pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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domingo, 5 de maio de 2024

Editorial: A batalha de São Bernardo.

Charge publicada no Jornal da Cidade, sem identificação do autor


Conhecedor das dificuldades eleitorais que enfrenta em diversas praças do país, o PT resolveu adotar uma estratégia que consiste, num primeiro momento, apoiar candidaturas viáveis eleitoralmente de partidos aliados, assumindo a condição de coadjuvante, como ocorre no Rio de Janeiro, em São Paulo e, possivelmente, ocorrerá em Recife. Outra perspectiva dessa mesma estratégia é conseguir alguns troféus em cidades importantes pelo seu simbolismo e estratégicas para o projeto Lula 2026, como é o caso de São Paulo e, a julgar pelo andar da carruagem política, São Bernardo dos Campos, no interior paulista, uma cidade com a qual o morubixaba petista mantém relações afetivas. Até o título de eleitor de Lula é desta cidade. São Bernardo, na realidade, é o berço do partido e ali deve se travar uma luta sangrenta entre petistas e bolsonaristas. 

Ali o PT apostará todas as suas fichas na candidatura do Deputado Estadual Luiz Fernando Teixeira, irmão do Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, um empresário evangélico, um candidato com um perfil que pode atrair um eleitorado menos radical para a legenda. O candidato do atual gestor, o tucano Orlando Morando, que já cumpre dois mandatos, embora ainda não definido, terá o apoio do governador Tarcísio de Freitas, o que significa dizer que a renhida polarização política também vai estar presente por ali, nacionalizando a disputa. 

Até recentemente, quando esteve presente nas comemorações do Dia do Trabalho, em São Paulo, Lula cometeu o deslize de pedir votos para o candidato Guilherme Boulos, do PSOL, ato que deve suscitar uma admoestação do TSE. A fala não teria sido combinada com o staff do candidato, que contará com dificuldades enormes pela frente, dada a musculatura dos apoios políticos do adversário, com duas máquinas em mãos, a municipal e a estadual. Ainda é cedo para tirarmos tais conclusões, mas a sua virada recente nas pesquisas de intenção de voto pode representar uma tendência. 

Não é só o PT que está de olho em plantar as sementes para colher os frutos em 2026. Os bolsonaristas também não pensam noutra coisa, quem sabe, até, num projeto pilotado pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, caso consiga reverter sua inelegibilidade através das instâncias políticas, uma vez que, juridicamente, isso seria bastante improvável. Mas, caso o capitão não entre no jogo como candidato - já que a sua condição de cabo eleitoral já está sendo explorada pelo país afora - os nomes que podem ser acionados incluem o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. 

Assim, deixar as bases paulistas bem adubadas para o seu projeto político nacional implicariam em vencer as próximas eleições municipais em cidades estratégicas, inclusive no chamado cinturão vermelho, ou seja, cidades de grandes colégios eleitorais, controladas pelo PT ou por seus aliados. Derrotar o PT em seu berço histórico produziria um simbolismo dos mais significativos para as forças do campo conservador. De acordo com o jornalista Ricardo Chapola, que produziu uma longa matéria na revista Veja tratando dessa batalha por São Bernardo, Lula se empenhará pessoalmente naquelas eleições. É uma questão de honra para o petista recuperar a cidade.  


sábado, 4 de maio de 2024

Editorial: A aposta política de Jair Bolsonaro para 2026.



Para o ex-presidente Jair Bolsonaro não há salvação fora da política. Sua situação jurídica é bastante encrencada, senão irreversível. A revista Veja trouxe uma excelente matéria tratando deste assunto, assinada pela jornalista Marcela Mattos, que esclarece os pressupostos em que se sustentam os bolsonaristas para ainda acreditarem sobre a possibilidade de o ex-presidente habilitar-se às urnas antes dos prazos determinados pela Justiça Eleitoral, que se estendem até 2030. 

O entusiasmo do ex-presidente nessas manifestações públicas em apoio aos seus correligionários, é o de quem, de fato, acredita em tal possibilidade, embora os reservas já estejam ensaindo um momento de entrada em campo. No momento, os mais habilitados a substitui-lo em campo são os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas(Progressistas), e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado(UB-GO), com certa prevalência do governador paulista, que já vem sendo "trabalhado' pelos setores mais conservadores.   

Segundo a matéria, as articulações dos bolsonaristas se concentram no campo político, mais precisamente na Senado Federal, onde o senador Davi Alcolumbre já teria recebido uma pauta de reivindicações com uma proposta de anistia aos envolvidos na tentativa de golpe do 08 de janeiro, assim como a derrubada da inelegibilidade, como já ocorrera em tempos idos, envolvendo outros encrencados. Tempo de eleições é fogo. Hoje os líderes dessas Casas se movimentam muito mais orientados pela preservação de seus cargos - ou a conquista deles, através dos seus indicados, como é o caso de Arthur Lira - do que qualquer outra coisa.  

Editorial: Bandidos explodem agência do Banco do Brasil na terra de José Lins do Rego.



Ser um Estado com altos índices de insegurança pública, no Brasil, tornou-se uma rotina entre os entes federados. Ontem estávamos discutindo por aqui o número expressivo de diligências de órgãos como a Polícia Federal, para fazer cumprir mandados de buscas e apreensões no Estado da Paraíba, onde, assim como em todo o país, observa-se um recrudescimento das operações do crime organizado. As operações da PF, assim como o Ministério Público, juntamente com a força-tarefa do GAECO, são realizadas em todo o Estado, inclusive em cidades do interior, onde acusa-se, se nos perimitem a obervação, altos índices de irregularidades nas contas públicas. 

