pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Editorial: O apoio de André Janones a Lula nas redes sociais



Os humor do eleitorado em relação à condução da política econômica - que repercute diretamente sobre a sua parte mais sensível, o bolso - é um dos fatores decisivos num processo de reeleição. Num mais como o nosso, quando praticamente a metade da população depende da ajuda do Governo para tocar suas vidas - e também movimentar a economia - isso se torna ainda mais preocupante. Estima-se que somente os beneficiários do Auxilio Brasil atinjam o contingente de 90 milhões de brasileiros e brasileiras, embora, neste primeiro momento, apenas 19 milhões teriam sido contemplandos. Não há como um derrame de dinheiro público em período eleitoral deixar de produzir seus efeitos. 

E este fato já vem se verificando a cada nova pesquisa de intenção de voto. Em Estados como Pernambuco - e este não é caso único - existem mais beneficiários dos programas do governo do que pessoas inseridos em empregos formais. Como diria o mestre Antonio Lavereda, em nenhum país do mundo o governante pode desprezar a variável economia se deseja continuar como inquilino do palácio, seja ele qual for. Todo esse intróito é para mostrar que as redes sociais tem lá sua importância, mas numa proporcão inferior à variável da economia. 

Quando o ex-candidato do Avante, André Janones desistiu de sua candidatura para apoiar Lula, postei por aqui que ele poderia colaborar bastante com o programa de governo do candidato do PT, mas que outra participação importante que poderia ser capitalizada seria o seu grande trunfo nas redes sociais, onde mantinha perfis tão azeitados como os do presidente Jair Bolsonaro(PL). Pelas redes sociais, tenho percebdido que ele tem dado essa força ao petista, realizando postagens em conjunto, bastante concorridas, por sinal, como ilustrado acima.  

Editorial: Com o apoio decisivo de Camilo Santana, Elmano Freitas avança na corrida pelo governo do Ceará

Crédito das fotos: Samuel Setúbal, Fábio Lima e Mauri Melo, O Povo


Neste etapa da campanha, é difícil dizer onde o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, encontra maiores dificuldades. Há problemas na Sul, entre os Estados tradicionais do agronegócio, como Goiás, impasses no Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O adversário cresce nos maiores colégios eleitorais do país e passa a preocupar, também, entre os redutos tradicionasi do petismo, como a região nordeste. Soma-se ao assédio aos seus eleitores, nesta região, as dificuldade que o petista encontra em algumas praças importantes, como Bahia, Ceará e Pernambuco, onde os candidatos das coligações não conseguem avançar nas pesquisas e, tampouco, o apoio de Lula tem ajudado a dobrar as resistências do eleitorado. 

Embora uma das alianças políticas mais bem-sucedidas na região - entre o PT e o PDT, que permitiu 16 anos de governo entre as duas legendas - tenha dado com os burros n'água, os postulantes das duas legendas reúnem, ainda, condições efetivas de barrar a onda bolsonarista naquele Estado, representada pelo capitão Wagner, do União Brasil. Conforme antecipamos em outras postagens tratando deste assunto, um governador bem-avaliado, sobretudo nas quadras estaduais, conta muito para decidir o voto do eleitor. Elmano caminha lado a lado com o ex-governador Camilo Santana, que deixou o Palácio da Abolição com 70% de aprovação da população cearense e concorre ao Senado Federal com uma eleição praticamente garantida. 

Claro que Izolda Cela seria um andor mais leve, mas, como se sabe, injunções políticas não permitiram essa composição. O PT queria Izolda Cela, mas Ciro Gomes preferiu indicar um nome de sua estrita confiança, Roberto Cláudio, que foi referendado pelo Diretório Estadual da Legenda. Izolda Cela, não sem motivos, pediu seu desligamento da legenda pedetista. Mulher, íntegra, que vinha muito bem na condução da máquina, o Estado perdeu uma oporunidade única de eleger, pela primeira vez, uma representante do sexo feminino para o Palácio da Abolição. O Instituto Paraná Pesquisas foi a campo no período de 8 a 12 de agosto, ouviu 1.540 eleitores, com margem de erro de 2,6 pontos, registro no TSE\CE: 05755\2022.


Capitão Wagner(UB-CE)              40,1%

Roberto Cláudio (PDT)              22,3%

Elmano de Freitas(PT)              17,7%  


P.S.: Contexto Político: Registro aqui que o destaque da matéria em relação ao candidato do PT, Elmano de Freitas, se dá em relação ao fato de ele ter praticamente dobrado suas intenções de voto desde a última pesquisa realizada no Estado, o que significa um crescimento expressivo. Ele chegou a ser pensado como mais um candidato 'Luladepenente", mas, ao que parece, com o apoio do seu candidato ao Senado Federal, o ex-governador Camilo Santana, algo indica que ele encontrará as condições de competitividade na disputa. Como informamos num editorial anterior, no Estado do Ceará, será o candidato ao Senado quem puxará o candidato ao Governo do Estado.   

O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: Hoje sai nova pesquisa sobre a corrida estadual



Muita expectativa no mundo político pernambucano em torno da nova pesquisa do IPEC - antigo IBOPE -, que será divulgada hoje à noite, através do Jornal Nacional, sobre a corrida estadual. Na realidade, trata-se da primeira pesquisa do Instituto no âmbito nacional. Como se sabe, as pesquisas de intenção de voto aqui na província têm se caracterizado por uma inquietante regularidade, sobretudo em relação a um pelotão de candidatos que aspira a disputar, com a candidata Marília Arraes, do Solidariedade, um eventual segundo turno das eleições. 

Ela continua firme na liderança em todas as pesquisas até aqui realizadas, embore ostente taxa de rejeição até certo ponto preocupante. Nem tanto para os seus concorrentes o o staff de sua campanha, mas para nós, estudiosos do tema. Importante entender de onde viria essa rejeição à candidata. De sua vinculação a um partido conservador, como o Solidariedade? Pelo fato de compor politicamente com atores políticos de sólida tradicão conservadora, formado na escola macielista? O Dr. Miguel Arraes fazia isso desde longas datas e isso nunca o prejudicou eleitoralmente. 

Ontem acompanhei um pronunciamento de um dos candidatos que concorrem ao Governo do Estado, queixando-se das datas que estão sendo programadas para os primeiros debates televisivos entre os concorrentes ao Palácio do Campo das Princesas. Na realidade, ele tem razão. Pernambuco precisa ser debatido urgentemente e de forma sistemática. É preciso construir um bom plano de governo para soerguer o Estado, que ostenta taxas sofríveis de crescimento, desemprego, atração de novos investimentos e dos cuidados com a sua população, a que mais empobreceu no país em 2021.  É curioso como essa preocupação está perpassando pelas propostas dos candidatos, que acenam, ao seu modo, com programas para enfrentar  os níveis vergonhosos de pessoas que estão em estágio de insegurança alimentar no Estado.     

Editorial: Um mar de pesquisas serão divulgadas esta semana



Como observou o consultor e articulista da revista Veja, Thomas Traumann, é mesmo difícil não se afogar neste mar de pesquisas de intenção de voto que estão sendo anunciadas esta semana. Institutos como o IPEC - antigo IBOPE - e o Datafolha devem divulgar os seus números sobre o desempenho dos candidatos no Jornal Nacional. Uma pesquisa divulgada no dia de hoje, realizada pelo BTG, mostra que Lula teria ampliado em 4 pontos em relação ao seu principal adversário na corrida pelo Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro(PL). São pesquisas amplas, envolvendo - além da corrida presidencial - o comportamento do eleitorado em diversas quadras estaduais. 

Existe, de fato, uma profusão de pesquisas, que podem contribuir mais para confundir do que para esclarecer. As entrelinahs dessas pesquisas, no entanto, apontam uma tendência de recuperação do ex-presidente Jair Bolsonaro, depois que o seu time político entrou em campo, corrigindo, mesmo que de forma temerária, os rumos da política econômica. Bolsonaro recupera o rebanho desgarrado entre os evangélicos e o agronegócio e penetra, perigosamente, em redutos tradicionais petistas como os eleitores pobres e nordestinos. 

