Quem conhece a história de fundação dos
partidos políticos brasileiros, sabe que é algo muito melindroso falar sobre o
tema. Mas também sabe que a maioria nasceu muito mais por divergências pessoais
do que por questões ideológicas. Com relação ao PT, até quem não morre de
amores por ele, reconhece que seu nascedouro foi bem diferente dos demais. Infelizmente,
suas práticas com o passar dos anos tornaram-se iguais aos demais.
Acreditando que Lula será candidato e
vitorioso nas urnas, o PT tem buscado alianças escusas, visando o retorno ao
poder. Dando clara demonstração de que está disposto a qualquer tipo de
aliança, visando o resultado eleitoral. Aqui em Pernambuco estamos assistindo
uma clara falta de coerência e de espírito republicano. Rifar candidaturas do
seu próprio quadro, não é algo novo aos partidos políticos e o PT não está
livre disso. Basta lembrarmos a forma como conduziram a candidatura à
prefeitura da cidade do Recife em 2008. Parece que o partido acredita que como
Pernambuco, segundo as pesquisas, é o Estado onde aparece o melhor desempenho
do seu candidato fantasioso, pensa que os pernambucanos estão esquecidos da
conduta de alguns aliados de última hora, no processo de impeachment da
ex-presidente Dilma.
A aliança formada entre PT e PSB em
Pernambuco tem como principal alvo, garantir a reeleição do governo e do
senador paulista, demonstrando que as preocupações com o povo pernambucano são
apenas instrumentos de retórica. Na verdade, a não candidatura própria tem um
fator maior. O tempo vai passando e o PT pernambucano não renova os quadros e
alguns trabalham para que não aconteça, pois ofuscaria velhos companheiros que
tanto lutaram pelo desempenho eleitoral do partido em outros momentos da
história. O cenário atual foi articulado no Sítio do Pica-pau Vermelho. O povo
parece encontra-se entre Cila e Caríbdis. Se o modelo interpretativo da história
utilizado por Maquiavel estiver correto, Pernambuco assistirá um novo 1998.
Hely Ferreira é
cientista político.
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