pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Editorial: "Efeito Marçal" preocupa equipe de Ricardo Nunes.



Por enquanto, o candidato Pablo Marçal(PRTB-SP), tem focado suas baterias contra o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, que já chegou ao limite com as provocações do empresário. Possivelmente nenhum candidato se sente completamente seguro em enfrentar um candidato que usa de um estratagema novo, agressivo, debochado, alicerçado em seu suporte nas redes sociais, quase sem propostas ou com proposições mirabolantes para gerir os destinos dos paulistenses, como a construção de um edifício que seria o mais alto do mundo - sabe-se lá com que utilidade - ou mesmo a adoção dos teleféricos para o transporte de trabalhadores para os seus locais de trabalho, como ocorre em algumas cidades colombianas. 

No último debate organizado pelo jornal O  Estadão e pelo Portal Terra, de forma deselegante, ele passou todo o tempo praticamente esfregando uma carteira de trabalho no rosto do candidato do PSOL. Isso, longe de levar à reflexão e indignação dos eleitores, apenas ampliou seus escores nas redes sociais, que passaram a reproduzir a cena de forma orquestrada, indicado que ele sabe como mobilizá-las.  Dizem que até o ex-presidente Jair Bolsonaro andou elogiando o empresário, o  que passou a preocupar o staff político do candidato do MDB, Ricardo Nunes. Pesquisas recentes sugerem que Pablo Marçal pode crescer junto ao eleitorado bolsonarista. 

O prefeito, que concorre à reeleição, andou conversando com o governador Tarcísio de Freitas e com o deputado federal Nikolas Ferreira, em encontro no Palácio Bandeirantes, sede do Governo de São Paulo, onde ficou ajustado que o capitão pode entrar na campanha mais cedo do que se esperava, assim como o Nikolas Ferreira. Segundo informações das coxias, o deputado afirmou que pode ajudar, mas teria se recusado a gravar algum vídeo com tal finalidade. 

Editorial: Congresso entra com recurso contra medida de Flávio Dino.



Não há perspectivas de trégua entre os Três Poderes da República. Ao contrário, as rusgas entre eles se tornaram rotineiras a partir de um determinado momento, sem que se vislumbre algum aplainamento no curto prazo. No dia de ontem, após longas discussões em torno de medida recente do STF sobre as chamadas emendas impositivas - ou PIX, se os leitores preferirem - vetando tais liberações até que sejam estipuladas normas sobre a sua prestação de contas, o presidente Lula se posicionou sobre o assunto, argumentando que considera razoável que o Executivo não perca sua prerrogativa de gerir os recursos do orçamento da União. 

Agora é o Legislativo que, praticamente uníssono, se volta contra a medida através de um recursos ao próprio STF, que deve ser analisado pelo pleno da Suprema Corte. Já seria previsível que a medida do Ministro Flávio Dino produzisse uma espécie de tsunami corporativo no Legislativo. Dificilmente vamos construir algum consenso por aqui, conforme enfatizamos no texto de ontem. Medida das mais salutares, que visa o mínimo de transparência sobre o uso dos recursos públicos, a medida do Ministro Flávio Dino produziu a ira, num ambiente onde o que talvez menos importa sejam as questões de natureza republicanas.

Seja lá qual for o resultado dessa queda de braços, a medida tomada pelo Ministro Flávio Dino visa proteger o interesse público e, como tal, deve merecer o reconhecimento da sociedade brasileira. O Legislativo, antes de se pautar pela tese da eventual extrapolação de poderes, deveria mesmo e orientar suas ações pelos princípios que norteiam o serviço público, publicidade dos seus atos e transparência entre eles. 

Editorial: Os equívocos diplomáticos de Lula em relação à Venezuela.



Há algumas situações na vida para as quais não existem conserto. É como você afirmar algo e, logo em seguida, dizer que não foi bem aquilo que você quis dizer. O estrago já foi feito. O Governo Lula, ou o presidente Lula em particular, perdeu o timing em relação à situação das eleições na Venezuela. O dano não é pequeno quando se avalia, por exemplo, que Lula "salvou" a democracia brasileira da sanha autoritária e anticivilizatória do bolsonairsmo nas eleições presidenciais passadas. Defender eleições livres, limpas, com regras e resultados respeitadas é o mínimo que ele deveria fazer, conforme ele sempre se posicionou em relação às eleições brasileiras. Quem perde, enrola as bandeiras e espera a nova rodada do jogo, onde a saudável alternância do poder dita as cartas.   

A Venezuela se meteu num enrosco político nebuloso, construído através de violações sistemáticas das regras do jogo democrático. Até mesmo antes das eleições o Estado já dizia quem poderia delas participar, sob argumentos duvidosos ou estapafúrdios, sem uma motivação legal consistente, como foi o caso da candidata de oposição Maria Colina Machado que foi, de fato, quem venceu as últimas eleições presidenciais naquele país. Diante da repercussão negativa dos trôpegos posicionamentos sobre o assunto, Lula, no dia de ontem, admitiu que o presidente Nicolás Maduro precisa dar explicações mais convincentes sobre as eleições no país. 

O presidente Lula chegou a propor uma nova eleição no país, algo que desagradou enormemente quem sugere que foi eleito e pretende continuar governando o país, Nicolás Maduro,  assim como os opositores, como é o caso de Edmundo Gonzáles, que já teve o reconhecimento de alguns países como tendo vencido aquelas eleições. Gonzáles, inclusive, irá se proclamar presidente da Venezuela. Como Maduro não negocia a entrega do poder aos opositores, é quase certo que os problemas se agravem naquele país. Infelizmente. 

