória......................................................39
                A ritualização da memória......................................................40
                Do conceito de "eficiência" nos discursos políticos......................41
                A obrigação tributária sobre os combustíveis.............................42
                Reforma tributária. O que é isso?.............................................43
                PSB e PSDB, afinidades eletivas ou eleitorais?............................44
                Ambiente político abafado......................................................45
                A volta do menino de ouro......................................................46
                Apêndice:
                O meu encontro com Miguel Arraes...........................................47
                0s primeiros cem dias de Eduardo Campos..................................48
                Pouca análise e muito incenso - André de Paula..........................49
                Tradição oligárquica e mudança em Pernambuco.........................60

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Aécio em empate técnico com Dilma. Calma, gente, é na pesquisa do Instituto Sensus

Nas eleições passadas, éramos mais ativos no microblog Twitter e tivemos a oportunidade de travar bons debates sobre as pesquisas de intenção de voto. Tenho um grande apreço pelos institutos e as polêmicas não nos permitiam desacreditá-los, simplesmente, em razão de suas vinculações com candidatos, órgãos da mídia ou partidos. Nos EUA, onde esses institutos sempre gozaram de um status elevado, salvo engano, existem uma legislação disciplinando essa relação, minimizando as possibilidades de alguma promiscuidade. Aqui no Brasil, infelizmente, como sempre, as coisas correm frouxas. Não raro, os grandes institutos terceirizam suas atividades nos Estados, escolhendo outros institutos sem as menores credenciais para realizarem um trabalho dessa dimensão e responsabilidade, o que pode induzir a muitos erros. Um outro expediente, esse mais escrachado, é o surgimento de institutos que surgem de última hora, fabricando resultados favoráveis para os candidatos que contrataram suas pesquisas. Na Paraíba, que conheço bem, somente depois de muitas "filtragens" é que se pode dar credibilidade aos resultados anunciados pelos institutos. Existem, no entanto, alguns ardis mais sutis que podem ser tanto favorável ou perniciosos a determinados candidatos. Talvez nessa última categoria possamos enquadrar a pesquisa do Instituto Sensus, que promete divulgá-la amanhã. Nessa pesquisa, a candidata Dilma aparece em "queda livre", enquanto o candidato Aécio Neves aproxima-se perigosamente dos seus índices, quiça já indicando um empate técnico entre ambos. Dilma 31%, Aécio 27%. Os índices, apesar de deixar os tucanos mais felizes do que pinto no lixo, trazem, no entanto alguns sérios questionamentos. É padrão entre os institutos apresentarem os nomes dos candidatos de forma circular evitando, assim, a sobreposição de um sobre o outro, o que poderia "induzir" o eleitor. Nesse metodologia, há uma paridade entre os concorrentes. Eis que o Instituto Sensus resolveu "inovar', ordenando os nomes por ordem alfabética, ou seja, Aécio aparece na cabeça. Até bem pouco tempo, o cientista político Ricardo Guedes trabalhava para os tucanos. Segundo o site Tijolaço, também haveria problemas com o registro da pesquisa no TRE. Vamos colocar nossas barbinhas de molho, ficarmos atentos, pois o que não faltam são pessoas dispostas a inflar artificialmente candidatos que representam interesses nefastos para o povo brasileiro e atacar a honra de pessoas íntegras, como o fez um tal Paulinho da Força, movido por pileques e eivado de irresponsabilidade.

O caos na administração pública de Paulista.



Os servidores municipais entraram em greve em Paulista. Várias categorias aderiram ao movimento, o que reforça o poder de pressão. Já comentamos aqui que o município de Paulista, nosso torrão de infância, é um município sui gêneres. Tenho até evitado tocar no assunto para não ferir a suscetibilidade de nossos conterrâneos. Nossa última postagem dizia respeito a uma espécie de rodízio de alunos nas escolas da rede pública municipal. Havia alunos denunciando que estavam a duas semanas sem aula. Um verdadeiro descaso. Uma internauta até comentou que conhecia rodízio de pizzas, de chopp, de carne, mas, de alunos seria coisa nova. Imagina se essa moda pega. Nosso município, infelizmente, não amadureceu para uma prática política de corte republicana. Entra prefeito, sai prefeito e as coisas continuam naquele mesmo diapasão. Pouca coisa mudou desde que fizemos nosso primário no Circulo dos Operários Cristãos. Paulista ressenta-se de ausência de homens públicos, de fato, interessados em atender as demandas dos cidadãos daquela cidade. Secretários são nomeados consoantes interesses paroquiais, eleitoreiros, comezinhos. Coisa de compadres. Até recentemente, ocupava uma pasta estratégica - visando as eleições de 2014 - um cidadão cujo programa consistia em tomar café da manhã com a turma, merendar, pintar as fachadas dos prédios e posar para as fotos do Facebook. Detalhe: Ganhou a secretária para facilitar sua plataforma de olho na ALEPE em 2014.

