pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Crônica: Jackson do Pandeiro
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quarta-feira, 25 de julho de 2018

Crônica: Jackson do Pandeiro

 
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 José Luiz Gomes 
 

Domingos de julho são dias para curtir a região do Brejo Paraibano. Estamos em pleno festival cultural e gastronômico Caminhos do Frio. Um bom agasalho, uma boa companhia, um chocolate quente, uma seresta e uma caninha branca, típica da região, fecha o pacote. Outro dia fiquei surpreso com o número de cachaças que são produzidas na região do Brejo. Hoje elas estão entre as melhores do Brasil. Não deixam nada a dever às tradicionais cachaças artesanais mineiras, antes hegemônicas nesses rankings.Chegamos à Alagoa Grande, a cidade de Jackson do Pandeiro.
 
José Gomes Filho, o Jackson do Pandeiro, era filho de um paraibano e uma pernambucana, cantadora de coco, que, certamente, teve forte influência em sua formação artística. Com 08 anos de idade já a acompanhava nas emboladas por Alagoa Grande, sempre ao lado de uma zabumba. A trajetória de vida de Jackson, como a de qualquer artista popular de origem humilde, é marcada por muitas adversidades. Por essa época, curtia cinema, notadamente os filmes de faroeste. Brincava com outros jovens, de pistoleiro, bandido, índio, com a alcunha de Jack Parry. Com a morte do pai, precisou largar as brincadeiras e trabalhar para ajudar a mãe a sustentar a família. Engraxava sapatos e entregava pães pelas ruas de Campina Grande.
 
Como tinha habilidade para tocar instrumentos musicais, começou se apresentando em público, como integrante de pequenas bandas, sempre acompanhado de um pandeiro. Já era, então, o Jack do Pandeiro. Daí para o Jackson do Pandeiro foi um pulo. Um pulo de Comadre Sebastiana, um dos seus maiores sucessos. Depois, já como cantor solo, chegou às rádios, um grande impulso para a sua carreira, mesmo com o grande atraso com que lançou seu primeiro disco. Ao lado de Luiz Gonzaga, tornou-se o maior representante da música nordestina. Hoje é dia da Confraria do Arnaldo prestar-lhe uma merecida homenagem, sob o comando de Paulinho, que conhece bem seu repertório. Arnaldo escolheu o bar do Chicão, que possui uma carta com as melhores cachaças do Brejo e um cupim de deixar o caboclo de orelha em pé. Quando se trata de equipamentos de hospedagem, Alagoa Grande deixa um pouco a desejar. Já de madrugada deveremos voltar para Serraria. A anfitriã já teria reservado um quarto de carneiro e algumas garrafas de Cobiçada. Será que a turma aguenta o tranco? Pode isso, Arnaldo?

Sebastiana


Convidei a comadre Sebastiana
Pra dançar e xaxar na Paraíba
Ela veio com uma dança diferente
E pulava que só uma guariba
E gritava: A, E, I, O, U, Y

Já cansada no meio da brincadeira
E dançando fora do compasso
Segurei Sebastiana pelo braço
E gritei, não faça sujeira
O xaxado esquentou na gafieira
E Sebastiana não deu mais fracasso
E gritava: A, E, I, O, U, Y


(Jackson do Pandeiro)
 


 


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