Charge! Cláudio Mor via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Editorial: Um espectro comunista ronda a Prefeitura da Cidade do Recife.



No Recife, alguns candidatos à Prefeitura da Cidade do Recife emitem algumas pistas acerca de como vão se posicionar em relação ao principal concorrente entre eles, o atual gestor, João Campos(PSB-PE), que ocupa hoje uma condição privilegiada nas pesquisas de intenção de voto, podendo liquidar a fatura ainda no primeiro turno daquelas eleições. João Campos concorre à reeleição, mas sugere-se que o seu grande projeto político é habilitar-se, uma  vez eleito, às eleições de 2026, onde disputaria o Governo do Estado, possivelmente com a atual governadora, Raquel Lyra(PSDB-PE), que deve tentar a reeleição.  

Assim, deixaria na Prefeitura do Recife o seu vice, Victor Marques, um ator político ainda pouco conhecido dos recifenses. Ao apagar das luzes do prazo de desincompatibilização estipulado pela Justiça Eleitoral, Victor Marques filiou-se ao PCdoB, partido que passou por uma decomposição ideológica gigantesca nos últimos anos. O comunismo do partido ficou apenas na sigla. Quem ainda se mantém fiel aos princípios do Marxismo\Leninismo é o PCB, o antigo Partidão. Curioso como, uma vez anunciado, começaram a surgir uma série de especulações em torno do nome do rapaz. Teria competência técnica e política para tocar o Recife na ausência de João Campos? Estaríamos diante de uma ameaça comunista, como sugerem os bolsonaristas?

A estratégia do prefeito no sentido de indicar sua filiação ao PCdoB teve como propósito inseri-lo no contexto da federação que reúne, além do PSB, o PV, o PT e o PCdoB. Uma engenharia política complicada, uma vez que o rapaz não é aquele militante comunista genuíno, tampouco sugere-se que os comunistas tomarão conta da Prefeitura da Cidade do Recife na ausência de João Campos.  Em princípio, são infundadas as advertências dos bolsonaristas em relação ao assunto, sugerindo o temor de um espectro comunista rondando o Palácio Capibaribe. 

Uma conversa afiada sobre as próximas eleições municipais do Recife.


Em 2012, quando nos dirigíamos para o trabalho, acompanhávamos o esforço de campanha do então candidato Geraldo Júlio(PSB-PE), um técnico escolhido pelo ex-governador Eduardo Campos para concretizar o seu projeto de ocupar o Palácio Capibaribe, fortaleza até então sob o controle do PT. Com grande expertise técnica, Geraldo era um neófito na política, mas pesquisas qualitativas realizadas pelos próprios socialistas indicavam que, naquele momento, os recifenses desejavam alguém com perfil de gerente para a cidade. Um técnico caía como uma luva, pois também atendia às desconfianças do ex-governador em relação ao seu staff político. 

Salvo melhor juízo, no dia anterior ocorrera um debate onde o candidato havia se saído muito bem. Ao voltarmos para casa, nós, que acompanhávamos aquelas eleições através de postagens regulares aqui pelo blog, publicamos um artigo que alcançou grande repercussão, pois antecipávamos a vitória do candidato socialista sobre o seu oponente do PT. O artigo tinha o título de 50 tons de amarelo, a cor dos socialistas. Num dos comentários, alguém sugeriu que só havia faltado no artigo colocar 40 ao invés de 50, uma vez que 40 era o número dos socialistas. 

Nas últimas eleições para o Governo do Estado, onde havia uma disputa acirrada entre as candidatas Marília Arraes e Raquel Lyra, ponderamos, sempre através desses artigos, o exato momento em que a eleição de Marília Arraes estava irremediavelmente comprometida. Isso ocorreu quando a candidata, talvez num gesto político cuja dimensão não havia sido avaliada corretamente, resolve reaproximar-se dos socialistas, grupo político que os eleitores já haviam dado demonstração de que não gostariam que continuassem à frente do Palácio do Campo das Princesas. Desta vez, o artigo recebeu o título de "E Marília vacilou". 

O artigo fazia alusão ao livro "E o Outro Vacilou", do executivo Roger Enrico,  que aborda  a disputa de mercado entre a Coca-Cola e a Pepsi-Cola em solo americano. Executivo da Coca-Cola, por uma dessas motivações esquisitas, resolveu alterar o sabor da tradicional Coca-Cola, permitindo à Pepsi alcançar expressiva fatia do mercado de refrigerante nos Estados Unidos. Hoje, como se sabe, naquele país,  a disputa é lata a lata. Temos acompanhado com lupa o que está ocorrendo nas eleições municipais em todo o país. 

Em São Paulo, por exemplo, preocupa-nos o padrão de agressividade e xingamentos entre os candidatos que concorrem à cadeira do Edifício Matarazzo. Até o momento, quase não se conhece suas propostas. Isso está beirando à irresponsabilidade por parte de alguns dos postulantes. Aqui no Recife, algumas questões passaram a incomodar os candidatos, expressas em situações como o abandono do centro; as inúmeras áreas ainda vulneráveis às intempéries da natureza; os níveis de pobreza da população, que colocam o Recife como a segunda cidade mais desigual do país;   o agravante problema da violência, onde a Prefeitura pode colaborar, mas depende de sua articulação com o Estado e com o Governo Federa; a questão da mobilidade urbana, entre outras. Será que essas questões poderiam ofuscar o filtro de uma aprovação da ordem de 69% da população? 

