pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Tijolaço do Jolugue: Executiva Nacional do PT mandar abrir o quijo do reino do PT pernambucano antes do Natal.


 

 
A união entre Marina e Eduardo Campos já rendeu muita tinta na imprensa. Foi analisada - dependendo do ponto de vista - sob os mais diferentes prismas. Ainda no dia de ontem, o Instituto Lula andou divulgando uma nota desmentindo que Lula teria ficado "assustado" com a manobra, sugerindo uma reavaliação urgente da nova situação. Entende-se a preocupação de Lula em fezer o desmentido, mas, na realidade, na avaliação da cúpula petista, de fato, nas eleições de 2014 deveria ser reeditada a velha polarização entre a coalizão petista e os tucacos. Do ponto de vista da correlação de forças em jogo, a união entre Marina e Eduardo Campos poderá "despolarizar" a corrida presidencial de 2014, num dos cenários possíveis. O Datafolha já está com suas equipes nas ruas para saber da reação dos eleitores. Irão verificar o comportamento do eleitorado com as possibilidades de Marina e Eduardo isoladamente e juntos, compondo uma única chapa. Uma das alternativas é que Eduardo/Marina galvanizem em torno deles uma coalizão do centro para a direita, isolando Aécio Neves. Até as primeiras séries de pesquisas apontarem a tendência, tudo não passa de especulação no terreno das hipóteses. Há até alguns tucanos que ficaram felizes com a manobra, alegando que Marina e Eduardo são, respectivamente, do Norte e do Nordeste, o que fragiliza o PT onde ele é mais forte, favorecendo a candidatura tucana. Aqui na província, a guerra está declarada. Finalmente a cúpula petista percebeu que Eduardo Campos não estava brincando de candidato, como já advertira o senador Humberto Costa. A proposta é reunir os cacos, reaproximar os dois Joões, abandonar os cargos na Prefeitura do Recife e no Governo do Estado e firmar uma aliança com o senador Armando Monteiro, do PTB. Em última análise, isso vai significar que o PT terá mais "baixas" no Estado, mesmo que não formais. O queijo do reino foi muito bem distribuído. E um queijo do reino dos mais vagabundos, daqueles cuja tinta vermelho desmancha-se nos primeiros contatos. Não dá para entender quem seria o interlocutor do PT local junto à Executiva do Partido.

Tijolaço do Jolugue: As contradições de Eduardo Campos




O governador Eduardo Campos, em razão de suas contradições, vem ficando cada vez mais parecido com o ex-presidente Fernando Collor. Se coloca contra as velhas oligarquias da política brasileira e se contrapõe às alianças "mofadas" da presidente Dilma Rousseff, mas alinha-se aos remanescentes dessas mesmas oligarquias, que transformaram o Estado brasileiro, no dizer de grandes estudiosos, numa propriedade privada. Duvido muito, leitores, com o perdão da expressão, que ele tenha "cunhão roxo" para emendar o bigode com José Sarney e exigir que ele devolda seus "feudos" nesse arremedo de república. Ainda bem que o "raposismo" do pernambucano lhes faculta apenas "jogar para a platéia", uma vez que sua retaguarda está repleta de apoios desinteressados de banqueiros, ruralistas, empreários etc. Esse discurso contraditório vem se tornando uma marca indelével do pernambucano. Fico com a lingua "coçando" quando o vejo discursar sobre determinados assuntos. Para usar uma expressão do sociólogo Gilberto Freyre, a máquina estadual está "inchada" de DAS e o governo utiliza o conceito de "meritocracia" ao se referir à gestão. Esses cargos são ocupados utilizando-se dos mesmos expedientes tradiconais do favorecimento de apadrinhados políticos que compõe a base de sustentação de qualquer Governo. Um expediente, diga-se, nada republicano. Ele vai modificar isso se algum dia chegar ao Planalto? Marina Silva, sua nova aliada, andou às turras com a bancada ruralista comandada por Ronaldo Caiado que, ontem, andou fazendo juras de amor eterno pela acreana. Pode?

