pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Tijolinho do Jolugue: O nosso sistema político é um Cunhão
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sábado, 18 de julho de 2015

Tijolinho do Jolugue: O nosso sistema político é um Cunhão



Muita coisa já se disse, sobretudo nas últimas horas, sobre o Deputado Federal Eduardo Cunha(PMDB), atual presidente da Câmara dos Deputados. Diante dos últimos episódios, sua biografia foi gentilmente exumada. A presidente Dilma Rousseff não o suporta. A tolerância se dá unicamente em razão de uma governabilidade cada mais onerosa aos interesses republicanos. Momentos houve em que, por força das circunstâncias políticas, ambos foram convidados para convescotes políticos envolvendo os dois grêmios partidários, PMDB e PT. Mesmo assim, a presidente Dilma deu um jeito de encontrar uma saída honrosa para não ter que apertar a sua mão. A relação entre ambos sempre foi muito truncada, recheada de manobras provocativas por parte deste cidadão. Portanto, falar das rusgas e escaramuças entre ambos não atinge o "âmago" da questão, ou seja, a absoluta falência do nosso sistema político. 

Depois das denúncias contra Eduardo Cunha, logo surgiram alguns deputados escrevendo, se pronunciando e pedindo abertamente que ele seja afastado da presidência da Casa Legislativa, em razão da absoluta ausência de condições morais para conduzir os trabalhos daquela Casa. Isso é verdade. Mas é verdade, igualmente, que todos conheciam o passado politicamente nebuloso do parlamentar. O caboclo é mais sujo do que pau de galinheiro. Mesmo nessa condição - e porque não dizê-lo em função dela - conseguiu suporte para uma carreira política "bem-sucedida"; montou uma estrutura de poder dentro da federação do PMDB; mantém uma "bancada" de parlamentares fieis ao seu comando; representa diversos grupos de interesse no parlamento, como o poderoso lobby dos planos de saúde, apenas para ficar neste exemplo. 

Embora da "base aliada", sua eleição para a presidência daquela Casa foi um duro golpe para o Planalto. Se deu num contexto político de fragilidade da coalizão governista. Aliás, as concessões às oposições não pararam por aí, como todos sabem. Até mesmo áreas estratégicas e programas de grande alcance social foram atingidos. Isso daria, entretanto, um outro debate. Vamos ao que interesse no momento. Essa rusga entre o Planalto e o senhor Eduardo Cunha, logo após a denúncia de cobrança de propina feita por um dos delatores da Operação Lava Jato, respinga, em última análise, na fragilidade do nosso sistema político, mantido à base de corrupção, interesses corporativos, chantagens e coisas do gênero. O resultado de tudo isso é uma presidente fraca; vítima das chantagens dos seus algozes; acuada no Planalto, que não teve um único momento de paz desde que assumiu o segundo mandato. 

Foram feitas várias tentativas - sem sucesso - de orientar os rumos de sua coordenação política. Esse problema existia desde o primeiro mandato. Agora, parece que agravou-se. Aos problemas de condução política vieram se somar outros tantos; como a condução da política econômica, assim como uma crise institucional aberta, onde setores da sociedade se mobilizam contra o Governo. Embora manter uma base parlamentar de apoio coesa seja fundamental - Dilma vem sofrendo derrotas sucessivas - sabe-se entretanto, que essa crise política é mais complexa. Algo nos parece bastante positivo nesse imbróglio todo: a atuação dos órgãos de Estado. Mas, até aqui, percebe-se nitidamente que a nossa classe política não consegue separar, se nos permitem a licença poética, o fundo da calça. Desejam que os órgãos de Estado atuem consoantes as conveniências políticas de ocasião. A culpa é do Janot.

A atuação desses órgãos é entendida por alguns políticos como "revanchista", ou seja, é como se os órgãos de fiscalização e controle do Estado estivesse a serviço desse ou daquele grupo. Eduardo Cunha e o senador Fernando Collor de Mello insinuaram isso de imediato, prometendo retaliações. Depois daquele pronunciamento de quem acusou o golpe, Eduardo Cunha tratou de "desengavetar" pautas contra o Governo Dilma. Nada mais sintomático deste momento que estamos vivendo do que as expressões utilizadas pela crônica política: O Governo Dilma acabou; A presidência de Eduardo Cunha acabou; a coalizão de governo acabou; a governabilidade acabou...O que mais acabou? Sejam quais forem os resultados desse imbróglio, o que não tem mais jeito mesmo é esse nosso sistema político, ferido de morte por figuras como esse senhor que atende pelo nome de Eduardo Cunha, um exemplo claro de tudo um representante parlamentar que não deveria ser. O nosso sistema político é, de fato, um Cunhão.  

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