Não há uma semana sequer onde não sejam registradas  ocorrências de alguma prefeitura municipal envolvida em licitações suspeitas. Na madrugada de ontem para hoje,dia 04, os bandidos explodiram uma agência do Banco do Brasil localizada numa cidade localizada na região do Vale do Paraíba, a cidade de Pilar, terra do escritor José Lins do Rego, autor do  eterno Menino de Engenho e outras obras consagradas da literatura regional brasiliera.

Um momento difícil que o país atravessa, onde o Governo não consegue avançar num entendimento conciliatório com a oposição, em nome do interesse público. São observados apenas pontos de divergências, onde ninguém se entende. Um bom exemplo disso é a proposta indecente de que os entes federados possam ter autonomia para deliberarem sobre o uso de câmaras nos fardamentos dos policiais em atuação, assim como sobre a aquisições de  armas.  

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 3 de maio de 2024

Editorial: Polícia Federal realiza nova operação em João Pessoa.



Neste momento, a Polícia Federal realiza uma nova operação no Estado da Paraíba, precisamente em João Pessoa, algo que já está se tornando rotina daquele órgão no Estado. Desta vez, com o apoio da Polícia Militar, estão sendo cumpridos 7 mandados de prisões preventivas e 11 de busca e apreensões em órgãos públicos municipais. Essa simbioso entre crime organizado e poder público está cada vez mais complicada no país. Não estamos aqui tratando de um caso específico daquela unidade da federação, uma vez que o fenômeno ocorre em todos os quadrantes do país, quem sabe até com menor escala na Paraíba, daí a necessidade dessa justificativa. 

A coisa é cada vez mais "entranhada' e sobretudo diversificado o mix de envolvimento entre o crime organizado e o Poder Público. Em São Paulo se sabe que eles possuíam empresa de transporte com CNPJ, contratos legais de licitação celebrados com o poder público, como ficou comprovado no curso da Operação Fim de Linha. No interior paulista, a inteligência da Polícia Civil suspeita da existência de uma quadrilha, formada por agentes públicos, que extorquiam o cidadão comum dentro de uma delegacia especializada.  

Essa última operação da Polícia Federal naquela Estado diz respeito a uma relação perigosa exercida por traficantes de drogas, que atuavam de dentro dos presídios, com agentes públicos, onde uma dessas lideranças cobrou espaço na máquina para apadrinhados seus, mediante a permissão para agentes públicos atuarem em áreas sobre o controle do tráfico de drogas. Até a secretária-executiva da prefeitura de João Pessoa, segundo matéria do site ClickPB, teria recebido um desses telefonemas. Durma com uma bronca dessas, como diria o Josley Cardinot. 

Editorial: O PT se precipitou ao escolher Marta Suplicy como vice de Boulos?



A pré-campanha do Deputado Federal Guilherme Boulos à Prefeiuta da Cidade de São Paulo, vai ficar marcada por essa derrapagem inicial cometida pelo seu padrinho, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu votos para o afilhado durante evento comemorativo ao Dia do Trabalho. Hoje, um desses grandes jornais paulistas está cobrando que o TSE aplique uma punição severa contra o ato, que até o Planalto admite que infringe as normas. Sabe-se que o TSE ordenou que o vídeo com a fala do presiente fosse retirado do ar imediatamente. 

Prevê-se a aplicação de uma multa, mas há quem advogue que as transgressões também envolveriam o financiamento do evento, o que resultaria em outras implicações. De qualquer forma, o estrago já está feito. No dia ontem, ouvimos uma entrevista de um dos membros do Instituto Paraná Pesquisas, que fez várias ponderações sobre a chapa Boulos\Marta, assim como as razões da arrancada do candidato Ricardo Nunes neste momento da pré-campanha. Ele chamou a atenção para o fato de ter sido imposto o nome de Marta Suplicy sem qualquer articulação de apoios mais efetivos, o que, certamente, está ocorrendo em relação à demora de o prefeito Ricardo Nunes, bater o martelo em relação ao assunto. 

Se considerarmos, por exemplo que Ricardo Nunes já teria "descartado' qualquer possibilidade de a escolha recair sobre o seu auxiliar Aldo Rebelo, por ele ter se filiado ao MDB, o mesmo partido do prefeito, entende-se a sua preocupação sobre o fato de que o escolhido, de fato, possa agregar valor à chapa e, consequentemente, à disputa. Recentemente, Nunes declarou que tem, ao menos, dez nomes na agulha, aguardando o melhor momento de escolher um deles. Até um bolsonarista raiz está nesta lista de espera.

Pelo andar da carruagem política, Marta Suplicy foi escolhida pelo morubixaba petista antes mesmo de Boulos, dado o grau de atropelos. A princípio, Marta foi pensada para se contrapor às críticas à ausência de experiência administrativa de Guilherme Boulos, mas, a rigor, o aspecto ideológico parece não ter sido devidamente avaliado. Marta não se constituirá em nenhum escudo para proteger Boulos dos inevitáveis ataques de "radicalismo", algo que deverá ser bastante explorado na campanha.

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A derrapagem verbal de Lula. 

Governo Lula reconhece erro em evento. 

P.S.: Do Contexto Político: Esta postagem está tendo uma grande repercussão, o que nos contingencia a emitir algumas explicações por aqui: a) Embora Marta tenha dado uma guinada conservadora, deixando o PT, filiando-se o MDB e tornando-se Secretária de Relações Internacionais do próprio Governo Ricardo Nunes, não há hipótese de ela vir a se tornar uma espécie de representante da Faria Lima na chapa do psolista. Os petardos lançados pelo adversário sobre os eventuais radicalismo de Guilherme Boulos não serão aparados pela presença de Marta Suplicy na chapa; b) Conclui-se que o convite formulado a ela pelo morubixaba petista deveu-se, naturalmente, à sua experiência administrativa - algo ausente na trajetória política de Guilherme Boulos - assim como a sua penetração em algumas zonas específicas da capital paulista, onde, eventualmente, ela possa agregar potencial eleitoral à chapa. c) Em todo caso, estamos diante de uma chapa do tipo puro-sangue, numa eleição crucial e estratégica para o Planalto. Para os analistas políticos, o risco é muito alto e esta essa composição poderia ter sido melhor avaliada.        

