Tudo está consumado. A tendência Construindo um Novo Brasil apresentou seu candidato para disputar a indicação do PT para as eleições municipais de 2012. Na concepção dos idealizadores da candidatura de Rands, faltou ao prefeito a habilidade política necessária para aglutinar o conjunto de forças da Frente Popular em torno do seu projeto de reeleição. Nas palavras de sua maior liderança no Estado, política se faz com solidariedade e nunca de uma maneira solitária, esperando que, por gravidade, as coisas pudessem ser arranjadas. Em outras palavras, é como se o prefeito ficasse sentado em sua cadeira no Palácio Antonio Farias aguardando que as lideranças partidárias da Frente Popular o procurasse. Questionamentos de natureza gerenciais também foram postos por suas lideranças. A candidatura de Rands não é simplesmente mais uma candidatura que disputaria as prévias no interior da agremiação e, independentemente do resultado, caminharia integrada ao projeto do partido de manter sob seu controle a gestão da capital pernambucana. Seja qual for o resultado das prévias, o PT vai cindido para as eleições de outubro. A partir de agora entra em curso o quer os colunistas de política do Estado já batizaram de “sangria”, ou seja, um processo lento e doloroso no sentido de minar a resistência do chefe do Executivo Municipal, desgastando-o gradativamente até às prévias previstas pelo estatuto da agremiação. Não será bom para o Recife e, inteligentemente, João da Costa já começou a usar isso em seu favor, afirmando que não vai abandonar os recifenses ou permitir solução de continuidade na gestão da cidade. Recife tem muito mais do que 33 mil filiados do Partido dos Trabalhadores, como afirmou o prefeito. Os nomes ligados a CNB – alguns estiveram no lançamento da candidatura de Rands – já colocaram seus cargos à disposição do prefeito. Embora algumas lideranças tenham assumido um discurso em tom moderado, é visível o tom de revanche assumido pelo CNB em razão de mágoas passadas, onde suas lideranças tiveram que engolir o nome de João da Costa, imposto por João Paulo. A vida de João da Costa – que já não era muito fácil, tende a se complicar ainda mais daqui para frente, contingenciado por uma série de condições políticas desfavoráveis. João é do interior, e tem consciência de que nem leite de banana estanca essa hemorragia. O prefeito ainda fala em conversar com Humberto Costa. Essa oportunidade já foi perdida, João. Tome as medidas necessárias, mande redigir as portarias de demissão, reúna a tropa, conte os seus soldados e vamos às cadeiradas... Ops! às prévias. O PT transformou-se num partido de tantos Judas que torna-se difícil identificá-lo entre os 12 apóstolos.
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