Realizando algumas pesquisas sobre comunidades quilombolas no Estado do Maranhão, sobretudo as localizadas na cidade de Alcântara, não raro recebíamos informações de que alguns bairros empobrecidos da periferia da capital São Luiz abrigava ex-moradores de quilombos, expulsos de suas terras de origem. Expulsões motivadas por inúmeros fatores, como estratégia de sobrevivência, intervenções indevidas em seu habitat natural - permitam-me o termo - comprometendo os recursos necessários à sobrevivência do grupo. Certamente, os moradores da Casa Grande não migraram para as favelas, mas esse assunto merece novas postagens. Um desses bairros é citado em reportagem do Jornal Folha de São Paulo: Carandiru. O bairro deveria abrigar a sede de uma empresa que celebrou um convênio de 1 milhão de reais com o Ministério do Turismo, desta vez através de emenda do então deputado Pedro Novais, em 2010. Segundo apuraram os repórteres Dimmi Amora, Andreza Matais e Felipe Seligman, trata-se de uma empresa de fachada, sequer uma fachada bonita, conforme recomendava o ex-secretário-executivo daquela pasta na gestão Marta Suplicy, acusado de desvio de recursos, em investigação da Polícia Federal. Como afirma o jornalista Josias de Souza, a tramitação é bastante conhecida: emenda parlamentar, convênios fraudados, empresas fantasmas em nome de laranjas: desvio de recursos, e, acrescentaríamos, prejuízos para a Viúva. Desta vez Pedro Novais não poderá alegar que nada sabia sobre esses fatos. A verba, segundo consta, ainda não teria sido liberada e o seu destino seria a construção de uma ponte no município de Barra do Corda. Ainda há uma chance do Estado brecar essa liberação.
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