pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Editorial: Gleisi Hoffmann é nomeada para a Secretaria de Relações Institucionais.

 


Nem situação nem oposição entenderam até agora os critérios que o presidente Lula está usando para fazer esta reforma ministerial. Com um superministério, há casos de ministros que foram recebidos por Lula uma única vez, durante o anúncio de que seriam nomeados para a pasta. Numa dessas últimas reuniões ministeriais, o próprio Lula chegou à conclusão de que nem os ministros sabiam o que o Governo estava fazendo. Desapontado, Lula admitiu que, neste contexto, não estranha que a população igualmente desconhecesse as realizações do seu Governo. 

Até bem pouco tempo, tinha-se como certo a indicação da deputada federal pelo Paraná, Gleisi Hoffmann, para a Secretaria-Geral da Presidência da República, uma espécie de Chefia de Gabinete. Lula prestigiaria a fiel escudeira dos tempos difíceis que ele passou na prisão federal no Paraná. Seria uma maneira, igualmente, de facilitar a transição dentro do PT, uma vez que Gleisi defende um nome do Nordeste para assumir o comando do partido. De repente, passaram a circular rumores de que Gleisi poderia ser o nome de Lula para a articulação política. Lula já teria um nome escolhido, embora ainda não anunciado, mas, por outro lado, segundo essas mesmas fontes, o nome de Gleisi, de fato, teria sido ventilado e sondado entre os companheiros. 

Combativa por natureza, intransigente sobre as suas convicções políticas, Gleisi Hoffmann não seria o nome indicado para o cargo. O simples fato de ela ter sido pensada para assumir a função indica os abacaxis que o presidente Lula está tendo que descascar nessa reforma ministerial. 

P.S.: Contexto Político: Contrariando nossas expectativas em torno do assunto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acaba de confirmar o nome da deputada Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais, que cuida da articulação política do Governo. Agora é meditar sobre os efeitos das espumas da água do mar batendo nas pedras para entender o que Lula deseja com isso. 

Charge! Renato Aroeira via Facebook.

 


Editorial: Alcolumbre descarta discussão sobre impeachment de ministros do STF.



No dia de ontem, 27, uma proeminente figura do Centrão sugeriu ser um erro a exposição sistemática a que Lula passou a ser submetido, depois das mudanças ocorridas na SECOM. Como o mar está bravio, o prudente seria seguir o conselho dos velhos marinheiros, tocando o barco devagar, pelo menos em termos de exposição pública. Talvez ele tenha alguma razão, mas é sempre bom desconfiar das sugestões doa atores desse agrupamento político. A oposição tem feito uma marcação cerrada sobre o presidente Lula. Nem o ovo da ema escapa dessa marcação. Querem que o presidente diga se, de fato, colocou o ovo da ema no cardápio do Alvorado. 

Há uma discussão bastante interessante sobre a estratégia de comunicação institucional que está sendo utilizada para tirar das cordas. Em alguns momentos, quando ele tentou recuperar o fôlego através dessas exposições, não foi muito feliz. Na semana passada um senador bolsonarista roxo veio a público para informar que estava em processo acelerado a abertura de um pedido de impeachment contra integrantes da Suprema Corte. Na avaliação do presidente do Senado Federal, uma análise de um pedido de impeachment neste momento apenas agravaria ainda mais o clima de instabilidade política que o o país enfrenta. Alcolumbre está correto. 

O problema vai ser convencer a tropa de choque da oposição bolsonarista sobre a questão, ávida pela cabeça de membros da Suprema Corte. Afinal, assim como Hugo Motta, o Presidente do Senado Federal também assumiu alguns compromissos com os seus pares. O país entrou numa equação política de difícil equacionamento. Não se constrói consensos mínimos sobre quase nada e há a ausência de espírito público. É grave.  

Charge! Quinho via O Estado de Minas.

 


Editorial: TCU aponta fraude da ordem de 5 bilhões no Benefício de Prestação Continuada.



Infelizmente, o país sempre esteve bem ranqueado no famigerado clube da corrupção. Passou um tempo numa espécie de banho maria, mas voltou com toda a carga mais recentemente, segundo os órgãos que aferem os desvios de conduta pelo mundo afora. Nos últimos meses pipocaram denúncias de irregularidades com as contas públicas nos Três Poderes, em suas esferas federal, estadual e municipal, envolvendo agentes públicos e representantes constituídos pelo povo para zelar por suas demandas republicanas. Nesses casos, o exercício da função, na realidade, tem se constituído num portal de possibilidades de cometimento de ilicitudes. 

