pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sábado, 31 de março de 2012

Hotel Fazenda Brejo - É a dica de viagem da semana.

A dica de viagem da semana, para você que está se programando para o São João, é o Hotel Fazenda Brejo, localizado na cidade de Saloá, Agreste Meridional, bem pertinho de Garanhuns. A Fazenda Brejo possui uma estrutura completa para o lazer das crianças, com piscinas, recreadores, trilhas etc. As acomodações são excelentes e você ainda desfruta de uma das melhores gastronomias rurais, com alguns pratos – como o “Carneiro Coroado do Brejo” – premiado em concursos de gastronomia do Estado - cuja receita também encontra-se em nosso blog, na sua dica de gastronomia da semana. Vem comigo.


"Carneiro Coroado do Brejo" é a dica de gastronomia da semana.



O Hotel Fazenda Brejo, localizado na cidade de Saloá, agreste meridional, bem próximo a Garanhuns, possui uma das melhores gastronomia rural do Estado. A dica da semana é para o "Carneiro coroado do Brejo", um prato premiado em 2006, pelo Circuito Delícias de Pernambuco".
Ingredientes: 500g de costela de carneiro, 3g de sal, 2g de pimenta do reino, 1 pimenta dedo de moça, 1 tomate, 5 gramas de coentro, 1 pimentão, 5g de manjericão, 2 cebolas grandes, 3 dentes de alho, 50g de bacon, 1 copo de vinho seco, 1 ½ de água, 5g de alecrim, 5g de canela em pau, 500g de massa de mandioca, 250g de fubá, 50g de amendoim, 100g dde castanha, 50g de coco ralado, 50g de farinha de mandioca.
Preparo: Tempere a costela de carneiro com os temperos secos, deixe à parte por dez minutos. Doure em outra panela a cebola picada, o alho e o bacon. Coloque quatro pedaços de costela, acrescente o vinho, a canela e a água. Cozinhe a costela neste caldo.
Guarnição: Faça um cuscuz de mandioca, com a chamada puba. Basta acrescentar um pouco de sal a massa e pôr para cozinhar numa cuscuzeira. Faça também um cuscuz de fubá: acrescente a farinha de mandioca ao fubá, um pouco de sal a gosto e polvilhe com água ate chegar ao ponto de uma farofa úmida. Misture bem. Ponha para cozinhar numa cuscuzeira com água no fundo. Quando pronto, misture esse cuscuz com amendoim triturado. Divida o cuscuz de mandioca e misture a metade com coco. Disponha essas farofas resultantes numa forma, em camadas na ordem que se queira.
Finalização e montagem: desenforme e sirva o carneiro ao lado. Decore com canela, alecrim e pimenta dedo de moça.     

Marta Suplicy: Não sei fazer "mágica".




Ontem, durante uma entrevista da senadora marta Suplicy, o tema das eleições paulistas voltou à tona. A imposição do nome de Fernando Haddad, ex-ministro da Educação, continua atravessada na garganta da ex-senadora, que, matreiramente, vem criando dificuldades para a vida do ex-ministro. As ações do seu grupo foram responsáveis pelo adiamento dos acordos com o PSD do prefeito Gilberto Kassab, o que acabou por não se concretizar com o anúncio da candidatura de José Serra. Marta é criticada por algumas lideranças do partido por não se engajar na candidatura de Fernando Haddad. Novato na política, desconhecido e com índices que não ultrapassam os 3% das intenções de voto, não está sendo fácil empinar a candidatura do ex-ministro. Quando questionada a esse respeito, Marta diz não acreditar na possibilidade de uma reversão do quadro em favor do seu nome – inclusive afirma que são favas contadas – mas logo em seguida, ao seu estilo, afirma que não é mágica e que, antes de tirar um coelho da cartola, o PT deveria preparar uma cartola para esse coelho. Estamos escrevendo um artigo sobre os problemas enfrentados pela candidatura de Fernando Haddad, em São Paulo, que será publicado no Blog do Jolugue, na próxima semana.

Tudo está consumado. Quem, afinal, é o Judas no Partido dos Trabalhadores?



Tudo está consumado. A tendência Construindo um Novo Brasil apresentou seu candidato para disputar a indicação do PT para as eleições municipais de 2012. Na concepção dos idealizadores da candidatura de Rands, faltou ao prefeito a habilidade política necessária para aglutinar o conjunto de forças da Frente Popular em torno do seu projeto de reeleição. Nas palavras de sua maior liderança no Estado, política se faz com solidariedade e nunca de uma maneira solitária, esperando que, por gravidade, as coisas pudessem ser arranjadas. Em outras palavras, é como se o prefeito ficasse sentado em sua cadeira no Palácio Antonio Farias aguardando que as lideranças partidárias da Frente Popular o procurasse. Questionamentos de natureza gerenciais também foram postos por suas lideranças. A candidatura de Rands não é simplesmente mais uma candidatura que disputaria as prévias no interior da agremiação e, independentemente do resultado, caminharia integrada ao projeto do partido de manter sob seu controle a gestão da capital pernambucana. Seja qual for o resultado das prévias, o PT vai cindido para as eleições de outubro. A partir de agora entra em curso o quer os colunistas de política do Estado já batizaram de “sangria”, ou seja, um processo lento e doloroso no sentido de minar a resistência do chefe do Executivo Municipal, desgastando-o gradativamente até às prévias previstas pelo estatuto da agremiação. Não será bom para o Recife e, inteligentemente, João da Costa já começou a usar isso em seu favor, afirmando que não vai abandonar os recifenses ou permitir solução de continuidade na gestão da cidade. Recife tem muito mais do que 33 mil filiados do Partido dos Trabalhadores, como afirmou o prefeito. Os nomes ligados a CNB – alguns estiveram no lançamento da candidatura de Rands – já colocaram seus cargos à disposição do prefeito. Embora algumas lideranças tenham assumido um discurso em tom moderado, é visível o tom de revanche assumido pelo CNB em razão de mágoas passadas, onde suas lideranças tiveram que engolir o nome de João da Costa, imposto por João Paulo. A vida de João da Costa – que já não era muito fácil, tende a se complicar ainda mais daqui para frente, contingenciado por uma série de condições políticas desfavoráveis.  João é do interior, e tem consciência de que nem leite de banana estanca essa hemorragia. O prefeito ainda fala em conversar com Humberto Costa. Essa oportunidade já foi perdida, João. Tome as medidas necessárias, mande redigir as portarias de demissão, reúna a tropa, conte os seus soldados e vamos às cadeiradas... Ops! às prévias. O PT transformou-se num partido de tantos Judas que torna-se difícil identificá-lo entre os 12 apóstolos.


