O ex-ministro da educação, Fernando Haddad, é um habitué do
nosso Blog do Jolugue. Não foram
raros os momentos em que ele aqui apareceu para ser elogiado por sua postura na
condução daquela pasta, sem sombra de dúvida, um dos maiores ministros da
Educação das últimas décadas, sobretudo pela adoção de políticas públicas –
caso do Prouni – que favoreceram segmentos sociais que antes ou não tinham
acesso ou tinham um acesso periférico às universidades públicas federais.Os críticos do Programa argumentam que essas "desigualdades" de acesso deveriam ser corrigidas na base, ou seja, com uma educação pública de melhor qualidade. Em certa medida, eles até tem razão, mas é preciso lembrar, igualmente, o Governo Lula foi um dos que mais cuidaram dessa questão, embora os bons resultados não possam ser alcançados a curto ou médio prazo. Claro
que tivemos alguns problemas em sua gestão, mas não foram suficientes para
ofuscar seus acertos na condução da pasta. Comentamos, inclusive, numa de
nossas últimas postagens, que ele talvez devesse ser mantido onde estava. Não
fosse a teimosia de Lula, Haddad teria tido a oportunidade de dar sequência aos
programas bem-sucedidos de sua gestão e corrigir alguns problemas crônicos do
ENEM, por exemplo. Lula comprou uma briga feia com o grupo da senadora Marta
Suplicy para impor o nome de Haddad, dentro de uma estratégia para assegurar o
projeto de poder do Partido dos Trabalhadores. O projeto, a rigor, parece-nos
ser muito mais dele do que de Dilma Rousseff, embora em entrevista recente ao jornal Folha de São Paulo sua
esposa, Marisa, tenha declarado que ele não será candidato em nenhuma hipótese,
coisa que até ele mesmo já admitiu. Resta saber quem manda na casa. A própria
presidente Dilma já declarou que São Paulo e Recife – duas praças estratégicas
para o PT - é um problema de Lula. O grande embate político das eleições
municipais de 2012, envolvendo Dilma, se dará mesmo em Minas Gerais, onde ela,
pessoalmente, resolveu bancar a candidatura de Patrus Ananias, nacionalizando
aquelas eleições. Pois bem... Haddad continua cada vez mais lulodependente,
patinando em 6% das intenções de voto. O pior é que não está podendo contar com
Lula para conduzir o seu andor nem com Marta para apresentá-lo em tradicionais
redutos do PT. Essa última variável, o PT pretende controlar, impondo à
senadora um torniquete político que pode frear suas pretensões no Governo
Dilma. Com isso, esperar-se que a independente, mas vaiodosa senadora reavalie suas posições.
Quanto à primeira variável, a da presença de Lula na condução do andor, é um
assunto muito sensível para ser tratado, sobretudo se entendermos as
fragilidades do ex-mandatário da nação. Agora mesmo, por ocasião do lançamento
do programa de governo do candidato, Lula não compareceu à cerimônia, fato amplamente
divulgado pela imprensa.
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