Outro dia, citei aqui no http://blogdojolugue.blogspot.com, uma conclusão do historiador Sérgio Buarque de Hollanda, onde ele afirmava, basedado nos seus estudos sobre entranhado sistema patrimonialista brasileiro, que, no Brasil, não havia esfera pública. Para lembrar também o ex-presidente Jânio Quadros, este afirmava que o Brasil é uma espécie de hímen complacente, ou seja, neste país também não há rupturas.Quando os conflitos vão chegando a um momenbto de agudeza, empurra-se o problema para a “rodada seguinte”. É o país do "jeitinho", do eterno "adiamento". Talvez nenhum outro ator político da história recente do país se enquadre também nessas características quanto o presidente do Senado Federal, senador José Sarney. Cevado no regime militar, José Sarney tornou-se um dos membros mais ilustres da “Nova República”. Quanto ao segundo momento, o da confusão entre e o público e o privado, a vida pública de Sarney é o exemplo mais acabado de quem, rogorosamente, não consegue separar a Ilha do Curupu do Congresso Nacional. Dois jornalistas da Folha de São Paulo, Felipe Siligman e João Carlos Magalhães, publicaram reportagem onde denunciam o uso “indevido” de helicóptero da Polícia Militar do Maranhão para transporte particular de Sarney e a família de um grande empresário daquele Estado, que mantém contratos milionários com o Governo. Procurado para dar explicações sobre o assunto, a assessoria de Sarney informou que, na condição de senador e Presidente do Congresso Nacional, Sarney gozaria de prerrogatrivas legais que lhes assegura o transporte especial. Ademais, estava seguindo, de bermuda e boné, para um encontro com a governadora daquele Estado que, por coincidência, é a sua filha, Roseana Sarney. O l ocal da audiência? A Ilha Curupu, um paraíso de sua propriedade. O helicóptero foi adquirido, com recursos da Viúva, para prestar socorro em emergências e combater o crime. Com a palavra, os órgãos de fiscalização do Estado ou alguém do Judiciário, que possa interpetrar a lei para esse humilde cientista político.
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