Não consigo entender como o Partido dos Trabalhadores teria encomendado uma pesquisa interna dando conta de que o Auxílio Brasil não estaria fazendo a cabeça de segmentos expressivos do eleitorado. Até Lula anda às turras com esse derrame de dinheiro público em pleno período eleitoral. Melhor seria que o staff de campanha de Lula estivesse debruçado sobre fatos reais, procurando enfrentar essa realidade e não simplemente ignorando-a. O grupo de Bolsonaro já comemora sua primeira vitória: É quase certo que teremos um segundo turno nas eleições presidenciais deste ano.   

domingo, 14 de agosto de 2022

Editorial: O projeto de poder do bolsonarismo



O presidente Jair Bolsonaro costuma ser inigmático quando se refere ao tempo que pretende continuar na condição de inquilino do Palácio do Planalto. Noutras ocasiões, peca pela franqueza em torno do assunto, ao afirmar que somente Deus o tira daquela cadeira. Salvo melhor juízo, quem coloca ou tira o mandatário do poder num regime democrático é o voto soberano do eleitor e não Deus. Um cientista político pernambucano fez um exercício de conjectura, prevendo o que Bolsonaro poderia fazer num eoventual segundo mandato. Não gostei do li, mas prefiro não comentar neste momento.

Agora, vazou para a imprensa uma informação de que o seu staff político - bastante satisfeito com os ventos que hoje sopram favoravelmente à sua candidatura - fazem  planos de um projeto de, pelo menos, vinte anos de poder. Neste sentido, estão de olho no presidente, tentando convencê-lo a moldar suas falas, suas atitudes, aparar as arestas, tudo no sentido de garantir este projeto. O fato concreto é que as medidas econômicas - e eleitoreiras - estão sinalizando positivamente para os governistas. 

Hoje, o bolsonarismo surfa na onda dos dividendos eleitorais obtidos com a pec das bondades. Há um incontestável crescimento dos seus índices de intenção de voto nos principais colégios eleitorais do país, a exemplo de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Somente no Nordeste Lula ainda mantém seus índices preservados, mas o assédio é grande, uma vez que se concentra ali o eleitorando pobre, beneficiário do Auxilio Brasil. Até entre os ateus Bolsonaro melhorou o seu ibope, o que não deixa de ser curioso, ele que tem, entre os evangélicos, um dos seus redutos eleitorais mais renhidos.  

sábado, 13 de agosto de 2022

Editorial: "Um desserviço à democracia"



Com o título acima, o Jornal O Estado de São Paulo lamenta, em editorial, o fato de dois dos principais concorrentes ao Palácio do Planalto, nas eleições presidenciais deste ano, não confirmarem sua participação num debate que estave sendo organizado - já teria sido cancelado - por um consórcio de empresas de comunicação, que ocorreria no próximo dia 14\08. Nem Luiz Inácio Lula da Silva(PT) tampouco Jair Bolsonaro não confirmaram a sua presença no debate, constituindo-se num grande atropelo para os organizadores, mas, igualmente, produzindo um dano para o eleitorado brasileiro, que perdeu a oportunidade de acompanhar o debate de ideias sobre o país. 

Como a editoria do jornal paulista sugere, trata-se, de fato, de um desserviço à democracia. Pode ser um tanto impositivo e arbitrário, mas, a rigor, a Justiça Eleitoral poderia obrigar o candidato aos cargos dos executivos estaduais e federal a participarem dos debates. Geralmente, seus marqueteiros fazem um cálculo de custos e benefícios, mas é muito provável que, nessas avaliações, desconsideram aspectos relativos ao direito de informação do eleitor. No último debate promovido pela Rede Bandeirantes com os candidatos que concorrem aos governos estaduais, tivemos três cadeiras vazias, em grandes colégios eleitorais e Estados importantes: Bahia, Minas Gerais e Paraná. Conforme observou o jornalista Fernando Mitre, uma cadeira vazia é sempre uma cadeira vazia e isso representa um desrespeito ao eleitor.

O candidato pode não perder uma eleição por deixar de ir a um debate, mas que isso significa um dano à sua imagem, isso não pode ser desconsiderado. A partir do dia 22 o Jornal Nacional abre sua série de entrevistas com os candidatos que concorrem ao Palácio do Planalto. O primeiro a ser ouvido será o presidente Jair Bolsonato, que já confirmou presença. A Rede Bandeirantes, com uma forte tradição em debates eleitorais, está anunciando o debate presidencial para o dia 28|08. Recomenda-se à assessoria desses candidatos que não cometam o mesmo equívoco e confirmem suas presenças. O eleitor brasileiro agradece.   

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Editorial: Os bombeiros de Jair Bolsonaro.



Não seria improvável que os gloriosos homens que compõem o Corpo de Bombeiros, por sua condição de militares, estejam, em sua maioria, inclinados a votar no presidente Jair Bolsonaro. O estamento militar é um desses nichos eleitorais mais identificados com o bolsonarismo. Mas os "bombeiros' aos quais nos referimos aqui é um grupo de assossores diretos do presidente Jair Bolsonaro, ou, mais precisamente, de seu staff político. Trata-se de um grupo que possui ascendência sobre o presidente e estão, com muito esforço, tentando convencê-lo a abandonar o discurso em torno de temas nevrálgicos, como as urnas eletrônicas ou a estabilidade institucional. 

A revista Veja, em sua edição desta semana, traz uma longa matéria tratando deste assunto. Raposas cevadas em longos anos de atuação política - em sua maioria cria do Centrão - o grupo teria, em mãos, análises que apontam onde o presidente poderia perder as eleições para o seu rival Luiz Inácio Lula da Silva. Eles também entendem que, apesar de estar se recuperando nas pesquisas de intenção de voto, o presidente encontra-se num momento crucial da campanha, ou seja, não pode errar, sob pena de colocar tudo a perder. 

É preciso conversar com o pessoal do STF, o empresariado que assina as cartas em favor da democracia e, principalmente, com o próprio Jair Bolsonaro, evitando que volte a fazer declarações polêmicas em torno desses assuntos. Diante dos bons ventos, ele deve centrar enforços no sentido de apontar as recentes conquistas no campo econômico, como a ligeira redução das taxas de inflação, a queda do valor dos combustíveis, a retomada dos empregos formais, assim como os dividendos auferidos em relação ao pacote de bondades ora em curso. O Ministro da Economia, Paulo Guedes, é um dos principais interlocutores na construção desse novo perfil de Bolsonaro junto às instituições e, principalmente, entre os eleitores.   

Editorial: O pacote de medidas que podem reeleger Jair Bolsonaro



É a economia, meu filho. Diria o consultor Arnaldo. O Ministro da Economia, Paulo Guedes, esteve com a cabeça a prêmio pela ala política que assessora o presidente Jair Bolsonaro, pois se sabia que, caso não ocorresse mudanças significativas nos resultados da política econômica, tal fato implicaria na não reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Naquela ocasião, talvez por manter informações privilegiadas em conversas reservadas com o seu subordinado, o presidente faz um pronunciamento ratificando a permanência do seu fiel escudeiro no cargo, caso viesse a ser reeleito. 

Diante dos já sentidos efeitos das medidas econômicas - ou eleitoreiras, como quiserem, traduzidas na PEC das Bondades - sobre as pesquisas de intençaõ de voto favoráveis ao presidente, o prestígio de Guedes vem melhorando sensivelmente, a ponto de tornar-se um interocutor privilegiado do Planalto junto ao STF no sentido de aparar as arestas daquele órgão com o chefe do Executivo. Em seus pronunciamentos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) tem acusado o impacto dessas medidas, que estão se refletindo na queda de alguns pontinhos preciosos do petista nas pesquisas de intenção de voto. 

Pouca coisa Lula pode fazer em relação a isso. A caneta está com o presidente Jair Bolsonaro. Institutos como o GERP já apontam um empate técnico entre ambos, na disputa pelo primeiro turno. Lula ainda mantém a vantagem num eventual segundo turno entre ambos, mas não se sabe até que ponto, tampouco se os bons ventos que continuarão soprando na economia não teria reflexos sobre os índices do presidente no segundo turno das eleições. A diferença entre Lula e Bolsonaro em Minas Gerais, caiu de 18 para 9 pontos em apenas uma semana. Como observou André Janones, ou a esquerda senta no chão da fábrica para conversar com os operários ou já era.    

Editorial: A engenharia eleitoral que pode reconduzir Zema ao Governo de Minas



A gestão do governador Romeu Zema(Novo) está sendo muito bem-avaliada pelos mineiros e ele tem, nesta condição, o seu principal trunfo para continuar à frente dos destinos do Palácio Tiradentes. Com uma gestao aptovada por 50% da população, sua reeleição é dada como certa por alguns analistas políticos. A cada nova pesquisa ele amplia essa vantagem sobre os adversários, principalmente em relação ao seu principal competidor, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, do PSD. 

Nem mesmo o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva(PT) conseguiu melhorar a performance de Kalil nas pesquisas de intenção de voto, sobretudo em razão de uma intrincada - e nada ideológica - engenharia eleitoral montada por Zema, que vem dando muito certo. Como se sabe, se as taxas de aprovação de um governante são boas, suas chances de reeleição ampliam-se significativamente. Existem até cálculos para isso. Um governante com taxa de aprovação inferior a 40%, por exemplo, dificilmente se reelege. Romeu Zema ainda não pode ser considerada uma roposa da tradicional escola política mineira, mas deverá chegar lá. 