sexta-feira, 30 de março de 2012

90 anos do PCdoB - ainda a polêmica do estelionato histórico.



A leitora Carla Albuquerque Santos, possivelmente uma comunista do PCdoB, nos enviou alguns questionamentos, pelo e-mail, uma vez que o blogger cria algumas dificuldades para as pessoas deixarem seus comentários, conforme já exposto aqui numa outra ocasião. A questão é: Por que o PCdoB não pode se arvorar de ter comemorado 90 anos de existência, de acordo com o seu programa institucional. Na realidade, quem tem esse registro de nascimento – de 1922 – e pode, verdadeiramente comemorar 90 anos de existência é o PCB – Partido Comunista Brasileiro. O PCdoB é resultado de uma “cisão” entre os comunistas em razão das denúncias dos crimes do ditador Joseph Stalin, ocorrida em 1962. A questão é simples. Eles teriam que contar a sua data de existência a partir de 1962, momento em que romperam com a direção do PCB – que manteve-se fiel à União das Repúblicas Socialistas Soviética, ao passo que o PCdoB alinhou-se à Albânia e à China. O PPS, então, já se trata de uma outra cisão, partir da queda do Muro de Berlin. É o caçula entre os comunistas e, por sinal, bastante descaracterizado. O que, aliás, não se constitui em nenhuma surpresa se considerarmos a aproximação cada vez maior entre comunistas e tucanos. O PCB, esse sim, do colega Roberto Numeriano, continua firme em suas convicçõe e, por isso mesmo, isolado e inviável no jogo pesado da democracia representativa burguesa. Um grande abraço, Carla. Continue prestigiando o Blog do Jolugue.

Recife: um longo e tenebroso inverno até as eleições de outubro.



Análise de discurso é um tema dos mais fascinantes. Há inúmeros trabalhos publicados sobre o tema e a cada ano surgem novas perspectivas de abordagens, tornando-o sempre atual, ora subsidiando trabalhos acadêmicos, ora trazendo enormes contribuições para  a linguística, a psicologia, a publicidade e ciência política. Houve um tempo em que correntes de intelectuais de esquerda imaginaram – já que o problema estava na construção de um "discurso" sobre a "realidade"  – mudando o discurso, nós mudaríamos a realidade. Depois se verificou que não é bem assim. Vai ficar no folclore político pernambucano um discurso bastante usado pelos opositores de João da Costa, quando do lançamento oficial da candidatura do Secretário de Governo, Maurício Rands: “déficit de diálogo”. Comenta-se que a expressão teria sido usada pelo próprio prefeito, em determinada ocasião. A situação do prefeito tornou-se complicada a partir de um certo momento e o quadro tornou-se irreversível, registrando-se, inclusive, a ausência de interlocutores propensos a esse diálogo. O senador Humberto Costa, por exemplo, manteve com o chefe do Executivo Municipal, um diálogo bastante razoável até um determinado momento. Qual teria sido a razão do afastamento entre ambos? Faltou espaço na Prefeitura para acomodar o pessoal da CNB? O grupo liderado pelo senador Armando Monteiro, leia-se PTB, tomou um caminho sem volta. Chegou um momento - quando o senador começou a trabalhar uma possível candidatura alternativa da Frente Popular - em que não haveria qualquer possibilidade de reestabelecer esse diálogo. João da Costa sinalizou positivamente até para João Paulo, que recusou peremptoriamente uma nova aproximação. O diálogo com governador serviu apenas para reforçar as teses negativas que se imputam à administração de João da Costa. A cada aproximação o governador saia convencido da necessidade de criar uma alternativa para a gestão da cidade. Afirmar que o problema de João da Costa foi unicamente de natureza política também não corresponde à realidade. Tivemos alguns entraves administrativos, como parece ser a tônica do discurso de Maurício Rands. Não sabemos o que ocorrerá com o prefeito daqui para frente, mas é quase certo que o Recife atravessará um longo e tenebroso inverno até outubro. A exceção é ele sagrar-se vitorioso numa prévia, sacudindo a militância em torno do seu nome, contingenciando o partido a apoiá-lo.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Luciano Agra entrega Residencial Anayde Beiriz e beneficia 584 famílias carentes

 