(Na foto acima, vereadores do município protestam contra o racismo, comendo bananas, numa atitude essencialmente questionável, apenas seguindo a "onda"... equivocada)

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Deu bode em Petrolina. Polícia Federal no encalço dos shows fantasmas ou superfaturados.


Já comentamos aqui, em outra ocasião, sobre o verdadeiro duto de desvio de recursos públicos engendrados através da contratação de shows para animar as festas em cidades do interior. Possivelmente, há verdadeiras quadrilhas organizadas nessa modalidade de delito. Esses fatos estão ocorrendo em todo o Brasil. Em Pernambuco, até um secretário de turismo estadual perdeu seu cargo em razão de denúncias envolvendo a malversação desses recursos. Aqui existia uma espécie de shows fantasmas. O cara era contratado para apresentar-se numa cidadezinha do interior e por lá nunca aparecia. Não quero fazer ilações descabidas, pois não sei qual seria o envolvimento de alguns artistas nessas maracutaias. Eles poderiam ter seus nomes envolvidos sem que, sequer, tomassem conhecimento. O que se acompanha muito por aqui são queixas de shows realizados, cujos cachês não foram pagos ou são pagos com muito atraso. As quadrilhas organizadas viram nisso uma excelente oportunidade de lesar o erário.O escândalo mais recente é o da cidade de Petrolina, localizada no Sertão do São Francisco. Ontem a Polícia Federal esteve lá recolhendo elementos para apurar os indícios de desvios de recursos. Nas palavras do prefeito Júlio Lóssio(PMDB), erros involuntários podem ter sidos cometidos pelos seus auxiliares. Seria mais ou menos como os fatos que estão ocorrendo na Prefeitura da Cidade do Cabo de Santo Agostinho. Ali foi eleito um prefeito que, segundo dizem, entende muito pouca coisa de gestão pública e graves equívocos estão sendo cometidos. O homem precisaria de um intensivão sobre licitações, pregões, notas de empenho e coisas do gênero. Vamos aguardar o resultado das investigações da Polícia Federal, mas a possibilidade de dolo nas contratações de shows para o último São João de Petrolina, de fato, existem.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Quem foi que disse que comer banana é uma atitude anti-racista?


Rapaz, é impressionante como as coisas vão tomando determinados rumos aqui pelas redes sociais. Rumos, por vezes, perigosos, assim como tem sido conduzido o "debate" sobre a atitude do jogador Daniel Alves. O caso de Daniel Alves vem se transformando numa paródia de humor, numa simples banalização da luta contra o racismo. Já foi apropriada até mesmo pelo sistema, que a incorporou numa bem-sucedida campanha de marketing para vender as camisetas de um oportunista apresentador de televisão. Em entrevista, o jogador afirmar que a sua atitude - analisada por alguns como de protesto - não teve essa conotação. Chamar uma pessoa de cor negra de macaco é uma atitude essencialmente ofensiva, passível de punição prevista em lei. Ponto. A lei deve ser aplicada, na defesa da integridade da pessoa que foi atingida pela ofensa. Naquele caso específico - onde torna-se muito improvável indentificar o autor da façanha - há como aplicar uma punição coletiva, como reversão do mando de campo, perda dos pontos da partida ou multa. Não entendo muito bem de direito desportivo, mas, nos parece que a tendência, hoje, é no sentido de punir a torcida do time que adotou a tal postura de cunho racista aplicando-se uma multa. Aparecer com a família degustando uma saborosa banana não vai resolver o problema e, nem tão pouco poderia ser enquadrada como uma atitude de solidariedade ou pedagógica. O que há de anti-racista em aparecer num vídeo comendo uma banana? Daniel Alves não precisa desses apoios. Aliás, ele afirmou, com todas as tintas, que a atitude desses torcedores já se tornaram banais. O que precisamos, nesse caso, é aprimorar os expedientes de punição. Alguém outro dia, por exemplo, estava lembrando que, apesar desses fatos ocorrerem com certa frequência, não se escuta um único pronunciamento de Pelé sobre o assunto.
Foto de José Luiz Silva.
Foto de José Luiz Silva.