Outro gravíssimo problema aqui é a entrada do crime organizado no aparelho de Estado, corrompendo agentes públicos e realizando bons negócios, aparentemente legais e institucionais, com CNPJ e tudo mais. A sangria começa na liberação de recursos sem os devidos mecanismos ou critérios de concessão, aplicação e prestação de contas de sua utilização, consoante o interesse público, como no caso de algumas emendas parlamentares. O caso mais recente é o do DNOCS da Bahia, onde o dinheiro que deveria ser revertido em obras para a comunidade estavam em malas dentro de avião, cofres e nas mãos de gatunos que tentaram se livrar das provas atirando dinheiro pela janela. Num hospital do Rio Grande do Sul, a propina era "legalizada", definida em contratos, envolvendo emendas parlamentares, numa demonstração que o Brasil está sempre inovando neste campo.  

Outro dia um jornal carioca denunciou um esquema nebuloso envolvendo Ongs contratadas para servir marmitas a pessoas carentes, moradores de rua. Eram, na realidade entidades de fachadas que não serviam nem ovo aos seus cadastrados, enquanto seus sócios comiam a tão desejada picanha argentina. Os cadastros de beneficiários eram adulterados e algumas dessas Ongs funcionam em casas que se encontravam fechadas. O caso ficou conhecido como o Escândalo das Marmitas". Hoje chega a notícia dando conta de que o TCU teria detectado pagamentos irregulares da ordem de 5 bilhões no Benefício de Prestação Continuada. Agora, por ocasião do Pacote Fiscal apresentado pelo Ministério da Fazenda - que previa novas regras para o indivíduo habilitar-se ao recebimento do benefício - ocorreu uma grande grita em torno do assunto, sobretudo porque os supersalários de alguns privilegiados foram preservados. O BPC é um benefício que atende a uma população carente, que precisa necessariamente do benefício. Vamos checar o que estaria ocorrendo.   

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Charge! Quinho Raveli via O Estado de Minas.

 


Editorial: A avaliação da governadora Raquel Lyra.



Ontem o Instituto Quaest trouxe uma notícia que deve estar preocupando os partidários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Brasília está agitada por motivos distintos. O Palácio do Planalto preocupa-se com o atual estágio de desaprovação do Governo, entendendo que é necessário tomar medidas urgentes para evitar o pior. Neste ritmo, o pior pode vir ainda antes de outubro de 2026. Do outro lado da cidade, a oposição bolsonarista solta rojões para os aperreios que o Governo enfrenta neste momento. Gente graúda do Centrão já sinaliza com a possibilidade de deixar o Governo. Curioso que, nem bem esquentou a cadeira na SECOM, um dos integrantes desse agrupamento político afirmou que Sidônio Palmeira está destruindo o presidente Lula. 

Sidônio, em princípio, parte do pressupostos de Lula como um grande líder de massas, capaz de empolgar multidões, daqueles que se comunicavam com o povo como ninguém. Está tentado resgatar essa condição do presidente, mas os tempos são outros. Agora a pouco estávamos lendo uma matéria sobre uma longa pesquisa a respeito das aspirações dos trabalhadores hoje. A casa próprio, por exemplo, é superada em seus desejos e aspiração, por um bom atendimento na área de saúde. Veja-se o tamanho do estrago produzido por uma má governança nessa área. 

Governadores bem avaliados estão entre os principais oponentes do Governo Lula3  em 2026. Um deles, Ronaldo Caiado, que já colocou o bloco na rua antes mesmo do carnaval, é um dos melhores avaliados, em razão de ter encontrado alguma solução - mesmo que controversa - no que concerne ao problema da violência em sua jurisdição. Lula perde apoios mais significativos em estados com os maiores índices de violência, conforme enfatizamos pela manhã. Pernambuco, que ostenta índices ainda preocupantes, é um deles. E, por falar em Pernambuco, o mesmo instituto trouxe hoje uma pesquisa de avaliação do Governo Raquel Lyra. Seus índices são bons. 51% da população aprova o seu governo. 

Editorial: Segurança Pública, o maior problema dos brasileiros hoje.