Editorial: Eduardo Paes segura a "onda' bolsonarista no Rio de Janeiro?



No dia de ontem, publicamos por aqui o resultado da mais recente pesquisa de intenções de voto para a Prefeitura do Rio de Janeiro, nas eleições de 2024, levantamento realizado pelo Instituo Paraná Pesquisas, onde o atual gestor, Eduardo Paes, que concorre à reeleição naquelas eleições, abre uma larga dianteira sobre o seu principal oponente, o Deputado Federal Alexandre Ramagem, um ilustre representante da fina-flor do bolsonarismo carioca. Este não tem nem como disfarçar suas ligações orgânicas com o bolsonarismo. 

A pré-campanha de Eduardo Paes, que conta com o apoio do Planalto, vai de vento em popa, aguardando-se para os próximos meses a oficalização do candidato que concorrerá à vice em sua chapa, que deverá ser mesmo uma chapa puro-sangue, abrigando dois nomes do PSD. Um internauta nos chamou a atenção sobre um fato que realmente faz muito sentido. É preciso ponderar sobre os atuais índices obtidos poelo candidato que representa o bolsonarismo naquelas eleições, que aparece com apenas 13,6% das intenções de voto, ante os 46,1% obtidos por Eduardo Paes. 

O internauta estava observando que o então candidato ao Governo do Estado nas eleições de 2022, Marcelo Freixo,do PSOL, liderou as pesquisas por um bom tempo, sendo ultrapassado pelo bolsonarista Cláudio Castro(PL-RJ) na reta final da campanha. Tal ponderação faz muito sentido. Afinal, estamos no reduto mais emplumado do bolsonarismo. A candidatura de Ramagem deve crescer até o final das eleições, aquecida por essa estufa. 

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Eduardo Paes lidera com folga no Rio.

Editorial: O vice de João Campos no Recife não será do PT. É ponto pacificado.



O Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, de passagem aqui pela Veneza brasileira, onde cumpriu agenda oficial da Presidência da República, aproveitou o ensejo para reforçar um nome do PT na composição da chapa do prefeito João Campos, do PSB, que disputa a reeleição.  Desde o início das negociações entre as duas legendas, o PT reinvidica indicar um nome a vice na chapa do socialista, tendo, inclusive indicado alguns nomes da legenda para o cargo, como é o caso do assessor especial do ministério comandado por Padilha, o médico Mozart Salles, além de Carlos Vera. Em sua fala, o ministro leventa a bola do assessor. 

Conforme observou um jornalista local, o ministro sugere estar desatualizado no tocante ao assunto, pois o prefeito já teria deixado claro, tanto para o presidente Lula, quanto para a deputada Gleisi Hoffmann, que preside nacionalmente o partido, que o nome escolhido para a vice não será da legenda. Assim como ocorre no Rio de Janeiro, as eleiçoes de 2024 no Recife é apenas uma transição para as eleições de 2026, quando o atual gestor deverá disputar o Palácio do Campo das Princesas, no caso do Recife, independentemente de condições favoráveis ou não. 

Assim, ele precisa ter a confiança necessária sobre quem deverá deixar em sua cadeira no Palácio Capibaribe. Quatro dos seus principais assessores estão sendo preparados para a missão, todos já devidamente filiados aos partidos de sua base de sustentação, sendo a sua secretária de infraestrutura, Marília Dantas, a mais cotada atualmente. 

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PT desiste do vice no Rio de Janeiro.   

Editorial: Governo Lula reconhece erros no primeiro de Maio.


É preciso analisar essa situação com bastante ponderação, sem açodamentos, procurando, de fato, encontrar as motivações reais pelas quais os últimos eventos em apoio ou organizados pelo Governo estão sendo esvaziados. Em "série", como o próprio Planalto admite. Esse negócio de ficar apontando o culpado A ou B pelo malogro do evento "X" (Ops!), certamente, não ajudará muito, uma vez que, além de fugir dos problemas reais, pelo andar da carruagem política, convém preparar uma lista com os nomes dos novos culpados. 

 público não está acompanhando os eventos do Governo nem dentro do conforto dos seus lares, como ocorre com as lives, que foram temporareamente suspensas. Imagina se iriam se submeter às intempéries das ruas para fazê-lo. Salvo melhor juízo, até pancadaria ocorreu entre militantes e um integrante do MBL, durante o evento. Eles vão ali para provocarem e, por vezes, as pessoas caem nessas provocações, como ocorreu com o Deputado Federal Glauber Braga. 

É preciso assentar a poeira, ter a humildade necessária e reavaliar as estratégias daqui frente, uma vez diagnisticado os reais problems deste apagão de público, que pode ser momentâneo, como reflexo deste momento delicado que o Governo está enfrentando. Os 97 milhões previstos, segundo foi divulgado pela imprensa, para a comunicação digital, por exemplo, poderiam ter sido melhor empregado neste diagnóstico. Desta vez ainda houve a derrapagem da infração eleitoral, que deverá ser punida pelo TSE.  

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 2 de maio de 2024

Editorial: Eduardo Paes caminha para a reeleição no Rio de Janeiro, aponta Paraná Pesquisas.



