Faz sentido a observação da jornalista jornal Valor
Econômico, sobre o que, de fato, poderia ter contribuído para o estremecimento
da relação entre Lula e Eduardo Campos. Lula é um cara bom, sensível, mas
bastante rancoroso. Ao sair do Governo ele tinha anotado numa cadernetinha uma
lista de “urubus voando de costa”, numa expressão do jornalista Elio Gaspari. Era um grupo de desafetos - notadamente senadores da República - que não o pouparam de críticas, sobretudo depois das denúncias do mensalão. A
lista era relativamente grande e, não raro, somos surpreendidos pela inclusão
de alguns novos nomes, como o do senador Jarbas Vasconcelos. Há um possível diálogo
reproduzido por uma revista de circulação nacional, onde o governador de
Pernambuco, Eduardo Campos, tenta esclarecer a Lula que foi Jarbas quem o
procurou e não o contrário. Num outro momento, recebendo o diplomata Múcio
Monteiro - escalado para "apagar" o incêndio - antes mesmo que ele iniciasse suas ponderações, Lula teria retrucado
que viria ao Estado para eleger o senador Humberto Costa prefeito, num nítido recado a Eduardo Campos. Inquirido
sobre o assunto, evidentemente, Múcio nega a existência desse diálogo,
afirmando que a imprensa teria distorcido os fatos. Se, de fato, esses diálogos
existiram, pode-se concluir que a repórter tem lá suas razões para concluir que
o que deixou Lula realmente magoado com Eduardo Campos não teria sido o
lançamento da candidatura de Geraldo Julio a prefeito, mas a sua aproximação
com um dos seus principais desafetos, o senador Jarbas Vasconcelos, que ocupa
um lugar privilegiado na sua lista de “urubus voando de costa”. O senador, inclusive, está aniversariando, merecendo os cumprimentos do editor do Blog do Jolugue.
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