Equilibra-se num tripé, sem se comprometer com os seus pares. Ao contrário, ainda tira dividendos dessa condição. Mantém o apoio ao candidato oficial do Novo à Presidência da República, Felipe D'Ávila, e se equilibra numa espécie de "Luzema' e Bolsozema". Lula vai relativamente bem naquela praça, mas não consegue transferir votos para o seu afilhado, Alexandre Kalil. Ao contrário, o apoio de Lula vem contribuindo para a queda de Kalil nas pesquisas. O que acontece é que muitos dos eleitores de Lula preferem votar em Zema para o Governo do Estado, numa espécie de "Luzema". 

Por outro lado, mesmo com um perfil liberal\conservador, Zema recusou conversar com o candidato Jair Bolsonaro(PL). Por outro lado, os votos dos bolsonaristas identificados com o seu perfil, serão bem-vindos, configurando o "Bolsozema". Assim, ele vai se equilibrando neste triplé, sem se comprometer com "L" ou com "B", com chances efetivas de ser reconduzido ao Palácio Tiradentes, mantendo os dividendos na máquina do partido, por ter sido coerente com o candidato presidencial da legenda.    

O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: A incrível "regularidade' dos números da nova pesquisa sobre a corrida eleitoral em Pernambuco.



É curioso como, a cada nova pesquisa, com ligeiras variações - sempre na margem de erro dos institutos - os candidatos do segundo pelotão mantém seus escores na corrida pelo Palácio do Campo das Princesas. A rigor, é uma temeridade afirmar que alguém está se sobressaindo neste pelotão, que inclue as candidaturas de Anderson Ferreira, do PL, Raquel Lyra, do PSDB, e Miguel Coelho, do União Brasil. Numa última postagem aqui publicada, este editor sugere a possbilidade de o candidato Anderson Ferreira vir a sobressair-se, não apenas por aparecer, naquela pesquisa, em segundo lugar, mas, sobretudo, em razão do crescimento da candidatura do presidente Jair Bolsonaro, no plano nacional, com uma consequente tendência a uma disputa polarizada no Estado, envolvendo a presença, naturalmente, de um candidato representante do bolsonarismo. 

Por dever de oficio, acabei publicando uma notinha de rodapé, explicando a "tendência", mas esclarecendo que o meio de campo ainda estava rigorosamente "embolado'. Marília, sim, é que, aos poucos, vai se distanciando na dianteira da disputa, um pouco acima da margem de erro, pois, nesta pesquisa publicado no dia de hoje, já chega a 35% das intenções de voto, algo que variava entre 25 e 29 nas pesquisas anteriores. Os escores do candidato governista, Danilo Cabral(PSB-PE), permanecem pífios, igualmente regulares, mas longe de torná-lo competitivo na disputa, por razões bem conhecidas. 

A discrepância nos índices de Danilo Cabral é uma pesquisa do Instituto Real Time Big Data, onde o candidato pontua com 11% das intenções de voto, o que o insere neste segundo pelotão. Em tese, Lula poderia ajudá-lo na transferência de votos - algo constatado pelo próprio instituto - mas isso, como se sabe, não é assim tão automático, tampouco, em razão das difuldades atuais da campanha, o morubixada petista deve se concentrar em praças mais estratégicas. Até em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, o adversário já aparece à sua frente. Na pesquisa do Instituto Opus Consultoria e Pesquisa de Belo Horizonte, realizada sob encomendoa do jornal Folha de Pernambuco, repercusão no Blog do Magno Martins, o candidato Miguel Coelho, ex-prefeito de Petrolina, é quem se sobressai nesse segundo pelotão, mesmo assim, numericamente, posto que dentro da margem de erro do Instituto. A pesquisa do Instituto Opus Consultioria, foi realizada no período de 5 a 11\08, ouviu 1000 pessoas e está registrada sob número: TRE-PE: 09229\2022.

Marília Arraes               34%

Miguel Coelho                13%

Raquel Lyra                  12%

Anderson Ferreira            11%

Danilo Cabral                 5% 

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Editorial: Economia e respeito à democracia. Qual dessas variáveis terá um peso maior nas eleições brasileiras?




Nove em cada 10 cientistas políticos estão se rendendo ao óbvio, ou seja, admitem que as eleições presidenciais de outubro irão mesmo para um segundo turno e que a razão para isso está mesmo nos indicadores da economia, mesmo que melhorados através de remédios duvidosos, como a adoção de um pacote de medidas extremamente danosas no tocante às contas públicas, traduzidos na PEC das Bondades. O fato concreto é que as consequências disso pouco importa para os milhões de beneficiários que contarão com este aporte financeiro para suportar o tenebroso inverno produzido pela inflação e pela ausência de uma oportunidade de emprego. 

Não é brincadeira que um pãozinho francês tenha chegado a quase um real, uma caixa de leite longa vida a R$10,00 e uma lata de óleo de soja a R$ 15,00. A estimativa é que, somente com o Auxílio Brasil, 90 milhões de brasileiros e brasileiras sejam beneficiados, com direito, inclusive, a fazer um empréstimo consignado na rede bancário, com valores de R$2.600,00. Sem falar no Vale-Gás e no Voucher para os caminhoeiros, no valor de R$500,00. Apenas o anúncio dessas medidas já teria sido suficientes para melhorar o humor dos eleitores em relação ao Presidente da República, Jair Bolsonaro, que concorre à reeleição. 

Isoladamnte, os rumos da política econômica é uma viriável determinante num projeto de reeleição. Parafraseando o economista Roberto Campos, o bolso é a parte não apenas mais sensível do ser humano, mas também ao eleitor. Curioso que, num eventual segundo turno entre Lula e Jair Bolsonaro, de acordo com essas mesmas pesquisas que apontam uma aproximação entre ambos no primeiro turno das eleições, o petista ainda conserva uma ligeira dianteira. O que estaria pesando contra Jair Bolsonaro neste segundo momento? Seria só uma questão de tempo para mudar esses escores? Ou isso não mudaria porque, num segundo momento, a preservação das instituições da democracia estaria inclinando o voto do eleitor? Já que a nossa sociedade civil está mobilizada na defesa da democracia - através de atos e manifestos - vai aqui uma sugestão para os institutos de pesquisa: averiguar, até que ponto, o desprezo pela democracia exerce uma influência num projeto de reeleição. Ou isso não tem nada a ver e o fenômeno da dianteira de Lula num eventual segundo turno se daria simplesmente pela migração de votos dos outros candidatos, a exemplo dos eleitores de Ciro Gomes, por exemplo. Sabe-se, entretanto, que essa pregação de negacionismo democrático não deve fazer bem à saúde eleitoral de quem objetiva um projeto de reeleição.

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


Editorial: A nova pesquisa Quaest\Genial sobre a disputa em São Paulo

Antonio Milena\Kaio Lacaio\Caio Guatelli\Revista VEJA

A rigor, a pesquisa de intenção de voto do Instituto Quaest\Genial, divulgada no dia de hoje, 11\08, em matéria do site da revista Veja, sobre a disputa pelo Governo de São Paulo, não traz grandes novidades, exceto por ratificar algumas tendências que estão se verificando naquela quadra, como, por exemplo, a recuperação dos índices do presidente Jair Bolsonaro, que já empata com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na preferência do eleitorado paulista. De março para agosto, ele teria tirado 10 pontos que o separavam do candidato presidencial do Partido dos Trabalhadores. 

Há um instituto, inclusive, apontando até mesmo a superação dos índices do petista pelo presidente naquela praça, mas os escores ainda são bem modestas e podem ser inseridas ali nas margens de erro dos institutos. O fato concreto é que essa tendêndia de recupeação do presidente Jair Bolsonaro é um fenômeno nacional, envolvendo diversos nichos eleitorais. Até mesmo em redutos tradicionalmente petistas, como o Nordeste, tem se verificado essa tendência. Não se pode menosprezar os efeitos da tal PEC das Bondades sobre o eleitorado, sobretudo se aliada ao recuo da inflação e do desemprego.  

Isso já foi dito muitas vezes, mas não custa repetir: o inimigo do projeto de reeleição de Jair Bolsonaro não era Lula, mas as dificuldades com a economia, traduzidas nas altas taxas de inflação e do desemprego. O que remete o eleitor a Lula é(ra) o passado, ou seja, o farto churrasco na laje - mesmo que com carne de terceira -; a primeira viagem de avião da família; poder honrar as prestações de um carro seminovo; colocar o filho na universidade pública através do programa de cotas e coisas assim. Alguém, com muita propriedade já andou alertando que Lula precisa ser mais objetivo sobre  o que pretende fazer no futuro, numa eventual volta ao Palácio do Planalto.

