Segundo as previsões das agências que monitoram o nosso clima, não seria improvável que tenhamos um carnaval com muita chuva aqui no Recife e, provavelmente, na Marim dos Caetés. Com muita chuva e pouco frevo, a julgar pelas atrações que estão sendo anunciadas, um fato profundamente lamentável. Já faz algum tempo que presenciamos - movido por interesses mercadológicos e políticos - essas idiossincrasias das atrações que se apresentam no nosso carnaval, que não guardam, absolutamente, nenhuma relação com o frevo pernambucano. Não seria um fenômeno exclusivamente nosso. Os baianos, outra praça de carnaval tradicional, também se queixa bastante desse problema.
O grande público talvez nem se aperceba dessa descaracterização, cujos reclames recaem sobretudo, por atores do meio artístico e intelectual. Diríamos que por pernambucanos autêntcios, uma vez que o frevo é um ritmo musicial genuinamente nosso, assim como o bolo de rolo. Uma pena mesmo que este fato não seja respeitado pelas autoridades públicas no momento de celebrarem contratos com esses artistas, que cantam de tudo, menos o frevo pernambucano.
O descaso, com raras e honrosas exceções - a Fundação Joaquim Nabuco é uma delas, que realizou um concurso de frevo até recentemente - é generalizado, à exceção, da nossa Rádio Universitária, que mantém, há décadas, um programa exclusivo tratando e tocando este ritmo. Nos sentimos, assim como o grande compositor e cronista Antonio Maria, no seu espetacular frevo número 3: Sou do Recife com orgulho e com saudade, mas com vontade de chorar!.
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