A partir da próxima segunda-feira, 19, as discussões sobre o tema eleições municipais ficarão concentradas em nosso perfil da Plataforma Privacy, que pode ser assinado por aqui, onde os leitores e leitoras terão um panorama sobre o que ocorre no tocante a este assunto, em praças como Recife, São Paulo e João Pessoa. Não deixe de assinar e interagir conosco a respeito de mais uma eleição crucial para os rumos de nossa democracia, que cada vez mais perde espaço para o rolo compressor de uma extrema-direita disposta a ganhar mentes e corações através de uma bem elaborada estratégia de comunicação.  


Editorial: Ministro Flávio Dino suspende todas as emendas impositivas até a criação de regras sobre o assunto.


Como as relações entre os Três Poderes não andam boas, quando um dos poderes toma uma medida, quase sempre essas medidas são encaradas como uma provocação ou uma queda de braços. Depois da decisão do Ministro Flávio, do STF, suspendendo as emendas impositivas até que sejam criadas regras sobre sua concessão e monitoramento do emprego dos recursos liberados, armou-se uma contenda no Poder Legislativo. Para essa gente, bom mesmo é que tais emendas fiquem como estão, liberadas sem critérios e gastas mediante as conveniências de ocasião de cada parlamentar contemplado. Havia um parlamentar da Paraíba, sabe-se lá em que circunstâncias, liberando emendas para cidades da região serrana do Estado do Ceará. 

Existem algumas questões onde não se consegue avançar. Esta é uma delas. Outro bom exemplo é a tão aguardada reforma política, que não ocorrerá nunca, porque isso significaria cortar na pele dos próprios parlamentares, mexer em interesses corporativos arraigados. A oposição chegou a insinuar sobre as digitais do Palácio do Planalto na decisão do Supremo Tribunal Federal. Foi necessário o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, vir a público desmentir tal hipótese. O Presidente da Câmara dos Deputados, segundo os escaninhos da política na capital federal, encontra-se enfurecido.

Mais uma vez voltamos a enaltecer a medida saneadora adotada pelo Ministro Flávio Dino. Todo gasto público precisa atender a um requisito primário, o da transparência. Como é que o pagador de impostos é proibido de tomar conhecimento sobre o que está sendo feito com o dinheiro do seu suor? E, por falar em retaliação, acabamos de ser informados que o Congresso sustou uma emenda que previa repasse de recursos para o STF. 

Editorial: Enfim, um debate para conhecermos Marina Helena.



No primeiro debate organizado pela Rede Bandeirantes, apesar dos protestos, a candidata do Partido Novo à Prefeitura de São Paulo, Marina Helena, não foi convidada. O juiz que julgou o caso considerou procedentes as alegações da emissora paulista sobre a representatividade parlamentar da legenda, que não atendia aos requisitos estipulados pela própria Justiça Eleitoral. Mesmo assim, a observância rígida às questões de ordem legal, deixou muita gente indignada com a ausência da candidata durante o primeiro de debate. No dia de ontem, 15, o jornal O Estado de São Paulo, juntamente com o Portal Terra e as Faculdades FAAP, realizaram, em conjunto, o segundo debate entre os candidatos que concorrem à cadeira do Edifício Matarazzo, desta vez com a presença da candidata do Novo. 

Uma primeira observação é que ficou nítida a preocupação da candidata em se apresentar ao eleitorado, possivelmente em razão de ser ainda pouco conhecida. Marina é economista, tem mestrado e expertise em políticas públicas, é  servidora pública federal e tem proposta para gerir os destinos da cidade. Seu perfil vai do centro para direita do espectro político. Não esconde suas simpatias pelo bolsonarismo. Houve um momento em que ela chegou a defender a gestão de Paulo Guedes à frente do Ministério da Economia. Pelo andar da carruagem política, a campanha pela Prefeitura de São Paulo será marcada pela ênfase nas agressões pessoais entre os postulantes e menos pelo debate que, de fato, importa à pólis.  

O drama da Cracolândia voltou a ocupar as atenções dos candidatos nos momentos em que as propostas para a gestão da cidade estiveram na pauta das discussões. A violência, segundo pesquisas realizadas, é o tema que mais preocupa os paulistenses nessas eleições. Neste aspecto é bastante conhecida a agenda da direita sobre o tema, que prima pela radicalização das penas e tolerância zero contra os criminosos. Marina vai neste mesmo raciocínio. Mesmo que haja discordâncias de ponto de vista, é salutar que um candidato se apresenta ao eleitorado com o seu programa de governo. Pode-se concluir que a candidata fez o dever de casa. Esteve bem durante o debate. 

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Editorial: Candidato petista encosta em bolsonarista em nova pesquisa de intenções de voto para a Prefeitura de Fortaleza.



Não há dúvidas de que as indisposições entre os políticos do campo progressista, na ausência de um termo mais apropriado, pode favorecer o campo conservador na disputa pela Prefeitura de Fortaleza nas próximas eleições municipais. Na realidade, a direita está bastante arregimentada desde algum tempo, esperando apenas o momento certo de dá o bote na administração municipal. O capitão Wagner, filiado ao União Brasil, identificado com o bolsonarismo, continua liderando a disputa, mas a nova pesquisa do Instituto Real Time Big Data aponta uma alavancada do candidato do PT, Evandro Leitão(PT-CE), em empate técnico com o capitão que já esteve bem mais confortável na dianteira das pesquisas de intenção de voto. 

Wagner, além da disputar com candidato à esquerda do espectro político, ainda conta com o assédio de outros representantes dos estratos conservadores do eleitorado, a exemplo do deputado federal André Fernandes, do PL, evangélico e bolsonarista, além do senador Eduardo Girão, do Novo, outro bolsonarista assumido. A rigor, o avanço de Evandro não surpreende, se considerarmos que ele conta com o apoio efetivo das máquinas estadual e federal, inclusive do Ministro da Educação, Camilo Santana, que deixou o Governo do Ceará com altos índices de popularidade. 

