Depois de uma sessão tensa e discursos inflamados, o que não poderia faltar numa discussão como a que estava em pauta, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, decidiu, por 39 votos a favor e 25 contra, manter a prisão do Deputado Federal Chiquinho Brazão(PL-RJ), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes. Aos poucos, está se fazendo justiça a este assassinato abjeto sob todos os aspectos, a começar por contar com a conivência deliberada de pseudos agentes do Estado, que estavam, na realidade, a serviço do crime organizado, conforme comentamos por aqui.
O assassinato da vereadora e do seu motorista compõem um enredo macabro, somente possível em situações de degradação institucional, como ocorre no Estado do Rio de Janeiro e outros entes federados, onde os tentáculos do crime organizado ou das milícias já estão habitando confortávelmente o aparelho de Estado, dele se locupletando de diversas formas, inclusive com a eliminação de desafetos e adversários, com a segurança de cobertura de investigações fajutas ou fraudulentas.
O crime passou seis anos e dez dias para ser elucidado, somente sendo isto possível depois da sua federalização e sob um governo de corte republicano e popular. Mantidas as condições anteriores, possivelmente ainda continuaríamos por um bom tempo conclamando o Quem Mandou Matar Marielle? Nos últimos dias a imprensa comentou que houve uma intensa mobilização do pessoal do Centrão no sentido de revogar a prisão do deputado. Segundo dizem, essa mobilização, no final e ao cabo, teria como incentivo o enfrentamento às decisões do judiciário, o que não seria improvável, diante do clima de animosidades entre os poderes.
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