“Estamos entregando 584 unidades habitacionais hoje, beneficiando 1.324 pessoas, mas nossa meta é chegar aos 14 mil imóveis entregues até o final deste ano”, afirmou o prefeito de João Pessoa, Luciano Agra, na cerimônia de entrega das chaves do Residencial Anayde Beiriz, no bairro das Indústrias, que aconteceu na manhã desta quinta-feira (29). O projeto faz parte do programa Minha Casa, Minha Vida, executado em parceria com o Governo Federal. O prefeito esteve acompanhado dos secretários municipais, vereadores e do superintendente da Caixa Econômica Federal na Paraíba, Elan Miranda.
“Com mais este conjunto residencial, já entregamos 2,2 mil unidades habitacionais desde 2010, mas considerando o período desde 2006, já vamos com 6.516 unidades”, disse o prefeito. De acordo com ele, a meta é que as mais de sete mil unidades em construção atualmente sejam concluídas até o final de 2012.
Luciano Agra destacou que a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) segue firme na execução de políticas públicas para população de baixa renda, concedendo às pessoas dignidade e qualidade de vida. “Este projeto não trata apenas de construção de casas, mas de dar infraestrutura aos moradores, com rede de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem, pavimentação e energia elétrica, além de atendimento em saúde e educação. Toda a estrutura foi construída com base na acessibilidade, pensando naqueles com dificuldade de locomoção”, ressaltou o prefeito.
Educação e saúde – O prefeito convidou as mães presentes a matricularem seus filhos na Escola Municipal Linaldo Cavalcanti, construída ao redor do residencial, especialmente para as crianças da comunidade. Além disso, os moradores terão acesso, nas imediações, a um Centro de Referência em Educação Infantil (Crei), três escolas municipais, uma estadual, uma profissionalizante (do Senai), além do Mercado Público de Oitizeiro e de supermercados e várias indústrias.
Na área de saúde, a população será beneficiada com seis unidades, sendo uma localizada apenas a 150 metros de distância do residencial. Há também fácil acesso à Maternidade Frei Damião (Cruz das Armas) e ao Hospital Infantil Dr. João Soares (Jaguaribe).
A presidente da Companhia de Habitação Popular (Cehap) do Estado, Emília Correia, que representou o governador Ricardo Coutinho, também ficou emocionada com a entrega das residências. Ela também esteve à frente do projeto pela PMJP enquanto secretária de Habitação, no ano de 2009.
O superintendente da Caixa Econômica Federal (CEF), Elan Miranda, disse que a entidade continua cumprindo sua função na área habitacional do País. “Este é um momento de muita alegria, porque estamos trabalhando pela qualidade de vida das pessoas. A Caixa financia 80% do crédito imobiliário do País e queremos continuar esta parceria com a PMJP”.
Estrutura - O Residencial Anayde Beiriz está orçado em R$ 19.661.109,39, pelo programa Minha Casa, Minha Vida. A PMJP doou o terreno, adquirido de propriedade privada e transformado em Zona Especial de Interesse Social (Zeis), além da construção da infraestrutura ao redor. “É por meio das Zeis que trabalhamos nossa política de habitação, porque, para construir, é preciso haver espaços adequados”, explicou o prefeito.
Os imóveis estão situados no Bairro das Indústrias e os 584 apartamentos estão em 73 blocos distribuídos em 10 condomínios que compõem as nove quadras do complexo. Cada bloco é composto por oito unidades habitacionais, sendo quatro no térreo e quatro no primeiro piso. As unidades possuem 41,44 metros quadrados de área privativa, composta de uma sala de estar e de jantar, dois quartos, um banheiro social, cozinha e área de serviço. “Toda nossa equipe se empenhou muito para que tudo fosse feito com qualidade”, afirmou o secretário de Habitação, José Guilherme.
Casa própria – Maria José Dario recebeu a chave de sua casa das mãos do prefeito e disse estar muito agradecida de ter seu imóvel. O mesmo disse Adailton Rufo, que vai construir uma nova vida ao lado da esposa Sueli. “Agradeço ao prefeito Luciano Agra por ter feito este trabalho maravilhoso e realizado meu sonho. Eu sinto que faço parte da Prefeitura, depois de ter sido beneficiado com este projeto”.
Outra família beneficiada com o projeto de habitação da PMJP foi o casal Edinaldo e Maria Pereira. “Nós agora vamos deixar o aluguel e viver em uma casa nossa”, disse ele. Já Maria, animada, falou que vai providenciar tudo para a mudança. “Nós e nossos filhos vamos ser felizes aqui”, comemorou ela.
Homenagem - O nome do residencial é uma homenagem à professora e poetisa Anayde Beiriz, que viveu à frente do seu tempo na década de 1920. A sobrinha da poetisa, Ielmita Beiriz, esteve presente na solenidade e agradeceu à homenagem para sua tia. Esta referência à figura feminina também é vista na concessão de posse das casas. Dos 584 imóveis, 444 estão em nome de mulheres como chefes de família.
Mais imóveis – De acordo com o secretário de Habitação, José Guilherme, no próximo dia 14 de abril, serão entregues outras 96 unidades habitacionais na comunidade Ilha do Bispo, pelo PAC Sanhauá. “Nesta primeira etapa vamos contemplar as famílias mais vulneráveis, mas o projeto comporta a construção de 288 imóveis”.
Já no mês de junho está programada a entrega de 1.240 casas na comunidade Irmã Dulce, no Colinas do Sul. O empreendimento é pelo Minha Casa, Minha Vida. Pelo programa habitacional já foram entregues 828 unidades do Residencial Manacá em dezembro do ano passado.
Fonte: Secom-JP
 

Instante Stumble Upon!!!

Flagrante Tumblr!!!

Flagrante Tumblr!!!

Charge! Tiago Recchia! Millôr encontra Chico no céu.

