pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Um pacto pela segurança pública
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terça-feira, 26 de setembro de 2017

Editorial: Um pacto pela segurança pública



Resultado de imagem para raquel lyra/Paulo Câmara

Um cronista da política local, em sua coluna de hoje, informa que, apesar de convidados, os representantes da Princesa do Agreste na Assembléia Legislativa do Estado não compareceram ao ato que reuniu a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra(PSDB) e autoridades do Governo Paulo Câmara(PSB), ocorrido recentemente no Palácio do Campo das Princesas. O governador, em viagem, não pode receber a prefeita, mas, segundo consta, um novo espaço na agenda oficial será reservado para o encontro. Até bem pouco tempo uma vila tranquila, Caruaru tornou-se uma das cidades mais violentas de Pernambuco, como consequência, segundo dizem, da presença efetiva de grupos organizados dedicados ao tráfico de drogas na região, aliado ao fluxo de comércio local. Apesar de derrotados nas urnas, não se justifica a ausência desses parlamentares ao encontro, numa evidente demonstração da ausência de espírito público, como quem estivesse torcendo para o quanto pior melhor, apostando no desgaste da gestão da tucana.

Conforme já informamos por aqui, segurança  pública é algo que atinge a todos, agentes públicos e privados, independentemente das colorações partidárias ou outras quaisquer idiossincrasias. Na cruzada com o objetivo de enfrentar o problema em sua cidade, a prefeita Raquel Lyra(PSDB) vem mostrando um grau de despojamento e espírito público dos mais elogiáveis. Uma pena que a política local ainda seja movida por picuinhas desse tipo, onde se ignora um convite para debater um tema da mais alta importância para o município, quando o cardápio - se carne de sol ou carne de charque, como diria a raposa Drayton Nejaim no passado - é o de menos. A prefeitura elaborou um plano municipal de segurança pública e veio discuti-lo com as autoridades da área no Governo do Estado. Como se sabe, a vitória de Raquel Lyra representou uma derrota política significativa para o grupo palaciano, mas não impediu que a prefeita abrisse um canal de diálogo com o Governo do Estado, em razão de sua responsabilidade pública.

Louvável a atitude pro-ativa da prefeita do município, ao recorrer aos dispositivos locais que possam contribuir para minimizar o problema da violência naquele município. No entanto, assim como as autoridades estaduais cobram ações do Governo Federal, naturalmente, algumas medidas dependem exclusivamente do Governo do Estado e foi neste sentido que a prefeita procurou as autoridades de segurança. O tema segurança pública é algo muito complexo, envolvendo uma união de esforços entre atores estatais e privados, em todas as suas esferas. Um dos motivos pelos quais o Pacto Pela Vida fracassou, conforme analistas, é que, ao longo dos anos, por problemas de gestão, os diversos atores direta e indiretamente envolvidos sobre a questão, ao invés de ampliarem esse diálogo, foram se distanciando. O PPV previa, de acordo com o sociólogo José Luiz Ratton - o sistematizador daquela política de segurança pública - uma espécie de conselho de gestão, que nunca chegou a ser efetivado. Hoje, se comparado ao PPV criado em 2007, tornou-se uma mera caricatura, que conserva o nome apenas por uma questão de marketing institucional.

O que mais se observa são as farpas trocadas de lado a lado, sem que as soluções, de fato, apareçam. Sinceramente, a postura da oposição ao Governo Paulo Câmara não é das mais plausíveis. O que há é uma exploração do tema, de olho nas próximas eleições estaduais, onde o assunto deverá ser o mote de campanha. Até recentemente, numa entrevista concedida ao canal Globo News, o Ministro da Defesa, Raul Jungmann(PPS), teria afirmado que a violência em Pernambuco é maior do que a violência no Rio de Janeiro. Isso foi o suficiente para reacender a polêmica, levando o Estado a soltar uma nota à imprensa, contestando o ministro. Deus nos livre desse campeonato macabro, sobre onde se mata mais, se aqui ou lá nas favelas cariocas. Vamos é abrir um amplo diálogo social para que a solução do problema seja encontrada aqui e alhures, de preferência sem a presença das Forças Armadas que, além de não terem recebido treinamento para essas funções, depõe contra uma atmosfera de normalidade democrática, sobretudo nesses momentos bicudos, acompanhados de declarações bombásticas.

       

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