Outro dia li um artigo sobre os homens mais poderosos do país neste momento. O artigo foi escrito pelo cientista político Murilo Aragão e publicado na revista Veja. Pela ordem, neste contexto político de semipresidencialismo não assumido, o presidente da Câmara dos Duputados, Arthur Lyra(PL-AL), se posiciona em segundo lugar, logo abaixo de Lula. Lula manda menos do que antes. Cada vez menos, em razão de uma conjuntura política nitidamente adversa. Faz todo tipo de negociação política com Lyra, embora não goste de algumas delas. É obrigado a fazê-las em nome dessa tal governabilidade.
Lyra tem o poder de encaminhar pedidos de impeachment e Lula, apenas com um mês de governo, já acumula alguns, salvo melhor juízo. Vamos neste diapasão até o final de seu mandato. O que não irão faltar são opositores querendo a sua cabeça, num frenesi típico desse momento político que o país atravessa, ainda muito marcado pela radicalização e pelo ódio. Esses arranjos também estão sendo observados na miudeza da política, entre os entes federados, nas quadras estaduais. Em alguns casos faz parte do jogo, em outros convém tomar algumas precauçoes, sob pena de colocarmos tudo a perder.
É preciso que se estabeleça um limite - como o proposto pelo próprio Lula - ao não aceitar, em nenhuma hipótese, a indicação de um militar bolsonarista roxo para o comando de uma unidade militar. No Estado da Paraíba tem sido denunciado bolsonaristas praticantes, ocupando cargos de chefia, em instituições federais como os Correios. Agora, comenta-se que um ex-Ministro do Meio-Ambiente, bolsonarista raiz, poderia ser indicado para presidir a Comissão de Meio-Ambiente da Câmara dos Deputados. A julgar por sua gestão naquela pasta, seria um desastre, um verdadeiro contrasenso. O limite precisa ser claramente determinado. Estamos com Lula, mas de olhos bem abertos.
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