Tiago Recchia

Charge!Amarildo! Millôr!!!

Nesta manhã, Maurício Rands entra oficialmente na disputa pela indicação do PT



Nesta manhã de sexta-feira, com a presença de grandes lideranças da legenda, a candidatura de Maurício Rands será lançada pela tendência Construindo um Novo Brasil. Deverá medir forças com a postulação do atual prefeito, João da Costa, no interior da agremiação. Seja qual for o resultado desse embate, o PT vai cindido às eleições de 2012. Até recentemente, o ex-prefeito João Paulo esboçava sinais de que poderia entrar na disputa, mas passou a assumir uma postura de quem acompanhará o companheiro Humberto Costa, o que pode ser traduzido como um provável apoio ao nome do Secretário de Estado, Maurício Rands. Rands vem bastante fortalecido, com o apoio do governador Eduardo Campos, Lula, Rui Facão. Pouco provável que o atual gestor, João da Costa, reúna as condições para se contrapor a esse “rolo compressor", mas nós torcemos que a decisão seja numa prévia, com o voto dos 33 mil filiados ao  partido. Como o PT tem uma velha tradição de democracia interna, é sempre uma festa, diferentemente das aguadas prévias tucanas do último domingo.

João, muita calma nessa hora.



Curiosa a postura do prefeito João da Costa ao se referir aos adversários, dentro do partido, quando soube que eles estariam procurando Lula para referendar o nome de Maurício Rands. Costa brincou, indagando dos repórteres se eles estariam procurando o papa. Quando soube das movimentações em torno do nome de Rands, uma das primeiras iniciativas do prefeito foi procurar os caciques que tivessem condições políticas de interditar os planos da tendência Construindo um Novo Brasil. Na realidade, o prefeito acusou o golpe e sabe que as principais lideranças da legenda deverão referendar o projeto da CNB. Evidentemente que o prefeito tem algumas armas. Alguém precisa orientá-lo sobre a melhor forma de usá-la. Se queixar aos seus algozes, prefeito? Não é por aí. Arregimente as condições políticas fundamentais, reúna seu exército, articule-se, utilize os expedientes regimentais previstos no estatuto do partido e vá à luta. Deixe de dar ouvido a essa conversa furada de Rochinha e aconselhe Ivone Caetano a não ser mais real do rei. Muita calma nessa hora, João. 

quarta-feira, 28 de março de 2012

Millôr Fernandes: O humor perde a graça mais uma vez.


SÃO PAULO - O escritor Millôr Fernandes morreu na noite deste terça-feira, 27, por volta das 21h, em sua residência no Rio, por falência múltipla de órgãos. O corpo será velado a partir das 10h de quinta-feira, 29, no Cemitério Memorial do Carmo, no Bairro do Caju, no Rio. Segundo a assessoria do cemitério, o corpo será cremado às 15h, desta quinta, no Crematório da Santa Casa. Millôr tinha 88 anos.
O escritor chegou a ser internado por cinco meses no ano passado, na Casa de Saúde São José, também no Rio de Janeiro.
Millôr Fernandes nasceu no Rio de Janeiro, no bairro do Meyer, em 16 de agosto de 1923, sendo oficialmente registrado em 27 de maio de 1924. Aos 14 anos iniciou a carreira no jornalismo como contínuo da revista O Cruzeiro. Millôr foi um dos fundadores do jornal O Pasquim e um dos representantes da imprensa nanica, que levou o humor às publicações alternativas na época da forte censura do Regime Militar.
Autor, Millôr destacou-se também como dramaturgo e poeta, além de desenhista, com trabalhos de humor e crítica.
Colaborador do Estado, manteve a coluna Estado de Graça no Caderno 2 de junho de 1999 a julho de 2000. Em seu primeir texto escreveu '...eis-me aqui, ainda um pouco sem jeito, no Estadão (antiga macro do Estado de S. Paulo), a única organização que começou na imprensa antes de mim. Tenho que tomar muito cuidado para não mudar sua linha editorial. E me cuidar pra não cair num ato de temor e reverência. Seja como for, a responsabilidade é enorme. Do alto destas colunas quarenta Mesquitas me contemplam.'
Tinha um site pessoal, atualizado por uma equipe nos últimos anos, e sua conta na rede de microblogs Twitter tinha mais de 300 mil seguidores.

O Estado de São Paulo

PSDB e PCdoB: Polêmicas e equívocos históricos.



Essa aliança entre o PSDB e o PCdoB – fato que vem se concretizando em outras cidades do Estado, sobretudo depois dos acordos de Olinda – vem surpreendendo aos comunistas mais orientados ideologicamente. Do ponto de vista programático, trata-se, efetivamente, de uma aberração. Do ponto de vista estritamente eleitoral não há como fazer grandes reparos, sobretudo se considerarmos as circunstâncias em que se faz política neste país. Não há muito o que se comentar e acreditamos que o eleitorado fiel de Renildo Calheiros dificilmente mudaria seu voto em função dessa aliança com Sérgio Guerra. É uma grande bobagem trabalhar com essa hipótese. Se ele vier a perder as eleições em Olinda não seria por esse motivo. Agora, se o debate é histórico ou acadêmico, teremos panos para as mangas, como ocorreu recententemente quando o Diário de Pernambuco entrevistou os cientistas políticos Roberto Numeriano e Michel Zaidan sobre a “cisão” entre os comunistas brasileiros. Michel é um dos mais respeitados estudiosos do assunto no Brasil. Convém ao PCdoB, quando anunciar seus anos de existência contar essa data a partir do momento em que comunistas como João Amazonas romperam com o partidão,PCB, logo após as denúncias dos crimes de Stálin. Segundo Numeriano, outro partido que também não é bom de contas é o PPS, do deputado Roberto Freire. Comete estilionato histórico ao atribuir sua existência desde a fundação do partidão, ou seja, 1922.