Ciro, que hoje não quer conversa com o PT nem para tomar uma cajuína com pastel de camarão, aposta suas fichas no atual, gestor, José Sarto, que ainda está no jogo, mas, por algum motivo, vem perdendo seus índices, pois já esteve melhor posicionado na disputa. A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 12 de agosto, ouviu mil eleitores, e está registrada na Justiça Eleitoral sob o número CE- 06888\2024. Eis os números: 

Capitão Wagner (UB)  24%

Evandro Leitão(PT) 21%

André Fernandes(PL) 15%

José Sarto ( PDT) 15%

Eduardo Girão(Novo) 3%

Para uma análise mais aprofundada sobre as próximas eleições municipais naquele Estado e nos demais entes federados, assine o nosso perfil da Privacy. Por ali, mostramos tudo. Sem trocadilhos. Nos ajudem nesse debate republicano.   

Editorial: Polícia Federal realiza operação que apura suposto esquema de corrupção no Tribunal de Justiça do Maranhão.



Nesses tempos bicudos que o país está vivendo, todo o cuidado ainda é pouco. Já deixamos aqui uma sugestão para algum pesquisador do assunto observar o quanto o torniquete político\jurídico está interferindo nas falas ou textos escritos por jornalistas, escritores e outros formadores de opinião. Há alguns anos atrás convivi com uma amiga professora que fez uma pesquisa interessantíssima sobre como os meios de comunicação se referiam a alguns fatos durante a censura imposta pela ditadura militar implantada no país após o golpe civil-militar de 1964. A pesquisa foi realizada aqui na província, num primeiro momento, o que envolveu os principais jornais impressos, e, depois, havia planos de um doutorado, onde a pesquisa seria realizada nos arquivos da Folha de São Paulo. Atitudes ilícitas ou ilegais se transformaram em "fora dos ritos". Ninguém quer se comprometer. 

Alguns assuntos são tão polêmicos que resolvemos deixar de abordá-los por aqui. Nossas instituições estão irremediavelmente comprometidas por interesses escusos, atropelando processos humanitários ou republicanos, de reconhecimento dos direitos humanos mais elementares. O rolo compressor do projeto autoritário e fascista continua produzindo seus estragos, inclusive envolvendo segmentos de nossa "esquerda" nesta camisa de força. Aliás, nossa esquerda autêntica foi sequestrada por uma esquerda de corte neoliberal, por mais paradoxal que isso possa parecer. Os caras nem escondem mais que estão fazendo esse jogo nojento. 

Mas, voltemos ao Maranhão, terra de grandes oligarquias políticas. No dia de h0je, 14, a Polícia Federal realiza uma mega operação no Tribunal de Justiça do Estado, envolvendo 55 mandatos de buscas e apreensões, por suspeita de um grande esquema de corrupção, integrado por desembargadores e juízes, onde venda de sentenças estariam sendo negociadas mediante vantagens pecuniárias. Circula nas redes sociais as imagens de grandes quantias em dinheiro, além de joias. 

Para aprofundarmos essas discussões, assine o nosso perfil da Privacy, onde desnudamos, sem filtro e sem sacanagens, este e outros temas do cenário político brasileiro. 

Charge! Pedro Vinício via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 13 de agosto de 2024

Editorial: Planalto jura que Lula não tem nada a ver com a decisão do Ministro Flávio Dino sobre emendas parlamentares.



A decisão do Ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, impondo medidas disciplinadores no que concerne às concessões e  prestação de contas de emendas parlamentares, muito provavelmente, desagradou setores do parlamento, que passaram a enxergar na medida eventuais digitais do Palácio do Planalto. A tensão chegou a tal ponto que lideranças do governo fizeram uma declaração em conjunto, liderada pelo Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmando que não tiveram nada a ver com isso. 

Permanecem as rusgas, no entanto, a despeito do acerto da medida tomada pelo Ministro Flávio Dino. A recusa do parlamento em relação ao tema só reforça a convicção de que não estamos tratando aqui de interesse público, mas de interesses bem particulares, que atendem às conveniências de turno. Houvesse um pouco de espírito público e eles entenderiam que precisam prestar contas de suas ações à sociedade, e o instituto da transparência é um dos requisitos fundamentais do homem público. 

Nesse jogo de escaramuças de parte a parte, não se sabe o que virá por aí, mas as chantagens estão na ordem do dia entre o arsenal usado nessas ocasiões. Desafeto declarado de setores bolsonaristas de oposição, a parte mais barulhenta por sinal, as críticas ao ministro se intensificaram nos últimos dias, depois da decisão. 

Editorial: Quem come açúcar não pode ser prefeito?


Segundo os critérios do candidato Pablo Marçal, não. O empresário, que concorre pelo PRTB à Prefeitura da Cidade de São Paulo, fez referência ao assunto durante o último debate organizado pela Rede Bandeirantes de Televisão. Em seu raciocínio, açúcar faz mal para a saúde e, por conseguinte, quem não cuida da própria saúde não pode cuidar da saúde da população. Ao enfatizar este assunto, o empresário se dirigia diretamente ao candidato do PSOL, Guilherme Boulos. Este editor está numa expectativa enorme em relação às pesquisas que devem ser divulgadas nos próximos dias, já captando a reação do público ao último debate. Acreditamos, sinceramente, que teremos algumas alterações no contexto da dinâmica competitiva do pleito. É só uma intuição. 