Segundo dizem, esta última pesquisa do Instituto Quaest acendeu a luz vermelha no Palácio do Planalto. O Governo Lula3 talvez encontre-se diante da última chance de arrumar a Casa, sob pena de desandar de vez, inviabilizando por completo alguma perspectiva em torno das eleições presidenciais de 2026. A rigor, o PT vem sob trancos e barrancos desde de 2022, quando fez o presidente, mas a oposição montou uma base oposicionista ativa e barulhenta, que passou a minar suas resistências desde então. O governo atua sob o bombardeio cerrado dessa gente, principalmente em áreas nevrálgicas, como a segurança pública, onde o voto "xerifão", constituiu uma bancada de homens ligados ao aparato de Segurança do Estado, como policiais civis, militares, federais, oficiais das Força Armadas. Quando essa bancada se reúne, sugere-se que estamos mais num quartel do que no Congresso Nacional. 

A situação do Governo Lula3 é tão complicada que, no maior "gargalo" de insatisfação da população com a gestão pública, a insegurança, a possibilidade de construir um consenso mínimo por aqui é completamente inviável. São agendas completamente dissonante sobre os procedimentos para o enfrentamento do problema.  Se vocês observarem os dados internos da pesquisa vão perceber que os estados com maior rejeição ao Governo são, não por coincidência, onde o problema da segurança pública se sobressai. Os casos de  Pernambuco e Bahia são bem emblemáticos. O pior é que são estados considerados redutos eleitorais do petismo, uma vez que localizados em região simpática à legenda. 

Ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu  Alexandre Padilha, que deve assumir o Ministério da Saúde, em substituição a Nísia Trindade. Como o novo Ministro da Saúde ocupava a pasta das Relações Institucionais, a questão agora é saber quem deverá substituí-lo no cargo, onde o Governo também enfrenta enormes dificuldades. Lula já teria batido o martelo em torno do assunto. A coisa está tão confusa que, até o nome de Gleisi Hoffmann voltou a ocupar a bolsa de apostas, quando se tinha como certo que ela ocuparia a Secretaria de Governo. 

Charge! Aroeira via Facebook.

 


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Charge! Quinho via O Estado de Minas.

 


Editorial: Nova Quaest traz notícias ruins para a avaliação do Governo Lula3.


A cada nova pesquisa de avaliação do Governo Lula3 que é divulgada, mais os problemas se agravam, uma vez que os institutos passaram a esmiuçar as eventuais causas dessa queda de popularidade, assim como as regiões onde ocorrem essa erosão de credibilidade. Está difícil estancar essa sangria. Nem com seiva de bananeira. Quem é do Nordeste sabe do que estamos falando. Talvez não exista nada mais eficiente para estancar um sangramento do que o uso da seiva da bananeira, tomando sempre os cuidados necessários para não cortá-la com uma faca contaminada, que pode trazer consequências piores do que o sangramento, como um tétano, por exemplo, produzido por uma faca enferrujada. Quem gostava dessas histórias  era o escritor paraibano, José Lins do Rego, mas vamos deixá-lo descansar em paz no momento.  

A analogia da bananeira é  interessante, quando comparada à sangria do Governo Lula3, uma vez que a seiva que está sendo produzida pela SECOM não está trazendo resultados satisfatórios até o momento. Sugere-se que a lâmina está contaminada. Neste quesito não há discrepâncias ou divergências entre os inúmeros institutos que enviaram seus pesquisadores a campo para aferir o humor da população brasileira em relação ao terceiro Governo Lula. Há pesquisas realizadas ou financiadas por corporações empresariais, mas há também aquelas realizadas por institutos de grande credibilidade e isentos. O momento não é bom, definitivamente. 

O Governo não acerta uma. Ontem foi anunciada a exoneração da Ministra da Saúde, Nísia Trindade, mulher competente, com uma inestimável folha de serviços prestados à sociedade, sobretudo em momentos críticos, quando o país atravessava a fase difícil da pandemia, em sua trincheira da Fiocruz. A ministra foi submetida a um longo processo de fritura, assédio do Centrão e fogo amigo. Essa história de dentaduras e gás de cozinha era dos tempos do primeiro governo. Não produz os mesmos impactos ou resultados de décadas atrás. A autocrítica poderia ter levado o Governo a concluir que os tempos são outros. A pesquisa da Quaest mostra que 60% da população de colégios eleitorais como o Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais não aprovam o Governo. Em estados como Pernambuco e Bahia, da região Nordeste, a metade da população já rejeita o presidente Lula. 

Charge! Pedro Vinício via Folha de São Paulo.

 


Editorial: A comunicação do Governo Lula3.