Mesmo com uma folgada dianteira sobre o candidato do bolsonarismo no Rio de Janeiro, O Deputado Federal Alexandre Ramagem(PL-RJ), ainda estamos longe de afirmar que o atual gestor da cidade, Eduardo Paes, encontra-se com a sua reeleição assegurada. Vamos aqui repetir um mantra sempre atual: Pesquisa é uma fotografia do momento. Aqui em Pernambuco, pricisamente no Recife, um jornalista da CNN fez uma analogia curiosa com a neve do prefeito João Campos, logo depois que o prefeito apresentou altos índices de intenção de voto numa pesquisa recente realizada pelo Instituto AtlasIntel\CNN

Ele afirmou que a "neve" não derrete. Fazia referência ao cabelo pintado pelo prefeito durante as festividades de carnaval. Alguém do PT logo sugeriu que isso iria depender muito do "aquecimento", numa clara referência aos momentos de "esquentes" da campanha. O Rio de Janeiro é o reduto tradicional do bolsonarismo. O capitão já esteve por lá apoiando seu pupilo, mas a situação permanece favorável, neste momento, ao atual gestor, Eduardo Paes, que lidera, com folga relativa, todas as pesquisas de intenção de voto realizadas até esta fase da pré-campanha. Na pesquisa do Paraná Pesquisas, divulgada no dia de hoje, Eduardo Paes aparece com 46,1% da intenções de voto, enquanto o delegado Ramagem crava apenas 13,6%. 

A despeito do apoio irrestrito do Palácio do Planalto, Eduardo Paes resistiu até o PT perder as esperanças de indicar o nome na chapa que concorre à reeleição. O nome ainda não foi sacramentado, mas sabe-se que teremos uma chapa puro-sangue, ou seja, formada exclusivamente pelo PSD. A estratégia de Eduardo Paes tende a se repetir no Recife, onde quatro nomes do secretariado do prefeito João Campos aguardam a unção. 

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PT desiste de indicar vice de Eduardo Paes. 

Editorial: Afinal, quantos são os bilhões da PEC do Quinquênio?



O líder do Governo no Senado Federal, Senador Randolfe Rodrigues(sem partido), agendou uma conversa na apertada agenda do Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco(PSD-MG). Para Pacheco houve uma precipitação do Governo em recorrer ao STF acerca da desoneração da folha, algo que ainda estava em processo de discussão na Casa. O ato foi considerado uma afronta, entre outras tantas recorrentes entre os Três Poderes da República. Isso não pode terminar bem. 

Uma outra questão sobre a qual o Presidente do Senado se mostra irredutível diz respeito à famigerada PEC do Quinquênio, um penduricalho que só faz aumentar as graves distorções entre os servidores públicos federais, estaduais e municipais. Concebida, a princípio apenas para os juízes, o trenzinho da alegria foi incorporando outras categorias de servidores, gerando ônus igualmente preocupante para Estados e Municípios, algo que não estaria sendo devidamente dimensionado. 

O Governo Federal fala sobre um ônus pesado para as contas públicas, algo em torno de 80 bilhões, apenas no âmbito federal. Curiosamente, Pacheco, ao se referir ao assunto, apresenta números bem inferiores, algo em torno de R$ 3 bilhões de reais. Alguém, muito provavelmente, não fez os cálculos corretos sobre os bilhões do PEC do Quinquênio, algo que talvez possa ser esclarecido nesta reunião entre o líder do Governo e o Presidente da Câmara Alta.

Outro dia alguém estava alertando sobre o futuro político do Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Especula-se que esteja entre os seus planos uma eventual candidatura ao Governo de Minas Gerais em 2026. Um cargo de ministro do TCU ou STF também poderia ser bem-vindos. Se a primeira opção estiver, de fato, em seus planos, convém analisar com cuidado os impactos dessa PEC sobre as contas estaduais. Minas já acumula uma dívida gigantesca com a União. 

Responsabilidade fiscal é também do Congresso.   

Editorial: Lula pede votos para Boulos, mas é Nunes quem avança na pesquisa do Paraná Pesquisas.



Segundo o Jornal O Globo, o Planalto teria recolhido as gravações das comemorações do Dia do Trabalhador, comemorado no dia de ontem, no estádio do Corinthians, em São Paulo, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por ocasição do seu discurso, durante um determinado momento, pediu aos presentes que votassem no candidato do PSOL, Guilherme Boulos, que concorre à Prefeitura da Cidade de São Paulo, o que, dependendo da avaliação, pode ser considerado uma irregularidade no contexto das regras estabelecidas pela Justiça Eleitoral. De fato, os especialistas apontam para o cometimento de uma infração.  

As redes sociais bolsonaristas, naturalmente, estão "exigindo" uma tomada de posição do TSE. Coincidentemente, no dia de hoje, 2, o Instituto Paraná Pesquisas traz mais uma de suas pesquisas de intenção de voto naquela praça e no Rio de Janeiro, que comentaremos adiante. Em São Paulo, onde até então todas as demais pesquisas anteriores de intenção de voto assinalavam um rigoroso e intermitente empate técnico entre os dois principais competidores, Boulos e Nunes, desta vez há um deslocamento ascendente do prefeito Ricardo Nunes para além da margem de erro do Instituto.  

Nesta pesquisa, Ricardo Nunes aparece com 35,2%, enquanto o candidato psolista crava 29,8% das intenções de voto. É preciso aguardar as próximas pesquisas para se saber se isso significa, de fato, uma tendência, mas não deixa de ser algo a preocupar o Planalto, que joga todas as suas fichas naquela eleição, tida como fundamentalmente importante para os seus projetos de poder. Em sua fala, o líder petista, reforçando a estratégia da polarização, informou aos convivas e o público presente que estávamos diante de uma guerra. 

