José Luiz Gomes da Silva
Cientista Político
Os acontecimentos políticos de Brasília, não raro, atropelam os fatos políticos aqui da província. Em Brasília, por exemplo, se diz que o namoro entre o PSB e o PSDB já teria virado noivado - na expectativa das núpcias presidenciais que unem os interesses das cúpulas partidárias - enquanto aqui no Estado, as rusgas entre os dois grêmios partidários permanecem, sendo ainda forte o coro daquelas aves emplumadas tucanas que apostam na construção do apoio do partido a uma candidatura oposicionista nas próximas eleições estaduais. Num convescote em Brasília, entre lideranças do DEM, PTB e PSDB local, segundo fomos informados, ficou completamente descartada a possibilidade de os tucanos e democratas se recomporem com o Palácio do Campo das Princesas. Não pelos mesmos motivos, outro partido que deverá seguir o mesmo rumo será o PMDB, em razão das manobras da Executiva Nacional da legenda, que deverá tirar o seu comando estadual dos aliados do governador Paulo Câmara(PSB) e entregá-lo ao senador Fernando Bezerra Coelho.
Entretanto, nos últimos dias, foram protagonizados alguns movimentos no xadrez político local, dignos de registro. Depois de se sentirem preteridos na condução da gestão da prefeita de Caruaru, Raquel Lyra(PSDB), o grupo político do ex-prefeito, José Queiroz, que controla o PDT local, decidiu apoiar o projeto de reeleição do governador Paulo Câmara(PSB), passando a integrar formalmente o governo, ao assumir a Secretaria de Agricultura, provocando uma verdadeira dança das cadeiras na composição do secretariado. Contingenciado pelo formação do palanque oposicionista, os movimentos do governador Paulo Câmara no tabuleiro político pernambucano sinaliza para a recomposição de suas alianças mais à esquerda do espectro político, como o PDT e, quem sabe - o diálogo continua aberto - com o PT. As portas, como costumam informar os palacianos, nunca foram fechadas. Há algumas arestas que não serão superadas muito facilmente, mas a vontade da caciquia pode prevalecer sobre as indisposições localizadas.
Até bem pouco tempo numa espécie de inércia -batendo na tecla do 2018 só em 2018 - o governador Paulo Câmara resolveu se mexer no tabuleiro político local, creio, muito em função dos movimentos da oposição, que a cada dia arregimenta mais forças para o embate duro que deverá ser travado em 2018 pela conquista do Palácio do Campo das Princesas. A reaproximação com o PDT constitui-se apenas num lance dessas jogadas. Nesta semana ele também consolidou o diálogo com outras siglas que dão sustentação ao governo, como o PSC, o PSD. O desfecho do imbróglio no PMDB é uma incógnita, mas ele já trabalha com a possibilidade concreta de não contar com este partido no seu palanque em 2018. A Executiva Nacional do PMDB, apesar das queixas de grandes proporções, não recuará de sua decisão. Há quase um consenso entre os analistas políticos acerca deste assunto.
As costuras políticas pelo lado da oposição também não param. Pelo andar da carruagem política, seja lá qual for o resultado das próximas eleições, o Estado continuará controlado por alguma oligarquia política, com aquelas consequências já conhecidas. Os representantes dessas oligarquias se sentem com o privilégio de tocarem a gestão dos negócios públicos, sem sequer ouvirem as críticas dos cidadãos acerca dos desmandos na máquina. Mais do que em qualquer outro espaço, aqui fica patente as observações do historiador Sérgio Buarque de Holanda, acerca da indistinção, no Brasil, das fronteiras entre o público e o privado.
Neste cenário, entra em cena a família Ferreira, que negocia o apoio do grupo a uma das forças políticas, segundo dizem, condicionado a abertura de uma vaga na disputa ao Senado Federal a um representante do clã, o Deputado Estadual André Ferreira(PSC). A família conta com dois trunfos: o voto evangélico e a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, com uma expressiva densidade eleitoral, administrada hoje por Anderson Ferreira(PR), cuja gestão conta com o apoio da população. Em algumas de suas aparições públicas, André Ferreira já é saudado como postulante ao Senado Federal. Resta saber se isso já foi definitivamente combinado com a frente de oposição ou mesmo com os inquilinos do Palácio do Campo das Princesas, que desejam renovar o contrato de locação por mais 04 anos. Os Ferreiras se tornaram um desses núcleos familiares capazes de influenciar bastante uma eleição no Estado.
