pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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quarta-feira, 5 de março de 2025

Charge! Quinho via Estado de Minas.

 


Editorial: Boulos ministro?


Lula tem tomado algumas decisões que estão deixando o mundo político atônito. Resolveu fazer de Edinho Silva o novo presidente do PT, mesmo contrariando ala cada vez mais barulhenta da legenda, que prefere um nome do Nordeste. Noutros tempos, isso se resolvia com um pouco de vaselina política, mas, a julgar pelas ponderações do ex-timoneiro José Dirceu, que conhece o partido como ninguém, se os ânimos não forem apaziguados, os danos produzidos poderão ser preocupantes. Contrariando toda a lógica da manha política, optou por indicar o nome da deputada federal Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais, um cargo que exige um traquejo politico que, definitivamente, a deputada não tem. 

Análises mais recentes sugerem que Lula teria abandonando o varejo politico e estaria, na realidade, preocupado com as articulações em torno das macros alianças relativas ao seu projeto de 2026. Será? Curioso que a própria Gleisi teria endossado a tese da indicação de um nome do Centrão para o varejo político junto à Câmara dos Deputados, assumindo a condição de líder do Governo Lula3. Em mais um lance curioso, o nome do deputado federal por São Paulo, Guilherme Boulos, voltou à bolsa de aposta na condição de eventual indicação para um ministério em Brasília. Derrotado em São Paulo, Guilherme Boulos integra o PSOL, partido que só acompanha o Governo em votação no Congresso quando as conveniências ideológicas ou programáticas da legenda se coadunam com as pautas em votação. Não é incomum o partido votar contra o Governo.

Guilherme Boulos é literalmente um coelho que está sendo retirado da cartola. Com que propósito? Projetá-lo para a disputa de 2026?  Mesmo depois da experiência paulista, que mostrou que uma chapa puro-sangue não trouxe os resultados esperados? 


terça-feira, 4 de março de 2025

Editorial: Humberto Costa pode assumir a Presidência do PT.



Mesmo durante o período momesco, as movimentações políticas na capital federal continuam a todo vapor. Duas informações chegaram à imprensa, que, de alguma forma, foge ao algoritmo da política. O Centrão não ficou nenhum pouco satisfeito com a indicação da deputada federal Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. O mais surpreendente é que, dizem que com o sinal verde da nova Ministra das Relações Institucionais, cogita-se a indicação de um nome do Centrão para fazer o meio de campo da liderança do Governo na Câmara Federal. Por outro lado, o partido enfrenta dificuldades em relação a definir um nome para a Presidência Nacional da legenda, algo que, segundo o experiente José Dirceu, poderia cindir o partido, produzindo alguns danos preocupantes. 

Não imaginávamos que o problema atingisse tais proporções, mas, segundo o timoneiro de outrora, o caso é grave. Uma ala da legenda prefere um nome do Nordeste, enquanto Lula, até então, nutria simpatias pelo nome de Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara. Um grupo da legenda, colocou na cabeça que teria que ser um nome do Nordeste. Já explicamos que um nome paulista poderia ser até estrategicamente bem-vindo, uma razão dos percalços que o partido enfrenta no maior colégio eleitoral do pais. O grupo que defende um nome do Nordeste não acompanha o raciocínio deste editor. Talvez em razão dessas querelas internas, o partido optou pelo consenso em torno do nome do senador pernambucano, Humberto Costa. Pelo menos são esses os rumores de carnaval na capital federal. Humberto é nordestino e muito próximo a Lula. 

Depois de refletir bastante sobre a indicação de Gleisi para a Secretaria de Relações Institucionais, passamos a alimentar uma hipótese em torno da escolha de Lula. As espumas que se formaram, como resultado das pancadas da água do mar sobre as pedras produziram dois indicadores importantes. Os jornais noticiam que Lula pretende fazer uma visita a um assentamento do MST; Guilherme Boulos passou a ser sondado como eventual ministro. 

P.S.: Contexto Político: Na realidade, permanece o impasse na legenda. O senador Humberto Costa assume apenas interinamente a direção nacional do PT, em substituição a Gleisi Hoffmann. A decisão sobre o novo presidente da legenda será tomada em junho, com maiores chances para Edinho Silva, apadrinhado por Lula.  