O quadro, em relação aos concorrentes ao Palácio dos Bandeirantes, é de relativa estabilidade, ou seja, aponta a liderança de Fernando Haddad, do PT, e o empate entre Rodrigo Garcia, do PSDB,  e Tarcísio de Freitas(Republicanos). Garcia confirma sua tendência de crescimento e Freitas, por sua vez, precisa definir o momento de tentar surfar na prancha do seu padrinho político. O Instituto foi a campo no período de 5 a 8 de agosto, ouviu 2000 pessoas e a pesquisa está registrada no TSE-SP: 02135\2022


Fernando Haddad               34%

Tarcísio de Freitas           14%

Rodrigo Garcia                14%   

Editorial: O sacrifício "seletivo' dos servidores públicos federais.


Categorias significaivas dos servidores públicos do Executivo Federal estão sem recomposição salarial há pelo menos 06 anos. O poder de compra dos salários, sobretudo num contexto de inflação em alta e crise econômica, caíram drasticamente ao longo desses anos. Durante a Pandemia da Covid-19, em razão do momento delicado que o país estava vivendo, foi exigido desses servidores uma espécie de cota de sacrifício. Cota de sacrifício "seletiva", registre-se, uma vez qua algumas categorias privilegiadas dos servidores públicos continuaram tendo suas recomposições salariais regulares. Não vamos aqui entrar nos detalhes para não ferir susceptibilidades, num país onde os nervos estão à flor da pele e qualquer fala ou ato, por mais singelo que seja, pode ser lido como uma afronta. 

Neste ano de 2022, especulou-se que uma pequena correção chegou a ser pensada pelo Governo Federal - com o aval do Ministro da Economia, Paulo Guedes - algo em torno de 5%, em caráter linear, para todas as categorias. Neste ínterim, diante dos argumentos dos recursos escassos, teria sido acordado pela equipe econômica que o aumento seria concedido apenas para algumas categorias, como os policiais, algo que já havia sido aventado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, o que procovou, naturalmente, os protestos das demais categorias, há anos excluídas de quaisquer recomposições. 

Alguns setores - foram poucos - chegaram até a entrar em greve, que não sabemos como ficou, como o pessoal do Banco Central. O fato concreto é que, em tese, acabou não saindo nem os 5% linear, tampouco alguma bonificação para os policiais , que ficaram possessos com o recuo do Governo. Agora é a vez do STF aprovar, por unanimidade, uma recomposição salarial da ordem de 18% para os Minitros da Corte, que terá repercussão sobre os proventos dos demais magistrados, uma vez que são calculados em termos de percentuais sobre os salários dos ministros do STF. Já antecipo que acho justo e sequer corrige as distorções salariais produzidas ao longo dos anos. 

Como o ambiente institucional não é dos melhores e o presidente Jair Bolsonaro tem o poder de veto, há grandes interrogações sobre sua posição em torno do assunto. Escárnio mesmo são os bilhões que escoam dos cofres públicos através dos orçamentos secretos, da PEC da irresponsabilidade com as contas públicas, e agora, como se isso ainda não fosse suficiente, a denúncia de um jornal paulista informando que um Ministro de Estado teria recebido, em apenas 02 meses, durante o período mais crítico da pandemia - onde se exigia o sacrifício de todas as categorias dos servidores públicos - a bagatela de quase um milhão de reais. 

Editorial: Ontem recebemos a visita do recenseador do IBGE



No dia ontem, recebemos aqui no apartamento, a visita de um recenceador do IBGE. Não sei se o método de levantamento de dados foi aprimorado, mas, anteriormente, a entrevista era bem mais extensa. Pode ter a ver também com questões econômicas. Salvo melhor juízo, o próprio senso esteve na iminência de não ser realizado, criando algumas indisposições entre servidores do órgão e o Governo, argumentando sobre os danos que poderiam advir, no que concerne ao planejamento de políticas públicas, de um país não conhecer as informações básicas sobre a sua população. 

Aliás, outros órgãos públicos de pesquisas, fomento e universidades estão enfrentando o drama do corte de verbas, de pessoal, inviabilizando o custeio de serviços essenciais  e a  realização dos seus trabalhos. Sempre que fazia referências a esses órgãos, por alguma razão, esquecia do IBGE, mas o drama deve ser o mesmo de outros órgãos no âmbito do serviço público federal, como o IPEA, a EMBRAPA, IBAMA, ICMbio, entre outros. À época comentou-se até mesmo sobre um censo meia-sola, capenga, limitado, em razão dos cortes de recursos. Enfim, vale a pena uma reflexão e um aprofundamento mais consistente acerca deste assunto. 

O fato concreto é que as perguntas foram bem mais objetivas - ou limitadas - restringindo-se, basicamente, à renda, raça, quantitativo de moradores na residência e condições de moradia, como o acesso à agua, coleta de lixo e esgoto. O curioso é que a única pergunta sobe o domicílio se restringiu a um questionamento sobre se existiria um ou mais sanitários dentro de casa. Isso me fez lembrar de um outro censo, onde, de acordo com os móveis que você tinha no domicílio, se poderia tirar conclusões sobre o perfil de classe social do indivíduo. Você ter uma aspirador de pó em casa poderia fazer toda a diferença. Desta vez parece-nos que ter mais de um sanitário no domicílio pode significar muita coisa. 

Mas, o melhor ainda estava por vir: Quando a recenseadora nos perguntou sobre como nós nos  identificávamos em termos de raça: Num país miscigenado como nosso, não titubeamos: parda. Nunca mudei de cor, por nenhum motivo, muito menos para ser simpático a este ou aquele eleitor, como ocorreu recentemente com um ator político conhecido de todos os brasileiros. Como se trata de uma pessoa de bom-senso e de tiradas de bom-humor, acredito que irá reconhecer o equívoco.  

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: Começaram as fake news contra a candidata Marília Arraes



Ontem tivemos a oportunidade de assistir, na íntegra, o debate sobre os candidatos que concorrem ao Governo do Rio Grande do Sul. Disciplinadamente, fazemos isso todos os dias, sempre com o propósito de conhermos as propostas dos candidatos que concorrem aos governos estaduais. A Rede Bandeirantes realizou debates ao vivo em 09 Estados da Federação e o Distrito Federal. Pretendo assistir a todos na íntegra. Uma pena que, até este momento, nada esteja programado para o Estado de Pernambuco. Essas oportunidades são importantes para formularmos nossas opiniões sobre os programas de governo, conhecermos o preparo do candidato, sua sinceridade, seriedade e conduta compatível para gerir os negócios de Estado. 

É curioso o quanto aprendemos nesses debates. Sobretudo nesses tempos bicudos de fake news, convém tomar todos os cuidados possíveis com as narrativas. Depois do debate, por exemplo, nossa opinião sobre a gestão do governador Eduardo Leite(PSDB-RS) mudou sensivelmente. A sua administração deixou alguns gargalos preocupantes, sobretudo em áreas estratégicas como educação, onde há um recorde nacional de evasão de alunos do ensino médio. Algo não funcionou a contento em sua gestão e é pouco provável que ele seja reconduzido ao Palácio Piratini.

Este é o debate político que nós precisamos. De corte democrático, republicano, propositivo. Não o que já começa a ocorrer em Pernambuco, onde sites estariam disseminando fake news contra a candidata que lidera todas as pesquisas de intenção de voto até este momento: Marília Arraes, do Solidariedade. A julgar pelo que ocorreu durante a campanha para a Prefeitura da Cidade do Recife, em 2020, já seriam previstas essas práticas abjetas, perpetradas por gabinetes de ódio ou de sacanagens, que se utilizam da mentira como arma política. 

Isso precisa ser repelido de forma cirúrgica, energicamente, através dos meios legais disponíveis. Somente quem já foi vítima dessas infâmias pode dimensionar seus verdadeiros danos. Nesses tempos de pós-verdade, a mentira passou a ser "relativisada", quando não assumiu o status de "verdade absoluta". Mentir tornou-se uma banalidade, mas, como advertiu o Ministro Luiz Roberto Barroso, a mentira precisa voltar a ser errado. Se não pudermos convencer os mentirosos, que se acione os meios legais possíveis.     

