domingo, 1 de setembro de 2013
Tijolaço do Jolugue: Por que a educação no Recife continua "travada"?
Confesso que tenho um certo pudor ao me referir à Secretaria de Educação do Município do Recife. Por ali passaram alguns dos professores aos quais devo, em parte, minha formação e pelos quais nutro um profundo respeito e gratidão. Outros foram companheiros de estudos na UFPE. Conheço a conduta de todos eles e posso afirmar que são pessoas indôneas, como Edla Soares, Flávio Brayner, Alfredo Macedo, João Francisco, entre outros. Todos esses professores foram ligados ao Centro de Educação da UFPE, um verdadeiro centro de concepções de políticas públicas na área de educação, algumas delas experimentadas na Secretaria, quando de suas gestões da pasta, sobretudo quando os ventos políticos sopravam mais à esquerda. No que concerne ao atual momento da Secretaria, a única observação que poderíamos fazer e que, de uma certa forma poderia respingar nessas gestões, diz respeito aos pífios resultados alcançados no que concerne ao desempenho do IDEB, onde Recife se apresenta como uma das piores capitais do Brasil. Não sei exatamente de onde remontam as denúncias de corrupção naquela pasta, mas o fato é que, a partir da última gestão, aquele órgão se transformou, literalmente, num antro de corrupção. Faz poucos dias, uma brilhante reportagem de um jornal local, informava sobre a complexa engenharia de superfaturamentos na compra de material escolar, onde apontava-se, entre outras irregularidades, a aquissição de 21 mil mochilas escolares a mais do que o número de alunos da rede, além de itens superfaturados em mais de 400%. Essa descoberta obrigou o TCE a interditar os pagamentos que estavam em curso ao vencedores de tal licitação viciada, o que acarretou um enorme atraso na distribuição de material aos alunos. Estamos em Setembro e, ao que se sabe, os alunos continuam sem receber os materiais, num verdadeiro desrespeito às determinações constitucionais. Se isso não fosse suficiente, agora estoura o escândalo da merenda, com a compra de itens de péssima qualidade e a evidência de desvio de recursos, um rombo de aproximadamente R$ 3 milhões de reais aos cofres da Viúva. Ao assumir a Prefeitura, em razão de acordos políticos, o atual prefeito acabou preservando alguns atores ligados à gestão anterior, em função do apoio recebido. Esse seria um dos motivos do "travamento" da atual gestão, que não consegue decolar, além de uma expectativa nada promissora no que concerne ao desempenho dos trabalhos naquele órgão. Ou se promove uma verdadeira assepcia, ou vamos continuar patinando nas metas do IDEB.
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