O Grupo Friboi é o maior grupo de abate de bois do mundo. No Brasil, nas últimas eleições, foi o maior doador de campanha. Com esse capital, certamente, seria um grupo com forte influência política. Todos os postulantes ao Planalto o cortejaram bastante, mas, num lance de xadrez político estratégico, Lula exerceu sua influência para permitir que um empréstimo do BNDES fosse liberado para o Grupo, tirando seus proprietários da esfera de influência do então candidato, ex-governador Eduardo Campos. Mesmo nessas circunstâncias, os tucanos não podem se queixar de nada, Também foram regiamente favorecidos com doações nas últimas eleições presidenciais. O apoio do banco oficial deixou o grupo forte demais, motivo pelo qual abriu-se um dissidência com a hoje candidata a assumir o Ministério da Agricultura, senadora Kátia Abreu, na condição de presidente da CNA. Comenta-se nas bastidores da política que os seus dirigentes já teriam procurado o ministro Aloizio Mercadante com o objetivo de fazer um lobby contra a nomeação. Com a sua verve apuradíssima, o filósofo Renato Janine, através do seu perfil do Facebook, comentava sobre o inusitado - e irônico - da situação. Não é a grita da esquerda, mas o lobby do capital que pode impedir a nomeação de Kátia Abreu. O danado, dizia ele, é que Kátia Abreu tem razão no seu entrevero com o grupo. Kátia seria uma indicação da cota pessoal do vice-presidente Michel Temer. Não se pode negar que tem um padrinho forte. Um artigo seu sobre o ministro Gilmar Mende, segundo dizem, também causou um profundo mal-estar no Planalto. Penso que isso seria perfeitamente contornável. Quanto ao lobby da Friboi, se é Friboi, convém à futura ministra colocar as barbas de molho. Como dizia o saudoso ex-governador Miguel Arraes, vamos aguardar pelo jornal que, de fato, conta: O Diário Oficial da União.
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