pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Governo realizará um mapeamento dos padrinhos dos cargos comissionados.
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quarta-feira, 16 de abril de 2025

Editorial: Governo realizará um mapeamento dos padrinhos dos cargos comissionados.



O Brasil realmente não é um país para amadores. Ali pela década de oitenta, durante o apogeu das discussões em torno da reforma administrativa - a moda de então - havia números que indicavam que a administração pública brasileira possuía algo em torno de 21 mil cargos comissionados, um número bastante expressivo, bem superior, por exemplo, a países como a França e a Inglaterra. Na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro ocorreu uma espécie de militarização desses cargos de confiança na administração pública, aqui se registrando mais uma evidência dos planos desses senhores. Esses cargos de confiança se traduzem como uma prática do clientelismo na sociedade brasileira, indicando que nunca houve, seja por governos de corte conservador ou progressista, iniciativas efetivas de racionalizar esse excesso de DAS na administração pública. É cultural, como diria o Sérgio Buarque de Holanda. Conservadores e progressistas, quando se trata de "boquinhas", são semelhantes. A coisa é tão fisiológica que, muitos atores se equilibram nesses dois polos, porque ideologia é o que menos conta neste aspecto.   

Segundo matéria divulgada pela imprensa, o Governo Lula 3 estará iniciando agora em maio um mapeamento sobre os padrinhos desses cargos no governo, adotando-se aqui um mecanismo pelo qual se possa ser mais incisivo nas cobranças de fidelização às pautas de interesse da gestão. Partidos com ocupação até mesmo de ministérios na Esplanada deram suporte às assinaturas para a urgência do Projeto de Anistia, uma pauta bombástica, que não conta com o apoio do Executivo. Aliás, o voto desses parlamentares, de acordo com um jornal paulista, foram determinantes para viabilizar o projeto em caráter de urgência. Foram mais de cem assinaturas de parlamentares que integram partidos da base aliada do Governo. 

O jogo aqui é eminentemente político. Trata-se de cobrança e não de iniciativas no sentido de racionalizar a eficiência da máquina pública, o que seria bem-vindas. E, por falar em fidelização, um bem exemplo é dado pelo Presidente Nacional do União Brasil, Antonio de Rueda. Ele não esteve presente nem mesmo por ocasião do lançamento da pré-candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, à Presidência da República, ocorrida recentemente na Bahia. A atitude recebeu censura dos companheiros de legenda, mas deve ter sido elogiada  pelo Planalto. As cem assinaturas pelo PL da Anistia produziu alguns ruídos na relação entre o Executivo e o Judiciário. Na realidade, atualizando os números, são 146 parlamentares da "base aliada" que puseram suas assinaturas em favor do PL da Anistia. É grave e o Governo pretende tomar medidas.  


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