Havia casos em que as abnegadas merendeiras precisavam dividir um ovo para quatro crianças. Citamos aqui esses dois casos emblemáticos, mas, certamente, devem ter ocorrido outros tantos, onde os compromissos assumidos em campanha e a boa vantade do Governo Lula ficaram evidentes. No caso de algumas categorias de servidores públicos do Executivo, o tratamento do Governo Bolsonaro foi simplesmente atroz. A imagem de uma granada no bolso, dita por um membro do próprio Governo, em reunião ministerial, nunca foi tão realística.
Foram anos sem qualquer recomposição salarial, acumulando-se perdas que chegaram próximas aos 60%. Somente quem escapou desse verdadeiro arrocho salarial foram os militares, que tiveram suas recomposições salariais asseguradas. A esculhambação foi tanta no período que mais de 200 mil militares foram incluídos para o recebimento do auxílio emergencial durante a epidemia da Covid-19, que foi usada como argumento para a não concessão de qualquer reajuste.
Salvo melhor juízo, talvez tenha sido a própria Esther Dweck, Ministra de Gestão e Inovação, quem afirmou as intenções do Governo em retirar a granada deixada pelo Governo Bolsonaro no bolso dos servidores. Sabe-se que se trata de algo que não depende apenas de boas intenções. O Governo está com as contas desarrumadas e agora tenta, a todo custo, colocar a Casa em ordem, o que também não é tão simples, pois depende de aprovação de projetos do seu interesse, missão não muito bem-sucedida em alguns casos.
Não se esperava que essa granada pudesse ser retirada do bolso dos servidores a curto prazo. Por outro lado, manter um ano sem qualquer reajuste, 2024, sobretudo para algumas cetegorias, sugere-se que a situação talvez nunca venha a ser equacionada e a granada definitivamente desarmada. Para completar o enredo, tais servidores hoje se encontram diante do monstro da carestia de alguns itens de consumo básico, como é o caso do arroz, do feijão, dos horti-frutis. Tomate, cebola e cenoura já chegam, em alguns mercados, a valores acima de R$ 10,00 o quilo, algo sem precedentes.
Depois de um périplo pela Esplanada dos Ministérios, conversando com o pessoal da área econômica, a Ministra Esther Dweck chega à conclusão de que as categorias de servidores administrativos das universidades devem ser priorizadas no momento, sendo praticamente impossível recompor as perdas integrais que algumas categorias de servidores públicos acumularam durante o Governo anterior.
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