Depois do encontro nacional da legenda, onde se concluiu, talvez equivocadamente, que o problema do Governo Lula3 era essencialmente - e tão somente - um problema de comunicação, partindo-se do pressuposto de que os feitos do Governo não estavam chegando ao conhecimento da população, entendeu-se que essa área nevrálgica precisava ser mexida imediatamente. Mesmo se não houvesse a premência de uma reforma ministerial, pelo andar da carruagem política, as mudanças na SECOM ocorreriam de qualquer jeito. Uma das primeiras preocupações do novo homem forte da comunicação institucional, Sidônio Palmeira, foi expor o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que passara a ser uma pessoa mais reservada neste terceiro mandato. 

Lula precisaria assumir a dianteira da narrativa, então pautada pela oposição, principalmente através das redes sociais, onde eles ganham com folga, impedindo que as notícias positivas sobre o Governo cheguem à ponta, ou seja, ao público. O PT evitou fazer uma autocrítica, que à época advogávamos como absolutamente necessária, e Sidônio, que acabara de entrar no time, preferiu acompanhar o mantra de que tudo estava bem e que bastava comunicar-se melhor com a população. Em parte isso faz algum sentido, afinal ele entrou no time para melhorar a comunicação institucional e não para assumir o papel de CEO. 

A questão é que o PT perdeu o timing. No dia de ontem, 25, foi divulgada uma nova pesquisa, desta vez realizada pela CNT\MDA, onde confirma-se a perda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em cadeia nacional, recentemente, o Governo voltou a requentar velhas estratégias populistas que hoje já não surtem o impacto de décadas atrás. Não podemos confirmar isso, mas, segundo alguns vídeos divulgados nas redes sociais da oposição, teria ocorrido um panelaço de protestos durante a sua fala. A expectativa é que ele entre em cadeia nacional a cada 15 dias. Tá na hora de se pensar com clareza o que será dito à população nessas intervenções.  

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Editorial: Sílvio Costa na articulação política?


Está tudo muito confuso neste Governo Lula3 e quanto à propalada reforma ministerial não poderia ser diferente. Tem sido conduzida a conta gotas, de forma pontual, uma vez que Lula já entendeu que fazer concessões aos partidos ou ao Centrão não significa, necessariamente, ampliar sua base de apoio no Congresso. estamos tratando aqui de uma engenharia política complexa, daí se entender perfeitamente que, em sua última reunião com os ministros o presidente ter sugerido ao convivas que a permanência na pasta dependesse dos arranjos entre os indicados e os seus partidos. Sílvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos, é um dos ministros que se enquadram nesta situação, uma vez que o Progressistas, sob a liderança do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em razão de suas pretensões presidenciais, anda de resmungo com o Palácio do Planalto. 

A rigor, embora realizando um bom trabalho na pasta que ocupa, o pernambucano nunca contou com o apoio efetivo dos caciques da legenda. Depois de elogiado por Lula em evento recente, seu nome voltou a ser ventilado como uma eventual indicação para a pasta de Relações Institucionais, fazendo a ponte entre o Executivo e o Legislativo. Embora não seja da Escola Macielista, Sílvio Costa é conciliador por natureza, entende-se com todas a tribos e, até para os eventuais descontentes, oferece sempre um cafezinho bem açucarado, como recomendava a raposa Miguel Arraes. Um outro dado que conta em seu favor sãos as relações com o atual presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, de quem é amigo pessoal. 

Em princípio, o pernambucano tem um bom perfil para o cargo, a começar pelos bons exemplos, conforme já enfatizamos por aqui em outro momento. Em suas movimentações políticas aqui na província - segundo dizem de olho nas eleições de 2026, onde postularia uma vaga ao Senado Federal na chapa de João Campos - ele sempre se posicionou corretamente consoante a composição governista celebrada a partir de Brasília. 

Editorial: Os financiadores do golpe.



Mesmo com todas as evidências vindo a público, os bolsonaristas continuam com a sua narrativa negacionista em relação ao golpe de Estado urdido recentemente no país. No dia de 16 de março, estão previstas mobilizações populares em todo o país, pautadas pelo pedido de anistia aos envolvidos naqueles episódios. No início da semana foram divulgados diálogos cabulosos entre os golpistas, dando a dimensão da encrenca institucional a que o país estava sendo submetido. Ontem foi divulgada uma lista extensa com os nomes das empresas que estiveram envolvidos no financiamento daquelas tessituras, engendradas com propósito de pedir uma intervenção militar. Vídeos divulgados à época na frente dos quartéis mostravam que não faltaram os fardos de carnes e mantimentos para as refeições dos manifestantes. Será que tinha a famigerada picanha, que voltou a ser prometida pelo presidente Lula?

