Bons arquivos e informações de alcovas, não raro, nos permitem formar maiores convicções sobre alguns enredos ou narrativas. Seguir sempre o que é noticiado pela imprensa nem sempre é o mais confiável, sobretudo nesses momentos bicudos que o país atravessa, onde as fofocas ou fake news se torrnaram recorrentes. Um dos melhores trabahos sobre o Regime Militar no país foi produzido por um jornalista e não por um historiador, sociólogo ou cientista político, embora encontremos bons trabahos por aqui, como resultado do empenho de abenegados pesquisadores, que superam as dificuldades encontradas num país sem memória sobre este tema.
O que levou este jornalista a produzir um trabalho mais preciso e melhor documentado sobre o assunto foi exatamente o acesso a bons arquivos. Por incrível que possa parecer a História sobre o Período Militar no país foi melhor preservada em arquivos americanos do que propriamente brasileiros. Aqui em Pernambuco, o maior pesquisador sobre o período da Colonização Holandesa no Nordeste, José Antonio Gonçalves de Mello, primo do sociólogo Gilberto Freyre, precisou aprender holandês para ter acesso aos arquivos escritos nessa língua e ter a certeza sobre as informações encontradas em outros arquivos dentro e fora do país.
A relação entre poder militar e poder civil no Brasil sempre foi e continuará sendo bastante complicada. Há razões históricas para tanto, mas isso não é tudo. Naqueles idos da década de 80, quando se discutia a Constituição da República Federativa do Brasil, segundo um professor de Ciência Política, quando os constituintes tentaram extipar o entulho desse famigerado artigo na Carta Constitucional, o então comandante do Exército à época chegou a afirmar que, caso ele fosse retirado, o jogo zerava. Juridicamente, e para alguns militares moderados, o tema está pacificado. Lamentavelmente, apenas juridicamente, o que não nos assegura a interdição de novos arroubos de corte intervencionista.
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