pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Operação Fim de Linha.
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quarta-feira, 10 de abril de 2024

Editorial: Operação Fim de Linha.



Há muito se sabe que, não apenas o Estado do Rio de Janeiro, mas outros tantos Estados federados estão "bichados", ou seja, perigosamente contaminados pelo crime organizado. A penetração é de tal monta, que hoje envolve as áreas de segurança pública, saúde, educação, transporte de passageiros, fornecimento de alimentos, entre outros. Os chefes ou integrantes dessas facções participam de licitações públicas - com conivência ou não de agentes públicos -; celebram contratos milionários com o Estado; controlam ações dessas empresas, e,  em alguns casos, são os próprios donos ou sócios majoritários, conforme demonstrado nesta última operação realizada pelo Ministério Público de São Paulo, com o apoio da banda sadia do aparelho de Estado, como é o caso do Gaeco - Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado. 

Quando a sociedade descobre que é o Estado, que  institui uma Delegacia de Homicídios, para investigar crimes de homicídios, e o próprio titular da especializada é quem planeja e ordena o cometimento ou acoberta as investigações sobre algum desse homicídio, não há mais limite. Foi justamente isso o que se sugere que possa ter ocorrido num crime de repercussão nacional recentemente esclarecido. Ou seja, se pudermos dizer de outra forma, o Estado matou as vítimas, uma vez que o crime foi praticado com o conluio de agentes públicos, que agiram consoante a estrutura facultada pelas funções exercidas na máquina.  

Até mais recentemente, uma vez que encontramos informações desse gênero cotidianamente na imprensa,  ocorreu um fato igualmente asqueroso, mais bastante emblemático sobre o caos institucional em que estamos metidos: Vários pseudo agentes do Estado, entre delegados e agentes, foram presos, pois formavam uma milícia especializada em extorsão a comerciantes. Forjavam flagrantes, atribuiam crimes inexistentes, apenas para extorquir o cidadão. Na delegacia comandada pelo delegado preso na operação havia uma espécie de "sala de extorsão" - vocês conseguem imaginar isso dentro de uma repartição do Estado? -  onde o cidadão era convidado a contribuir com as caxinhas, sob pena de imputação de delitos ou crimes inexistentes. Existia até uma quantidade de drogas no local para ser "assumida" pelo cidadão caso ele se recusasse a pagar o valor da extorsão. 

O sobrinho de um conhecido bixeiro carioca, mantinha uma folha de pagamento superior a 200 mil reais mensais, apenas com propinas ou mesadas a policiais corruptos que prestavam serviços ao contraventor. Sabe-se que isso é legalmente proibido e não ensinado nas academias de formação policial. Curioso é que a mesada correspondia ao mesmo salário que o falso agente do Estado recebia atuando em suas funções institucionais. 

A jovem policial, Vaneza Lobão, morta quando chegava em sua residência, foi assassinada, segundo suspeita a Polícia Civil, por dois subtenentes da Polícia Militar. Ela investigava justamente a atuação de policiais militares envolvidos com a milícia na região. O mais pavoroso disso é que essa gente está dentro da máquina, com toda a liberdade de atuação, portando armas, exibindo distintivos, se apresentando como policiais.   

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