O ambiente se tornou tão "festivo" que passou a atrair vendedores, pedintes, que acabaram arrolados como participantes, fatos que só agora estão sendo devidamente esclarecidos, com suas penas extintas, depois de condenados. Toda essa agonia em torno do assunto é que a hora do ajuste de consta das instituições democráticas com seus conspiradores está chegando. Desde 2013 que país deixou de viver sob um clima de normalidade institucional. Isso permanece até hoje e deverá permanecer pelos próximos anos, caso medidas duras contra os conspiradores não sejam adotadas. Não dá para lidar com golpistas com tapinhas nas costas. 

Os áudios evidenciam o apoio dos militares favoráveis ao golpe às mobilizações organizadas em frente aos quartéis. Os fatos são graves e na mesma proporção devem ser tratados. Os órgãos de segurança e inteligência do Estado se transformaram em instâncias de arapongagem com o propósito de plantarem fake news contra desafetos e adversários da intentona golpista, conforme admitiu recentemente uma grande autoridade da República.  Preocupa o fato de o processo de assepsia implementado nessas agências terem sido tão pontuais, bem aquém do que seria necessário. 


Charge! Benett via Folha de São Paulo.

 


Charge! Aroeira via Facebook.

 


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Drops Político: Bolsonaro desembarca no Recife.

Crédito da Foto: David de Queiroz, Folha de Pernambuco. 


O ex-Presidente da República, cumpre agenda no dia de hoje, 24, em Pernambuco. Depois do desembarque no Aeroporto Internacional dos Guararapes, toma o café da manhã numa padaria conhecida em Boa Viagem - espécie de quartel-general do bolsonarismo - segue para Carpina, onde acompanha a moagem da safra de cana-de-açúcar e, depois, segue para a terra do escritor Osman Lins, Vitória de Santo Antão, onde recebe o título de cidadão do município, concedido pela Câmara Municipal. O bolsonarismo é forte em Pernambuco, mas, mesmo assim, o pessoal do MTST não se intimidou e realizou uma manifestação de protestos contra a sua visita nas proximidades do aeroporto. Em entrevista, o ex-presidente afirmou que não abre de sua candidatura para ninguém. O candidato do espectro conservador é ele mesmo. 

Editorial: Kassab reafirma que Tarcísio de Freitas não será candidato à Presidência da República em 2026.

Crédito da Foto: O Globo. 


Em algum momento, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, será candidato à Presidência da República. Talvez o timing correto não seja mesmo 2026, como sugere o Presidente Nacional de PSD, Gilberto Kassab, hoje um dos observadores mais privilegiados da cena política brasileira. Dizem os analistas que se trata, na verdade, do grande guru político do governador. Tarcísio estava até entusiasmado com o projeto, mas sempre estabelecia a condição de o ex-presidente Bolsonaro determinar se seria o momento certo. Se Bolsonaro saísse candidato, ele aguardaria mais um pouco. As chances de Bolsonaro sair candidato são pequenas, quase inexistentes, mas, mesmo assim, ele pretende manter sua influência política no processo sucessório das eleições de 2026, optando por outro nome, de preferência escolhido dentro do seio familiar. 

Quem reúne as melhores condições hoje é a sua esposa, Michelle Bolsonaro, que ainda não conta com o sinal verde da família, que prefere fazê-la senadora pelo Distrito Federal. É curiosa essa resiliência eleitoral da ex-primeira-dama. Ela pode não ter a preferência dos caciques do PL, mas é a mais competitiva neste momento. Michelle, inclusive, tem um desempenho melhor do que o de Tarcísio de Freitas e outros postulantes que já colocaram o time em campo, a exemplo do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, ancorado nos bons índices do estado no quesito da segurança pública, um problema que atormenta os eleitores brasileiros de todos os quadrantes. 

Hábil, Kassab costura e alinhava em todos os campos, dentro e fora do partido, em São Paulo e na capital federal. Não perde um lance. Já teria ajustado a participação do seu partido na sucessão paulista para 2026, seja para a prefeitura, seja para o Governo do Estado. Na ausência do nome de Tarcísio na chapa, trabalha para o crescimento do nome do governador do Paraná, Ratinho Júnior, como candidato à Presidência da República. Em Brasília, o seu PSD deverá obter uma participação mais efetiva na Esplanada dos Ministérios. N nenhum ponto solto. 

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo.