Vamos aguardar os levantamentos científicos realizados pelos institutos. Há um consenso entre os cientistas que, de fato, o açúcar, principalmente o branco, faz um mal danado à nossa saúde. Atuando como um franco-atirador, o Pablo Marçal enveredou por diversos temas. Este é o de menos e pareceu meio folclórico, à lá Jânio Quadros. Essas tiradas, aliás, integram o escopo das estratégias do candidato Pablo Marçal, que conseguiu os holofotes das redes sociais durante toda a semana seguinte, mostrando, em alguma medida, o acerto da estratégia adotada.

O programa Canal Livre, da mesma emissora, repercutiu a longa tradição da emissora paulista na realização desses debates televisivos. O formato adotado no último debate trouxe a grandeza de permitir o embate direto entre os candidatos, o que significou um avanço ao excesso de burocratismo dos debates anteriores, o que significa concluir que a Band, além da tradição, também se preocupa com a inovação. Parabéns!  

No nosso perfil da Privacy, fazemos uma avalição mais substantiva sobre o primeiro debate promovido entre os candidatos que concorrem à Prefeitura de São Paulo nas próximas eleições. Por ali, desnudamos toda a dinâmica competitiva sobre aquelas eleições. Assine e passe a interagir conosco. Perfil atualizado diariamente. 

Editorial: Defesa de Bolsonaro pede ao STF arquivamento do processo envolvendo as joias doadas pelo Governo da Arábia Saudita.



A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, conforme já se previa, entrou com uma solicitação junto ao Supremo Tribunal Federal no sentido de arquivar o processo envolvendo as joias doadas pelo Governo da Arábia Saudita. Os "entendimentos" do Tribunal de Contas da União estão produzindo uma grande celeuma jurídica e, sobretudo, política. "Entendimentos" no plural caem como uma luva neste caso. Segundo informações divulgadas, a própria Polícia Federal teria consubstanciado seus argumentos a partir de uma decisão daquele tribunal, onde o entendimento de então advogava que haveria alguma irregularidade em torno das doações das joias sauditas, recomendando-se as boas maneiras republicanas em relação ao caso, ou seja, colocar o acervo como integrante do patrimônio da União. 

Logo em seguida, no caso do relógio doado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, ao presidente Lula, o raciocínio estabelecido foi outro, considerando-se que o presidente pode ficar com o presente. É exatamente sobre este novo entendimento que se ancora a defesa do ex-presidente para pedir o arquivamento do processo. O próprio Lula observou na última reunião ministerial que irá colocar o mimo como patrimônio da União, justamente para dirimir especulações em torno do assunto. Jair Bolsonaro, em discurso recente, afirmou que, se o TCU entender que ele também pode ficar com as joias, ele assume que irá leiloá-las e doar os recursos à Santa Casa de Misericórdia de  Juiz de Fora, hospital que o atendeu quando ele sofreu o atentado a faca.

Vamos aguardar a decisão da nossa Suprema Corte em torno deste assunto. Em princípio, vale um adágio popular bastante comum aqui na região Nordeste, que diz que pau que dá em Chico dá em Francisco. A decisão do TCU alcançou, por razões óbvias, grande repercussão nas redes sociais bolsonaristas, obtendo até mesmo elogio de integrante do clã Bolsonaro. 

Em nosso perfil da Privacy, desnudamos todo o processo político do país, com um aprofundamento maior. Assine e interaja conosco, deixando as suas impressões, de preferência sem filtros. Nosso perfil é atualizado diariamente.  

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Editorial: Caso Marielle Franco: Um enredo que se encaixa perfeitamente na linha de investigação conduzida pela Polícia Federal.



A cada novo depoimento, fica mais evidente os acertos da linha de investigação adotada pela Polícia Federal em relação às  motivações e execução da ex-vereadora Marielle Franco e o seu motorista, Anderson Gomes. Desta vez foi divulgado teores do depoimento do atual Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Marcus Amim, onde ele afirma que imagens que poderiam ajudar na investigação do caso foram entregues, mas solenemente ignoradas pelo então delegado encarregado do caso. Com sua expertise de policial, o secretário informa, igualmente, que teria fornecido o nome de pessoas com perícia técnica suficiente para atingir os alvos em movimento, numa lista que ficaria restrita a apenas cinco nomes,  entre eles o de Ronnie Lessa, que acabou confessando que havia disparado a arma que matou ambos. 

Sugere-se que esses nomes teriam sido igualmente ignorados à época como suspeitos. É preciso, no entanto, fazermos algumas ponderações por aqui. Alguns investigadores designados para esclarecer o caso cumpriram suas funções com brio.  O miliciano Adriano da Nóbrega, por exemplo, teria sido descartado entre os suspeitos exatamente porque se descobriu que, no momento do assassinato de Marielle, ele estava escalado para outro serviço.  Louvável o trabalho da Polícia Federal, uma vez que tudo converge para ratificar a linha de investigação adotada pelo órgão, que, num trabalho minucioso de investigação, conseguiu, finalmente, chegar às conclusões definitivas sobre uma tragédia, que já se arrastava há anos, sem que houvesse um desfecho, indicando, inclusive, o comprometimento do trabalho de agentes públicos, o que é mais grave. 

Neste último depoimento voltou a ser mencionado o nome de Antônio Eugênio de Souza Freitas, mais conhecido como Batoré, que seria o braço direito de Adriano da Nóbrega. Batoré integrava o quadro da Polícia Militar do Rio de Janeiro e foi afastado depois de um processo administrativo onde era acusado de desviar armas da corporação. Afastado do quadro, tornou-se um dos mais perigosos e procurados milicianos do Rio de Janeiro. Impressionante como essas biografias de milicianos são similares. 

