Neste momento, debaixo de toda chuva, os policiais civis do Estado estão em plena mobilização pelas avenidas do centro da cidade. Desta vez, não apenas os agentes. Delegados - e, possivelmente o pessoal da Polícia Científica - também estão acompanhando as manifestações. O Pacto Pela Vida perdeu a coordenação e,com ela, começaram a surgir uma série de problemas, inclusive a o aumento dos chamados crimes violentos intencionais - CVLIs - o principal indicador utilizado pelo Estado para aferir os índices de violência. Segundo as próprias fontes palacianas, esses primeiros seis meses de governo do senhor Paulo Câmara tem sido dedicados a "colocar a casa em ordem", reduzindo despesas, cortando gastos e, preferencialmente, aumentando as receitas do Estado. Em tese, é uma área que o governador conhece bem, uma vez que foi cevado nas finanças públicas do Estado.
É bom que se diga que o quadro não está bom para ninguém, nas diversas esferas da Federação. A postura no sentido de equilibrar as contas do Estado, impõe-se naturalmente, em razão das circunstâncias adversas. Só não entendo como ele irá se arranjar com as inúmeras categorias de servidores públicos que reivindicam uma recomposição salarial. No caso dos policiais civis, de acordo com o sindicato da categoria, Pernambuco paga o menor salário do país a um agente de polícia. Segundo os dados apresentados pelo Governo, o Estado estaria no limite dos gastos com a folha, previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal, ou seja, 46,6%. Para ser mais preciso, os gastos com a folha de pagamento estaria um pouco acima deste limite. Que nos perdoem os policiais civis - entendo que o pleito é justo, por uma série de fatores - mas deflagrar uma greve num quadro recessivo como este é uma temeridade.
O Governo Federal ofereceu ao pessoal do Executivo um percentual de 21% divididos em 4 anos, a partir de Janeiro de 2016. Nós não sabemos nem se chegamos vivos até lá. E, se chegarmos, a inflação já teria corroído esses percentuais muito antes de recebê-los. Esse país está vivendo um momento muito difícil, e isso não está circunscrito apenas às questões econômicas. Vejam os adesivos que estão circulando contra Dilma. Vejam as manobras inconstitucionais de um cidadão que responde pela Presidência da Câmara dos Deputados, com o propósito de aprovar a redução da maioridade penal . Embora haja esses "constrangimentos", senhor Paulo Câmara, muita coisa pode ser feita pela segurança pública do Estado. Aliás, precisa ser feita. Estão ocorrendo falhas clamorosas no Pacto Pela Vida e a reversão dessa situação passa, tão somente, por atitudes mais condizentes, como a retomada das reuniões regulares, a intimação aos atores envolvidos, numa palavra, vontade política. O Pacto Pela Vida entrou num processo de inércia que parece não mais ter volta.
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