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Alckmin de volta ao jogo. 

O Globo dá um força a Tarcísio de Freitas

Afinal, Tarcísio é um moderado? 

Novo empate técnico entre Boulos e Nunes?

Editorial: Afinal, flopou ou não flopou?



Infelizmente, flopou. E desta vez nem precisaremos do apoio do rapaz da USP, para enfurecer os bolsonaristas com as suas estatísticas de público nos eventos organizados por eles. Desta vez o próprio morubixaba petista assumiu a condição de VAR no sentido de reclamar sobre a ausência de um público maior nos eventos organizados pelas centrais sindicais, durante as comemorações do Dia dos Trabalhadores, que ocorreu no estádio do Corinthians,que contou com a presença de alguns ministros de Estado, dirigentes do clube e do candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos.   

Mais uma vez, a capacidade de mobilização do Governo e dos seus apaoiadores se mostraram insuficientes para atrair uma multidão a uma concentração pública com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As broncas desta vez sobraram para Márcio Macêdo, Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, que teria sido alertado pelo próprio Lula, durante a semana, sobre eventuais problemas relativos à presença de público ao evento. Para não entrar aqui nas elocubrações acerca das reais motivações sobre as causas da ausência de um público maior no evento, vamos nos limitar aqui àquelas respostas lacônicas de alguns políticos experientes quando perdem uma eleição: O adeversário ganhou porque teve mais votos do que eu. No caso específico, o evento fracassou porque não teve público. Pronto. 

Por razões óbvias, o presidente Lula tem demonstrado uma grande preocupação em relação ao assunto, sobretudo por estarmos num ano de eleições. Foram divulgadas recentemente as empresas que venceram uma licitação para a comunicação digital, numa licitação avaliada em R$ 97 milhões, algo que está sendo questionado pela oposição. O Governo já vem de um fracasso anterior nesta área, quando se decidiu abandonar as lives, por falta de audiência. Há sérias dúvidas se tais investimentos nesta área possa, de fato, reverter tal situação.   

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Editorial: O governador Tarcísio de Freitas é um moderado?

 


Alguns órgãos da grande imprensa estão fazendo um esforço teórico enorme para enquadrar, ideologicamente, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas(Republicanos-SP), praticamente ungido por alguns segmentos sociais conhecidos como o primeiro nome para a disputa presidencial de 2026. Em momentos assim, entende-se que esses órgãos tentem traçar um perfil menos radical - de preferência moderado, conciliador - do nome ungido pelo mainstream. Aliás, pessoalmente, o governador já afirmou que, naquelas eleições, talvez prefira mesmo renovar seu contrato de locação com o Palácio Bandeirantes por mais 04 anos. 

Interessante é que, por vezes, percebo algum grau de sinceridade nessas afirmações. Por outro lado, a centrífuga política conservadora que tenta empurrá-lo como um adversário natural do petismo naquelas eleições mói muito forte. Até recentemente, um dos órgãos de imprensa que integra essa engrenagem dedicou três longas páginas ao governador, já o credenciando como um potencial candidato ao pleito. Recentemente, ele esteve presente num jantar oferecido ao prefeito Ricardo Nunes, com a presença de atores dos mais influentes no cenário político nacional. 

Eles mesmos teriam admitido que, daquele PIB político, se poderiam emitir fumaças que sinalizariam para a sucessão presidencial de 2026. Esse conjunto de forças tenta apresentá-lo ao eleitor como um político de centro e moderado. Esqueceram de combinar, ao que tudo indica, com os chargistas Triscila Oliveira e Leandro Assis, autores da charge que ilustra este editorial, publicada no dia de hoje, primeiro de maio, no Jornal Folha de São Paulo. 

Editorial: O que, afinal, Haddad está lendo?



Acabamos de ler uma matéria onde uma conceituada jornalista chega à conclusão de que o Governo enfrenta uma burulhenta oposição interna, como se não bastassem as escaramuças e assédios da renhida oposição bolsonarista, incapaz de gestos civilizados em nome do interesse público e da governança do país. Os leitores mais atentos já perceberam que, gradativamente, o PT vem perdendo capilaridade e apoio político junto a segmentos sociais com os quais, historicamente, sempre esteve identificado, como mostramos por aqui. 

As reprimendas públicas, protagonizadas pelo próprio morubixaba petista, dirigidas aos seus assessores, pode ser considerado um termômetro desse estresse. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad - hoje, tornou-se, por razões óbvias, uma vez que detém a chave do cofre - o alvo preferencial desses pitos. Reclamações injustas, uma vez que o ministro é um dos poucos que prezam pelo equilíbrio fiscal num contexto de um governo caracterizado pela gastança irrefreada. 

O ministro já disse que os seus livros ficaram em São Paulo e tem conversado à exaustão com os parlamentares. É só o que ele tem feito no momento. Agora foi a vez do relator do orçamento deixar sua piada pronta, aconselhando o ministro a ler mais a Bíblia e menos Maquiavel. Fomos observar uma lista de livros indicados pelo ministro. Maquiavel não estava na lista. Ali aparecem Franz Kafka, George Orwell, Jorge Luis Borges, Machado de Assis, Vladimir Maiakovski, o que signifca que ele tem um excelente bom gosto.    

Charge! Leandro Assis e Triscila Oliveira via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 30 de abril de 2024

Editorial: Ministério dos Direitos Humanos pretende reabrir a Comissão de Mortos e Desaparecidos. Haverá ambiente institucional para isso?

Crédito da foto: Matheus W. Alves. Futura\Press\Estadão. 