Editorial: Repercute a boa fala de Lula na Fiesp, mas eu aindo acho que, neste momento, ele deveria se concentrar no Beco da Fome



A mídia repercute a fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na FIESP. As avaliações sao bastante positivas, indicando sua sintonia com as aspirações do capital para o próximo governo. Uma agenda positiva, portanto, para o candidato às próximas eleições presidenciais. Como não poderia deixar de ser, aproveitou a oportunidade para tecer duras críticas ao Pacote de Bondades, que está tirando o sossego dos petistas, uma vez alavanca a candidatura do adversário. Claro que se trata de um pacote de medidas que se constituem numa afronta ao equilíbrio das contas públicas, de caráter eleitoreiro, mas, afinal, está produzindo seus estragos na campanha do petista. 

Ainda ontem comentamos por aqui se não seria melhor ele se dirigir diretamente ao Beco da Fome, informando sobre tais armadilhas, antes de conversar com o capital, que só deseja saber de duas coisas: estabilidade institucional e lucro. Não necessariamente nesta ordem. Armadilhas que, aliás, já capturou o próximo Presidente da República, seja ele quem for, pois terá que dá continuidade ao pagamento de tais benefícios a 90 milhões de brasileiros e brasileiras que passam por grandes dificuldades neste momento. 

Como se sabe, o país nunca empobreceu tanto quanto em 2021. Mais de 30 milhões de brasileiros passaram a engrossar as estatísticas de extrema pobreza. Isso tem sido observado a olho nu aqui no Recife, que ostenta o triste recorde de ser o perímetro urbano de capitais mais atingido. As ruas e os nossos princiapais monumentos estão tomadas de pessoas desabrigadas e pedintes. Eleito, Lula não reuniria condições morais e políticas de, sequer, propor o cancelamento dos benefícios. Já que o diálogo com o capital se torna inevitável, agora é a hora de tirar a gravata e cair em campo para recompor o diálogo com seus fiéis eleitores.   

O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: Pesquisa da Potencial Inteligência já aponta Anderson rivalizando com Marília



Gradativamente, o cenário político no Estado começa a sugerir alguns contornos relativamente mais definidos no que concerne à disputa pelo Palácio do Campo das Princesas. Isso ocorre, sobretudo, em razão das convergências de escores apresentadas por duas pesquisas de intenção de voto recentemente divulgadas: a do Instituto Real Time Big Data e a da Potencial Inteligência, anunciada no dia de hoje, 10\08. As diferenças dos índices de intenção de voto dos candidatos apresentadas por ambos os institutos variam dentro da margem de erro, o que sugere mais convergências do que discrepâncias entre as duas pesquisas. 

Como já havíamos afirmado num outro momento, tínhamos uma grande curiosidade - que dividíamos com os eleitores pernambucanos - acerca do comportamento do pelotão de candidatos embolados na margem de erro. Agora, diante do resultado dessas duas novas pesquisas, já é possível observar um esboço de reação do candidato do PL, Anderson Ferreira, no sentido de colocar-se na condição de polarizar a disputa com  a candidata do solidariedade, Marília Arraes. Na pesquisa do Potencial Inteligência, o candidato já aparece, numericamente, superando a candidata Raquel Lyra, do PSDB. 

A notícia ruim para Anderson Ferreira é que ele teria que superar os índices de desaprovação do Governo Federal no Estado, além da grande rejeição ao presidente Jair Bolsonaro. Mas, como se sabe, esse xadrez de tranferência de "aprovação' ou "rejeição' não é algo que ocorra automaticamente. Lula, por exemplo, tem sérias dificuldades de transferência de votos em diversas praças do país, inclusive Pernambuco. Vivendo um momento difícil na campanha - em razão da melhoria dos índices de Jair Bolsonaro - é dado como certo que ele centrará esforços em praças estratégicas para as eleições. Talvez não possa ajudar Danilo Cabral(PSB-PE) como gostaria. 

Em tese, Anderson teria que ser maior do que a rejeição ao presidente Jair Bolsonaro no Estado. Mas, a rigor, ele possui os trunfos de ser um político de perfil metropolitano e ter sido bem-sucedido na gestão do segundo maior colégio eleitoral do Estado, a cidade de Jaboatão dos Guararapes. A notícia boa é que, num contexto onde o presidente vem melhorando seus índices de aprovação e intenção de voto, a tendência é que tal fenômeno, quem sabe, também possa se repetir no Estado. 

Caso se consolide essa polarização entre ele e Marília Arraes, ele estará disputando o Palácio do Campo das Princesas com uma antiga aliada, pois chegou a apoiá-la por ocasião do segundo turno das eleições para a Prefeitura da Cidade do Recife, em 2020. Num eventual segundo turno, suas possibilidades de formação de palanques de apoio são maiores, em razão do seu bom trânsito político, construído ao longo as negociações iniciais de chapa, antes da disputa. Se os socialistas não superarem suas adversidades, pode ser até que não declare seu apoio a um bolsonarista, mas ficarão torcendo, de camarote, por sua vitória. Tudo, menos Marília diriam eles. A Potencial Inteligência foi a campo entre os dias 04 e 08 de agosto, onde ouviu mil eleitores, em 76 municípios. A Pesquisa está registrada sob número: TSE-PE: 06509\2022. Eis os dados: 

Marília Arraes(SD-PE)               29,4%

Anderson Ferreira(PL-PE)            15,5%

Raquel Lyra(PSDB-PE)                12,8%

Danilo Cabral(PSB-PE)               11,8%

Miguel Coelho(UB-PE)                 8,9%

P.S.: Do Contexto Político: A rigor, os candidatos do segundo pelotão ainda estão empatados dentro da margem de erro de ambos os institutos. Ocorre, porém, que, ao superar Raquel Lyra - mesmo que ainda dentro da margem de erro - o candidato Anderson Ferreira reposiciona-se num contexto de uma disputa que poderá vir a ser polarizado, assumindo sua condição de representante do bolsonarismo no Estado.   

terça-feira, 9 de agosto de 2022

Editorial: Gilson Machado e Teresa Leitão empatados na corrida pelo Senado Federal em Pernambuco.


Conforme já havíamos afirmado na postagem anterior, vai se desenhando, em Pernambuco, a polarização política que ocorre no plano da disputa presidencial pelo Palácio do Planalto. A divulgação dos resultados da pesquisa do Instituto Real Time Big Data, pelo site da revista Veja, sobre os candidatos que concorrem ao Senado Federal por Pernambuco dá bem a dimensão deste fenômeno, não sem algumas particularidades. Na corrida pelo Governo do Estado, o candidato do PL, Anderson Ferreira, já aparece em empate numérico com a candidata Raquel Lyra, do PSDB, em segundo lugar, e o seu companheiro de chapa, Gilson Machado, ex-Ministro do Turismo do Governo Bolsonaro, lidera a corrida para o Senado Federal, com 15% das intenções de voto, empatado, dentro da margem de erro do instituto, com a candidata do PT, na chapa com Danilo Cabral, do PSB, com 18% das intenções de voto. 

É curioso observar que, a despeito das dificuldades encontradas pelo candidato Danilo Cabral, Teresa Leitão consegue esse desprendimento político, liderando a disputa, ela que, em princípio, seria uma candidata de perfil mais urbano, de região metropolitana. Parece que a vez mesmo é das mulheres. O presidente Jair Bolsonaro tem jogado forte em favor dos seus representantes no Estado, prestigiando os atos de campanha, realizando videoconferências quando não pode comparecer fisicamente. Tem uma relação pessoal, de amizade com Gilson Machado, seu ex-ministro.

O eleitor faz algumas escolhas curiosas. O eleitor de Bolsonaro é o eleitor de Anderson e o eleitor de Gilson Machado. Ambos aparecem com 15% das intenções de voto na pesquisa do Instituto, o que sugere que o eleitor de ambos está votando fechado. O mesmo não se pode dizer entre Marília Arraes e André de Paula, assim como entre Danilo Cabral e Teresa Leitão. Não sei se já existe algo programado, mas sinto muito que, até este momento, não tenha sido realizado nenhum debate entre os candidatos que concorrem ao Governo do Estado.   

Editorial: Nova pesquisa sobre a disputa eleitoral em Pernambuco.



O método utilizado por um instituto pode ser determinante no que concerne aos resultados apontados em suas pesquisas. É o método científico que determina, por exemplo, o tamanho da amostragem confiável num determinado contingente de eleitores, o níveis de confiabilidade da pesquisa, a margem de erro, entre outras informações. Aliada às pesquisas quantitativas, as pesquisas qualitativas podem oferecer informações importantíssimas para as equipes dos candidatos, corrigindo rumos que podem ser fundamentais para o seu desempenho numa eleição. 