Editorial: Datena pede desculpas aos tucanos pelo desempenho no debate da Band.



Existem algumas diferenças cruciais entre um debate entre candidatos que concorrem a uma eleição e a apresentação de um programa de televisão. Embora atacado por todos os lados, o atual gestor de São Paulo, Ricardo Nunes, que concorre à reeleição, manteve-se sereno e moderado, o que pode ser bem interpretado pelos seus eleitores. As acusações, no entanto, são graves e isso pode interferir no humor do eleitorado, mesmo quando improcedentes. Numa eleição no Maranhão, décadas atrás, espalharam um boato - hoje seria fake news - que um dos candidatos havia cometido um homicídio. Ele só conseguiu provar sua inocência depois de realizado o pleito,  o que já era tarde demais. 

No outro extremo, encontramos o candidato Pablo Marçal(PRTB-SP), que atuou como um franco-atirador, lançando seus petardos contra praticamente todos os demais candidatos. Os petardos lançados alcançaram ampla repercussão nas redes sociais, ampliando, mais ainda, a visibilidade do postulante ao Edifício Matarazzo. De longe, Pablo é o concorrente com maior engajamento nas redes sociais, o que, grosso modo, também não pode ser encarado como uma certeza de bom desempenho como candidato. Há décadas, o apresentador José Luiz Datena ancora um programa televisivo de grande audiência, tornando-se bastante conhecido do eleitorado paulista. 

Não por acaso, especula-se que ele poderia está penetrando em redutos eleitorais de concorrentes como Guilherme Boulos(PSOL-SP) e Ricardo Nunes(MDB-SP), com potencial para embolar a dinâmica da disputa. Algumas pesquisas de intenção de voto apontam nesta direção. O apresentador, estranhamento, apresentou sintomas de um certo nervosismo durante o debate. Ele mesmo reconheceu que poderia ter tido um desempenho melhor, o que o levou a enviar um pedido de desculpas aos tucanos que dão suporte ao seu pleito. 

Editorial: Greve dos rodoviários no Recife.



Recife hoje amanheceu sem o serviço de transporte coletivo. Os leitores podem bem dimensionar os transtornos produzidos em razão da paralisação de um modal de transporte coletivo numa segunda-feira. As principais universidades já anunciaram que irão suspender suas aulas, minimizando os danos para os estudantes. Todos os anos, mais ou menos por essa época do ano, o fato se repete. Os acordos entre rodoviários e empresários de transporte só são costurados depois de um período de greve, com a mediação da Justiça que, geralmente, em princípio, estabelece alguma regras no sentido de minimizar os problemas enfrentados pelos usuários, determinado que parte da frota volte ao serviço.  

A premissa é que, mesmo em tempos normais, os serviços são caros, ruins e perigosos. Há muitas insatisfações por parte dos usuários. Conforme comentamos no dia de ontem, este é um fenômeno praticamente generalizado, ocorrendo em todo o país. Difícil alguém apontar onde os serviços de transporte coletivo são de boa qualidade no país, sobretudo no que concerne ao respeito aos usuários. Nos debates que acompanhamos acerca das próximas eleições municipais, este tema dominou maior parte das discussões entre os concorrentes que disputam o voto do eleitor para gerir o destino das principais metrópoles. 

No Recife, nos últimos meses, os assaltos ocorridos dentro dos coletivos tem dado sua contribuição para agravar os problemas de violência urbana, ampliando seus índices. Numa eleição municipal, a vida cotidiana do eleitor cumpre um papel determinante na hora de ele depositar o seu voto na urna. Vamos torcer que uma solução seja encontrada para o problema. 

Charge! Cláudio de Oliveira via Folha de São Paulo

 


domingo, 11 de agosto de 2024

Editorial: O drama da mobilidade urbana no Brasil.

Crédito da Foto: Joalison Batista


Entre as matérias do Jornal do Commércio tratando dos problemas enfrentados pelos recifenses, uma delas diz respeito aos desafios relativos à mobilidade urbana, que apresenta sérias dificuldades. Vamos logo fazer uma consideração importante por aqui. A julgar pelos debates sobre o tema que estamos acompanhando por todo o Brasil, estamos diante de um problema generalizado. No debate entre os candidatos que concorrem à Prefeitura de São Paulo, por exemplo, surgiram até propostas semelhantes às adotadas em cidades colombianas, como o uso de teleféricos, mesmo considerando-se a nossa topografia, adversa em algumas situações.  

Em João Pessoa, temos uma das tarifas mais caras do Brasil e a disponibilidade de transporte público com ar-condicionado não é facultada aos idosos. Em Belo Horizonte, a privatização do metrô tornou esse equipamento um verdadeiro inferno para a população da capital, uma vez que as concessionárias só querem mesmo saber dos lucros.  Que se dane o atendimento às demandas dos usuários. Como todos conhecem a realidade aqui no Recife, nem precisamos entrar nos detalhes. É sofrer duplamente, sobretudo num domingo onde os pais estão comemorando o seu dia e pensando nos horrores do dia seguinte.  

Os rodoviários, inclusive, já estão se mobilizando no sentido de decretaram uma nova paralisação, uma vez que não conseguem construir um acordo com os empresários. Um dos candidatos está propondo um transporte público completamente subsidiado pelo poder público. Queixa-se, por exemplo, que a Prefeitura do Recife não gasta um centavo com transporte público. 

Editorial: O engajamento nas redes sociais e as próximas eleições municipais.