Editorial: The Wall Street Journal e a nova ordem mundial.


Ontem comentávamos por aqui sobre uma matéria da conceituada revista britânica The Economist acerca da saúde da democracia brasileira. O diagnóstico é preciso, estamos de acordo que as nossas instituições democráticas não estão com a saúde em ordem, mas temos profundas divergências sobre as causas da doença, assim como sobre o tratamento a ser ministrado. Uma dose da dipirona anistia, clamadas por notórios golpistas em apuros, por exemplo, não seria bem-vinda no nosso caso. O mais preocupante, no entanto, é um editorial publicado na segunda-feira, também pelo prestigiado jornal americano The Wall Street Journal, bíblia do mundo corporativo, onde é tratado um suposto acordo que o jornal denomina de nova ordem mundial, dividindo o planeta em áreas de influência dos Estados Unidos, China e Rússia. 

Pelo raciocínio do editorialista do jornal, explica-se, por exemplo, o comportamento relativamente amigável adotado pelo presidente Donald Trump em relação à China e a Rússia. Nesta nova ordem, o mundo ficaria dividido assim: Os Estados Unidos ficaria com as Américas, a China com o Pacífico, e a Rússia com a Europa. Faz sentido, por exemplo, consoante tal análise, o posicionamento dos Estados Unidos em relação à guerra na Ucrânia, onde Trump já decidiu que não mais ajudará Zelensky, assim como seus pronunciamentos em relação ao Canal do Panamá, o Canadá e o México. 

Na época da antiga União Soviética chamávamos isso de Guerra Fria, mas acreditamos que o conceito já não atende mais as circunstâncias atuais, onde sugere-se mais uma aliança global entre as grandes potências mundiais. Naqueles tempos, depois da crise dos mísseis instalados em Cuba, em 1962, a ilha ficou completamente isolada, depois que os americanos e os russos sentaram à mesa para dirimir essa questão. Os soviéticos retiraram o mísseis, a ajuda militar e informaram que não participariam de nenhum levante revolucionário na América. Dizem que o comandante Fidel Castro à época, deu muitos socos na mesa. A referência é para refletirmos sobre como ficará a situação da Venezuela, que mantém cordiais relações com a Rússia e a China. 


Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo.

 


segunda-feira, 3 de março de 2025

Charge! Renato Aroeira via Facebook.

 


Editorial: "Ainda Estou Aqui" vence o Oscar de Melhor Filme Internacional.



Este Oscar é emblemático por vários motivos. Trata-se do primeiro prêmio da categoria arrebatado por um filme brasileiro. E não é qualquer filme. Trata-se do filme "Ainda Estou Aqui", realizado pelo cineasta Walter Salles, tendo Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro como protagonistas principais, baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, filho de Rubens Paiva, deputado sequestrado e morto durante a ditadura militar instaurada no país com o golpe civil-militar de 1964. São muitos emblemas. O filme é odiado pela extrema direta brasileira, que chegou a propor um boicote fracassado à película, talvez por reabrir as feridas sobre os horrores praticados durante o regime militar. 

Infelizmente, essas vísceras abertas ainda não foram suficientes para impedir as ações das doidivanas dos quartéis, que dão plantão nas portas dessas corporações pedindo intervenção militar. A revista The Economist dá uma nota baixa à nossa democracia. O problema são os indicadores nos quais a revista britânica se apoia para baixar os nossos escores. Ficaríamos mais tranquilos se eles se baseassem nos indicadores que realmente conta. Desde 2013 que a saúde de nossas instituições democráticas exige alguns cuidados. Navegamos sob águas turvas, sob ameaças autoritárias constantes. Por pouco não tivemos a materialização de um golpe de Estado. 

Emparedados contra as instituições democráticas, esses sublevadores do ordenamento do Estado de Direito agora clamam por anistia. Uma características dos golpistas é a covardia. Até recentemente, um dos advogados de um desses sujeitos afirmou que tudo não passou de bravatas. Até agora nenhum deles assumiu sua condição de sublevadores do ordenamento democrático. 

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo.

 


Editorial: Centrão já analisa um desembarque do Governo Lula3.