Michel Zaidan Filho: O Neo-desenvolvimentismo da Era Eduardiana em Pernambuco

            
 No último dia 26 deste mês, o Espaço Socialista realizou um grande seminário intitulado: "Outro Pernambuco é possível", diagnósticos e perspectivas, cujo fim era analisar os resultados dos dois mandatos do ex-governador e candidato, e traçar  diretrizes para as eleições estaduais e nacionais de outubro.
                                Uma das mesas tratava especificamente do "neo-desenvolvimentismo" como característica da política econômica empregada por Dilma e pelo ex-mandatário de Pernambuco. Esse é um tema que suscita muitas paixões e discussões acaloradas. Estivemos ou não diante de um ciclo virtuoso de investimentos, emprego e renda, que começou no governo do PT e que ainda continua, como afirma o ministro Aloizio  Mercadante?  Ou estaríamos no fim desse ciclo e experimentando as consequências da crime econômica mundial sobre o país? - Essa é a questão.
 
                               O governo do presidente LULA foi altamente beneficiado pelo "céu de brigadeiro" da economia internacional. Acumulou divisas. Exportou as "commodites". Teve um bom desempenho nos índices de crescimento econômico. Controlou a inflação. Manteve o equilíbrio (com superavit) da balança comercial. Distribuiu renda através de bolsas, aposentadorias e aumento do salário real. Mas a situação mudou, com a posse da presidente Dilma. O "céu de brigadeiro" da economia internacional se foi. Veio uma tempestade iniciada com o estouro da bolha imobiliária norte americana e da crise do euro. Essa crise que atinge diretamente o resto do mundo, dado o grau de interdependencia da economia mundial, foi enfrentada no Brasil com um conjunto de medidas econômicas, chamado de "neo-desenvolvimentismo", em referência à política desenvolvimentista de Getúlio Vargas. Em flagrante oposição ao fundamentalismo fiscal do governo de FHC, que privilegiou o combate a inflação com uma terapia fiscal e financeira (taxa de juros, superavit fiscal  alto, e meta de inflação apertada), o governo Dilma resolveu estimular a economia do país, num contexto de crise internacional, através do financiamento público-estatal de obras de infra-estrutura (o PAC e as obras da COPA), o consumo privado das famílias e a venda de automóveis, casas e eletro-domésticos por meio da isenção do IPI.
Essa estrategia funcionou durante um certo tempo, até atingir sua exaustão com o inadimplimento dos consumidores, o fim da redução do IPI, o encarecimento do crédito, o superávit primário alto, o desequilíbrio da balança de pagamentos, a retomada da inflação, o baixo crescimento econômico e o estrangulamento da infra-estrutura do país (a crise energética, entre outros pontos do estrangulamento).
                          A estratégia neo-desenvolvimentista esgotou-se no endividamento do país e das famílias. No formidável acocho das finanças públicas (44 bilhões de reais) para o pagamento do serviço da  astronômica dívida interna. No aumento do preços administrados. Na volta da inflação. O que constitui, naturalmente, o  principal obstáculo para a reeleição da presidenta. Nem tanto as denúncias de corrupção na Petrobras.
                          Em Pernambuco, a situação não foi muito diferente. Quem vai pagar os custos desse "desenvolvimento" são os contribuintes. Beneficiado, como foi, por essas medidas federais, o ex-governador se comportou como um autêntico "salesman", um vendedor dos ativos da Estado de Pernambuco, através de uma farta e generosa renúncia fiscal e liberalização da legislação de proteção sócio-ambiental. O impacto desse pletora de negócios sobre a população do Estado já se faz sentir. Como uma modalidade "espúria" de política neo-keinesiana", ela só copia um lado da moeda, sem se preocupar com os efeitos danosos sobre o meio-ambiente, as comunidades locais afetadas por esses empreendimentos, a alta do custo de vida, os inúmeros constrangimentos infringidos à população, o desrespeito aos mais comezinhos direitos dos mais pobres e a violência empregada contra a oposição.
 
                         Passada essa quadra (com o fim dos jogos da Copa do Mundo), vamos avaliar se sobreviveremos até as eleições. Aí, teremos um quadro realista das condições sócio-econômicas e ambientais do país e do estado, para escolher que modelo de desenvolvimento queremos para nós.
 