 

Tratando de um assunto tão nevrálgico, vamos começar por fazer justiça por aqui. Se a Comissão de Mortos e Desaparecidos não for reaberta não será pela falta de propósito ou empenho do Ministro dos Direitos Humanos, o sociólogo e filósofo Sílvio Almeida, que, assim que assumiu a pasta, manifestou seu interesse na reabertura desta comissão. A imprensa informa que o ministro já teria instituído um grupo de trabalho neste sentido, embora ainda não tenha recebido o sinal verde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

A questão que se coloca por aqui é sobre se encontraremos o ambiente institucional necessário para a reabertura de uma comissão como esta, quando, por exemplo, até alusões oficiais sobre os 60 anos do famigerado golpe Civil-Militar de 1964 foram proibidas. Tudo leva a crer que não, o que significa dizer que abriremos mais uma zona de conflito interno entre os atores que compõem o Governo Lula. Se o Governo já trava uma luta hercúlea com a Oposição e com a conjuntura adversa, não seria menor o fogo amigo entre os membros do próprio Governo. 

Hoje chegamos a fazer algumas ponderações por aqui sobre as zonas de insatisfações criadas pelo Governo Lula com as tradicionais bases de apoio do petismo ou dos governos de corte ou perfil progressistas como o dele. A lista só aumenta, na medida em que tratamos do assunto: Neste sentido, caso tal abertura da comissão seja revertida, as entidades da sociedade civil que reinvidicam o direito de saber o que houve com seus entes queridos que desapareceram nos porões ou estertores dos centros de tortura do regime militar no país. Essa comissão será um bom termômetro para avaliarmos os rumos do Governo Lula. 

Durante seu discurso na tribuna do Senado Federal o ex-ministro José Dirceu foi enfático ao observar que a abertura desta comissão é algo inegociável. Para a banda mais ideológica e não apenas pragmática do PT também. Para parcelas significativas da sociedade brasileira também. Os problemas são as circunstâncias de um Governo acuado, que anda pisando em ovos, com receios dos melindres, muito menos com os militares.   

 

Editorial: Movimento "Esgotei' denuncia poluição nas praias de João Pessoa e Região Metropolitana.

 


Na semana passada, a SUDEMA - Superintendência de Administração do Meio Ambiente da Paraíba - divulgou os trechos de praia propícios aos banhos na capital paraibana. Surpreendeu a este editor os poucos espaços que, de fato, reuniam as condições ideais para os banhistas, nas principais praias da capital, a exemplo de Tambaú, Cabo Branco e Manaíra. Agora, lendo um dos site locais, o ClicPB, nos deparamos com um manifesto do Movimento "Esgotei", denunciando a situação semlhante na praias de Intermares, que fica na cidade vizinha, a cidade de Cabedelo. 

É realmente lamentável que isso esteja ocorrendo, conforme enfatiza as lideranças do grupo, que promete uma manifestação para o dia 11, no Busto de Tamandaré, entre as praias de Cabo Branco e Tambaú. João Pessoa, que teve uma preocupação com o ordenamento da orla, não permitindo a construção de edifícios acima de quatro andares na primeira quadra, deveria, igualmente, manter as mesmas preocupações em relação ao tratamento dos esgotos da capital. Salvo melhor juízo, há um caso específico, num dos trechos da praia de Cabo Branco, que já se arrasta há anos.  

João pessoa hoje atrai milhares de turistas todos os meses, tornando-se uma das capitais mais cobiçadas do país. Não apenas para curtir um feriadão, passar as férias, mas até mesmo para se fixar na cidade, que ostenta boas condições de vida quando comparadas a outras capitais do país. Ausência de atitudes do poder público no sentido de evitar tais problemas, apenas depõem contra a sua condição de um dos points mais procurados pelos turistas no país e no exterior.   

Editorial: Notícia ruim às vésperas do Dia do Trabalhador: Desemprego cresce no trimestre.


Até recentemente o jornal francês Le Monde trouxe uma matéria tratando das condições difíceis dos indígenas brasileiros da região do Amazonas. A matéria vem na esteira do esboço, já observado, de insatisfações de grupos sociais ou instituições historicamente identificadas com o Partido dos Trabalhadores. São aqueles grupos ou estratos sociais mais orgânicos, a exemplo do MST, dos professores universitários, dos próprios indígenas, que sempre estiveram ao lado de segmentos políticos progressistas da sociedade. 

A despeito de alguns indicadores positivos, o Governo, na realidade não passa por um bom momento. Neste momento o céu do Planalto está nublado, repleto de nuvens carregados. As próximas refregas congressuais, algumas com derrotas preocupantes, produzirão seus desgastes econômicos, ideológicos e políticos inevitáveis. O problema pode ser agravado pelos próximas eleições municipais de outubro, quando se sabe que, nas principais capitais do país, o partido não se mostra competitivo. Um beco sem saída. À medida em que o PT é cobrado para, enquanto Governo, ampliar os canais de conciliação, o esgarçamento da polarização surge como o único discurso político possível na atual conjuntura. 

Às vésperas do Dia do Trabalhador, mais uma notícia ruim: O IBGE observa que o índice de desemprego subiu 7,9% no primeiro trimestre e atinge 8,7 milhões de pessoas. Na realidade, o Governo Lula foi encurralado pela oposição bolsonarista, que tem como única motivação inflingir derrotas sucessivas ao Governo. Não estamos tratando aqui de uma oposição responsável, responsiva, de algum espírito público, muito menos elevado. Estão com a faca nos dentes, aguardando o Governo sangrar e emitir seus últimos suspiros. Estamos no Brasil.  

Editorial: Geraldo Alckmin de volta ao jogo.