 


Editorial: As vozes do golpe.



O furto ou roubo de celulares, geralmente, não estava no escopo das atividades do crime organizado até recentemente. Era algo relacionado a marginais avulsos, que depois os utilizavam para praticar outros crimes a partir das informações obtidas com o aparelho, além de comercializá-los através das lojas clandestinas de conserto e vendas desses celulares ou peças, como aquelas existentes na Cracolândia, em São Paulo, recentemente desbaratadas pela polícia. Um processo muito semelhante à atuação de alguns ferros velhos, que acabam comercializando peças de automóveis ou motos roubadas, depois dos desmontes. Recentemente ficamos sabendo que o crime já passa a integrar o cardápio das atividades de grupos organizado em algumas praças do país. Na realidade, como eles atuam no roubo de cargas, eventualmente essas cargas podem conter carregamento de aparelhos celulares. A novidade aqui é a atuação no varejo, possibilidade que surgiu a partir do trágico latrocínio de um jovem ciclista numa rua de um bairro de São Paulo, fato que atingiu repercussão nacional. 

Sob alguns aspectos, esses aparelhos, que representam alguns avanços incontestáveis de tecnologia de comunicação - há algum tempo deixaram de ser apenas isso - estão representando um verdadeiro problema para o sistema emocional e educacional dos jovens. Já existem alguns estudos sérios apontando os danos psicológicos, educacionais  e sociais para a juventude. Grampeados e periciados, por outro lado, eles são hoje peças importantes em inquéritos policiais, investigações criminais e coisas do gênero. Assim, eles estão se tornando um verdadeiro tormento para os atores que estiveram no epicentro da trama golpistas mais recente ocorrida no país. 

Mesmo quando as mensagens são apagadas, algumas delas permanecem e podem ser extraídas dos aparelhos, comprometendo seus autores. No curso das investigações da PF, as vozes do golpe estão jogando luzes sobre as "tratativas autoritárias" daqueles que tramavam contra as nossas instituições democráticas. Soubemos recentemente que o Estado pretende reconhecer a atitude corajosa, honrada, de respeito à Constituição dos então Comandantes do Exército e da Aeronáutica. Justo o reconhecimento. Pelas declarações do tenente-coronel Mauro Cid, no curso das investigações sobre a trama golpista, a não adesão desses dois comandantes foi de fundamental importância para a não materialização de mais uma aventura golpista no país. 

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Editorial: Nísia Trindade deve deixar o Ministério da Saúde.



Segundo o jornal Folha de São Paulo, o hoje Ministro da Articulação Política, Alexandre Padilha, deve assumir o Ministério da Saúde, em substituição a Ministra Nísia Trindade. Em postagem no Portal UOL, o jornalista Josias de Souza, fazendo justiça, lembra o tempo em que a ministra esteve se defendendo dos petardos atirados pelo Centrão, que tinha olhos gulosos sobre as verbas daquela pasta, sugerindo indicar um preposto para gerir as emendas que estão relacionados ao órgão. A Saúde concentra o maior orçamento entre os ministérios. De fato sim. Por aqui mesmo tivemos que nos manifestar inúmeras vezes em defesa da ministra, identificada com os anseios dos grupos mais autênticos da legenda, assim como com os setores progressista da sociedade brasileira. Dizíamos sempre que Nísia Trindade era coisa nossa. Era da cota dos eleitores mais autênticos entre aqueles que elegeram Lula. 

O Centrão, aliás, na realidade, nunca deixou de lançar os olhos grandes no órgão. E não se trata, como bem afirma o jornalista, em alguma preocupação com a saúde dos brasileiros. As preocupações são de outra natureza. Agora mesmo, por ocasião da reforma ministerial, diante do torniquete político que a oposição aplica ao Executivo, cogitou-se de alguém do Centrão vir a ocupar a pasta. Nesta segunda-feira, 24, o presidente Lula deve ter um encontro com a ministra, onde deve anunciar que não a deseja mais no cargo. Infelizmente.  Somos daqueles que defendem o Fica, Nísia!

Alexandre Padilha já esteve à frente da pasta em outro momento. Sua gestão transcorreu sem muitos sobressaltos. É médico de formação, um requisito que era muito cobrado em relação a Nísia Trindade. Se o presidente Lula mantivesse tal critério para nomear seus ministros, muita gente não estaria ocupando a vaga de estacionamento exclusiva da Esplanada dos Ministérios. Lula está fazendo a reforma a conta gotas, produzindo grandes expectativas em torno do assunto. Uma delas é o desmembramento do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Vamos aguardar. 