Demóstenes Torres: perdeu a verve e a capacidade de se contrapor.



Quem se aproxima do outrora vibrante senador Demóstenes Torres afirma que é visível seu grau de abatimento com as recentes denúncias ligando seu nome ao contraventor Carlinhos Cachoeira. Ex-líder do DEM, de verve inflamada e brado retumbante contra a malversação dos interesses da Viúva, Demóstenes, aos poucos, perde a capacidade de se contrapor às denúncias. Deixou a liderança do partido, e o seu presidente, José Agripino Maia, já cogita a possibilidade de expulsão do senador da agremiação, caso as denúncias sejam comprovadas. Até bem pouco tempo, o DEM via na figura do senador um potencial candidato presidencial da legenda, nas eleições de 2014. Trata-se de um grande parlamentar. É realmente uma pena que tenha se metido nessa enrascada, como parece indicar os grampos da Polícia Federal.

Eduardo Campos e Jarbas Vasconcelos: Os interesses de Pernambuco em jogo.



Repercute na crônica política pernambucana a aproximação entre o senador Jarbas Vasconcelos e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Os leitores que lêem o Blog do Jolugue não terão muitas razões para surpresas, uma vez que antecipamos, no plano nacional, uma articulação envolvendo o PMDB e o PSB. Essa articulação nacional já respinga nos Estados e, consequentemente, irá se materializar nos municípios pernambucanos, ainda nas eleições de 2012. Simplesmente não dá falar - como alguns colunistas insinuam - que aproximação é apenas o resultado da articulação de Eduardo Campos para garantir os US$ 500 milhões do Bird.  A situação política de Eduardo Campos é tremendamente confortável. As últimas pesquisas indicam que ele ostenta 90% de aprovação, fato bastante comemorado pelo Palácio do Campo das Princesas. Há outras versões sobre as animosidades entre Jarbas e os Arraes, mas, concretamente, o problema maior foi a briga por espaço político, como diria o professor Rodolfo Araújo. Estivéssemos na época do Dr. Arraes, essa aproximação seria improvável, mas seu neto é um homem de gestos largos e coloca os interesses do Estado acima das picuinhas políticas. Pediu ao senador para acompanhar projetos que são estratégicos para Pernambuco. Quem andou criticando a aproximação foi o deputado federal, Sérgio Guerra, rompido com Jarbas quando, nas eleições de 2010, colocou o PSDB no colo de Eduardo.  

terça-feira, 27 de março de 2012

Charge!Amarildo! Arma não letal!

Charge!Tiago Recchia! Cartões corporativos!

Tiago Recchia

João da Costa: O matuto que tomou água de barreira vai até às últimas consequências.




O matuto parece ser mesmo bom de briga. Nos últimos dias vem se movimentando como nunca com o objetivo de salvar sua candidatura à reeleição. Surpreendido com a postulação de Rands, de imediato, João da Costa foi ao síndico do condomínio da Frente Popular, o governador Eduardo Campos, queixa-se da manobra urdida, hoje se sabe, em sua cozinha, o que nos leva a pensar sobre o efeito dessa conversa: nenhum. A coluna do Josias de Souza, de hoje, publicada no Portal UOL, afirma com todas as tintas que, caso se viabilize o nome de João da Costa, Eduardo Campos está disposto, inclusive, a romper com o partido. No último final de semana, sabendo que Maurício Rands apareceria na festa do empresário Janguiê, em Boa Viagem, João da Costa fez questão de prestigiar o evento, tomando satisfações com o secretário, que apenas afirmou que sua postulação era um projeto da tendência Construindo um Novo Brasil. De agenda marcada com Rui Falcão, Presidente Nacional da legenda, João pode até ouvir dele algumas palavras de conforto e só. Não faz muito tempo, o próprio Rui veio à boca do palco para afirmar que a situação do Recife dependia do desempenho do prefeito, o que, em outras palavras, antecipou que sabia como ia terminar esse filme. O matuto foi apunhalado pelas costas. Essa parece ser a tônica principal dos diálogos mantidos por João com os dirigentes da agremiação. Há quem perceba nessa “vitimização” um dedo de Antonio Lavareda, mas, por enquanto, nenhuma confirmação. Até mesmo o projeto de reeleição encontra-se em standy by, dependendo,hoje, de uma série de circunstâncias políticas. Num primeiro momento se cogitou que Rands poderia ter o apoio de João Paulo. Hoje, João Paulo emite sinais claros de que pode entrar na disputa, embora não seja muito favorável às prévias. Um outro fato curioso é que a candidatura alternativa da Frente Popular - movimento liderado pelo senador Armando Monteiro - não necessariamente advoga o apoio a Maurício Rands.  

Eduardo Campos: Sem se comprometer em São Paulo, tira grandes vantagens em outras praças.