Há rumores de que próceres representantes do Centrão já cogitam da possibilidade de desembarcaram do Governo Lula3. O único fator que ainda determina algumas dúvidas sobre esta saída é que, embora as eleições presidenciais de 2026 já esteja com o bloco nas ruas, ainda há um longo período pela frente. Outro fator é que, no horizonte dos nomes que estão sendo postos pelo campo conservador até este momento, ainda não despontou aquele que agregue, pelo menos, três partidos dos que integram esse agrupamento político. Republicanos ainda torcem pela possibilidade de o governador de São Paulo,  Tarcísio de Freitas, entrar para a disputa ainda em 2026; o PSD alimenta as expectativas em torno do governador do Paraná, Ratinho Júnior, e o União Brasil torce pelo crescimento do nome do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. 

A fissura sugere ser mais acentuada em relação ao PP, cujo Presidente Nacional, o senador Ciro Nogueira, já andou se pronunciando a este respeito, sugerindo uma conversa com o Ministros dos Esportes, André Fufuca. Na opinião de Ciro Nogueira, o governo não vai bem - o que não chega a ser uma novidade - e a estratégia de comunicação institucional está completamente errada, ao expor Lula a uma situação vexatória. Neste momento, uma exposição demasiada do presidente poderia agravar ainda mais o problema de popularidade. Do ponto de vista do pragmatismo político ninguém dá lições ao Centrão. 

A luta é por vantagens, nacos de poder. A indicação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais pode estar sendo lida como uma rebeldia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na medida em que ela dificultaria ainda mais as negociações do grupo com o Governo. Depois de meditar sob a massaranduba do tempo, passamos a vislumbrar uma possibilidade de explicação para a indicação da deputada ao cargo. Vamos expô-la por aqui, durante esses nossos diálogos. 

domingo, 2 de março de 2025

Charge! Renato Aroeira via Facebook.

 


Editorial: Guarda-Municipal transformada em polícias metropolitana.



A tendência é que as guardas-municipais sejam transformadas em polícias metropolitanas, como já ocorre em Itaquaquecetuda e, mais recentemente, em Cascavel, no Paraná. Soma-se a esse sinal verde uma tendência natural dos gestores municipais, em razão dos altos índices de violência registrados no país afora. A insegurança pública será tema do grande debate das eleições presidenciais de 2026. Já existe até candidato que lançou seu nome para a disputa a partir desta plataforma, como é o caso do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que ostenta os melhores índices de popularidade no estado que governa, principalmente em razão do seu trabalho na área de segurança pública. Mesmo sendo este um tema nevrálgico, ele precisa construir um programa de governo mais amplo, do contrário não se viabiliza. 

A partir de sua experiência na Policia Civil, onde exercia o cargo de delegado, o atual prefeito de Itaquaquecetuda, Eduardo Boigues, do PL, ofereceu total prerrogativa de atuação de sua guarda-municipal, equipando-a com viaturas e armamentos. Foi reeleito com 91,70% dos votos, tornando-se o prefeito eleito com o maior índice de votação do país. Isolou completamente os adversários. O Governo Federal, por sua vez, encontra enormes dificuldades de enfrentamento deste problema, sobretudo por adotar uma agenda dissonante com setores expressivos da oposição, seja em sua representação congressual, seja em alguns estados governados por gestores de oposição, que criam resistências em acatar as diretrizes emanadas do Ministério da Justiça. 

São agendas diametralmente distintas. Enquanto a Bancada da Bala adota o lema do bandido bom é bandido morto, buscando inspiração quem sabe no Nayib Bukele, o Governo Lula, por razões óbvias, manifesta uma preocupação com o respeito aos direitos humanos, a humanização no cumprimentos das penas, na regulação das operações policiais, evitando os eventuais abusos e violações. Historicamente, o país parece flertar com uma cultura do encarceramento. Já somos o terceiro país em número de população carcerária do mundo. Apenas como exemplo das precárias condições de cumprimento das penas, Pernambuco possui 11.767 vagas em suas unidades prisionais, com uma população carcerária de 32.781 presos. Isso é uma média geral, mas existe um caso, salvo melhor juízo no município de Igarassu, de um presídio onde a proporção seria de um para cinco. 


Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo.

 


sábado, 1 de março de 2025

Charge! Quinho via Estado de Minas.

 


Editorial: Qual a aposta de Lula com Gleisi Hoffmann na articulação política?