Michel Zaidan Filho é filósofo, historiador e professor da Universidade Federal de Pernambuco. 
 
 
 

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Ainda o escândalo da Granja Santana

Pelo andar da carruagem política, o Governo do Estado da Paraíba, ainda deve dar muitas explicações sobre o "Escândalo da Granja Santana", nas eleições de 2014. O escândalo ocorreu em 2013, mas está sob investigação dos órgãos de fiscalização do Estado, ainda sem um posicionamento final. O questionamento diz respeito às compras realizadas pela primeira-dama do Estado, Pâmela Bório, para o abastecimento da Granja Santana, uma espécie de segunda residência oficial do Governo. Um cardápio de fazer inveja aos grandes mestres da cozinha. Incluía cauda de lagosta de primeira, bacalhau do porto, carne de carneiro sem osso, filé de peixes - alguns em estado de extinção -, um berço, itens para cama, mesa e banho, além de 460 latas de farinha láctea para consumo em 30 dias. Não lembro agora de todos os itens, mas posso afirmar que, de fato, trata-se de um escândalo, que ganhou dimensões nacionais. Os paraibanos parecem não economizar quando o assunto é gastronomia, sobretudo quando se trata do dinheiro público. Um senador daquele Estado, recentemente, torrou R$ 7.500 reais, bancados pelo Senado Federal, num jantar no Rio de Janeiro. Aos domingos, formam-se filas para a "espera" da "espera" de uma mesa num dos restaurantes mais "chico" - como diria Maria Luísa, minha caçula - de João Pessoa, o Mangai, na orla da praia de Manaíra. Os possíveis adversários do governador Ricardo Coutinho já estão afiando as garras. Talvez o resultado dessas investigações ainda sejam conhecidos em 2014. Não se entende, também, o porque da aquisição de um berço. A última criança nascida na Granja Santana foi o escritor João Suassuna, lá pela década de 20, quando o seu pai foi governador do Estado. A Paraíba, possivelmente, é o único Estado da Federação que possui uma Granja como residência oficial. Talvez seja o momento de reavaliar essa questão.

domingo, 27 de abril de 2014

No Maranhão, Eduardo Campos promete emendar o bigode com Sarney

Numa cidadezinha conhecida como Timon, distante 450 quilômetros da capital São Luiz, no Maranhão, o presidenciável Eduardo Campos, em mais uma de suas conhecidas bravatas, anunciou que, se eleito, o morubixaba José Sarney, um dos símbolos mais emblemáticos do fisiologismo da política brasileira, iria para a oposição. Sarney está entronizado no Estado brasileiro. Possui verdadeiros feudos na República. Um dos exemplos mais visíveis é o Ministério das Minas e Energia, embora sua capilaridade atinja tentáculos bem mais expressivos. É um câncer em estado de metástase, quando se pensa na utopia de um Estado de corte republicano, voltado para o atendimentos das demandas da sociedade e não um Estado patrimonialista, apropriado por meia dúzia de políticos corruptos, manejado consoante os seus interesses particulares. O clã está no comando do Estado do Maranhão a quase 50 anos. O Maranhão apresenta um dos piores indicadores sociais do país. Apesar de uma crise gerada em função da não renovação de seus quadros, o grupo continua manobrando para preservar seus privilégios. Sempre que o PT ameça abandoná-lo, o velho morubixaba emite seus "recados", anunciando que se trata de um mal negócio. É um fato que isso traz alguns prejuízos para o Governo Dilma Rousseff. Um dos maiores adversários dos Sarney naquele Estado é o Deputado Federal Flávio Dino(PCdoB). Um cara sério, integro, que goza da admiração de Dilma Rousseff. Infelizmente, em razão dos acordos nacionais com a legenda, o cara continua pregando no deserto se depender do apoio do PT. Uma engenharia política complexa e nefasta, mas, infelizmente, impossível de rompê-la no contexto estrito da realpolítik, dentro dos parâmetros do presidencialismo de coalizão que caracteriza o Governo brasileiro. Salvo com uma reforma política ou a partir da constituição de novas formulações aliancistas dos partidos do campo progressista. Fora disso, essa conversa de Eduardo Campos é para boi dormir. Duvido muito que ele tenha aquilo roxo para emendar o bigode com os Sarney. Ademais, com seus novos companheiros, quem seria entronizado?

sábado, 26 de abril de 2014

A misteriosa morte de Paulo Malhães.