Apesar de termos afirmado ontem que a aliança do PSDB com o PSB, Em São Paulo,  poderia ter dado com os burros n’água, tudo continua em banho-maria até junho, quando o processo afunila-se de vez. Essa moderação de Eduardo Campos tem vários componentes. Um deles diz respeito ao próprio desempenho do candidato de Lula, Fernando Haddad. Há quem afirme - o próprio Serra é partidário dessa tese – que ele não pode ser subestimado, sobretudo se considerarmos a capacidade de transferência de votos de Lula. Por outro lado, deixando as coxias e subindo ao palco, num encontro mantido em Fortaleza, o ex-ministro Ciro Gomes falou em alto e bom tom que Serra pode levar as eleições já no primeiro turno. Diante do impasse, matreiramente, apesar de adiar a decisão, o “Moleque” dos Jardins da Fundação Joaquim Nabuco tira todas as vantagens possíveis dessa negociação. Conseguiu bons acordos em cidades paulistas importantes para o partido, como Campinas e Duque de Caxias. De quebra negociou apoios do PT para cidades estratégicas, como Mossoró(RN) e capitais como Macapá e João Pessoa, onde o PT já tomou a decisão de caminhar com uma candidatura própria. No Recife, apesar do falatório de Rochinha, o abacaxi já teria sido descascado: Rands tem o apoio do Campo das Princesas e de Luiz Inácio Lula da Silva. Por enquanto, nessas negociações, Eduardo Campos vem costurando uma série de vantagens para o seu PSB. Pay Attention, Lula! 

Movimento "Volta, Lula" será lançado logo após eleições municipais.



Logo após o término das próximas eleições municipais, as principais lideranças da tendência Construindo um Novo Brasil pretendem desencadear o movimento “Volta, Lula”. Comenta-se que o principal artífice do movimento é o ex-ministro José Dirceu, muito ligado ao ex-presidente e que, possivelmente, já não mais advoga a tese de que o Governo Dilma Rousseff seria mais petista do que o Governo Lula, apesar de o PT manter sob seu controle uma penca de ministérios importantes. A CNB é a tendência hegemônica no PT, congregando suas principais lideranças nacionais, inclusive Lula e Dilma. Apesar da grande popularidade, a gestão Dilma sofre desgaste dentro do próprio PT, aliado ao descontentamento de sua base de sustentação. A relação entre Dilma e Lula já esteve mais harmoniosa num passado recente. É a dinâmica da política. 

Moradores da orla de Jaboatão denunciam falta de serviços de manutenção.


Morar na orla de qualquer município pode ser uma referência de status social e qualidade de vida, mas em Jaboatão dos Guararapes a realidade é bem diferente. Há anos, fixar residência na beira mar da cidade virou sinônimo de preocupação e dor de cabeça. Com o avanço do mar cada vez mais agressivo, a falta de manutenção e obras de contenção definitivas, os moradores do local passaram a viver com medo e a pensar em abandonar a área.
O edital de licitação para realização das obras de engorda da praia foi lançado pela Prefeitura no último dia 9, mas as obras ainda demoram a ser iniciadas e, sem nenhuma ação de manutenção, muitos moradores têm medo do que pode ocorrer até lá. “Ocorre que a gente vai enfrentar mais um período de maré alta e essas obras não vão estar prontas até lá. Até hoje, não tivemos serviços de manutenção na proteção emergencial (muro de pedras) que foi feita no primeiro ano da atual gestão municipal”, contou o secretário da Associação de Moradores da Orla de Jaboatão (Amo Orla), José de Araújo.
Araújo ressaltou também o desperdício de dinheiro público causado pela falta de ações permanentes na orla jaboatonense. “A prefeitura acabou de iniciar uma obra emergencial na frente do hotel Dorisol, sem licitação, no valor de R$ 4 milhões. Se tivéssemos um trabalho permanente na área, esse desperdício poderia ser evitado”, explicou.
Ao percorrer os nove quilômetros da orla, a gravidade da situação é percebida principalmente no edifício Vila Alda. Moradores denunciam que em seis anos o mar já avançou cerca de 30 metros em direção à praia, derrubando cinco postes de iluminação que nunca foram recolocados no lugar ou substituídos. “Estamos convivendo com o medo e a insegurança. A água já chegou a destruir pedaços do muro do nosso prédio, sem falar que não sabemos se a fundação pode ser comprometida ao permanecer em contato com o mar”, desabafou Mário Batistella que é proprietário de um imóvel no edifício Vila Alda.
Ele destacou ainda que a falta de iluminação fez com que o local ficasse totalmente desprotegido, servindo de ponto de encontro para usuários de drogas. “Os moradores estão preocupados, inclusive, com a desvalorização dos apartamentos. Alguns querem sair, mas não encontram alguém disposto a comprar o imóvel”, disse.
O morador do edifício Príncipe do Ferrara, Almacchio Coelho, explicou que o sentimento entre a população da orla é o de abandono. “Estamos completamente esquecidos. A orla está sem manutenção, iluminação, enfim, está abandonada”, contou. Almacchio destacou ainda que os frequentadores da área estão sem acesso à praia, visto que as escadarias de madeira instaladas pela administração municipal já foram destruídas pela ação do mar.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Charge!Amarildo! Satisfeito com o policiamento?

Charge!Tiago Recchia! Ainda a base aliada!

Tiago Recchia

Obras de Transposição do Rio São francisco tiveram majoração de 71%



Um dos problemas verificados no Ministério dos Transportes eram os chamados aditivos, que contribuíam para inflacionar os valores das obras licitadas. Ainda quando Ministra, Dilma Rousseff teria tido alguns entreveros no Governo em razão desses aditivos. À época, comenta-se, sua relação com o ministro da pasta, Alfredo Nascimento, já havia se deteriorado. Dilma manteve-o no cargo apenas por se tratar de uma apadrinhado de Lula. Agora são as obras de transposição do São Francisco, que, através desses expedientes, tiveram uma majoração expressiva, que gira em torno de 71%. É mais um abacaxi para o Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, descascar. As empreiteiras alegam erros de cálculos, imprevistos dos terrenos etc. Haja majoração! Esta notícia não é nova, mas dada a premência com Dilma pediu para que as obras sejam tocadas, o Blog do Jolugue resolveu comentá-la.