Antes de sermos mal interpretado, vale aqui fazer uma ressalva. Somos um dos admiradores da deputada federal pelo Paraná, Gleisi Hoffmann. Mulher íntegra, guerreira, petista autêntica, daquelas que mantém as raízes fincadas nas teses da legenda, criada na histórica reunião do Colégio Sion, em 10 de fevereiro de 1980. Mas todos estão se perguntando sobre qual teria sido a aposta de Lula em nomeá-la para a Secretaria de Relações Institucionais. Conforme assinalamos em postagem anterior, ainda estamos tentado decifrar as espumas formada pelas pancadas da água do mar sobre as pedras. Como diria aquelas pessoas que tentam se afastar de perguntas cabulosas, repetimos o mantra: Tudo é possível, inclusive nada. 

Talvez o líder petista tenha simplesmente errado, como ele tem errado em outros momentos neste terceiro mandato. Uma outra possibilidade é a de se aferrar aos mais autênticos companheiros, fechando o circuito daquele PT mais renhido, isolando a área mais liberal da legenda, como se sugere que hoje seja representada pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A ala populista do PT tem sido mais influente junto ao presidente, sugerindo que Lula já fez a sua opção. Alguém hoje já andou especulando sobre os bilhões que deverão ser gastos no sentido de adoção de políticas de cunho social para recuperar a avaliação positiva junto ao eleitorado antes de 2026. 

Agora vamos ser francos por aqui. Gleisi é mulher de luta, de batalhas, de enfrentamentos. Não se trata de uma pessoa talhada para o cargo ao qual foi indicada, uma função que exige do sujeito engolir sapos, perfil diplomático, conciliador, agregador, fazer concessões para além de sua vontade pessoal. Gleisi, definitivamente, não atende a este perfil.  

Charge! Quinho via Estado de Minas.

 


Editorial: Polícia Rodoviária Federal rompe parceria de ação conjunta com o MP e a PF no combate ao crime organizado.


A Polícia Rodoviária Federal anunciou que está rompendo a pareceria com os Ministérios Públicos Estaduais e a PF no combate às ações do crime organizado. A Polícia Rodoviária Federal atuava numa força tarefa conjunta, junto ao GAECO e o FICCOS, no enfrentamento das ações desses grupos por todo o país. Durante este convênio, a PRF participou de ações das mais importantes, dando uma inestimável contribuição, daí a nossa estranheza ao anúncio de rompimento da parceria. Desnecessário mencionarmos aqui as inúmeras operações importantes às quais a PRF esteve envolvida, a exemplo da Operação Fim de Linha, que desvendou o esquema nebuloso da participação do crime organizado na operação do transporte público em São Paulo. 

Há muito tempo a PRF havia deixado de cuidar apenas das estradas federais. Na PEC da segurança proposta por Ricardo Lewandowski, Ministro da Justiça, o órgão deveria cumprir um papel de Polícia Ostensiva, em apoio às operações das polícias estaduais. Por este raciocínio, tal parceria deveria, na realidade, ser ampliada e não reduzida. Questionado a esse respeito, o diretor do órgão, Antônio Fernando Oliveira, informou tratar-se de uma decisão tomada em razão da ausência de um respaldo jurídico mais consistente para viabilizar essas ações, o que poderia vir a ser questionado no futuro. 

Na realidade, tratamos aqui de uma questão que levantamos há algum tempo, ou seja, a ausência de consensos mínimos no que concerne à segurança pública entre o Governo Federal e os entes federados. A PEC da segurança pública anda emperrada em razão dessas divergências. Os governos estaduais adotam linhas de ações em suas políticas de segurança pública nem sempre convergentes com as diretrizes federais. Os estados governados pela oposição montaram até um consórcio para discutirem e implementarem ações conjuntas de enfrentamento ao crime organizado. Por outro lado, a segurança pública tornou-se o maior problema do Governo Lula3 e será a grande bandeira eleitoral das eleições presidenciais de 2026. E, a rigor, infelizmente, tem muita gente interessada, na realidade, que o problema não se resolva para o Governo sangrar nas urnas. 

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Editorial: Gleisi Hoffmann é nomeada para a Secretaria de Relações Institucionais.