Apesar da troca de farpas recentes com o Palácio do Campo das Princesas - em razão de uma declaração sua afirmando que Pernambuco é um Estado mais violento do que o Rio de Janeiro - O PPS também poderá compor com o PSB para as próximas eleições estaduais. A despeito de sua presença em evento da oposição na Princesa do Agreste, Raul Jungmann(PPS) tem ratificado que tudo está em fase de negociação no partido. Ainda não foi batido o martelo sobre como o PPS marchará nas eleições de 2018. A impressão que se tem é que Paulo Câmara(PSB) enxergou aí uma boa margem de negociações com os pós-comunistas, seja lá o que isso possa significar nos dias de hoje.
Até bem pouco tempo numa espécie de inércia -batendo na tecla do 2018 só em 2018 - o governador Paulo Câmara resolveu se mexer no tabuleiro político local, creio, muito em função dos movimentos da oposição, que a cada dia arregimenta mais forças para o embate duro que deverá ser travado em 2018 pela conquista do Palácio do Campo das Princesas. A reaproximação com o PDT constitui-se apenas num lance dessas jogadas. Nesta semana ele também consolidou o diálogo com outras siglas que dão sustentação ao governo, como o PSC, o PSD. O desfecho do imbróglio no PMDB é uma incógnita, mas ele já trabalha com a possibilidade concreta de não contar com este partido no seu palanque em 2018. A Executiva Nacional do PMDB, apesar das queixas de grandes proporções, não recuará de sua decisão. Há quase um consenso entre os analistas políticos acerca deste assunto.
As costuras políticas pelo lado da oposição também não param. Pelo andar da carruagem política, seja lá qual for o resultado das próximas eleições, o Estado continuará controlado por alguma oligarquia política, com aquelas consequências já conhecidas. Os representantes dessas oligarquias se sentem com o privilégio de tocarem a gestão dos negócios públicos, sem sequer ouvirem as críticas dos cidadãos acerca dos desmandos na máquina. Mais do que em qualquer outro espaço, aqui fica patente as observações do historiador Sérgio Buarque de Holanda, acerca da indistinção, no Brasil, das fronteiras entre o público e o privado.
Neste cenário, entra em cena a família Ferreira, que negocia o apoio do grupo a uma das forças políticas, segundo dizem, condicionado a abertura de uma vaga na disputa ao Senado Federal a um representante do clã, o Deputado Estadual André Ferreira(PSC). A família conta com dois trunfos: o voto evangélico e a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, com uma expressiva densidade eleitoral, administrada hoje por Anderson Ferreira(PR), cuja gestão conta com o apoio da população. Em algumas de suas aparições públicas, André Ferreira já é saudado como postulante ao Senado Federal. Resta saber se isso já foi definitivamente combinado com a frente de oposição ou mesmo com os inquilinos do Palácio do Campo das Princesas, que desejam renovar o contrato de locação por mais 04 anos. Os Ferreiras se tornaram um desses núcleos familiares capazes de influenciar bastante uma eleição no Estado.
Apesar da troca de farpas recentes com o Palácio do Campo das Princesas - em razão de uma declaração sua afirmando que Pernambuco é um Estado mais violento do que o Rio de Janeiro - O PPS também poderá compor com o PSB para as próximas eleições estaduais. A despeito de sua presença em evento da oposição na Princesa do Agreste, Raul Jungmann(PPS) tem ratificado que tudo está em fase de negociação no partido. Ainda não foi batido o martelo sobre como o PPS marchará nas eleições de 2018. A impressão que se tem é que Paulo Câmara(PSB) enxergou aí uma boa margem de negociações com os pós-comunistas, seja lá o que isso possa significar nos dias de hoje.
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