José Luiz Gomes
O
projeto de escrever um guia histórico, turístico e sentimental de João Pessoa, necessariamente, nos
contingenciam a realizar visitas frequentes àquela cidade, o que não se
constitui, naturalmente, num problema, mas algo que fazemos com grande
entusiasmo. Ainda no domingo, estivemos na Praça João Pessoa, e o
comendador Arnaldo, com aquele humor cáustico que o caracteriza, já sentencia.
-Luiz, eu não sei se o puteiro aqui é maior durante o dia ou durante à noite. A
analogia logo fica clara. Ali, nas suas imediações, ficam as sedes do Executivo e do Legislativo Estadual. À noite, a praça vira um reduto de prostitutas e
travestis. Numa
crônica recente, sobre o Recife, observo a necessidade de se conhecer uma
cidade em seus distintos momentos. Durante o dia, à noite, madrugada a dentro.
Não raro, são necessários alguns flagrantes, assim inusitados, onde se pode obter
informações mais relevantes, dessas que escapam às primeiras impressões. Eis
aqui uma lição que aprendi com o comendador Arnaldo, um profundo admirador da
“bagaceira”, dos botecos, das ladeiras, das esquinas, dos escondidinhos da
cidade.
A convite do “Mago”, até frequenta um Gulliver ou um Mangai, mas apenas de vez em quando, quando a necessidade obriga. Prefere mesmo é a comida do Mercado Municipal do bairro da Torre, acompanhada de uma caninha do Brejo e a prosa dos colegas da confraria. Na semana passada, a partir do sítio histórico, contemplamos uma vista magnífica do Rio Sanhauá, um afluente do Rio Paraíba, que banha a capital pessoense e a cidade vizinha, de Bayeux. Hoje bastante poluído pelos esgotos e dejetos jogados em seu leito pela população ribeirinha, cujas casas não possuem saneamento básico. Mesmo nessas condições degradadas, fornece o alimento para a sobrevivência dos pescadores que se dedicam à pesca artesanal. Alguns tipos de peixes, goiamuns, caranguejos e crustáceos ainda são possíveis de ser capturados em seus manguezais vistosos. Embora hoje desativado, dizem que o antigo lixão do bairro do Roger ainda despeja o chorume no seu leito, contribuindo para agravar ainda mais o problema da poluição.
A convite do “Mago”, até frequenta um Gulliver ou um Mangai, mas apenas de vez em quando, quando a necessidade obriga. Prefere mesmo é a comida do Mercado Municipal do bairro da Torre, acompanhada de uma caninha do Brejo e a prosa dos colegas da confraria. Na semana passada, a partir do sítio histórico, contemplamos uma vista magnífica do Rio Sanhauá, um afluente do Rio Paraíba, que banha a capital pessoense e a cidade vizinha, de Bayeux. Hoje bastante poluído pelos esgotos e dejetos jogados em seu leito pela população ribeirinha, cujas casas não possuem saneamento básico. Mesmo nessas condições degradadas, fornece o alimento para a sobrevivência dos pescadores que se dedicam à pesca artesanal. Alguns tipos de peixes, goiamuns, caranguejos e crustáceos ainda são possíveis de ser capturados em seus manguezais vistosos. Embora hoje desativado, dizem que o antigo lixão do bairro do Roger ainda despeja o chorume no seu leito, contribuindo para agravar ainda mais o problema da poluição.
Como
disse antes, o Rio Sanhauá é um dos afluentes do Rio Paraíba, dos romances do
escritor José Lins do Rego. Diante da crise hídrica que atravessamos, outro
dia, aproveitamos a oportunidade para visitar a cidade de Pilar, por onde ele
passa, bem pertinho do Engenho Corredor, onde o escritor viveu sua infância,
batizando-se naquelas águas; apavorado com suas enchentes de outrora; e, nas
estripulias típica de um menino de engenho, observando o molejo dos latifúndios dorsais das negras escravas que
lavavam roupas no seu leito, como sugeria o amigo Gilberto Freyre. o Rio Sanhauá é uma referência histórica para a capital do Estado. João Pessoa nasceu ali, na sua vizinhança. Apenas depois - muito depois, aliás - é que o abandonou pelos encantos litorâneos de Tambau.
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