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo.

 


Editorial: O PT precisa reencontrar-se com a periferia.



Em encontro recente, por ocasião das comemorações dos 45 anos do Partido dos Trabalhadores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a tratar do tema nevrálgico das redes sociais. O tema é polêmico, as opiniões são divididas sobre o assunto e, por mais que nos esforcemos por aqui no sentido de defender a necessidade de impor regras de regulação àquele ambiente virtual de licenciosidades e irresponsabilidades, isso soa sempre como flerte com a censura entre os que pensam de forma divergente. Como a construção de consensos mínimos tornou-se uma missão impossível num país esgarçado pela polarização, vamos em frente. 

O PT baixou a guarda em alguns aspectos e o ambiente das redes sociais foi um deles. Por incrível que isso possa parecer hoje, em alguns momentos o partido manteve um certo equilíbrio nas redes sociais em relação aos seus adversários. Em relação aos evangélicos, outro problema. A distância do partido com esse nicho eleitoral está se tornando abissal, cada ano maior, o que, segundo alguns estudos, por si só, pode inviabilizar os planos de um quarto mandato para Lula em 2026. Independentemente dos investimentos pesados em comunicação institucional pelas redes, contratação de especialistas, mantidas as regras do jogo da competitividade, o PT não ganhará essa guerra. 

Uma das lições elementares do livro A Arte da Guerra, de Sun Tzu, é aquela que diz que quando a gente não se conhece nem conhece o inimigo, perdemos todas as batalhas. Ao completar 45 anos, o PT não se conhece mais. Criou-se um hiato entre uma burocracia governante e seus partidários, filiados e apoiadores. Esta elite dirigente comporta-se como os intelectuais em suas torres de marfim, afastadas dos reais anseios da população. Onde já se viu sugerir trocar o ovo de galinha pelo ovo de ema? A bandeja com trinta ovos, a opção básica de proteína dos mais necessitados, custa hoje R$30 reais nos supermercados. Ah que saudade da kombi do ovo, com aquela musiquinha de 9 e 99, que fazia um bem danado aos ouvidos. Aos ouvidos e ao bolso, que é a nossa parte mais sensível. Lula, que antes tinha tanta intimidade com essa sensibilidade, parece hoje anestesiado. É curioso que, como aqui no Recife há muitas favelas e elas estão em todos os bairros, você pode ouvir a música da kombi do ovo do Coque ao bairro de Casa Forte. 

O expressão de que o PT precisa reatar o diálogo com a periferia foi ouvida durante o momento da fala de Lula, que está sendo instigado pelo ex-ministro José Dirceu a se posicionar sobre a sucessão na legenda, que está dividindo paulistas e nordestinos. O partido está tão perdido nessas brigas internas que chega a sugerir que o nome de Edinho Silva não seria bem-vindo, uma vez que o PT vai mal em São Paulo. Não seria o contrário. Este não seria o momento de fortalecer o partido num dos redutos eleitorais mais importantes do país? Onde a extrema direita montou o seu bunker? 

Charge! Aroeira via Facebook.

 


sábado, 22 de fevereiro de 2025

Charge! Renato Aroeira via Facebook.

 


Editorial: Os conselhos de José Dirceu a Lula.



O jornal O Estado de Minas trouxe uma matéria onde informa que, recentemente, o ex-Ministro da Casa Civil, José Dirceu, que prepara seu retorno à política, manteve uma conversa com o marqueteiro Sidônio Palmeira, hoje o homem forte da comunicação institucional do Governo Lula3. Já havíamos antecipado por aqui sobre a manobra ardilosa do morubixaba petista, com o objetivo de deixar o caminho livre na sucessão do PT, que se aproxima. Lula não esconde de ninguém sua preferência pelo nome de Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara. Assim, abriu as portas da Esplanada dos Ministérios para a deputada federal Gleisi Hoffmann, que preside a legenda, certamente com a finalidade de minimizar a sua influência na sucessão partidária, uma vez que Gleisi se alinha àqueles que desejam um nome do Nordeste no comando do PT. 

Na matéria do jornal, Joé Dirceu adverte que a questão não é tão simples assim, exigindo uma interferência mais direta de Lula, sob pena do agravamento da luta interna da legenda, uma vez que ganha corpo a tese de um nome do Nordeste, sobretudo em razão da fragilidade do partido em praças como São Paulo.  Mesmo enfrentando algumas agruras durante um determinado período de sua vida, José Dirceu sempre se manteve antenado sobre a conjuntura política do país e a dinâmica interna do Partido dos Trabalhadores, que ele conhece como ninguém.  Continua sendo um grande conselheiro. Faz todo sentido o diálogo de Sidônio com ele. 