 


Nem situação nem oposição entenderam até agora os critérios que o presidente Lula está usando para fazer esta reforma ministerial. Com um superministério, há casos de ministros que foram recebidos por Lula uma única vez, durante o anúncio de que seriam nomeados para a pasta. Numa dessas últimas reuniões ministeriais, o próprio Lula chegou à conclusão de que nem os ministros sabiam o que o Governo estava fazendo. Desapontado, Lula admitiu que, neste contexto, não estranha que a população igualmente desconhecesse as realizações do seu Governo. 

Até bem pouco tempo, tinha-se como certo a indicação da deputada federal pelo Paraná, Gleisi Hoffmann, para a Secretaria-Geral da Presidência da República, uma espécie de Chefia de Gabinete. Lula prestigiaria a fiel escudeira dos tempos difíceis que ele passou na prisão federal no Paraná. Seria uma maneira, igualmente, de facilitar a transição dentro do PT, uma vez que Gleisi defende um nome do Nordeste para assumir o comando do partido. De repente, passaram a circular rumores de que Gleisi poderia ser o nome de Lula para a articulação política. Lula já teria um nome escolhido, embora ainda não anunciado, mas, por outro lado, segundo essas mesmas fontes, o nome de Gleisi, de fato, teria sido ventilado e sondado entre os companheiros. 

Combativa por natureza, intransigente sobre as suas convicções políticas, Gleisi Hoffmann não seria o nome indicado para o cargo. O simples fato de ela ter sido pensada para assumir a função indica os abacaxis que o presidente Lula está tendo que descascar nessa reforma ministerial. 

P.S.: Contexto Político: Contrariando nossas expectativas em torno do assunto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acaba de confirmar o nome da deputada Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais, que cuida da articulação política do Governo. Agora é meditar sobre os efeitos das espumas da água do mar batendo nas pedras para entender o que Lula deseja com isso. 

Charge! Renato Aroeira via Facebook.

 


Editorial: Alcolumbre descarta discussão sobre impeachment de ministros do STF.



No dia de ontem, 27, uma proeminente figura do Centrão sugeriu ser um erro a exposição sistemática a que Lula passou a ser submetido, depois das mudanças ocorridas na SECOM. Como o mar está bravio, o prudente seria seguir o conselho dos velhos marinheiros, tocando o barco devagar, pelo menos em termos de exposição pública. Talvez ele tenha alguma razão, mas é sempre bom desconfiar das sugestões doa atores desse agrupamento político. A oposição tem feito uma marcação cerrada sobre o presidente Lula. Nem o ovo da ema escapa dessa marcação. Querem que o presidente diga se, de fato, colocou o ovo da ema no cardápio do Alvorado. 

Há uma discussão bastante interessante sobre a estratégia de comunicação institucional que está sendo utilizada para tirar das cordas. Em alguns momentos, quando ele tentou recuperar o fôlego através dessas exposições, não foi muito feliz. Na semana passada um senador bolsonarista roxo veio a público para informar que estava em processo acelerado a abertura de um pedido de impeachment contra integrantes da Suprema Corte. Na avaliação do presidente do Senado Federal, uma análise de um pedido de impeachment neste momento apenas agravaria ainda mais o clima de instabilidade política que o o país enfrenta. Alcolumbre está correto. 

O problema vai ser convencer a tropa de choque da oposição bolsonarista sobre a questão, ávida pela cabeça de membros da Suprema Corte. Afinal, assim como Hugo Motta, o Presidente do Senado Federal também assumiu alguns compromissos com os seus pares. O país entrou numa equação política de difícil equacionamento. Não se constrói consensos mínimos sobre quase nada e há a ausência de espírito público. É grave.  

Charge! Quinho via O Estado de Minas.

 


Editorial: TCU aponta fraude da ordem de 5 bilhões no Benefício de Prestação Continuada.



Infelizmente, o país sempre esteve bem ranqueado no famigerado clube da corrupção. Passou um tempo numa espécie de banho maria, mas voltou com toda a carga mais recentemente, segundo os órgãos que aferem os desvios de conduta pelo mundo afora. Nos últimos meses pipocaram denúncias de irregularidades com as contas públicas nos Três Poderes, em suas esferas federal, estadual e municipal, envolvendo agentes públicos e representantes constituídos pelo povo para zelar por suas demandas republicanas. Nesses casos, o exercício da função, na realidade, tem se constituído num portal de possibilidades de cometimento de ilicitudes. 

