A CPMI do INSS, pelo andar da carruagem política, não tem mais volta. Será instaurada contra a vontade do Planalto, que não a desejava de jeito nenhum, nem para responsabilizar Bolsonaro pelos desmandos no órgão, conforme a narrativa governista. Parece que o "paredão" desta vez será vencido, uma vez que esta CPMI está imbuída de muitos interesses em jogo, bem como por um componente de apelo popular que não poderia ser negligenciado. Até parlamentares do PT estão assinando o requerimento, precedente que pode abrir a porteira de partidos daquele núcleo duro histórico aliado ao partido, uma vez que a "base aliada" já aderiu em peso ao requerimento. A preocupação do Governo neste momento é a contenção de danos, ou seja, criar as condições de composição da CPMI que faculte alguma margem de manobra na condução dos trabalhos.
Soubemos que a deputada federal do PSB, Tabata Amaral, estaria articulando pela indicação da relatoria. Integrantes do Governo Lula 3 estão usando umas expressões curiosas para se referirem aos dissidentes como, por exemplo, "o que vocês estão fazendo aí?", numa referência aos parlamentares do PSB que assinaram o requerimento. Ao que se sabe, o Presidente do Senado Federal já teria comunicado à Ministra da Articulação Política, Gleisi Hoffmann, que a abertura da CPMI para investigar o escândalo do roubo no INSS. A dimensão do problema é gigantesco. O Governo enviou mensagens aos aposentados perguntando sobre se eles haviam detectado irregularidades de descontos indevidos em seus proventos. Deu 98,2% de retorno positivo.
Depois dessa mega operação contra as fraudes no órgão, a PF já desencadeou duas outras operações com a mesma finalidade. Os fraudadores estão fabricando velhinhos em série para recebimento irregulares de benefícios. Situação delicadíssima a da nossa previdência social, acossada, de um lado pela insolvência natural do regime de aposentadorias, e, de outro, por um esquema de fraudes gigantesco, com a possível participação de agentes públicos, como se constatou nesta última operação da PF, onde um servidor de cargo estratégico do órgão poderia estar agindo de forma mancomunada com algumas dessas entidades. O filho dele advogava para uma dessas entidades.
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