José Serra: Aos vencedores, as batatas.



O velho Machado de Assis costumava repetir uma frase que se tornou célebre: aos vencedores, as batatas. É esta a situação em que se encontra José Serra, após a vitória nas prévias do PSDB, habilitando-se à disputa da Prefeitura de São Paulo, em 2012. A vitória de Serra não foi esmagadora. Muito pelo contrário, seus adversários ficaram com um pouco menos de 50% dos votos. De imediato, Serra enfrenta uma série de problemas pela frente, dentro e fora do PSDB. A aliança com o PSB deu com os burros nágua depois da intervenção do governador Eduardo Campos; Serra terá que ser muito convincente ao explicar aos seus eleitores que pretende cumprir expediente de 04 anos no Edifício Matarazzo, uma vez que promessas anteriores não foram cumpridas; Eleito, como se comportará em relação à postulação de Aécio Neves como candidato presidencial do partido, hoje praticamente ungido pelos grãos-tucanos? Uma eventual vitória de Serra em São Paulo, por paradoxal que possa parecer, se, por um lado, empina os projetos nacionais da agremiação, por outro, fragiliza, dependendo do candidato, a sua performance no maior colégio eleitoral do país. Instigado a esse respeito, Serra desconversa e alega a existência de outros nomes do partido no que concerne aos projetos nacionais, como o do governador Geraldo Alckmin e Beto Richa. Já comentamos aqui no Blog do Jolugue que as movimentações de Geraldo Alckmin indicam nessa direção, mas é prematuro afirmar que esse projeto seria já para 2014. Aos vencedores, Serra, as batatas. Por falar em Serra, logo após sagrar-se vitorioso nas prévias, já começou a afinar o discurso contra o PT e o Governo Dilma Rousseff. Vem chumbo-grosso por aí, João Santana.  

Rands recebe o sinal verde da direção nacional do Partido dos Trabalhadores.



Não é verdade que o senador Humberto Costa conversaria com Rui Falcão no sentido de desculpar-se sobre a forma açodada em que se deu a indicação do secretário de Estado, Maurício Rands, como concorrente do partido à Prefeitura da Cidade do Recife. Na realidade, essa conversa é apenas para consolidar o nome de Rands, com o aval da Direção Nacional da legenda. No diálogo que mantiveram em São Paulo, bastante produtivo, Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Eduardo Campos acertaram os ponteiros em relação a algumas disputas que envolviam conflitos de interesses entre as duas agremiações, como Belo Horizonte, Campinas e São Paulo. Em contrapartida, o Lula teria pedido a Eduardo Campos para apoiar o nome de Maurício Rands no Recife, indicando que João da Costa já foi definitivamente rifado. A tendência Construindo um Novo Brasil, comandada no Estado por Humberto Costa, trabalha com a hipótese de não realização das prévias, o que poderia desgastar ainda mais o partido perante a opinião pública. Quem não se lembra das cadeiradas do Náutico? Por enquanto, nas trincheiras do Palácio Antonio Farias ou saboreando os canapés na festa de aniversário de Janguiê, João da Costa não demonstra o menor sinal de arrefecimento.

domingo, 25 de março de 2012

Folha de São Paulo: Após deixar Record, Luciana Villas-Boas inaugura agência literária.