Apesar de liderar todas as pesquisas de intenção de voto depois que anunciou que seria candidata ao Governo do Estado, a candidata do Solidariedade, Marília Arraes, curiosamente, é a campeã de rejeição entre os candidatos que concorrem ao Governo do Estado. Se eu estivesse em sua equipe, já estaria preocupado em saber as razões dessa rejeição. suspeito que ele se prejudica quando o seu nome pe associado às lideranças políticas do Solidariedade. Danilo Cabral, do PSB, tem dois problemas para administrar: as dificuldades que Lula enfrenta, neste momento, em sua campanha, diante do "estrago" produzido pela PEC das Bondades; e as altas taxas de desaprovação do governo estadual, que repercute sobre o voto do eleitor, a despeito de qualquer polarização política que se configure na disputa nacional. Raquel Lyra(PSDB-PE) não lê o blog Contexto Político e está tentando construir uma alternativa de terceira-via, com mínimas chances de tornar-se exitosa. Dentro da margem de erro, o candidato do PL, Anderson Ferreira, já pode tê-la ultrapassado na disputa.  

Agora mesmo, no plano da disputa presidencial, no espaço de tempo de apenas duas semanas em que suas pesquisas foram realizadas, 05 institutos de pesquisa convergem num ponto: a melhora da avaliação do Governo Federal e, consequentemente, este fato repercutindo nos índices de intenção de voto de Jair Bolsonaro. Desde o tradiconal Datafolha - que já observava essa melhora, mas ainda era bastante ponderado sobre os escores que separavam Lula de Bolsonaro, cravando 17 pontos - até o GERP, que já chegou a apontar um empate numérico entre ambos. 

Uma pessoa desavisada poderia estranhar essa diferença, mas elas se explicam por uma tendência que já havia sido detectada pelo próprio Datafolha. A melhor avaliação do governo se dá em razão da estabilidade inflacionário, queda dos preços dos combústíveis e da expectativa em torno do Pacote de Bondades que começa a chegar no bolso dos brasileiros e brasileiras a partir de hoje. Isso mostra, inclusive, que o inimigo de Bolsonato não era Lula, mas a carestia, os preços altos dos combustíveis, a inflação galopante. Os rumos da política econômica tem um poder determinante num projeto de reeleição. 

Antes mesmo do Auxílio Brasil ser pago, esse contingente eleitoral já começava a melhorar o seu humor em relação ao presidente Jair Bolsonaro. E olha que se trata de um eleitorado tradicionalmente lulista. Em pesquisa, é sempre bom ficar de olho nas séries históricas. Dois dos institutos que observram essa reação do presidente Jair Bolsonaro nos seus levantamentos, apontaram que, durante a série histórica de pesquisas relaizadas por eles, esta seria a melhor performance obtida pelo presidente. 

Esse intróito vem a propósito de uma nova pesquisa que acaba de ser divulgada pela redação do site da revista Veja, realizada pelo Instituto Real Time Big Data, sobre a corrida ao Palácio do Campo das Princesas. A pequisa traz alguns dados interessantes sobre o desempenho de alguns concorrentes, inclusive o candidato do PL, Anderson Ferreira, que pontua com 14% das intenções de voto. Mas do que esboçando uma reação, ele começa a desenhar um eventual segundo turno polarizado, como o representante do bolsonarismo no Estado. Traz também boas notícias para o candidato situacinista, Danilo Cabral, do PSB, que aparece com 12% das intenções de voto e, quando associado ao nome de Lula, pode chegar a 25%. O Real Time Big Data ouviu 1.500 pessoas, no período de 5 e 6 de agosto e a pesquisa está registrada sob n: TSE-PE: 02870\2022. Eis os números:

Marília Arraes      28%

Raquel Lyra         14%

Anderson Ferreira   14%

Danilo Cabral       12%

Miguel Coelho       9% 


Editorial: Se eu estivesse na assessoria política do candidato Luiz Inácio Lula da Silva



Como já se sabe, a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva(PT) não passa por um bom momento. As últimas pesquisas de intenção de voto divulgadas - e não foram poucas, se considerarmos pelo menos 05 em duas semanas - apontam uma sistemática recuperação dos índices do presidente Jair Bolsonaro. Institutos com o Quaest\Genial e o BTG, por exemplo, apontam que o presidente Jair Bolsonaro nunca esteve tão bem desde o momento em que tais institutos começaram suas séries históricas de pesquisas sobre a corrida eleitoral de 2022. 

Destrinchando esses dados, Bolsonaro avança, sobretudo, num eleitorado antes fiel ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que sugere que o Pacote de Bondades - que inclui aumento do Auxilio Brasil, Vale-Gás e Voucher para caminhoneiros, que começam a serem pagos hoje, dia 09 - estão atingindo um segmento do  eleitorado onde o petista sempre esteve bem posicionado. Creio que pouca coisa se possa fazer em relação a isso, mas também é um fato que o PT, em algum momento, parece mesmo ter desistido de alguns nichos eleitorais, como os evangélicos, por exemplo. Havia toda uma estratégia neste sentido - com interlocutores definidos - que parece ter sido abandonada. 

Agora, em apuros e contingenciado pelas circunstâncias dos ventos desfavoráveis, qual seria a melhor estratégia para recuperar o terreno perdido para o adversário? Curiosamente, Lula parece desejar ampliar o dialogo com a Faria Lima, conversando com banqueiros e empresários signatários da Carta Pela Democracia, demonizada pelo adversário. Tenho dúvidas se tal estratégia seria a mais adequada, num momento em que o PT perde voto junto ao eleitorado do Beco da Fome, que pouco ou nada sabe sobre essa tal Carta pela Democracia. Tampouco poderiam assiná-la - posto que, infelizmente analfabetos - ou excluídos do mundo da internet.     

O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: Em nova pesquisa, Marília Arraes amplia vantagem



O Instituto Opinião, de Campina Grande, através do Blog do Magno Martins, divulgou mais uma pesquisa de intenção de voto entre os candidatos que disputam o Governo do Estado de Pernambuco. Havia uma expectativa de que essa rodada de pesquisa pudesse sinalizar alguma mudança no contexto da disputa estadual, quem sabe, apresentando algum candidato que pudesse se sobressair de um bloco de candidatos que se encontra numericamente empatado, enquanto a candidata do Solidariedade, Marília Arraes, lidera a disputa com relativa folga. Nesta última rodada, Marília amplia sua vantagem, há mudanças de posição de nomes entre este bloco, mas, a rigor, não dá para concluir muita coisa em relação à última pesquisa divulgada pelo mesmo Instituto. 

Aliás, para ser mais preciso, aqui no Estado, em relação a essas pesquisas de intenção de voto, os institutos que realizaram sondagens chegaram a números bem semelhantes ou convergentes. No plano nacional, a campanha do candidato Luiz Inácio Lula da Silva não se encontra num bom momento. No espaço de duas semanas, pelo menos 05 institutos deivulgaram seus levantamentos, com indicadores que apontam que o presidente Jair Bolsonaro vem se recuperando nas pesquisas. Um desses institutos - o GERP - chega apontar um empate técnico antre ambos. 

Neste momento, os ventos sopram a favor do ocupante do Palácio do Planalto e pode melhorar ainda mais, se considerarmos o efeito desse pacote de bondades que começa a chegar ao bolso dos brasileiros e brasileiras mais empobrecidos a partir de hoje. De uma cajadada só, embora com medidas desastrosas para as contas públicas, Bolsonaro mata dois coelhos do eleitorado tradicionalmente vinculado ao petismo: os mais pobres e nordestinos. 

No dia de ontem, os analistas passaram a se debruçar sobre os problemas que o candidato Lula enfrenta nesta fase da campanha. Um deles diz respeito aos problemas dos palanques estaduais. Pernambuco, Bahia, Ceará, Rio de Janeiro e Minas Gerais são os casos mais emblemáticos. Num contexto de dificuldades como este, como Lula iria se comportar em relação aos palanques estaduais daqui para frente? Essa reflexão sobre o contexto nacional se insere na quadra da disputa no Estado, num quadro onde o candidato da coligação PT\PSB, Danilo Cabral(PSB-PE) enfrenta dificuldades e conta com o apoio de Lula para tentar reverter uma situação extremamente desfavorável nas pesquisas de intenção de voto. 