Na realidade, o atual vice-presidente e Ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmim, nunca esteve fora do jogo político. O que se sugere, com o título do editorial acima, é apenas chamar a atenção para as suas movimentações políticas mais recentes, hoje menos dependentes dos interesses do Planalto, e mais concentradas nos projetos partidários dos socialistas. Independentemente das circunstâncias adversas, sabe-se que o morubixaba petista deverá mesmo se candidatar às eleições presidenciais de 2026, porém ninguém aposta na mesma composição de chapa, ou seja, Geraldo Alckmin não o acompanharia como vice. 

A candidatura da Deputada Federal Tabata Amaral(PSB-SP) à Prefeuura da Cidade de São Paulo, nas próximas eleições municipais, sinalizou, efetivamente, que o vice seguiria uma rumo político menos atrelado ao Palácio do Planalto. No ínicio, o fato abriu uma linha de indisposições entre o PT e o PSB, que ainda tentou dissuadir tal projeto. Hoje, a essa altura do campeonato, a missão se torna quase impossível. Para que se tenha uma ideia, as negociações da candidata com os tucanos envolveria um compromisso de a deputada não apoiar Guilherme Boulos(POSL) num eventual segundo turno.  

No dia de hoje,30, a Coluna do jornalista Cláudio Humberto, traz algumas informações neste sentido, assinalando que o vice presidente poderá vir a ser candidato ao Governo do Estado de São Paulo nas próximas eleições estaduais. Na realidade, o Planalto não tem uma alternativa no horizonte para enfrentar o projeto de reeleição de Tarcísio de Freitas(Republicanos_SP). Isso se ele não se candidatar à Presidência da República, como desejam seus partidários. Em tais circunstâncias, uma eventual candidatura de Geraldo Alckmin(PSB-SP), indisposições à parte, poderia contar com o aval do Planalto.

Por ocasião da Agrishow, coube ao vice-presidente representar o Planalto no evento. Mesmo assim, a cerimônia não foi aberta ao público, em mais uma demonstração do grave problema de agendas que já discutimos em outras ocasiões. Governo e Oposição não conseguem chegar a algum acordo ou construir algum consenso sobre alguns temas. Isso está ficando muito complicado. Vale para área de segurança pública, agronegócio, pauta de costumes. Na realidade, tivemos duas Agrishows. Uma delas sob a hegemonia da oposição bolsonarista.   

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 29 de abril de 2024

Editorial: PT desiste de indicar o vice na chapa de Eduardo Paes no Rio de Janeiro.

 


Conforme já afirmamos em outros momentos, o PT não tem outra alternativa no Recife, que não apoiar o projeto de reeleição do prefeito socialista João Campos(PSB-PE). Andei lendo algumas polêmicas sobre a "Neve que não derrete" - daí a escolha da foto acima - mas vamos deixar esses comentários para um momento posterior. Por enquanto, é suficente saber que, assim como ocorreu com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes(PSD-RJ), também ocorre no Recife a mesma situação, ou seja, o prefeito João Campos deve escolher seu companheiro ou companheira de chapa, tendo o PT que se conformar com a situação. A Presidente Nacional da legenda, Gleisi Hoffmann(PT-PR) já afirmou que estará com João independentemente da indicação do vice. 

A estratégia entre ambos, Eduardo Paes e João Campos, são muito parecidas, aliás. Aqui como lá, os gestores escolheram nomes de sua estrita confiança para aguardar a indicação. No Rio de Janeiro, todas as apostam recaem sobre o nome de Pedro Paulo, Deputado Federal, assim como o prefeito, filiado ao PSD. Trata-se, portanto, de uma chapa puro sangue. Aqui será um pouco diferente, pois, salvo melhor juízo, o prefeito João Campos filiou seus assessores em partidos distintos, nenhum dele ao partido ao qual é filiado, o PSB. São partidos de sua base parlamentar de apoio, o que facilita as costuras de alianças.

Essa questão do "nevou" do prefeito deverá ser muito explorada durante a campanha. João é neve que não derrete, mesmo com a intensidade do calor recifense. Será? Ontem alguém observou que estamos ainda um pouco distante do pleito municipal, programado para o dia 06 de outubro. Se as eleições fossem hoje, ele seria eleito ainda no primeiro turno, se cacificando ainda mais para o pleito de 2026, quando deverá disputar o Governo do Estado. A torcida dos adversários é que a neve derreta até lá. 

Drops: Casa de Shows UP Garden desaba durante show, acidentando 40 pessoas.

Crédito da Foto: Clilson Junior. 


Durante um show que ocorria no dia de ontem, 28, o teto da Casa de Shows UP Garden desabou sobre os frequentadores, acidentando 40 pessoas, algumas em estado grave. Segundo boletim do Hospital de Traumas, 8 delas ainda permanecem internadas, 3 em estado grave. A informação é do site ClickPB. A Casa de Shows fica no bairro de Altiplano, ainda não sendo divulgada a causa do acidente, informação que será disponibilizada, possivelmente, apenas depois de perícias policiais. Nossos sentimentos às vitimas e familiares.  

Editorial: Jornal O Globo dá uma força a Tarcísio.


Há um conjunto de forças, bastante conhecidas da sociedade brasileira, que estimulam uma candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, já nas próximas eleições de 2026, conforme a chamada de matéria do Jornal O Globo. Mesmo que ele, pessoalmente, manifeste seu desejo de continuar à frente do Governo de São Paulo por mais um mandato, sua agenda se encaixa perfeitamente no figurino de uma parcela conservadora da sociedade brasileira, que o deseja vê-lo habilitar-se ao cargo já em 2026. 