Nunca tivemos acesso a um estudo realmente sério e consistente sobre o papel do engajamento social do candidato e o seu desempenho num pleito eleitoral. Pelo sim, pelo não, depois de um determinado período, todos postulantes a um cargo público, no entanto, passaram a se preocupar com o tema. A eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2016, por exemplo, teve como um dos principais suportes o uso das redes sociais pelos seus apoiadores. Neste aspecto, o bolsonarismo sempre deu um banho no petismo. Não à toa, até recentemente surgiram denúncias de um suposto gabinete da ousadia, que funcionaria nos mesmo modus operandi do gabinete do ódio em passado recente. 

Aqui em Pernambuco, por exemplo, os adversários do atual gestor da cidade do Recife, João Campos(PSB-PE), o acusam de gerenciar a cidade com os filtros das redes socais. Sugere-se que este será um tema bastante explorado durante a campanha. O ideal seria que não tivéssemos um eleitorado suscetível ou vulnerável aos apelos das redes sociais. Mas talvez não seja este bem o caso. As fake news, por exemplo, são capazes de produzir danos irreparáveis de imagem e consequências desastrosas para a vida pessoal dos atingidos.  

Tratamos deste assunto nesta manhã para observar algo que já seria esperado. Se a eleição para prefeito de São Paulo for decidida através do engajamento que os candidatos possuem nas redes sociais, o empresário Pablo Marçal já pode preparar o terno da posse. Depois do debate do último dia 08, organizado pela Rede Bandeirantes de Televisão, ele, com uma larga expertise no assunto, está ocupando o topo do Trending Topics Twitter durante os dias que se seguiram ao debate. Seus apoiadores, por vezes com uma forcinha dos adversários, estão dando sempre um jeito de colocá-lo no topo. 

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 10 de agosto de 2024

Editorial: Bolsonaro encerra visita à Pernambuco com elogio a Gilson Machado.



A visita que o ex-presidente Jair Bolsonaro fez ao Estado da Paraíba, até recentemente, foi marcada por alguns atropelos que deixaram o ex-presidente bastante aborrecido. Depois de uma recepção complicada, Bolsonaro não escondeu o mau humor a partir de então. Em sua visita a cidade de Cabedelo, na Região Metropolitana de João Pessoa, não conseguiu esconder o  descontentamento com os organizadores. Aqui em Pernambuco, tudo ocorreu como o capitão desejava, com grandes concentrações de apoio em todas as praças por ele visitadas, seja na capital, seja no interior do Estado. 

Reiteramos em afirmar por aqui que a direita é bastante consolidada no Estado e isso não se trata de um fenômeno isolado de Santa Cruz do Capibaribe, cidade polo de confecção, localizada na região do Agreste, onde o ex-presidente conseguiu obter um percentual de votos superior ao do presidente Lula nas últimas eleições presidenciais. Hoje, dia 10, ele fez uma carreata que saiu do reduto tradicional bolsonarista da Padaria Boa Viagem, no bairro do mesmo nome, até ao Clube Português, acompanhado de um séquito de seguidores fiéis, com as conhecidas palavras de ordem. 

Nomes fortes do PL pernambucano, a exemplo de Gilson Machado e Anderson Gomes, estão entre os principais organizadores da agenda do ex-presidente no Estado. Pedimos desculpas por eventuais omissões. Nos eventos finais o ex-presidente fez questão de reconhecer o bom trabalho realizado pelos organizadores de sua visita ao Estado. Pelo andar da carruagem política, Gilson Machado não terá dificuldade em engajar o eleitorado bolsonarista recifense em seu projeto de tornar-se prefeito do Recife. Na avaliação do candidato, parcela desse eleitorado ainda continuava na orfandade política. Sua primeira missão seria realmente em fidelizar esse eleitorado. Neste sentido, o capitão deu uma forcinha. 

Editorial: TCU decide que Lula pode ficar com o relógio.



É mais ou menos isso o que se sugere a partir de uma decisão do TCU informando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ficar com o relógio presenteado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, avaliado em mais de R$ 80.000,00.  Diante da polêmica gerada em torno das joias doadas pelo Governo da Arábia Saudita ao Governo Brasileiro, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, nesta última reunião ministerial, o presidente Lula anunciou que irá creditar o presente como patrimônio da União. Hoje, dia 10, a Polícia Federal concluiu que a decisão do TCU em relação ao relógio de Lula não interfere em nada no inquérito em andamento envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Vamos ser bastante francos por aqui. No Governo Bolsonaro o país passou por uma verdadeiro apagão republicano ou institucional. Apenas a ponto do iceberg nos permitem chegar a tais conclusões. Veja-se o caso das joias doadas, do uso do cartão corporativo, dos cartões de vacinação supostamente adulterados. A decisão do TCU atiçou as hordas bolsonaristas pelas redes sociais, no sentido de apontar que o ex-presidente, diante da resolução tomada pelo órgão de controle e fiscalização, isentaria Bolsonaro das encrencas jurídicas das joias. 

Diante do pronunciamento da PF, não é bem assim. Aliás, essa questão das joias é um rolo dos diabos. Vários ex-assessores do ex-presidente também receberam seus presentinhos avaliados em milhares de dólares, geralmente relógios caríssimos. Assim como o ex-presidente, eles também têm um problema a resolver.  A decisão tomada pelo presidente Lula foi no sentido de minimizar as polêmicas em torno do tema. Em todo caso, possivelmente os advogados do ex-presidente Bolsonaro adotarão a decisão do TCU como peça de defesa. 

Editorial: O impacto do debate da Band sobre as eleições municipais de São Paulo.