Não ouso fazer alguma consideração mais efetiva sobre o bloco de candidatos numericamente empatados por razões óbvias. Por enquanto, o que se pode concluir a partir dessa pesquisas é que teremos um segundo turno nas eleições estaduais e Marília Arraes aguarda o candidato que disputará com ela esse segundo tuno. Dificilmente esse nome será o do candidato da situação Danilo Cabral(PSB-PE), principalmente em razão da caótica avaliação da gestão estadual. O Instituto Opinião aplicou 1000 questionários, no período de 05 a 07 de agosto, pesquisa registrada sob número:  TSE-BR: 2516\20022 e TSE-PE: 01429\2022. Eis os números: 

Marília Arraes(SD-PE)        34,7%

Raquel Lyra(PSDB-PE)         11,8%

Miguel Coelho(UB-PE)         10,3%

Anderson Ferreira(PL-PE)     8,3%

Danilo Cabral(PSB-PE)        4,3%

    

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Editorial: Um momento para a campanha de Lula fazer uma autocrítica e reavaliar suas estratégias.



A cada nova pesquisa de intenção de voto que está sendo divulgada, os bolsonaristas comemoram os avanços obtidos pelo presidente Jair Bolsonaro. Logo pela manhã, foi divulgada uma pesquisa do BTG\FSB, onde o presidente apresenta sua melhor performance na série história realizada pelo Instituto desde de março. A diferença entre Lula e Bolsonaro cai para 07 pontos percentuais. Agora, à tarde, mais uma pesquisa, desta vez do Instituto Paraná Pesquisas, realizada no Estado de Goiás, onde o presidente Bolsonaro amplia sua distância sobre Lula num nicho eleitoral dos mais importantes e influentes, o agronegócio. 

Numa relação direta, onde Lula perde, Bolsonaro ganha. Numa avaliação do consultor Thomas Traumann, no site da revista Veja, a coordenação de campanha de Lula teria desistido de alguns nichos eleitorais importantes, como os evangélicos e a região sul do país, onde existe uma clara vantagem do adversário. Com base na BTG\FSB, a redação da revista faz uma análise sobre os nichos eleitorais onde o petista mais perdeu ponto, o que, possivelmente, justificaria essa perda de competitividade neste momento da campanha. 

Num espaço de tempo pouco superior há duas semanas, cinco institutos apontam uma recuperação de Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto. Segundo dados da BTG\FSB, Lula perde votos entre os jovens de 16 a 24 anos de idade; entre aqueles que possuem o segundo grau completo; entre os eleitores que ganham entre dois e cinco salarios mínimos e, finalmente, entre aqueles eleitores que declaram não ter religião. Inversamente, foi ali onde Jair Bolsonaro mais avançou na preferência do eleitorado.

Dizem que a adversidade e a crise sempre produzem boas lições para a vida. A humildade  e a autocrítica também ajudam bastante. Talvez esteja faltando um pouco disso aos coordenadores de campanha do petista, o que o consultor trata como uma espécie de salto alto. Este seria um bom momento para se proceder uma  correção de rumo na campanha. Fica claro, entre outras coisas, conforme já apontamos, que não seria Lula ou o petismo que assusta Bolsonaro, mas a condução de sua política econômica, geradara de alguns gargalos, como inflação e desemprego. Corrigido o problema, mesmo que de forma temerária e artificial, ele volta a assustar.    

Editorial: O que Bolsonaro pode fazer para perder as eleições



Nos últimos dias, as notícias têm sido muito alvissareiras para o staff político do presidente Jair Bolsonaro, que tem insistido para que o mandatário obedeça um script bem definido e uma narrativa discursiva convergentes com os fatores que estão alavancando a melhora de sua avaliação e, consequentemente, seus índices nas pesquisas de intenção de voto. Todos os institutos que divulgaram pesquisas de intenção de voto mais recentemente, apontam para uma recuperação dos escores do presidente Jair Bolsonaro. 

Já se formou até um consenso entre analistas políticos de que as eleições presidenciais de outubro somente serão decididas no segundo turno. O mais comedido entre esses institutos foi o Datafolha, que ainda aponta uma diferença de 17 pontos entre Lula e Jair Bolsonaro, mas, mesmo assim, já sinalizava para uma ligeira recuperação do presidente, fato que seria verificado pelos institutos que divulgaram seus resultados posteriormente, chegando um deles - Instituto GERP - a apontar um empate numérico entre ambos. Diante desses novos fatos, sua assessoria política, naturalmente, por razões óbvias, faria as recomendações de praxe, ou seja, enfatizar a queda do desemprego e da inflação, o aumento do valor do Auxilio Brasil, a diminuição do preço dos combustíveis. 

De bom alvitre, de preferência, deixar de questionar as urnas eletrônica e reabrir o diólogo com o empresariado. Criticar o empresariado que assinou manifesto em defesa da democracia ou insistir em questionar a lisura das urnas eletrônica pode ser considerado um tiro no pé. Seria o que ele poderia fazer para peder as eleições. O que a assessoria sugere é que o presidente teria um comportamento muito arredio, pouco afeito a ouvir  - e muito menos a seguir - conselhos.    

Editorial: Major Fábio rouba a cena no debate da Paraíba



Ontem, conforme já informamos por aqui, a Rede Bandeirantes deu início aos debates com os candidatos que concorrem aos governos estaduais nas eleições de outubro. Salvo melhor juízo, os debates foram realizados em 09 Estados e o Distrito Federal. Pernambuco, infelizmente, ficou de fora neste primeiro momento. Como torna-se impossível acompanhar a todos ao mesmo tempo, aproveitei a manhã de hoje para assistir ao debate que ocorreu no Estado da Paraíba, entre os candidatos ao Palácio da Redenção. 

Como frequento aquele Estado com certa regularidade, acompanhar os rumos políticos da gestão pública tornou-se um hábito rotineiro deste editor. O blog cobriu, por exemplo, as últimas eleições municipais de 2022 para a Prefeitura de João Pessoa, com comentários quase que diários por aqui. Os grupos políticos na Paraíba possuem algumas particularidades que merecem a nossa apreciação, como o fato de rivais na política acabarem se entendendo consoante os interesses comuns em jogo. 

Tais fenômenos, certamente, ocorrem em outras quadras políticas, mas não com tanta facilidade. Aqui em Pernambuco, por exemplo, existia uma indisposiçao entre o Dr. Miguel Arraes e Jarbas Vasconcelos. Miguel Arraes morreu e a relação entre ambos não foi reatada, cabendo ao seu neto, Eduardo Campos, promover essa reaproximação, em virtude do seu projeto presidencial. O ex-governador Ricardo Coutinho, que começou sua carreira política no PT, em princípio, colocava-se como um contraponto à oligarquia familiar dos Cunha Lima. 

Quando a oportunidade política surgiu, se reaproximaram conquistando uma importante vitória política no Estado. Na eleição estadual seguinte, já estavam em lados opostos. O atual governador, João Azevedo(PSB-PB), que concorre à reeleiçao, é cria política do ex-governador Ricardo Coutinnho(PT-PB), que o transformou num supersecretário para pavimentar sua corrida ao Palácio da redenção. Eleito governador, Azevedo acabou rompendo com Ricardo Coutinnho. O candidato do PRTB, Major Fábio, roubou a cena no debate de ontem, ao apontar as contradições dos candidatos que concorrem ao Palácio da Redenção, mostrando que, com exceção dos candidatos do PL, do PSTU e do PSol, os demais, como se diz aqui em bom nordestinês, eram farinha do mesmo saco. Em boa medida, o major, que é nascido em Pernambuco, tem lá suas razões. A forma emotiva com que se colocou durante a sabatina, num debate 'amarrado' por regras rígidas, colocou uma espécie de "tempero" nas discussões.     

Editorial: O primeiro debate para o Governo de São Paulo



Hoje, 07\08, a Rede Bandeirantes realizou o seu primeiro debate com os candidatos que concorrem ao Governo de São Paulo nas eleições de 2022. A Rede Bandeirantes sai na frente, com uma grande espertise e tradição na realização desses debates políticos.  Trata-se de um dos trunfos da emissora de televisão, que já anuncia que no próximo dia 28\07 será a vez de reunir os candidatos que concorrem ao Palácio do Planalto. Ainda não sabemos se todos os concorrentes já teriam confirmado presença, mas, como já informamos anteriormente, estamos numa fase da campanha em que qualquer deslize pode ser fatal para as pretenções dos candidatos. Como observou o jornalista Fernando Mitre, da emissora, uma cadeira vazia sempre produz algum dano ao faltoso. 

Ontem, durante os debates de aspirantes aos governos estaduais, duas ausências foram insistentemente criticadas. A do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto(UB-BA), e ado governador de Minas Gerais, Romeu Zema(Novo), que concorre à reeleição. São dois candidatos muito bem cotados, mas não tenha dúvida de que as ausências se refletirão na avaliação da população, causando algum estrago. É bom que esses candidatos mostrem suas caras até mesmo para aquele eleitor que não os conhece. 