O coronel Paulo Malhães é uma figura. Uma figura execrável. Após um mês de suas declarações reveladoras sobre os requintes dos métodos de torturas de presos políticos durante a Ditadura Militar, foi assassinado em sua residência, num crime que ainda está sendo investigado pela polícia. Paulo abriu o bico para a Comissão da Verdade do Estado do Rio de Janeiro. Confessou o que se passava nos estertores das casas de tortura, como a de Petrópolis. Paulo é o que se poderia chamar de um militar da linha dura. Mesmo aposentado, no sítio onde morava, mantinha a postura arbitrária que sempre o caracterizou. Em entrevista à Revista IstoÉ, confessou que atirava nos viciados que se atrevessem a fumarem seus baseados nas imediações do seu sítio. Segundo os vizinhos, ouvidos pela revista, o coronel, quando mais jovem, teria comandado grupos de extermínio na região. Muito estranha a morte do coronel, mas, para quem defende que ele poderia ter sido vítima de um crime de "queima de arquivo", como se vê, havia outras pessoas interessadas em sua morte. No caso do Delegado Sérgio Fleury Paranhos, essa possibilidade é mais concreta, uma vez que ele estava dando um "passeio" com os militares quando morreu. O assunto "tortura" continua sendo um grande tabu para os militares brasileiros. Pior que isso somente a postura de alguns civis ligados aos estamentos militares, endossando essas posturas de que se deve passar "uma borracha" no passado. Países do continente, que também tiveram experiências ditatoriais, conseguiram avançar bastante na questão dos direitos humanos dos que foram vítimas desse período. Alguém já teria feito até uma análise psicológica dos militares brasileiros, mas preferimos não entrar nessa seara. Eles ainda mantiveram diversos enclaves autoritários no texto constitucional de 1988 e até mesmo a distribuição das tropas, como afirmava Jorge Zaverucha, continua num alinhamento de quem se preocupa mais com o que ocorre em Brasília do que quem deseja defender a soberania nacional. Se, de fato, há como dar credibilidade à teoria conspiratória, uma coisa que nos intriga é o Cabo Anselmo. Nos idos dos anos de chumbo, foi resgatado pelos militares, aqui em Olinda, quando seria justiçado pelos "companheiros" da Var-Palmares. Nunca foi molestado e permanece vivinho da silva. 

sexta-feira, 25 de abril de 2014

A teia de interesses que envenenam o país.


As perguntas que não são feitas nas pesquisas eleitorais


Rompendo o tédio da rotina dos questionários elaborados pelos institutos de pesquisa, formulei seis perguntas cujos resultados me interessariam conhecer.



Wanderley Guilherme dos Santos
Arquivo

Pesquisas de opinião são orientadas, claro, e as eleitorais não constituem exceção. Se alguém deseja saber quem prefere maçã ou banana deve perguntar justamente isso, sem confundir o pesquisado com as opções de abacaxis e mangas. Muitas pesquisas eleitorais desorientam os entrevistados ao introduzir opções que nada mais são do que abacaxis e mangas, nomes de candidatos sabidamente estéreis no contexto eleitoral efetivo. Obtêm-se antes de tudo uma ideia da dispersão aleatória da preferência eleitoral, não as escolhas sólidas a aparecer com perguntas focadas no que está, de fato, em jogo.  Mas nada impede que se investigue se o freguês é mais afeito a frutas ácidas ou cremosas – um tanto mais geral e inespecífica do que a pergunta anterior.
 
Com maior ou menor generalidade o que importa é que há um mundo de interrogações adequadas ao conjunto das frutas, todas legítimas, respeitadas modestas regras de lógica. Simples, mas esquecido quando os institutos divulgam seus resultados, aceitos com sagrada intimidação. Na verdade, os mesmos tópicos das pesquisas podem ser investigados por inquéritos variados, nada havendo de interdito no terreno do mexerico.

Em pesquisas de opinião são fundamentais a representatividade da amostra dos pesquisados, a correção dos questionários e, concluindo, a leitura dos resultados. É intuitivo que em uma comunidade onde 99% são religiosos o inquérito não pode concentrar-se no 1% restante, exceto se o pesquisador estiver interessado justamente na opinião da extrema minoria de agnósticos que ali vivem. Isto respeitado, tudo bem quanto à representatividade dos números.