RAQUEL COZER
DE SÃO PAULO

Luciana Villas-Boas ajeita os óculos à frente dos olhos esverdeados e põe no colo uma pasta com fotos: "Nunca fui de guardar", diz a mulher que, em sete dias, deixará o comando da Record, um dos maiores grupos editoriais do Brasil. "Estas aqui estavam num bauzinho pernambucano, do século 17 ou 18, que uso como mesa de lado em casa."
Na imagem mais antiga, de 1977, está com 19 anos, entrevistando para a rádio BBC de Londres a tenista brasileira Maria Esther Bueno. A mais recente mostra Luciana com os atuais 54 anos, ao lado do namorado, o advogado norte-americano Raymond Moss, 52, sócio na agência literária Villas-Boas & Moss, recém-criada.
No meio-tempo, a carioca, filha de pernambucano com baiana, atuou como jornalista na TV Globo, na "Veja" e no "Jornal do Brasil" e se firmou entre os nomes mais poderosos do mercado nacional de livros.
Jorge Bispo/Folhapress
jApós deixar Record, Luciana Villas-Boas inaugura agência literária com o namorado americano
Após deixar Record, Luciana Villas-Boas inaugura agência literária com o namorado americano
A decisão de trocar o posto de diretora da Record por uma agência literária, na qual fará a ponte entre autores e editoras, ela credita a questões pessoais, como a vontade de se arriscar e a liberdade --inclusive para namorar. Raymond vive em Atlanta, o casal se encontra lá, aqui e mundo afora. Em 2011, foram a Munique, Nice, Nova York e Crans-Montana, na Suíça, onde ele tem uma casa.
O apartamento de Luciana, no Leblon, se tornará um dos três escritórios da Villas-Boas & Moss --os outros serão em Nova York e Atlanta. Até o Nelson, um terrier de três anos, vai entrar no circuito Brasil-EUA-Suíça. "Nas férias, vou levá-lo para o 'hiking' na Suíça. Ele precisa treinar escalada."
Em janeiro, ao antecipar a notícia da saída de Luciana da Record, a "Ilustrada" informou que a movimentação teria a ver com um desgaste dela na editora após a casa perder, em 2011, a obra de Carlos Drummond de Andrade para a Companhia das Letras.
"Minha missão na Record era projetar uma imagem de compromisso com a boa ficção e a não ficção a partir da contratação de novos livros." Lidar com os herdeiros de Drummond, ela afirma, não estava entre suas atribuições.
Da pasta de fotos, pinça uma imagem dos tempos na Globo, de 1983, feita após uma entrevista com Leonel Brizola (1922-2004). "Olha o Leonel todo se engraçando", comenta.
Por um ano e meio, a partir de 1982, Luciana dividiu com Belisa Ribeiro e Renato Machado a bancada do "Jornal da Globo". O jornalismo foi um acidente de percurso, na visão dela: a ambição de virar historiadora foi interrompida em 1976, quando passou uma temporada em Londres. Lá, conseguiu o emprego na BBC, que abriu portas para outros trabalhos aqui no Brasil.
"Estar na TV me deixava insegura. Achava que, se não fosse para a mídia impressa, jamais seria levada a sério." O que não gosta de contar é que parte da insegurança se devia ao fato de ser "um mito pela beleza, uma diva de cinema italiano", como descreve Edney Silvestre, autor da Record que decidiu contratar os serviços da Villas-Boas & Moss antes mesmo de a agência existir.
"É uma das minhas amigas BIC (bonita, inteligente e competente) daqueles tempos", diz o jornalista Marcelo Tognozzi, que foi assistente de Luciana alguns anos depois, quando ela editava política no "JB".
TRANSIÇÕES
A passagem para o mercado editorial se deu em 1995, quando Luciana editava o caderno "Ideias/Livros". "Ela me entrevistou e me impressionou pelo nível de informação", lembra Sergio Machado, presidente da Record. "Eu precisava de alguém que trouxesse um tipo de livro que não tínhamos."
"O trabalho dela foi bom para a Record, não há dúvida", diz Luiz Schwarcz, editor da rival Companhia das Letras. Entre os bons autores que Luciana levou para a casa, estão os americanos Richard Sennett, convidado da Flip neste ano, Michael Sandel, do recente best-seller "Justiça", e a mais pop Helen Fielding, de "O Diário de Bridget Jones".
Mas, na era de "megassellers" como "Harry Potter" (Rocco) e "O Caçador de Pipas" (Nova Fronteira), a Record não emplacou nenhum dos maiores. "O Código da Vinci" chegou a cair nas mãos da diretora, que não teve autorização para continuar na disputa. "Paramos em US$ 10 mil [na oferta pelos direitos]. A Sextante levou por US$ 12 mil", lamenta.
O período na Record marcou uma transição ideológica de Luciana, que as fotos ajudam a ilustrar. Numa imagem de 1981, ela aparece sorridente ao lado de Fidel Castro. "Emir Sader me seduziu com uma viagem a Cuba", acha graça, referindo-se ao ex-marido, cientista político e pai de seus dois filhos, Maria Isabel, 22, e Miguel, 20.
O que mudou tudo foi o governo Lula, em quem votou em 2002. "A ferocidade com que o partido se aferrou ao poder me chocou. Não era o que pregávamos."
A guinada de Luciana coincidiu com a da editora. A casa, que já publicou a bíblia esquerdista "New Left Review", passou a ter entre seus autores opositores ao governo Lula, como Fernando Henrique Cardoso e os jornalistas Reinaldo Azevedo, Merval Pereira e o ex-redator-chefe da "Veja" Mario Sabino --que era namorado de Luciana.
NACIONAIS
"Ela deve ter sido quem mais editou autores brasileiros nos últimos anos", diz o curitibano Cristovão Tezza, que, em 2006, fechou contrato com a Record para a reedição de sua obra e o lançamento de "O Filho Eterno", livro que lhe renderia todos os grandes prêmios de 2008.
O grande sucesso foi Lya Luft, maior best-seller entre os autores nacionais vivos da Record. Luciana é defensora de narrativas "ao mesmo tempo sofisticadas e acessíveis", qualidade que vê em seus agenciados Edney Silvestre e Francisco Azevedo, cujas obras já vendeu a vários países. "Em geral, os estrangeiros acham a literatura feita aqui cabeça demais", diz.
A nova agência já representa nove autores brasileiros, a maior parte publicada pela Record, como Alberto Mussa e Miguel Sanches Neto.
O primeiro contrato de livro novo, no entanto, será com outra editora, que ela ainda não revela. Será uma reunião dos textos "A História de Mora", que o colunista do "Globo" Jorge Bastos Moreno vem publicando aos domingos, contando a história recente do país na voz fictícia de Mora Guimarães, mulher de Ulysses.
Outra aposta, ainda sem editora, é um livro de memórias fac-similar da pianista Jocy de Oliveira. E há conversas com agentes e editoras estrangeiros.
Se é "workaholic"? Luciana volta os olhos para o lado, apoia o queixo nas mãos, pensa um pouco.
"Acho que sou. Raymond certamente acha." Lembra que, semanas atrás, depois do jantar, ambos tomando suas taças de vinho, cada um parou na frente de seu laptop. "Somos um casal diferente, não? Trabalhando num sábado à noite", ela comentou.
"E ele me falou: 'Luciana, minha ideia de vida boa com você decerto não inclui trabalhar num sábado à noite'. Disse que o grande desafio será me fazer trabalhar menos."
A se julgar o entusiasmo com o qual ela fala da agência, o desafio será maior do que Moss imagina.