Ontem, por exemplo, no debate de São Paulo, tivemos duas gratas surpresas: o candidato do PDT, Elvis Cézar, sobre o qual consta excelentes avaliações de sua atuação como gestor público municipal, e o jovem candidato do Novo, Vonícius Poit, que nos pareceu bem preparado. Quando se discute a sucessão no Palácio Bandeirantes, esses nomes sequer aparecem, ofuscados pelas candidaturas de Fernando Haddad(PT), Rodrigo Garcia(PSDB-SP) e Tarcísio de Freitas. Esses candidatos se saíram bem durante o debate e isso contribui para a melhorar o nível das discussões sobre os problemas da cidade, assim como as possíveis soluções.  

Como o clima político está bastante acirrado, as farpas trocadas seriam inevitáveis, como uma recomendação do candidato do Republicanos, o ex-Ministro de Jair Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, que sugeriu aos ouvintes que pesquisassem o no Google sobre quem seria o pior prefeito de São Paulo. A réplica do petista veio logo em seguida, recomendando aos internautas realizarem a mesma pesquisa, apenas com um assunto diferente: genocida, numa evidente alusão às vítimas da Covid-19. Este primeiro debate sugere uma amostra do que poderá estar por vir por aí, com o primeiro arsenal daquilo que deverá ser explorado dos adversários durante a campanha. Haddad, o candidato do PT, por exemplo, fala de cátedra sobre um tema que ele entende muito bem: educação. 

Foi um dos melhores ministro da educação, responsável por programas de inclusão educativa que transformaram a face deste país no tocante às oportunidades educacionais. Como não tem o  que mostrar ou propor sobre o assunto - talvez Garcia ainda possa falar na condição de gestor da máquina estadual - a tendência é que o velho e surrado tema da corrupção no governo petista no plano nacional seja explorado na disputa estadual, pelo candidato identificado com o bolsonarismo. Esta é uma nódua com a qual o PT terá que lidar ainda por alguns anos. Ainda está muito presente no imaginário popular e não pode ser ignorada. 

Assim como está se desenhando na disputa nacional entre Lula e Bolsonaro - ambos já aparecem empatados na disputa pelo Palácio do Planalto - ali também, tradicional reduto tucano, o candidato do PT, Fernando Haddad, não terá vida fácil. Será exposto no pelourinho político, com direito a banho de água de sal depois das chibatadas. Terá que ter muita capacidade de resiliência para resistir às intempéries, a julgar pelas provocações a ele dirigidas durante este primeiro debate. 

A claque de Rodrigo Garcia foi a mais ruidosa durante os debates, exigindo a intervenção do coordenador do debate em várias oportunidades. Talvez nem precisasse, uma vez que o candidato possui uma larga experiência na máquina estadual, tendo passado por 05 secretarias distintas, em 5 diferentes governos tucanos. Tem São Paulo na palma da mão, é tranquilo e experiente na vida pública. São indicadores que nos vão fornecendo algumas pistas sobre a sua ascendência nas pesquisas de intenção de voto, além, claro, do seu berço tucano.   

domingo, 7 de agosto de 2022

Editorial: Para onde caminha o eleitor de Ciro num eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro.



O eleitor de Ciro Gomes(PDT) parece ser mesmo o eleitor de Ciro Gomes. Se fosse um eleitor resultado da orfandade representada por Jair Bolsonaro(PL) e Luiz Inácio Lula da Silva(PT), possivelmente, ao longo da campanha, seus índices poderiam ter melhorado sensivelmente, fato que nunca ocorreu. A grande questão agora é saber se sua tendência seria caminhar para a candidatura conservadora de Jair Bolsonaro  ou se a de Luiz Inácio Lula da Silva. Salvo melhor juízo, há poucas informações sobre o perfil deste eleitorado, que o acompanha desde longas datas, ao longo de suas 04 candidaturas presidenciais.   

Há menos de dois meses da campanha, é pouco provável que a polarização venha a ser quebrada, o que significa dizer que uma reação supreendente de Ciro seria pouco concebível a esta altura do campeonato. Não sei em quem Ciro bateu mais, se em Bolsonaro ou em Lula. Sobre Lula ele já teria afirmado que não aceita acordo nem agora, nem no segundo turno das eleições. Não se pode dizer que ele não teve o desprendimento e a boa vontade no passado, quando Lula ainda estava encarcerado em Curitiba e ele o procurou para um diálogo sobre as eleições. Nem assim Lula teve a humildade de estabelecer um diálogo de corte mais republicano com o pedetista, um ex-auxiliar do seu governo.   

Num debate sobre o assunto, aqui no Recife, na Universidade Católica, Ciro chegou a perder a compostura com uma representante do Partido dos Trabalhadores. Convenhamos, é uma zanga que teria lá suas compreensões. Agora mesmo, quando rompeu a aliança PT\PSB no Ceará, indicando Roberto Cláudio(PDT-CE) para concorrer ao Governo do Estado, ele alfinetou as manobras que o morubxada petista estaria orquestrando, em diversos Estados da Região Nordeste, com o propósito de atrair aliados dos pedetistas. O mais provável é que ele faça uma nova viagem para Paris, na eventualidade de um segundo turno entre Lula e Jair Bolsonaro. 

Como disse antes, Ciro é Ciro e o eleitor de Ciro é Ciro, tornado-se difícil afirmar qual seria a sua tendência ou afinidade. Em princípio, a possibilidade maior seria uma identificação com o candidato petista, mas estamos tratando aqui de uma hipótese, pois o DNA deste eleitorado cirista ainda não teria sido dissecado. Não se pode dizer que Ciro não fez o dever de casa. Conhece bem o país, é um estudante aplicado e tem soluções para os seus principais problemas. Como já disse aqui outras vezes, é um cara preparado. Uma pena que o eleitorado não tenha enxergado isso.   

Editorial: Os bons ventos de agosto para a campanha de Jair Bolsonaro



O grande inimigo de Jair Bolsonaro(PL) nas eleições presidenciais de 2022 não seria Lula, mas os grandes gargalos da economia, refletido na carestia de itens da cesta básica, inflação em alta e os preços insuportáveis dos combustíveis, mexendo com o humor do motorista\eleitor. O empobrecimento da população e as taxas de desemprego também devem ter dado a sua contribuição para os baixos índices de aprovocação do seu Governo, o que respingava, de forma crucial, em seu projeto de continuar como inquilino do Palácio do Planalto. Os combustíveis estão em baixa e a inflação em queda moderada, o que contribui para as mudanças de rumo sobre a avaliação do seu Governo. 

Os rumos da política econômica são determinantes num projeto de reeleição. Os analistas políticos observam que um governante com índices de desaprovação acima de 40% praticamente não se reelege. Pela última pesquisa da Quaest\Genial, Jair Bolsonaro melhorou neste quesito, mas ainda ostenta 47% de desaprovação do seu governo. Antes tinha 50%. Na série histórica do Instituto, coordenado pelo cientista político Felipe Nunes, da Universidade Federal de Mnas Gerais, esta foi a pesquisa onde o presidente Jair Bolsonaro apresentou seu melhor desempenho. Como se sabe, logo em seguida veio a pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas apontanto que sua diferença para o candidato Luiz Inácio Lula da Silva havia caído senssivelmente, para 5,5 pontos. Ontem foi a vez do Instituto GERP apontar um empate entre ambos, numericamente falando. 

Ao fim e ao cabo, o que se pode concluir é que os ventos de agosto estão soprando favoravelmente ao presidente Jair Bolsonaro. As medidas adotadas para reverter este quadro dasfavorável que ele apresentava nas pesquisas de intenção de voto até então são polêmicas, artificiais, arriscadas e com prazo determinado de validade. Nós acrescentaríamos que são medidas irresponsáveis também, posto que fura o teto dos gastos, criando sérios problemas para as contas públicas. Tentem, porém, explicar isso para os 90 milhões de beneficiários do Auxílio Brasil, do Vale-Gás ou do Voucher.

Salvo melhor juizo, o Auxílio começa a ser pago apenas no dia 09\08, mas, mesmo assim, sua imagem junto a esses segmentos também já teria  melhorado bastante.  Não seria improvável que, durante a campanha oficial, Lula utilize o seu tempo de televisão - que seria o maior entre os candidatos - para tentar explicar à população sobre tais artifícios de caráter eleitoreiro e a temporalidade dos efeitos dessa PEC Kamikaze. A questão é se ele conseguirá convencer tais beneficiários. Melhor admitir logo que irá continuar pagando o tal Auxílio Brasil, no contexto de uma economia estável, onde tal benefício não seja corroído pela inflação. Esta, aliás, é uma das reivindicações do ex-candidato do Avante, André Janones, nas negociações para apoiar o petista ainda no primeiro turno das eleições de outubro.