Contrariando eventuais expectativas de alguns grupos sociais, que, de fato, desejam a condenação do ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, o relator do processo junto ao TRE-PR, o desembargador Luciano Carrasco Falavinha, emitiu paracer contra a sua condenação, alegando, entre os seus argmentos, que o hoje senador Sérgio Moro(UB-PR) não teria, deliberadamente, se beneficiado de sua condição de ex-candidato à Presidência da República pelo Podemos para se eleger senador pelo Estado do Paraná.
O que Sérgio Moro percebeu sobre a sua candidatura à Presidência pelo Podemos - a opinião aqui é nosso e não do desembargador - é que a mesma seria inviável. Foram sucessivos erros de avaliação cometidos pelo ex-juiz, conforme enfatizamos, restando, tão somente, no final, a transferência de seu domicílio eleitoral para o Estado do Paraná, na expectativa de que o capital político construído por sua atuação como juiz da Lava Jato ainda pudesse representar alguns dividendos eleitorais, o que, de fato, ocorreu. O Paraná é um Estado com expressivo eleitoraldo conservador, contingente que flerta com o bolsonarismo, o que deve ter contribuído para o êxito do ex-juiz nessa empreitada.
Se ele beneficiou-se dessas exposições na mídia, dos espaços ou cargos públicos ocupados, é algo involutário. Seria injusto ser penalizado por isso. Segundo comentários da imprensa, no despacho do relator sobrou até para o boneco do ex-juiz da Lava Jato, confeccionado pelos bonequeiros de Olinda, aqui em Pernambuco, exibidos durante as festas carnavalescas. De fato, há um componente político muito forte neste julgamento do senador Sérgio Moro. Nos bastidores, já foi desencadeada uma disputa renhida pela vaga aberta caso ele seja realmente cassado. A "torcida" não consegue nem disfarçar.
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