pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Michel Zaidan Filho: Começou a diáspora
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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Michel Zaidan Filho: Começou a diáspora

Começou a diáspora

POSTADO ÀS 14:44 EM 25 DE SETEMBRO DE 2013
Por Michel Zaidan, especial para o Blog de Jamildo

Os jornais dão conta da saída do governador do estado do Ceará, Ciro Gomes, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), para apoiar a reeleição de Dilma Rousseff à Presidência da República. Esta é a primeira de uma série de muitas que ainda vão ocorrer até o dia da eleição presidencial, em outubro de 2014. Primeiro, ninguém gosta de perder ou ser oposição.

Palavra de difícil tradução no cenário político-partidário brasileiro. Desde o tempo do Império, se diz que o partido da situação é sempre governista e o da oposição, sempre oposicionista - independentemente de idéias, programas e atitudes. Ser oposição no Brasil é ficar "na chuva e no vento", estar sujeito a todo tipo de trovoada. Dada a partidarização da administração pública, pratica-se aqui a política do amigo e do inimigo (aquela do homem cordial): aos amigos e aliados, tudo.

Aos inimigos, os constrangimentos da lei (ou fora da lei). E, ao que tudo indica, a atual Presidenta é ainda considerada a favorita no páreo, seguida da ex-senadora, Marina Silva, do senador mineiro, Aécio Neves, e por fim, o "sinhorzinho" daqui, como o denominou o professor Ricardo Musse (da USP).

A questão que se põe neste momento político-eleitoral é a seguinte: o que se ganha e o que se perde em permanecer no PSB e se arrastado a uma aventura pessoal? Para o próprio aventureiro, apenas o custo da derrota política; algo que pode ser plenamente compensado pela exposição na mídia, uma espécie de federalização da imagem do candidato, ainda muito identificado com as oligarquias familiares do Nordeste. Neste ponto, faço aqui um "mea culpa, máxima culpa".

Indagado pelo repórter Otávio Cabral, da revista VEJA, se o neto de Arraes era um neo-coronel, que estava surgindo na política do nordeste, na época respondi que não. Essa presença fazia parte de uma geração de novos políticos nordestinos modernos e de mentalidade arejada. Errei, reconheço. Não fazia a menor ideia do mandonismo regional, típico dos oligarcas nordestinos, que ia passa a imperar em Pernambuco, com todos os traços da chamada dominação tradicional (segundo Max Weber): familismo, nepotismo, arbítrio, perseguição aos críticos e descontentes com a gestão, o uso político da gestão estadual e municipal etc.

Naturalmente, permanecer e se deixar arrastar pela aventura desse "neo-coronel" (como chamou a revista) é pagar os custos, sem receber o bônus. Os aliados do governador devem estar fazendo as contas. Quanto ganha, quanto perde. Os que não são do PSB, como Humberto Costa, João Paulo, Armando Monteiro Neto e outros, ainda têm a liberdade de apoiar outro candidato que não o do PSB. Afinal, seus partidos de origem não romperam com a Palácio do Planalto e devem acompanhar a posição nacional de suas agremiações.

Agora, os de dentro só terão duas opções: ou vão junto com o governador e sua aventura política, ou saem do partido. Acredito que muita água ainda vai rolar debaixo da ponte. Talvez essa candidatura não esteja ainda consolidada. Há também o segundo turno, que é outra eleição. Como o avô, o neto é o único senhor de sua decisão , não compartilhada com ninguém. Pode ser que a estratégia seja outra....

(Publicado originalmente no Blog de Jamildo)

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