Henry Kissinger foi pinçado do circuito acadêmico para o campo
político, mais precisamente, para as relações internacionais. Durante os
anos da Guerra Fria, como chanceler de Richard Nixon, reinou soberano
na diplomacia americana. Os atores são "selecionados" mediante uma série
de contingenciamentos. Kissinger foi um ator perfeitamente adaptado ao
establishment norte-americano. Mas, quem na realidade é Kissinger, que
durante décadas mandou e desmandou na
política externa dos Estados Unidos. Apenas um bom diplomata? um ator
político hábil? Um analista mais isento poderia afirmar que, de fato,
ele possuía essas qualidades. Do contrário, assim como o seu amigo
russo, Andrey Gromiko, não teria sobrevivido durante tantos anos naquela
engrenagem de poder repleta de escaramuças. Mas Kissinger tem um outro
lado. Um lado de perversões, cometidas durante a sua gestão,
patrocinadas pelo Governo Americano, do qual ele foi cúmplice. Isso
envolve desestabilizações de governos legalmente constituídos;golpes de
Estado; assassinatos de opositores; torturas; perseguições e coisas
afins. O bem informado jornalista Elio Gaspari chegou a encontrar
documentos oficiais comprometedores, que provam o "sinal verde" da
diplomacia americana para assassinar opositores. Chegamos a escrever um
artigo sobre este assunto. Diplomacia é diplomacia. Tem dessas coisas.
Contingenciada pelo protocolo, a presidente Dilma Rousseff foi obrigada a
apertar a mão desse crápula. Ela, que esteve na luta armada, certamente
sabe o que este cidadão representou para os interesses nacionais na
década de 60.
Nenhum comentário:
Postar um comentário