Mas a leitura dos resultados pode ser marota. Jogando uma moeda para o ar centenas de vezes, o número de experimentos em que ao cair a moeda mostrará a “cara” tende a ser o mesmo número de “coroas”. Ignorando quando e porque acontece uma ou outra coisa, deduz-se que a probabilidade de dar “cara” ou “coroa” é de 50%, ou seja, metade das vezes uma, metade, a outra. Em certos convescotes essa peculiaridade é chamada de “acaso”.

Mas essa é uma probabilidade diferente da que indica o futuro do clima, por exemplo. As chances de que chova nas próximas 48 horas não é derivada diretamente de uma série de 48 horas do passado, mas das condições em que milhares de 48 horas foram chuvosas: umidade do ar, regime de ventos, formação de nuvens, etc. explicam com relativo grau de precisão (a probabilidade) as variações climáticas. O que justifica o probabilismo é o conhecimento das particularidades associadas ao aparecimento do fenômeno “chuva”, não o mero fato de sua repetição. 

Pois a probabilidade derivada de uma série de pesquisas eleitorais é análoga à do jogo “cara” ou “coroa”, não à dos prognósticos atmosféricos. De onde se segue serem um tanto marotas as previsões de resultados eleitorais apoiadas em séries históricas, por mais extensas que sejam. A diferença é ontológica: uma eleição não é um jogo de “cara” ou “coroa”. A seguir, uma crítica, digamos, construtiva.  

Rompendo o tédio da rotina dos questionários elaborados pelos institutos de pesquisa, formulei seis perguntas cujos resultados me interessariam conhecer. Aí vão:

1 – o Sr(a) prefere:
    a) continuar com a presidenta atual (Dilma Rousseff)
    b) voltar ao governo do PSDB (Aécio Neves)
    c) indiferente

2 – o Sr(a) votaria em alguém que:
       a) defende a manutenção do emprego de quem trabalha
       b) promete medidas impopulares
       c) indiferente

3) – o Sr(a) apóia o controle nacional do petróleo do pré-sal?
        a) sim
        b) não 
        c) indiferente

4) - A oposição atual representa seu ideal de governo?
     a) sim
     b) não
     c) indiferente

5) Em relação à distribuição de renda o Sr.(a) é:
     a) a favor
     b) contra
     c) indiferente

6) Os atrasos na conclusão de aeroportos e estádios demonstram que:
     a) a iniciativa privada não é confiável
     b) há sempre imprevistos em grandes obras
     c) indiferente


Escolhi agregar todos os votos “não sei/prefiro não responder”, brancos e nulos em uma única opção porque estou interessado somente nas escolhas claras. E indiquei o nome de dois candidatos na pergunta 1 porque este é o desenho do questionário e, conforme o manual da boa pesquisa, o entrevistado deve estar de posse das informações relevantes para responder corretamente. Naturalmente, os entrevistados com preferência por outros nomes ou por nenhum estariam representados na resposta c. 

O diabo é que ninguém acredita que os questionários dos institutos são apenas uma aproximação do que os eleitores perguntam a si mesmos, na hora do vamos ver. Por isso suas pesquisas ao final de uma corrida eleitoral se tornam mais diretas e econômicas, reduzindo o percentual de erro. Ainda assim, por vezes o palpite estatístico é desastrosamente equivocado. É quando o instituto, ao contrário de tentar replicar o que pensa o eleitor, busca fazer com que o eleitor pense como ele. Não dá certo.

(Publicado originalmente no Portal Carta Maior)

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Os anos eduardianos em Pernambuco

Em razão da campanha presidencial que se aproxima, o Jornal Folha de São Paulo solicitou ao professor Michel Zaidan que preparasse uma material crítico sobre o que foram os anos eduardianos em Pernambuco. O professor resolveu organizar, em temáticas específicas, o que foi essa trajetória, iniciada quando o neto de Arraes derrotou Jarbas Vasconcelos e assumiu, pela primeira vez, o Palácio do Campo das Princesas. De sua sala, no 12º do CFCH/UFPE, o professor Michel atua como um verdadeiro fiscal do poder público, acompanhando, com lucidez crítica e independência, as gestões do Executivo Estadual e Municipal. Perfil melhor para falar da gestão Eduardo Campos, de certo, não haveria. Vamos aguardar esse material sair do prelo.