Certamente o debate do último dia 08, entre os candidatos que disputam as eleições municipais deste ano, em São Paulo, obteve uma grande audiência. Alguns desses debates podem se constituir como elementos definidores de uma eleição. No caso do debate da Band, se algumas das narrativas expostas viralizarem junto ao eleitorado, não seria surpresa as próximas pesquisas de intenção de voto apontarem alguma mudança de humor em relação a alguns dos postulantes ao Edifício Matarazzo. É curiosa essa dinâmica. Tabata Amaral(PSB-SP), por exemplo, grosso modo, não se saiu muito bem no debate. Até porque, o debate da pólis ficou comprometido pelo turbilhão de denúncias e agressões trocadas entre os concorrentes. 

Por outro, com o seu jeitinho aparentemente frágil, ela pontuou duas questões que podem ter sido cruciais para sua campanha. Um eventual problema que o atual gestor teria tido com a esposa, assim como as acusações que pesam contra um dos outros candidatos, o que o deixou sensivelmente nervoso. Com isso, ela pode ter angariado a simpatia do eleitorado feminino, na mesmo proporção em que o atual gestor pode contar com a rejeição. Não se pode negligenciar os efeitos dessa de uma Lei como a Maria da Penha. As mulheres possuem um espírito corporativo ou de solidariedade muito forte.  

Esta não foi a única acusação grave durante o debate. Todas com potencial de produzirem estragos de imagem consideráveis. Um dos dirigentes do Instituto Paraná Pesquisas, ouvido antes de começar o debate, anunciou uma pesquisa com o propósito de avaliar seus impactos junto ao eleitorado. Segundo ainda informou, as pesquisas do instituto passarão a ser semanalmente divulgadas. Por enquanto, apenas no aguardo, mas apostamos que teremos algumas mudanças na dinâmica da disputa até agora. 

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Editorial: A indústria da Cracolândia.

Crédito da Foto: Giba Bergamin, O Globo. 


Em meio às agressões e destemperos de alguns dos concorrentes à Prefeitura de São Paulo, o debate de ontem, organizado e transmitido pela Rede Bandeirantes de Televisão trouxe à luz o grau da degradação que ocorre com a região conhecida como Cracolândia, em São Paulo. Zona cinzenta ou de exclusão, que abriga moradores de rua e consumidores de drogas, ali predomina o tráfico, consumo de entorpecentes e a prática de prostituição.  Na realidade, isso é só a ponta do iceberg, conforme informamos pela manhã. A região se transformou numa verdadeira indústria de vendas de objetos e celulares roubados, extorsão de comerciantes, hotéis de fachada, tudo isso, segundo suspeita-se, com a participação criminosa de agentes públicos que integram grupos de milicianos. 

Até recentemente, a banda sadia da polícia, juntamente com o Ministério Público, empreenderam uma operação para desmontar essa engenharia criminosa, inclusive com indiciamento desses agentes públicos. Um quadro deveras preocupante, se vierem a se confirmar como procedentes as eventuais irregularidades apontadas por alguns dos candidatos em relação à administração pública municipal, onde há licitações com indícios de compadrio.  Os bons exemplos na gestão dos negócios públicos, caso tais denúncias sejam confirmadas, não estão sendo observados. 

Preocupa imensamente como o crime organizado está penetrando na estrutura de gerenciamento dos negócios de Estado. Como é possível que CNPJ de pessoas oriundas dessas grandes organizações consigam participar de licitações públicas, vencê-las e operá-las sem quaisquer constrangimento? Fatos dessa natureza estão ocorrendo em todo o país. Na Paraíba existe uma denúncia de alguém que ligou de uma unidade prisional para uma secretária de saúde municipal exigindo algumas benesses em troca de uma ordem para que os agentes de saúde pudessem entrar numa dessas zonas de exclusão já controladas pelo crime organizado. Como o poder público poderia fazer esse tipo de negociações? Pode isso, Arnaldo? 

Editorial: Uma análise do debate da Band.




A Rede Bandeirantes de Televisão cumpriu com sua tradição de dá início aos debates entre os candidatos que concorrem às prefeituras municipais, nas eleições de outubro, em todo o Brasil. Esses debates cumprem um papel importante numa ambiente democrático, facultando ao eleitorado a oportunidade de conhecer as propostas dos postulantes que desejam habilitarem-se a gerir o destino da pólis pelos próximos quatro anos. Além de apresentar a melhor proposta, sob a clivagem do eleitorado, o candidato precisa convencer o eleitor sobre a suas reais intenções, assim como sobre a sua capacidade de tocar essas propostas. Ou seja, questões relevantes podem ser inferidas num debate como esses organizados pioneiramente pela Rede Bandeirantes

Lamentamos informar, no entanto, que nada disso foi observado durante a noite de ontem, dia 08, entre os postulantes que se habilitam a gerir o destino de São Paulo pelos próximos quatro anos. Os candidatos se perderam em agressões e ofensas pessoais. Mesmo que por vias tortuosas, o debate de ontem deve promover algumas mudanças na dinâmica competitiva da disputa pela cadeira do Edifício Matarazzo. Há muitas acusações contra a gestão de Ricardo Nunes e isso deve se refletir na avalição de sua gestão o que pode respingar sobre sua situação nas pesquisas de intenção de voto daqui para frente.  

O lado bom do debate é que ele trouxe à tona alguns aspectos da rede de interesses corrupta que gira em torno da Indústria da Cracolândia, controlada por agentes públicos que integram grupos de milicianos, lojas de desmonte de celulares roubados, hotéis, ferro velho, extorsão, comércio de entorpecentes. Aliás, pelo andar da carruagem, o comércio de entorpecentes é apenas a ponta da iceberg. 

Charge! Cláudio de Oliveira via Folha de São Paulo