domingo, 6 de outubro de 2013

Tijolaço: A direita se disfarça. E a esquerda via se mostrar mais?


face





6 de outubro de 2013 | 15:05
Passadas as primeiras horas da rearrumação – ainda não concluída – do campo conservador para as eleições de 2014, seria bom que a esquerda popular também olhasse para si e avaliasse seus próprios comportamentos e erros.
Porque, a rigor, as coisas só não são promissoras para a direita brasileira por três fatores essenciais.
O primeiro, claro, é Lula, cuja empatia popular e a memória dos avanços que produziu, no Governo, permanecem e funcionam assim como uma espécie de “bomba atômica”  diante dos assanhos do conservadorismo, que sabe e teme o que ele vá representar quando se colocar como referencial de voto.
O segundo, a respeitabilidade da figura de Dilma Rousseff, que tem austeridade e autoridade, e sobre quem, até hoje, não se conseguiu tisnar a imagem séria que ela transpira. Isso, em parte, ajuda a compensar o silêncio e a invisibilidade de seu Governo, que só aparece para o combate político quando ela própria toma a iniciativa. O “Mais Médicos” e a reação à espionagem americana são os mais recentes – e evidentes – exemplos disso. No resto do tempo, o silêncio e a falta de definições compreensíveis para as políticas de Governo, que não são – ou quando são, envergonham-se em dizer -
O terceiro fator é externo: a incapacidade da direita de ter produzido quadros novos e, com isso, apresentar faces diferentes para suas velhas idéias. Aécio Neves não tem carisma algum e construiu-se como candidato mais pelo esgotamento de José Serra que por suas virtudes políticas. Em matéria de alianças, pouco ou nada foi além daqueles locais, onde o poder do governo de Minas e os “rachas” e equívocos do PT mineiro, que de alguma forma o legitimou com o apoio da seus indicados em Belo Horizonte. Além do mais, pela disputa interna em que se viu envolvido e por sua própria falta de discurso, Aécio passou meses “dependurado” em Fernando Henrique Cardoso, o que dispensa maiores comentários sobre representar “o novo”.
Comecemos, então, por este último fator.
Ainda é cedo para dizer com todas as letras, mas fica claro que a direita (a que manda, a turma da bufunfa, na genial expressão de Paulo Nogueira Batista Júnior) está construindo um caminho que exclui Aécio e que, talvez, exclua o próprio PSDB como alternativa eleitoral, ainda que não de poder. Eduardo Campos tem algumas coisas que, em geral, faltam aos pretendentes a “enfant gâté”, menino mimado da direita.
Uma origem nordestina, de esquerda hereditária, mas apoiada em uma capacidade de convívio e relacionamento com as oligarquias conservadoras e livre da pecha de anti-Lula, não apenas porque apoiado por ele em duas eleições como, também, pela renitente esperança do ex-presidente de trazê-lo, num segundo turno, para as forças de apoio a Dilma.
O que, para mim, torna-se mais difícil pelas alianças à direita que construiu para sua candidatura e, agora mais ainda, pela presença rancorosa de Marina Silva em sua composição.
Como é cedo para dizer o rumo que a sucessão tomará com as “novidades” do final desta semana, manda a prudência política que o governo e o PT se conservem num certo “resguardo” pessoal de Lula e de Dilma nesta questão.
Mas, ao mesmo tempo, parece ter chegada a hora de reavivar o significado e os projetos deste projeto de governo que, não se pode negar, perdeu parte de suas forças de apoio partidárias, embora isso não queira dizer, neste momento, perda eleitoral.
Tanto Lula quanto Dilma, que por diversas razões vinham, até pouco tempo atrás, se poupando de exposição, estão chamados, imediatamente, a expor-se mais e, sobretudo, a expor mais direta e claramente compromissos, realizações e objetivos de seu governo.
A reforma ministerial pré-eleitoral deve sofrer uma antecipação, não apenas em busca de recomposição política mas, sobretudo, para tirar a máquina pública do marasmo comunicativo em que se encontra, ausente como se percebe (salvo raras exceções, como o Ministro Alexandre Padilha) da polêmica.
O “núcleo mole” do Governo – um lote generoso, no qual se destacam Paulo Bernardo e José Eduardo Cardoso – também precisa ser substituído por pessoas que possam, ao lado de tirar a administração do marasmo e da “pomada” lubrificante que marca estes personagens travar a polêmica com a ofensiva conservadora que certamente virá.
Será um enorme engano contar que a mídia – e as armações que, sob sua batuta, a direita produzir –  são incapazes de produzir novidades na disputa eleitoral.
É verdade que a direita brasileira está, ainda, sem cara. Mas também é verdade que, como de outras vezes, ela pode produzir uma cara nova e palatável para suas ideias. Ou ir buscar no estoque de velharias, sua cara hoje mais velha, a de José Serra, retomando, com Eduardo Campos, o papel divisionista que se esperava de Marina Silva.
Por: Fernando Brito