Não acreditamos que os problemas que o partido enfrenta hoje possam ser atribuídos às questões regionais. É algo mais complexo. Por outro lado, um racha na legenda nas atuais circunstâncias seria desastroso. É o momento de agregar, somar esforços. Neste sentido, a observação de José Dirceu é procedente. 

Editorial: Lula critica o preço do ovo.



Ainda bem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi mais comedido desta vez e não sugeriu aos brasileiros substituírem os ovos de galinhas por ovos de patos ou mesmo de emas, que gerou até mesmo um acionamento à Controladoria-Geral da República, no sentido de averiguar, junto ao Palácio do Alvorada, se, de fato, esses ovos estão integrando o cardápio do presidente Lula, o que, na percepção do deputado que fez o requerimento de informações, poderia ferir alguns princípios  inerentes de preservação de animais silvestres.  A postura assumida pelo presidente Lula neste momento é a correta. Ele precisa trabalhar e tomar medidas que impeçam a elevação do preço do produto, tornando-o acessível à mesa dos brasileiros. 

Sem a picanha e o filé mignon, o ovo é uma das poucas fontes de proteínas que chegam - ou chegavam - à mesa dos brasileiros mais fragilizados socialmente. A musiquinha de R$ 9 e 99, preço da bandeja com trinta ovos, bradada à exaustão pela Kombi do ovo, precisa ser ouvida novamente. Fala-se oficialmente que o produto teve uma alta de 70%, o que já é um absurdo, mas ele está sendo vendido nos supermercados até por R$30 reais. Não há dúvidas de que, neste ritmo, o ovo será o grande vilão do processo inflacionário que ronda a mesa dos brasileiros e brasileiras. Nem o café teve um aumento tão expressivo, embora seja igualmente popular. Quem ignora a oferta de um cafezinho? 

O Ministro Fernando Haddad anunciou a liberação de um crédito suplementar da ordem de R$ 4 bilhões para o Plano Safra. É um contorcionismo complicado como isso será viável, na medida em que os problemas com os créditos para  o setor do agronegócio estariam relacionados a não aprovação do orçamento pelo Legislativo, segundo suas explicações. Vamos aguardar que a questão dos subsídios sejam retomadas. Do contrário isso teria implicações diretas na oferta de produtos agrícolas e, consequentemente nos seus preços, alimentando o apetite do dragão da inflação.  

Editorial: Agora vai. Partido da Causa Operária critica acusação contra Bolsonaro.


Do ponto de vista técnico, o que é sempre possível, após a consulta aos universitários, alguns órgãos de imprensa estão levantando algumas ponderações acerca das acusações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Soma-se a isso uma indisfarçável simpatia por agendas conservadoras que pretendem retomar o poder no país. A nossa grande mídia sempre esteve comprometida com esses interesses. Desde 1964, para sermos mais precisos. Portanto, nenhum estranhamento por aqui. O que estranha mesmo, por inúmeros motivos, é que um partido considerado da extrema esquerda do espectro político, a exemplo do Partido da Causa Operária, o PCO, se posicione criticamente à acusação formulada pela Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Paulo Pimenta se manifestou pelas redes sociais em torno do assunto, defendendo a tese de que a acusação é uma farsa, inconsistente e não vai dá certo. É curioso como as teses defendidas pelo PCO são convergentes com as inúmeras correntes conservadoras ou de extrema direita do país que saíram em defesa do ex-presidente. Mesmo surgindo de um partido com as características do PCO. Isso chama a atenção, por alguns motivos. Por outros, nem tanto, uma vez que o Partido da Causa Operária já é um partido institucionalizado, participa do jogo da democracia representativa burguesa em todo o país. Nas últimas eleições municipais eles apresentaram às urnas seus postulantes às prefeituras, às câmaras de vereadores. 

Rui Costa aponta, em matéria publicada no site Poder360, que considera a hipótese de o bolsonarismo apenas crescer no país, na contingência de uma condenação, que sugere-se iminente. Vamos aguardar o rumo dos acontecimentos, embora estejamos hoje navegando em águas turvas do ponto de vista institucional. É torcer que as nossas instituições democráticas sobrevivam às investidas autoritárias. 

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo