pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : O xadrez político das eleições estaduais de 2018, em Pernambuco: Um imbróglio chamado Fernando Bezerra Coelho
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quarta-feira, 13 de setembro de 2017

O xadrez político das eleições estaduais de 2018, em Pernambuco: Um imbróglio chamado Fernando Bezerra Coelho

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José Luiz Gomes da Silva

Cientista Político



No dia de ontem,12,  o Deputado Federal Jarbas Vasconcelos(PMDB-PE ocupou a tribuna da Câmara dos Deputados para fazer um duro pronunciamento acerca da atabalhoada entrada do senador Fernando Bezerra Coelho no PMDB pernambucano, naquilo que poderia ser traduzido como uma intervenção da Executiva Nacional no Diretório Regional, comandado pelo vice-governador Raul Henry(PMDB-PE), um afilhado político de Jarbas. Até bem pouco tempo, as especulações em torno de um possível ingresso do senador no PMDB estava sendo muito bem administrada pelos peemedebistas pernambucanos, que já pensavam em inclui-lo na lista de convidados para o próximo "Cozido". Tanto Jarbas quanto Raul estavam dispostos a abrirem um diálogo nesta direção com o senador Fernando Bezerra Coelho, a quem elogiaram de público. 

 
O problema se deu nessa transição, acertada em Brasília, com a cúpula do partido, que, praticamente, dissolveu o Diretório Regional, entregando a legenda ao senador, com o propósito de que ele candidate-se ao Governo do Estado nas próximas eleições, previstas para 2018. O fato deixou os peemedebistas pernambucanos enfurecidos, dispostos a tomarem todas as medidas cabíveis no sentido de barrar a entrada do senador no grêmio partidário. O imbróglio está formado. O "acerto Jucá" não deixou apenas descontentes os peemedebistas pernambucanos, mas parece que repercutiu entre parlamentares da legenda de outros Estados, que teriam manifestado solidariedade ao discurso de Jarbas, assim como às tratativas de Raul Henry com a Executiva Nacional do partido. Estuda-se a possibilidade de se recorrer à justiça, no sentido de barrar a manobra. Há jurisprudência a esse respeito, mas sabe-se que a justiça costuma imiscuir-se dessas brigas intestinas dos grêmios partidários. 


Os adjetivos utilizados para qualificar a atitude do senador, em alguns casos, são até impublicáveis, mas traidor e oportunista são recorrentes. O apoio a FBC está concentrado em Brasília. Aqui na província, até peemedebistas de seu reduto político, a cidade de Petrolina, se mostraram insatisfeitos com esta manobra. Difícil saber como este impasse será equacionado, uma vez que a Executiva Nacional do partido tem planos para o senador. Aliás, a manobra integra um projeto maior, como a construção das bases para uma candidatura peemedebista nas eleições presidenciais de 2022, conforme observou Jucá durante a cerimônia de filiação do senador. O problema, como diria o craque garrincha, é que isso precisaria ser combinado com o Diretório Regional, hoje aliado ao Palácio do Campo das Princesas, engajado no projeto de reeleição do governador Paulo Câmara(PSB). 

Fernando Bezerra Coelho está num equilíbrio bastante instável, pois recebe rebordosas de ambos os lados. Dos ex-companheiros socialistas e dos ainda improváveis futuros companheiros peemedebistas, onde ele passou a ostentar uma alta taxa de rejeição depois das últimas atitudes, consideradas como  de corte autoritário. Em sua fala, o deputado Jarbas Vasconcelos voltou a invocar aquele PMDB de tempos idos, das lutas pela redemocratização do país, do qual ele é um dos fundadores. Este é um legado que até mesmo os maiores críticos da legenda não podem negar. Ao longo dos anos, porém, o partido descaracterizou-se completamente. Hoje a Polícia Federal investiga uma espécie de "Quadrilhão Peemedebista". Já pensaram? Nessa onda de desgaste dos grêmios partidários, a primeira coisa que vem à mente dos reformuladores é retirar exatamente o "P".É... talvez fosse mesmo o caso de mudar essa letrinha.

O PMDB, na realidade, é uma federação de partidos regionais, comandados por lideranças em cada Estado da Federação. Em Alagoas ele é o PMDB do senador Renan Calheiros; No Pará, o PMDB de Jáder Barbalho; No Maranhão, o PMDB dos Sarney; em Pernambuco, o PMDB de Jarbas Vasconcelos. Aqui e ali eles convergem em alguns pontos, mas divergências, até então, não eram toleradas, sem punição. Neste sentido, o que nos parece é que as motivações da cúpula nacional da legenda não foram no sentido de aplicar alguma punição ao ex-governador Jarbas Vasconcelos, mas engrenar uma estratégia política de olho, de fato, nas eleições presidenciais de 2022. Mataram dois coelhos(ops!) de uma cajadada só, é verdade, mas a prioridade seria, de fato, a perspectiva de poder do partido a médio prazo. Vamos aguardar qual será a solução para este imbróglio, mas a situação do senador FBC ficou bastante complicada num cenário como este. 

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