Outro gravíssimo problema aqui é a entrada do crime organizado no aparelho de Estado, corrompendo agentes públicos e realizando bons negócios, aparentemente legais e institucionais, com CNPJ e tudo mais. A sangria começa na liberação de recursos sem os devidos mecanismos ou critérios de concessão, aplicação e prestação de contas de sua utilização, consoante o interesse público, como no caso de algumas emendas parlamentares. O caso mais recente é o do DNOCS da Bahia, onde o dinheiro que deveria ser revertido em obras para a comunidade estavam em malas dentro de avião, cofres e nas mãos de gatunos que tentaram se livrar das provas atirando dinheiro pela janela. Num hospital do Rio Grande do Sul, a propina era "legalizada", definida em contratos, envolvendo emendas parlamentares, numa demonstração que o Brasil está sempre inovando neste campo.  

Outro dia um jornal carioca denunciou um esquema nebuloso envolvendo Ongs contratadas para servir marmitas a pessoas carentes, moradores de rua. Eram, na realidade entidades de fachadas que não serviam nem ovo aos seus cadastrados, enquanto seus sócios comiam a tão desejada picanha argentina. Os cadastros de beneficiários eram adulterados e algumas dessas Ongs funcionam em casas que se encontravam fechadas. O caso ficou conhecido como o Escândalo das Marmitas". Hoje chega a notícia dando conta de que o TCU teria detectado pagamentos irregulares da ordem de 5 bilhões no Benefício de Prestação Continuada. Agora, por ocasião do Pacote Fiscal apresentado pelo Ministério da Fazenda - que previa novas regras para o indivíduo habilitar-se ao recebimento do benefício - ocorreu uma grande grita em torno do assunto, sobretudo porque os supersalários de alguns privilegiados foram preservados. O BPC é um benefício que atende a uma população carente, que precisa necessariamente do benefício. Vamos checar o que estaria ocorrendo.   

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Charge! Quinho Raveli via O Estado de Minas.

 


Editorial: A avaliação da governadora Raquel Lyra.



Ontem o Instituto Quaest trouxe uma notícia que deve estar preocupando os partidários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Brasília está agitada por motivos distintos. O Palácio do Planalto preocupa-se com o atual estágio de desaprovação do Governo, entendendo que é necessário tomar medidas urgentes para evitar o pior. Neste ritmo, o pior pode vir ainda antes de outubro de 2026. Do outro lado da cidade, a oposição bolsonarista solta rojões para os aperreios que o Governo enfrenta neste momento. Gente graúda do Centrão já sinaliza com a possibilidade de deixar o Governo. Curioso que, nem bem esquentou a cadeira na SECOM, um dos integrantes desse agrupamento político afirmou que Sidônio Palmeira está destruindo o presidente Lula. 

Sidônio, em princípio, parte do pressupostos de Lula como um grande líder de massas, capaz de empolgar multidões, daqueles que se comunicavam com o povo como ninguém. Está tentado resgatar essa condição do presidente, mas os tempos são outros. Agora a pouco estávamos lendo uma matéria sobre uma longa pesquisa a respeito das aspirações dos trabalhadores hoje. A casa próprio, por exemplo, é superada em seus desejos e aspiração, por um bom atendimento na área de saúde. Veja-se o tamanho do estrago produzido por uma má governança nessa área. 

Governadores bem avaliados estão entre os principais oponentes do Governo Lula3  em 2026. Um deles, Ronaldo Caiado, que já colocou o bloco na rua antes mesmo do carnaval, é um dos melhores avaliados, em razão de ter encontrado alguma solução - mesmo que controversa - no que concerne ao problema da violência em sua jurisdição. Lula perde apoios mais significativos em estados com os maiores índices de violência, conforme enfatizamos pela manhã. Pernambuco, que ostenta índices ainda preocupantes, é um deles. E, por falar em Pernambuco, o mesmo instituto trouxe hoje uma pesquisa de avaliação do Governo Raquel Lyra. Seus índices são bons. 51% da população aprova o seu governo. 

Editorial: Segurança Pública, o maior problema dos brasileiros hoje.