O jornal O Globo, em sua edição de hoje, dia 29, dedica três páginas ao governador. Num jantar ocorrido recentemente, em homenagem ao prefeito Ricardo Nunes(MDB-SP), lá estavam alguns desses atores políticos proeminentes, ou seja, aqueles atores que podem costurar e cimentar um pib político e um pib econômico que darão suporte a este projeto. Conforme afirmamos por aqui,ninguém esconde que a reeleição de Ricardo Nunes é um avant premiere desse projeto maior, de olho nas eleições presidenciais de 2026. O Planalto joga todas as suas fichas na eleição de Guilherme Boulos, mesmo conhecendo as dificuldades, que não se restringem apenas àquela praça.  

Neste jantar, além do governador, se fizeram presentes o ex-presidente Michel Temer(MDB), Gilberto Kassab(PSD), hoje o maior enxadrista do tabuleiro político nacional, e representantes do ex-presidente Jair Bolsonaro. Mais recentemente ficamos sabendo que o próprio presidente Bolsonaro teria sido aconselhado a estimular uma eventual candidatura de Michelle Bolsonaro apenas para apressar a decisão do governador Tarcísio de Freitas(Republicanos-SP).

A agenda administrativa do governador, sob vários aspectos, entra, frequentemente, em rota de colisão com a agenda do Governo Lula 3. Talvez o ponto mais nevrálgico aqui seja a área de segurança pública, onde o governador tenha endurecido o jogo, com relativo apoio de parte da população, possivelmente uma parcela conservadora, identificada com a direita e com a extrema-direita, que amplia seus índices de popularidade, mesmo sob protestos de entidades de direitos humanos. A agenda é tão "orgânica' que o seu Secretário de Segurança Pública, Guilherme Muraro Derrite, também Deputado Federal licenciado, foi o relator da PEC da Saidinha, que inflingiu uma acachapante derrota ao Governo Lula. É dado como certo que o veto mínimo do presidente Lula, permitindo a saidinha de presos em feriados, seja mais uma vez derrotado.      

Editorial: Os puxões de orelha de José Dirceu em Lula.


Os puxões de orelha estão se tornando recorrentes no Governo Lula 3. O morubixaba petista se empolga durante os discursos de improviso, por ocasião dos eventos oficiais e, não raro, tem reclamado em público dos seus subordinados. Mas Lula também não está isento desses puxões de orelha, conforme vamos tratar mais adiante. Alguns dos subordinados, como é o caso do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na nossa opinião injustamente, estão se tornando frequeses desses pitos. O último deles ocorreu durante as comemorações dos 50 anos da Embrapa, quando Lula reclamou dos recurso escassos previstos no orçamento da entidade de pesquisa agropecuária. 

Como já é do conhecimento público, José Dirceu voltou ao asfalto ou à ribalta, como vocês preferirem. Dirceu é uma espécie de "consciência ideológica' do mais autêntico petismo. O termômetro para se dimencionar, por exemplo, o quanto o partido tem se afastado dos seus princípios mais fundamentais. Seu discurso recente, na TrIbuna do Senado Federal, foi um autêntico puxão de orelha nos rumos do Governo Lula 3, ao fazer referência ao desvirtuamento da linha programática do Governo.

Fortalecer a democracia substantitva - até como antídoto ao descarrilamento da democracia política - sempre foi uma das grandes premissas do PT. Agora foi a vez de o líder petista escrever um artigo numa revista do partido, criticando os supersalários dos militares, como decorrência das benesses concedidas durante o Governo Bolsonaro. Na realidade, a discussão é mais ampla e está em jogo uma reaproximação ou um realinhamento de Lula com setores militares, manobra que estaria sendo articulada pelo Ministro da Defesa, o pernambucano José Múcio. No artigo, José Dirceu fala sobre tais penduricalhos, assim como sobre a necessidade de que o mesmos possam ser revistos.  

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 28 de abril de 2024

Editorial: Como estará o Recife em 06 de outubro de 2024?



A pergunta acima vem em razão das últimas pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura da Cidade do Recife, onde o atual gestor, João Campos(PSB-PE), desponta como franco favorito à reeleição. Pesquisa realmente é uma fotografia do momento. Até os mais leigos sobre o assunto já entenderam isso. Aqui em Pernambuco existem alguns casos bem emblemáticos, como o ocorrido com o próprio pai do prefeito, o ex-governador Eduardo Campos, que foi eleito pela primeira vez governador depois de um começo bastante difícil, amargando os últimos lugares nas pesquisas de intenção de voto. 

Não temos bola de cristal para prever  como estará a cidade do Recife até as próximas eleições municipais, precisamente em 06 de outubro de 2024. Pelo trabalho e entusiasmo do prefeito e sua equipe, não acreditamos que seus índices de avaliação sejam revertidos até então. Hoje ele conta com 71% de avaliação positiva entre a população recifense. Outra questão a ser considerada são os potenciais concorrentes ao cargo, nenhum deles com experiência administrativa de máquinas municipais, em alguns casos com padrinhos - ou seria madrinhas? - políticos mal-avaliados, como é o caso de Daniel Coelho, que, hoje, está longe de se constituir num candiato competitivo ao pleito de outubro. Pode ser que o cenário mude. Afinal, como afirmamos antes, não temos bola de cristal.  

A centrífuca da polarização política, infelizmente, também deve moer aqui na província, o que signifca dizer que pode ser mantida e até ampliada a atual performance do representante do bolsonarismo no Estado, Gilson Machado(PL-PE), em ascensão nas pesquisas de intenção de voto, ancorado no apoio dos eleitores bolsonaristas. No momento, a sua preocupação seria a de fidelizar esses eleitores. Convém não arriscar, uma vez que a pesquisa do AtlasIntel\CNN deixou claro os eleitores de Lula não estão, necessariamente, dispostos a votarem num candidato indicado pelo PT.    

Charge! Dálcio Machado via Facebook