O famoso escritor, jornalista e ex-ministro da cultura, da França, André Maulraux
escreveu uma obra prima, como correspondente de guerra na indochina, chamada A
CONDIÇÃO HUMANA, narrando o genocídio dos comunistas durante o
primeira revolução chinesa, patrocinada por Chian Ka Chek. Durante o massacre
dos militantes comunistas, Maulraux chegou a conclusão de que a SOLIDÃO é o que
caracteriza as pessoas na hora da morte. Como dizia Aldous Huxley, os cristãos
entravam de mãos dadas na arena romana, mas morriam sozinhos. A condição humana
dos que lutam contra as injustiças e o arbítrio parece ser mesmo a solidão.
Na
boca de certos ativistas e militantes a defesa da liberdade e dos direitos
civis e políticos, às vezes, não passa de mero retórica eleitoreira, na disputa
de um cargo ou mandato. Enquanto, as pessoas enfrentam sozinhas seus dilemas,
seus embates.
Aprendi, a duras custas, que a liberdade é um direito coletivo, não é algo
interior, subjetivo, como pensavam os estoicos e existencialistas. Só se é
livre quando muitos acreditam no valor da liberdade e lutam por ela. Lutar
sozinho pela liberdade, é muito bonito, mas ineficaz. Não muda as coisas. Por
mais importante que seja essa ética das convicções, seu resultado prático é muito
pequeno.
Morando numa província abafada, como Pernambuco, onde duas ou três oligarquias - aliadas com políticos "soi dissent" de esquerda - disputam os mandatos, não posso alimentar muitas ilusões sobre o futuro político do meu Estado. Àqueles em que confiei estão hoje de braços dados com meus inimigos. Não porque gostem deles. Apenas por mera conveniência política. Neste momento, em que temos de lutar - quase sozinho - contra o arbítrio de um reitor universitário e um ex-ministro da educação, a palavra liberdade tem que ser resignificada.
Michel Zaidan Filho é filósofo, historiador, cientista político, professor titular da Universidade Federal de Pernambuco e coordenador do Núcleo de Estudos Eleitorais, Partidários e da Democracia - NEEPD-UFPE
Valeu Michel!
ResponderExcluirBoa noite, professor Hely. Tudo bem contigo? Quanto tempo! Manda um ZAP para a gente de inserir no grupo do blog. Abraços!
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