Segundo dizem, esta última pesquisa do Instituto Quaest acendeu a luz vermelha no Palácio do Planalto. O Governo Lula3 talvez encontre-se diante da última chance de arrumar a Casa, sob pena de desandar de vez, inviabilizando por completo alguma perspectiva em torno das eleições presidenciais de 2026. A rigor, o PT vem sob trancos e barrancos desde de 2022, quando fez o presidente, mas a oposição montou uma base oposicionista ativa e barulhenta, que passou a minar suas resistências desde então. O governo atua sob o bombardeio cerrado dessa gente, principalmente em áreas nevrálgicas, como a segurança pública, onde o voto "xerifão", constituiu uma bancada de homens ligados ao aparato de Segurança do Estado, como policiais civis, militares, federais, oficiais das Força Armadas. Quando essa bancada se reúne, sugere-se que estamos mais num quartel do que no Congresso Nacional. 

A situação do Governo Lula3 é tão complicada que, no maior "gargalo" de insatisfação da população com a gestão pública, a insegurança, a possibilidade de construir um consenso mínimo por aqui é completamente inviável. São agendas completamente dissonante sobre os procedimentos para o enfrentamento do problema.  Se vocês observarem os dados internos da pesquisa vão perceber que os estados com maior rejeição ao Governo são, não por coincidência, onde o problema da segurança pública se sobressai. Os casos de  Pernambuco e Bahia são bem emblemáticos. O pior é que são estados considerados redutos eleitorais do petismo, uma vez que localizados em região simpática à legenda. 

Ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu  Alexandre Padilha, que deve assumir o Ministério da Saúde, em substituição a Nísia Trindade. Como o novo Ministro da Saúde ocupava a pasta das Relações Institucionais, a questão agora é saber quem deverá substituí-lo no cargo, onde o Governo também enfrenta enormes dificuldades. Lula já teria batido o martelo em torno do assunto. A coisa está tão confusa que, até o nome de Gleisi Hoffmann voltou a ocupar a bolsa de apostas, quando se tinha como certo que ela ocuparia a Secretaria de Governo. 

Charge! Aroeira via Facebook.

 


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Charge! Quinho via O Estado de Minas.

 


Editorial: Nova Quaest traz notícias ruins para a avaliação do Governo Lula3.


A cada nova pesquisa de avaliação do Governo Lula3 que é divulgada, mais os problemas se agravam, uma vez que os institutos passaram a esmiuçar as eventuais causas dessa queda de popularidade, assim como as regiões onde ocorrem essa erosão de credibilidade. Está difícil estancar essa sangria. Nem com seiva de bananeira. Quem é do Nordeste sabe do que estamos falando. Talvez não exista nada mais eficiente para estancar um sangramento do que o uso da seiva da bananeira, tomando sempre os cuidados necessários para não cortá-la com uma faca contaminada, que pode trazer consequências piores do que o sangramento, como um tétano, por exemplo, produzido por uma faca enferrujada. Quem gostava dessas histórias  era o escritor paraibano, José Lins do Rego, mas vamos deixá-lo descansar em paz no momento.  

A analogia da bananeira é  interessante, quando comparada à sangria do Governo Lula3, uma vez que a seiva que está sendo produzida pela SECOM não está trazendo resultados satisfatórios até o momento. Sugere-se que a lâmina está contaminada. Neste quesito não há discrepâncias ou divergências entre os inúmeros institutos que enviaram seus pesquisadores a campo para aferir o humor da população brasileira em relação ao terceiro Governo Lula. Há pesquisas realizadas ou financiadas por corporações empresariais, mas há também aquelas realizadas por institutos de grande credibilidade e isentos. O momento não é bom, definitivamente. 

O Governo não acerta uma. Ontem foi anunciada a exoneração da Ministra da Saúde, Nísia Trindade, mulher competente, com uma inestimável folha de serviços prestados à sociedade, sobretudo em momentos críticos, quando o país atravessava a fase difícil da pandemia, em sua trincheira da Fiocruz. A ministra foi submetida a um longo processo de fritura, assédio do Centrão e fogo amigo. Essa história de dentaduras e gás de cozinha era dos tempos do primeiro governo. Não produz os mesmos impactos ou resultados de décadas atrás. A autocrítica poderia ter levado o Governo a concluir que os tempos são outros. A pesquisa da Quaest mostra que 60% da população de colégios eleitorais como o Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais não aprovam o Governo. Em estados como Pernambuco e Bahia, da região Nordeste, a metade da população já rejeita o presidente Lula. 

