O ex-ministro do Meio-Ambiente do Governo Jair Bolsonaro, Ricardo Salles, atualmente Deputado Federal eleito pelo Estado de São Paulo, fez uma gestão desastrosa à frente daquela pasta, seguindo fielmente as diretrizes e determinações de um governo, que não tinha compromisso algum com a preservação das florestas, com a questão climática, tampouco com os povos originários. A política ambiental brasileira foi considerada desastrosa pelos organismos internacionais, culminando com o afastamento de servidores sérios dos seus cargos; aplicação de torniquetes operacionais em órgãos como o IBAMA, ICMbio, Funai; institucionalização de procedimentos persecutórios e estrangulamentos orçamentários, limitando verbas de custeio e renovação dos seus quadros de servidores.
No limite, como epicentro de todos esses desmandos, tivemos assassinatos como os do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. O jornalista fazia uma cobertura jornalística, no momento em que o indigenista pernambucano realizava o seu trabalho, consoante as diretrizes imanentes do órgão para o qual atuava, a FUNAI, ou seja, denunciar a presença de garimpeiros ilegais em terras indígenas. A tragédia huminitária que se abateu sobre os povos Ianomamis é consequência ou resultado desse conjunto de ações vis deliberadas ou omissões criminosas. Portanto, a indicação do senhor Ricardo Salles para esta Comissão de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - por sua identificação com o governo anterior - seria um grande contrasenso. A repercussão foi tão negativa junto às redes sociais e mesmo entre os parlamentares que o próprio parlamentar se disse não se sentir preparado para tal incumbência. Melhor assim.
Lula hoje vive às turras com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, filho de um economista que gozava de grande prestígio durante o Regime Militar. Politicamente, há, no seu staff de assessores mais diretos, quem o esteja aconselhando a baixar a bola, mas é pouco provável que este cidadão, em algum momento, pretenda se adequar às diretrizes das políticas econômiicas do futuro governo. Há limites, no entanto, uma vez que existe um mandato em andamento e aquela instituição bancária possui autonomia.
Não poderia deixar de conclur o editorial de hoje sem fazer o registro de uma brincadeira - com coisa muito séria, aliás - que anda circulando nas redes sociais. Trata-se dos militares de alta patente que estão sendo chamados pelo nome da fruta melancia por sua identificação com o PT, ou seja, verde por fora e vermelhos po dentro. Parece ser coisa de bolsonaristas insatisfeito por não contarem com apoio militar para as suas pretenções golpistas. Em todo caso, a criatividade do povo brasileiro é imensa. Aqui em Pernambuco, em ápoca recente, havia petistas que se aproximaram demasiadamente do governo socialista do PSB. A cor do PSB é amarela e a cor do PT, naturalmente, continua sendo a cor preferida do companheiro Karl Marx. Os valores simbólicos ainda são importantes. Esses militantes passaram a ser chamados de petistas queijo do reino, ou seja, vermelhos por fora e amarelos por dentro.
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