Caríssimas(os), boa tarde.
Estou deixando hoje a Presidência da Fundação Joaquim Nabuco, instituição federal vinculada ao MEC, voltando para a docência na UFPE.
Saio por convicção ante os fatos. Cheguei em 30 de abril de 2015, nomeado por um governo eleito. Educação e Cultura, finanças públicas e questões orçamentárias são espinhas dorsais de minha vida pública há 37 anos, com ações, projetos de lei, emendas constitucionais, relatorias de projetos, dezenas de artigos publicados, conferências e palestras em sindicatos, universidades, congressos e seminários de trabalhadores do campo e da cidade.
Encontrei ações em curso, desenvolvi iniciativas que buscaram fortalecer a Fundação institucionalmente, abrindo seu processo orçamentário, fazendo convergirem suas áreas técnicas e orçamentárias com as áreas fins, reaproximando a pesquisa e a formação e as ações do valoroso complexo cultural existente, estimulando seus integrantes a atuarem na defesa de um projeto de desenvolvimento para o país, a partir do enfrentamento crítico dos programas de políticas públicas existentes, em curso no Brasil.
Exemplos dessas jornadas:
De 18 a 20 próximo haverá o VI Encontro de Pesquisa em Educação da FUNDAJ, com a Univasf, em Juazeiro-BA. Em junho o Encontro de Abertura dos novos Programas Institucionais de Pesquisa, Formação e Ações Culturais integradas. Em seguida o Encontro de Educação Básica de Qualidade para o Semiárido, com diversos desdobramentos.
Entrego o cargo pois não vejo legitimidade no governo que assume após o golpe dado contra a democracia. Suas primeiras palavras são de cortes, cortes, cortes. Onde?
Em que parcelas da conta matemática das despesas públicas? Porque só sendo manipuladores da opinião pública para tentarem convencer o povo de que são os cargos públicos, o número de ministérios e os reajustes de servidores as causas do déficit público. Não. Mesmo com revisões normais em cada um desses itens, não são.
Desafio qualquer um deles a debater isso, à luz das contas públicas, pois a verdade estará lá, no peso desproporcional que as despesas com a dívida pública tem nas contas do tesouro nacional. E por que isso? Porque o país foi capturado há anos, dentro da lógica mundial de acumulação do capital financeiro, por uma sistema de combate à inflação falso: Nossa inflação seria de demanda e isso se combate com juros altos.
Por isso a farsa desse governo de "salvação nacional", a farsa do ajuste calcado nas privatizações a preço de banana visando a atração de capitais externos para, segundo eles " reativarem a economia".
Nada se ouve, de Temer e Meirelles, acerca do combate à sonegação criminosa dos grandes grupos econômicos, acerca da tributação perversa, regressiva e indireta, contra assalariados e famílias que gastam com o consumo, nada se ouve contra os favores da não-tributação às grandes fortunas e ao capital financeiro, nada acerca das mudanças na política monetária e nas taxas de juros.
Anunciam desvinculação de receitas para educação e saúde. Sacrificam direitos dos servidores, salário mínimo real e previdência para prestigiarem os privilegiados do capital financeiro.
Encerro expressando meu muito obrigado aos servidores da FUNDAJ, dos vigilantes e motoristas, analistas e assistentes aos mais antigos pesquisadores, pelas críticas, pelo apoio, pela atenção às minhas palavras nas horas de apelo e convite à reflexão.
Contem comigo. Forte abraço. Vocês me encontrarão aqui nesse perfil, no site www.plataformadeesquerda.com.br e nas lutas, pelos direitos do povo. Abraço caloroso.
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