Charge! Pedro Vinício via Folha de São Paulo.

 


Editorial: A comunicação do Governo Lula3.



Depois do encontro nacional da legenda, onde se concluiu, talvez equivocadamente, que o problema do Governo Lula3 era essencialmente - e tão somente - um problema de comunicação, partindo-se do pressuposto de que os feitos do Governo não estavam chegando ao conhecimento da população, entendeu-se que essa área nevrálgica precisava ser mexida imediatamente. Mesmo se não houvesse a premência de uma reforma ministerial, pelo andar da carruagem política, as mudanças na SECOM ocorreriam de qualquer jeito. Uma das primeiras preocupações do novo homem forte da comunicação institucional, Sidônio Palmeira, foi expor o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que passara a ser uma pessoa mais reservada neste terceiro mandato. 

Lula precisaria assumir a dianteira da narrativa, então pautada pela oposição, principalmente através das redes sociais, onde eles ganham com folga, impedindo que as notícias positivas sobre o Governo cheguem à ponta, ou seja, ao público. O PT evitou fazer uma autocrítica, que à época advogávamos como absolutamente necessária, e Sidônio, que acabara de entrar no time, preferiu acompanhar o mantra de que tudo estava bem e que bastava comunicar-se melhor com a população. Em parte isso faz algum sentido, afinal ele entrou no time para melhorar a comunicação institucional e não para assumir o papel de CEO. 

A questão é que o PT perdeu o timing. No dia de ontem, 25, foi divulgada uma nova pesquisa, desta vez realizada pela CNT\MDA, onde confirma-se a perda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em cadeia nacional, recentemente, o Governo voltou a requentar velhas estratégias populistas que hoje já não surtem o impacto de décadas atrás. Não podemos confirmar isso, mas, segundo alguns vídeos divulgados nas redes sociais da oposição, teria ocorrido um panelaço de protestos durante a sua fala. A expectativa é que ele entre em cadeia nacional a cada 15 dias. Tá na hora de se pensar com clareza o que será dito à população nessas intervenções.  

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Editorial: Sílvio Costa na articulação política?


Está tudo muito confuso neste Governo Lula3 e quanto à propalada reforma ministerial não poderia ser diferente. Tem sido conduzida a conta gotas, de forma pontual, uma vez que Lula já entendeu que fazer concessões aos partidos ou ao Centrão não significa, necessariamente, ampliar sua base de apoio no Congresso. estamos tratando aqui de uma engenharia política complexa, daí se entender perfeitamente que, em sua última reunião com os ministros o presidente ter sugerido ao convivas que a permanência na pasta dependesse dos arranjos entre os indicados e os seus partidos. Sílvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos, é um dos ministros que se enquadram nesta situação, uma vez que o Progressistas, sob a liderança do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em razão de suas pretensões presidenciais, anda de resmungo com o Palácio do Planalto. 

A rigor, embora realizando um bom trabalho na pasta que ocupa, o pernambucano nunca contou com o apoio efetivo dos caciques da legenda. Depois de elogiado por Lula em evento recente, seu nome voltou a ser ventilado como uma eventual indicação para a pasta de Relações Institucionais, fazendo a ponte entre o Executivo e o Legislativo. Embora não seja da Escola Macielista, Sílvio Costa é conciliador por natureza, entende-se com todas a tribos e, até para os eventuais descontentes, oferece sempre um cafezinho bem açucarado, como recomendava a raposa Miguel Arraes. Um outro dado que conta em seu favor sãos as relações com o atual presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, de quem é amigo pessoal. 

Em princípio, o pernambucano tem um bom perfil para o cargo, a começar pelos bons exemplos, conforme já enfatizamos por aqui em outro momento. Em suas movimentações políticas aqui na província - segundo dizem de olho nas eleições de 2026, onde postularia uma vaga ao Senado Federal na chapa de João Campos - ele sempre se posicionou corretamente consoante a composição governista celebrada a partir de Brasília.