Tijolaço do Jolugue: Eduardo/Marina: União de jacaré com cobra d'água?




As análises sobre a união entre Marina Silva e Eduardo Campos - como se torna cada vez mais improvável uma preocupação com elementos como coerência ideológica ou programática - estão, na maioria dos casos, limitando-se à avaliação da correlação de forças em jogo para 2014. Alguns analistas afirmam que o governador pernambucano deu um golpe de mestre, num lance de grande enxadrista. Afinal, pode agregar os mais de 20 milhões de votos obtidos por Marina nas eleições passadas. Um feito para alguém que patinava nos 5% das intenções de votos. A possibilidade dessa migração automática de votos é bastante duvidosa. Torna-se necessário acompanhar a série de pesquisas seguintes, além do fato de tratar-se de uma outra eleição, onde esse capital eleitoral pode ser pulverizado. Antes de afirmar que a união Marina/Campos enfraquece Aécio Neves, convém esclarecer que o PSDB, apesar do até então potencial de polarização com a candidata Dilma Rousseff, nunca esteve forte. Além de dividido, não consegue formular um projeto alternativo para o país. Essa rearrumação, aliás, segundo dizem, está dando uma sobrevida ao defunto político ambulante, José Serra. Nada além disso entre os tucanos. Consolida-se, isso sim, uma aliança conservadora, de corte mais radical, com a chapa Campos/Marina. Ambos estão perfeitamente alinhavados pelo capital. Do ponto de vista estritamente pragmático, em certa medida, até se pode tirar o chapéu para Eduardo Campos: sua chapa não terá problemas de sustentabilidade econômica. Os marqueteiros de Eduardo Campos agora terão que reavaliar profundamente sua estratégia de campanha. Ora pelas contradições internas da chapa, ora pelo seu afastamento sintomático do Planalto. Tenho dúvida se eles poderão continuar com o slogan: "É possível fazer mais e melhor". A própria Marina já andou acusando o Governo de "chavista", um verdadeiro colírio para colunista como Reinaldo Azevedo. Fato que contingencia Marina a se definir entre "direita" ou "esquerda". Aliás, nem precisa, a acreana vem assumindo uma nítida posição conservadora, com alguns ingredientes de ortodoxia religiosa e coisas do gênero. Alguém invocou as contradições internas da chapa, mas, na realidade, não há não. Neste aspecto, lembraram o descaso ambiental do Governo Eduardo Campos, mas o ambientalismo da Rede também é duvidoso. Basta consultar os ambientalistas mais consequentes desse país ou observar as aberrações ambientais cometidas pelos patrocinadores da Rede. Na realidade, embora com passagem pelo coalização petista, ambos estão onde sempre estiveram: servem a um projeto conservador. Talvez Sirkis tenha razão ao afirmar que Marina tem um processo decisório caótico.